segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Karl Marx

TEXTO:  O MÉTODO DA ECONOMIA POLÍTICA


AUTOR: KARL MARX
In. MARX, K.  Para a crítica da Economia Política.
Os Economistas. SP: Abril, 1982 (P. 23-7)

PRINCIPAIS IDÉIAS DO AUTOR

·     KARL MARX começa o texto com noções gerais sobre o método da economia política, elaborando conclusões acerca das idéias de “concreto” e   “abstrato”. Para isso, chama a atenção do leitor para os processos de abordagem de um país do ponto de vista da economia política. Neste sentido, Marx afirma: “(...) O concreto aparece no pensamento como o processo da síntese, como resultado, não como ponto de partida, ainda que seja o ponto de partida efetivo e, portanto, o ponto de partida também da intuição e da representação.”
·     Na continuação do seu raciocínio, Marx cita Hegel como alguém que se iludiu dentro do modo de pensar esta relação do concreto com o abstrato, dizendo: “Pôr isso é que Hegel caiu na ilusão de conceber o real como resultado do pensamento que se sintetiza em si, se aprofunda em si, e se move pôr si mesmo, (...)”.
·     Em um segundo momento do texto, Marx começa a desenvolver a idéia  da    anterioridade do concreto, citando Hegel novamente: “Hegel, pôr exemplo, começa corretamente sua Filosofia do Direito com a posse como a mais simples relação jurídica do sujeito. Todavia (...)”. O autor sinaliza para às relações de senhor-escravo, como um marco referencial  no movimento de se pensar esta anterioridade do concreto. Marx, analisa, dentro deste contexto, a idéia de “posse”, afirmando: “Não é correto que a posse evolui historicamente até a família. A posse sempre pressupõe essa categoria jurídica mais concreta”.


·     Após a uma passagem rápida pôr idéias que se ocupam das relações entre o real e o teórico, Marx começa a falar de algumas abstrações, citando a categoria trabalho: “O trabalho parece ser uma categoria muito simples.(...) Entretanto, concebido economicamente nessa simplicidade, o trabalho é uma categoria tão moderna como o são as relações que engendram essa abstração.” Dentro deste raciocínio, o autor cita ADAM SMITH como o reponsável pôr um “enorme progresso” dentro da proposta de análise da atividade criadora de riquezas. Pois, Adam Smith, segundo Marx, rejeitou toda determinação
particular da atividade criadora da riqueza, considerando apenas o trabalho puro e simples, isto é, nem o trabalho industrial, nem o trabalho comercial, nem o trabalho agrícola, mas todas essas formas de trabalho. Marx dá alguns exemplos para afirmar que  “(...) até as categorias mais abstratas  -  precisamente pôr causa de sua natureza abstrata  -  apesar de sua validade para todas as épocas, são, contudo, na determinidade dessa abstração, igualmente produto de condições históricas, e não possuem plena validez senão para essas condições e dentro dos limites desta.”
·     É, porém, apartir da afirmação: “A sociedade burguesa é a organização  histórica mais desenvolvida, mais diferenciada da produção.” que Marx começa a fazer uma das análises mais significativas deste texto, segundo o meu entendimento do mesmo. Apartir de então, surge o entendimento de que a idéia de concreto é semelhante  a  idéia do real, porém o concreto é inteligível e o real não é inteligível. Marx diz que “a anatomia do homem é a chave da anatomia do macaco”, explicando que  o que nas espécies animais inferiores indica uma forma superior não pode, ao contrário, ser compreendido senão quando se conhece a forma superior.
·     Uma ultima idéia importante, introduzida pôr Marx neste texto é a de que a ordem das categorias é uma ordem teórica e não histórica, no que tange à ordem das categorias da economia burguesa. Neste sentido, afirma Marx: “(...) a própria sociedade burguesa é apenas uma forma opositiva do desenvolvimento, certas relações pertencentes a formas anteriores nela só poderão ser novamente

encontradas quando completamente atrofiadas, ou mesmo disfarçadas; (...)” O autor cita vários exemplos, no texto, que contribuem para o entendimento destas afirmações.

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