TEXTO: O MÉTODO DA ECONOMIA POLÍTICA
AUTOR:
KARL MARX
In.
MARX, K. Para a crítica da Economia Política.
Os Economistas. SP: Abril, 1982 (P. 23-7)
PRINCIPAIS IDÉIAS DO AUTOR
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KARL MARX começa o texto com noções gerais
sobre o método da economia política, elaborando conclusões acerca das idéias de
“concreto” e “abstrato”. Para isso,
chama a atenção do leitor para os processos de abordagem de um país do ponto de
vista da economia política. Neste sentido, Marx afirma: “(...) O concreto
aparece no pensamento como o processo da síntese, como resultado, não como
ponto de partida, ainda que seja o ponto de partida efetivo e, portanto, o
ponto de partida também da intuição e da representação.”
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Na continuação do seu raciocínio, Marx cita
Hegel como alguém que se iludiu dentro do modo de pensar esta relação do
concreto com o abstrato, dizendo: “Pôr isso é que Hegel caiu na ilusão de
conceber o real como resultado do pensamento que se sintetiza em si, se
aprofunda em si, e se move pôr si mesmo, (...)”.
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Em um segundo momento do texto, Marx começa
a desenvolver a idéia da anterioridade do concreto, citando Hegel
novamente: “Hegel, pôr exemplo, começa corretamente sua Filosofia do Direito
com a posse como a mais simples relação jurídica do sujeito. Todavia (...)”. O
autor sinaliza para às relações de senhor-escravo, como um marco
referencial no movimento de se pensar
esta anterioridade do concreto. Marx, analisa, dentro deste contexto, a idéia
de “posse”, afirmando: “Não é correto que a posse evolui historicamente até a
família. A posse sempre pressupõe essa categoria
jurídica mais concreta”.
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Após a uma passagem rápida pôr idéias que
se ocupam das relações entre o real e o teórico, Marx começa a falar de algumas
abstrações, citando a categoria trabalho: “O trabalho parece ser uma categoria
muito simples.(...) Entretanto, concebido economicamente nessa simplicidade, o
trabalho é uma categoria tão moderna como o são as relações que engendram essa
abstração.” Dentro deste raciocínio, o autor cita ADAM SMITH como o reponsável
pôr um “enorme progresso” dentro da proposta de análise da atividade criadora
de riquezas. Pois, Adam Smith, segundo Marx, rejeitou toda determinação
particular da atividade criadora da riqueza, considerando apenas o
trabalho puro e simples, isto é, nem o trabalho industrial, nem o trabalho
comercial, nem o trabalho agrícola, mas todas essas formas de trabalho. Marx dá
alguns exemplos para afirmar que “(...)
até as categorias mais abstratas - precisamente pôr causa de sua natureza
abstrata - apesar de sua validade para todas as épocas, são,
contudo, na determinidade dessa abstração, igualmente produto de condições
históricas, e não possuem plena validez senão para essas condições e dentro dos
limites desta.”
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É, porém, apartir da afirmação: “A sociedade
burguesa é a organização histórica mais
desenvolvida, mais diferenciada da produção.” que Marx começa a fazer uma das
análises mais significativas deste texto, segundo o meu entendimento do mesmo.
Apartir de então, surge o entendimento de que a idéia de concreto é
semelhante a idéia do real, porém o concreto é inteligível
e o real não é inteligível. Marx diz que “a anatomia do homem é a chave da
anatomia do macaco”, explicando que o
que nas espécies animais inferiores indica uma forma superior não pode, ao
contrário, ser compreendido senão quando se conhece a forma superior.
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Uma ultima idéia importante, introduzida
pôr Marx neste texto é a de que a ordem das categorias é uma ordem teórica e
não histórica, no que tange à ordem das categorias da economia burguesa. Neste
sentido, afirma Marx: “(...) a própria sociedade burguesa é apenas uma forma
opositiva do desenvolvimento, certas relações pertencentes a formas anteriores
nela só poderão ser novamente
encontradas quando
completamente atrofiadas, ou mesmo disfarçadas; (...)” O autor cita vários
exemplos, no texto, que contribuem para o entendimento destas afirmações.
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