quarta-feira, 26 de abril de 2017

Ecodesafio | TVE - Rios urbanos

Geertz




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GEERTZ, Clifford. Negara. O Estado Teatro no Século XIX. Lisboa, DFEL, 1991, pp. 13-39 e 153-171.


INTRODUÇÃO - Bali e o Método Histórico

O autor inicia localizando (temporal e espacialmente) o seu leitor no campo em que está se trabalhando: “a Indonésia de hoje (...) no Bali hindu (...)” (Pag. 13)
Em seguida passa a denominar a palavra “Negara” e a palavra que representa o seu oposto, “desa”. (Pag. 14)

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Neste ponto, Geertz ressalta que “reconstruir o desenvolvimento político da Indonésia pré-colonial é fundamental para quem se preocupe com a compreensão do padrão político (...)”. Este pensamento introduz uma análise que o autor faz na seqüência sobre as diferentes concepções de histórias que poderiam ser usadas para esta “reconstrução” (citada acima). Falando de “estórias” e  “histórias”, encerra o tópico externando  a sua posição pessoal a respeito das duas concepções de história que apresenta. (Pag. 16-7)

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Dando continuidade à discussão da concepção de história que defende, o autor coloca a necessidade de trabalhar com a “construção de um modelo apropriado de processo sociocultural (...)”, destacando o pensador que tornou famosa esta abordagem, Max Weber. (Pag. 17)
Na seqüência, o autor empenha-se em “afastar uma série de falácias metodológicas muito divulgadas (...)” sobre Bali, destacando três pontos neste sentido. (Pag. 18)
Encerra o tópico ensinando: “Os dados sobre Bali devem ser corrigidos em termos de tempo e em termos de lugar antes de poderem ser usados como linhas de orientação gerais para a interpretação da civilização índica na Indonésia e noutros contextos.” (Pag. 19)

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O quarto e último tópico da introdução inicia com uma indagação: “Como pode então a etnografia do Bali recente ser de todo útil para uma tal interpretação?” A resposta é dada em cima de duas reflexões: “Em primeiro lugar (...) a mudança foi em grande parte endógena. (...) não ocorreram em Bali dois acontecimentos revolucionários que transformaram radicalmente a ordem social e cultural noutros lugares (...). Em segundo lugar, ao renunciarmos a qualquer propósito de escrever um relato cronístico do período clássico, libertamo-nos do principal incentivo para gerar fábulas históricas. (...)” (Pag. 20)
A introdução é encerrado com construções teóricas do autor sobre a adoção dos “modelos”, inspirados nos tipos ideais de Weber: “Um tal modelo é, em si, abstrato. Embora seja construído a partir de dados empíricos, ele é aplicado experimentalmente, e não dedutivamente, à interpretação de dados empíricos. É, pois, uma entidade conceptual, não uma entidade histórica. (...)” (Pag 20-1)


CAPITULO I - DEFINIÇÃO POLÍTICA: AS FONTES DA ORDEM


O Mito do Centro Exemplar

Inicialmente o autor transcreve toda uma situação histórica de Bali onde traz a ascensão e o declínio de reis e súditos, a fim de situar o que denomina “a morte da velha ordem”. (Pag. 24-5)

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Neste ponto, Geertz delineia o estado balinês: “Tratava-se de um Estado-teatro no qual os reis e os príncipes eram os empresários, os sacerdotes encenadores, e os camponeses atores, equipe técnica e público. (...) O cerimonialismo da corte era a forca motriz da política da corte; e o ritual de massas não era um dispositivo de apoio do Estado; (...)” (Pag. 25)
Neste ponto destacaria ainda a menção que faz do mito: “A tarefa crucial de legitimação (...) foi levada a cabo pelo mito, curiosamente, por um mito de colonização.” (pag. 26)

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Neste ponto, o autor faz uma análise da estrutura social balinesa. Destacaria o seguinte trecho: “Toda a estrutura, porém, assentava primeiramente na cerimonia e no prestígio, tornando-se, como veremos, tanto mais frágil e téneu em real domínio político e subordinação, quanto mais alto se subia na pirâmide; (...)”
Geertz trabalha com o que denominou “Padrão do status decrescente (Sinking Status Pattern)”, sobre este pressuposto, ele afirma: “O padrão do statuus decrescente assenta na noção de que a humanidade descende dos deuses, não só genealogicamente mas também no sentido de ter um valor intrínseco inferior.”(Pag. 29)

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Neste momento do texto, o autor chama Gregory Bateson para colaborar teoricamente sobre a percepção que os balineses constróem do seu passado e, consequentemente, a concepção histórica que pode ser aqui entendida como mais adequada para o entendimento desta cultura balinesa. Destacaria o trecho: ”Como Gregory Baterson fez notar, a visão balinesa do passado não é de modo nenhum verdadeiramente histórica, no sentido próprio do termo. Com toda a sua mitificação explicativa, os Balineses buscam no passado não tanto as causas do presente, como o padrão pelo qual o possam julgar; isto é, buscam o padrão imutável a partir do qual o presente deve ser devidamente modelado mas que, por acidente, ignorância, indisciplina ou negligencia, raras vezes é seguido.” (Pag. 31)
Na seqüência a ênfase vai ser a política balinesa, quando Geertz afirma que “(...) a política balinesa do século XIX pode ser vista sob a influencia de duas forcas opostas: a centrípeta, do ritual exemplar do Estado, e a centrífuga da estruturado Estado. (...)”  (Pag. 32)


A Geografia e o Equilíbrio do Poder

Neste tópico, o autor nos convida para uma análise panorâmica das condições geoespaciais de Bali, ressaltando a necessidade de um descentramento do observador que a realiza. São várias as características mencionadas, do relevo, da disposição física do espaço e da dimensão geográfica do local, a fim de destacar finalmente que “No respeitante à organização do Estado, o efeito deste tipo de paisagem foi o estabelecimento de um campo de forcas geopolítico muito intrincado e não homogêneo, cuja ação era tudo menos integradora.” (Pag. 34)

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O Ponto dois deste subitem do texto continua nesta perspectiva geopolítica, onde o autor destaca a relação “política internacional” e “política doméstica”: “A política ‘internacional’ do combate inter-regiões sobrepunha-se diretamente - e inclusive fundia-se com ela - à política ‘doméstica’ da rivalidade intra-região; era posta em cena não entre um conjunto de Estados encapsulados, impérios-miniaturas, mas antes através de uma rede intacta de alianças e oposições que se estendia irregularmente sobre toda a paisagem.” (Pag. 34)
Destacaria ainda que “Do ponto de vista sociológico, a primazia da luta pelo poder ao nível longitudinal (pequena escala) sobre o transversal teve várias implicações, para o caráter da política balinesa.(...) ” (Pag. 35)
Geertz vai afirmar mais adiante que “Ao nível mais geral, a política balinesa era mais uma questão de geometria - geometria física - do que de aritmética.” Isto é dito com base em todas as informações geoespaciais trazidas e analisadas pelo autor no texto para se inferir o Estado e a política balinesa.

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Neste ponto, o autor articula de forma resumida os vários aspectos e características do Estado e da organização política e social balinesa. Destacaria o trecho onde afirma que “uma visão geral da organização do Bali clássico não revela um conjunto definido de Estados independentes, organizados de forma hierárquica, vincadamente demarcados um dos outros e envolvidos em ‘relações externas’ através de fronteiras bem desenhadas (...)  Em cada ponto deste campo diverso e móvel, a luta era mais pelos homens - pela sua deferência, o seu apoio e a sua lealdade pessoal - do que pela terra. O poder político era menos inerente à propriedade do que às pessoa; era uma questão de acumulação de prestígio, não de território. (...)” (Pag. 38)


CONCLUSÃO

A conclusão inicia com uma discussão sobre os vários significados que o termo Estado apresenta, ou suscita. Neste sentido, Geertz relaciona um pouco os significados de Estado no Ocidente e em Bali, afirmando que “nenhuma (concepção) consegui dar conta, de forma utilizável, da sua natureza.” (Pag. 154)  Geertz analisa perspectivas de Estado de Hobbes, Marx e Pareto e demonstra a sua própria, afirmando: “A simbologia política é ideologia política, e a ideologia política é hipocrisia de classe. (...)” (Pag. 155)
Diante de todo este universo de significado e de concepções de organização política e de Estado, o autor afirma que “Não é difícil - de fato é fatalmente fácil - encaixar o Estado balinês tal como foi aqui descrito, em um ou outro destes modelos familiares, ou em todos eles ao mesmo tempo. (...) No entanto reduzir o Negara a lugares-comuns tão fatigados (...) é deixar que grande parte do que nele é mais interessante se escape da nossa visão. (...)” (Pag. 155)

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A partir deste momento, o autor começa a nos dar pistas interessantíssimas para que entendamos a dinâmica do Estado balinês, segundo o seu ponto de vista e a sua perspectiva de análise  e compreensão.
“Compreender o Negara significa localizar essas emoções e analisar esses atos; elaborar uma poética do poder, não uma mecânica. (...)
Antes de tudo o mais, o Estado balinês era uma representação da forma como a realidade estava organizada; uma vasta imagem dentro da qual objetos como os kris (...), tinham capacidades próprias. A idéia de que a política é um jogo imutável de paixões naturais, (...) é errada em qualquer parte; em Bali, o absurdo dessa idéia torna-se patente. As paixões são tão culturais quanto os dispositivos; e o modo de pensar - hierárquico, sensorial, simbolista e teatral - que inspira um, inspira outro.” (Pag. 156)

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A partir da afirmação: “Foi esta combinação de uma forma cultural essencialmente constante, o culto do rei sagrado, com uma enorme variabilidade nas pessoas e recursos disponíveis, para construir essa forma, num certo lugar ou num dado tempo, que fez da ‘luta pelo poder’ no Bali clássico uma explosão contínua de exibição competitiva. (...)”  (Pag. 158) O autor dedica os pontos seguintes (4,5 e 6) a uma extensa análise da relação dos reis com a organização política e a formação do Estado balinês.

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Este último ponto traz, inicialmente as concepções de poder que o autor constróe  a fim de basear as suas impressões de poder no caso específico de Bali. Defini “o político como um domínio da ação social”, destacando que  as denominações são pontos de vista e “como todos os pontos de vista, é parcial e advém de uma tradição específica da interpretação da experiência histórica.” Para destacar o seu próprio ponto de vista, afirma que “Foi argumento central deste trabalho (...) que a vida girava em torno dos punggawas, perbekels, puris e jeros do Bali clássico continha uma tal concepção alternativa daquilo que a política é e do que é o poder. Estrutura de ação (...) o Negara era também, e enquanto tal, uma estrutura de pensamento. Descrevê-lo é descrever uma constelação de idéias guardadas num relicário.” (Pag. 169)
Na página 170, o autor tece considerações interessantes sobre a análise interpretativa e a necessidade da desconstrução dos preconceitos onde eu destacaria o seguinte trecho: “A limitação da análise interpretativa na maior parte da antropologia contemporânea ao aspecto supostamente mais ‘simbólico’ da cultura é um mero preconceito, nascido da noção, (...) de que o ‘simbólico’ se opõe ao ‘real’ como o extravagante ao sóbrio, o figurativo ao literal, (...)  Para se analisarem as expressões do Estado-teatro, para apreendê-las como teoria, este preconceito tem de ser posto de lado, (...)  O real é tão imaginado como o imaginário.” 
Esta afirmação colabora para o que o autor vai afirmar mais adiante sobre a política balinesa: “Que a política balinesa, tal como a de toda a gente, incluindo a nossa, era ação simbólica, não implica portanto, que estivesse apenas na mente ou que consistisse inteiramente de danças e incesto (...)  Os aspectos dessa política aqui examinados (...) configuravam uma realidade tão densa e imediata como a própria ilha. (...)  Os dramas do Estado-Teatro, miméticos de si mesmos, não eram, ao fim e ao cabo, nem ilusões nem mentiras, nem prestidigitação nem faz de conta. Eles eram o que existia.” (Pag. 171)



Introdução à Crítica da Ecologia Política


Jean Pierre Dupuy, philosophe.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Projeto


PROJETO
 Cidadania ambiental e gestão das águas




OBJETIVOS

A presente proposta de trabalho tem como intenção promover práticas de cidadanias junto as populações do Estado do Rio Grande do Sul, a partir do recorte ambiental e em defesa da conservação de suas bacias hidrográficas apoiando-se no atual sistema estadual de gestão dos recursos hídricos, definido pelo Art 171 da Constituição do Estado e regulamentado pela Lei 10.350/94.

Para alicerçar esse objetivo maior, o projeto deverá contemplar, no seu desenvolvimento, as peculiaridades e diversidades regionais das bacias hidrográficas do Estado, com a preocupação central de atuar num processo educativo que contemple a construção, por parte das comunidades envolvidas, de um novo ideário ético, tanto em escala individual, quanto em escala coletiva, de defesa da cidadania pelas águas.





JUSTIFICATIVA


A concepção democrática da gestão dos recursos hídricos do Estado pressupõe contemplar na atuação  do poder público e da própria sociedade, o cotidiano das trocas sociais dos habitantes das bacias hidrográficas bem como da dimensão espacial de práticas culturais específicas de uso das águas isso é, da relação entre as características físico-ambientais e geográficas de uma região e a atuação, com maior ou menor grau de consciência preservacionista, da população.

                Neste sentido, este projeto pretende intervir nos circuitos informais de trocas sociais para aí situar as redes de informação sobre o tema da gestão das águas e a aprendizagem da cidadania  no sentido de revalorizar ambientes deteriorados.
               
Partidos, sindicatos, associações comunitárias, tÈcnico-científicas, etc, que compõem o universo das instituições políticas modernas, tem-se preocupado com a preservação e conservação do meio ambiente. Entretanto, esta esfera da organização da vida coletiva nem sempre contempla em suas regras formais de participação e planos de atuação, os processos culturais que fundam as práticas humanas de uso e consumo dos recursos naturais.
               
A proposta de atuação do projeto considera a partir da base sócio-espacial do plano de gestão de recursos hídricos no Estado ( a bacia hidrográfica ), a identificação dessas práticas culturais em relação ao uso dos recursos naturais, de forma a poder contribuir para a construção de democrática de novos dispositivos institucionais de ação do poder público e da sociedade civil organizada, no âmbito da proteção e conservação ambiental.
                O investimento em uma política em prol da cidadania ambiental enfrenta hoje o desconhecimento do homem moderno de suas responsabilidades com o ambiente onde vive, habita, produz e ganha seu sustento, implicando na busca da renovação de valores sociais que sustentem a sanidade dos recursos naturais existentes ou ameaçados de destruição.
                A situação já hoje  crítica de algumas  das bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul exige a atuação dos poderes públicos, numa redefinição de práticas de gestão ambiental que contemplem a heterogeneidade ético-comportamental das comunidades e de suas práticas culturais no que se refere aos usos de mananciais de água do Estado.

O Problema
                A construção de cidadanias no âmbito da gestão ambiental, implica em  situar a ação dos indivíduos e dos grupos sociais na intersecção entre a ação cultural do poder público em sua meta de obter o desenvolvimento sustentável e as formas de vida que orientam e dão sentido aos usos dos recursos naturais.
                O desafio que se coloca, portanto, é situar o tema das práticas e aprendizagens da cidadania, no âmbito do planejamento e da gestão dos recursos hídricos do Estado contemplando mecanismos de socialização e reanimação dos espaços de participação social. Trata-se, assim, de criar novas formas democráticas de engajamento popular no processo de racionalização dos usos dos mananciais de água existente no Rio Grande do Sul, com vistas a sua proteção e conservação.
                É intenção do projeto  investir na pluralidade das relações e arranjos da vida coletiva que contemplem a conservação do meio ambiente e que nem sempre se traduzem em práticas institucionalizadas de defesa e proteção dos mananciais, como é o caso dos Comitês de Bacias Hidrográficas já existentes e os que serão criados no âmbito do Sistema Estadual de Recursos Hídricos.
                Neste sentido, tratar-se-á de recuperar o domínio das práticas culturais da população do Estado, suas tradições e valores, e atuar interativamente, num processo de aproximação entre sabedoria popular e saberes técnicos-científicos a propósito da gestão de recursos hídricos, de forma a que essa mesma população possa estabelecer um compromisso coletivo na gestão dos recursos hídricos dos quais depende seu crescimento socio-econômico.
                Buscar a construção de uma proposta de cidadania ambiental nos termos da gestão democrática de recursos hídricos é buscar, portanto, soluções de redimensionamento de formas de assentamento humano (urbano ou rurais) e de novos padrões de convivência dos grupos sociais com a biodiversidade do meio ambiente







 METODOLOGIA

 Caracterização do projeto

                              
                Levando-se em consideração a heterogeneidade que compõe o corpo social do Estado do Rio Grande do Sul e em função das necessidades e oportunidades das atividades desenvolvidas no CRH-RS e da regionalização pré-existente na STCAS, optou-se por trabalhar com duas bacias hidrográficas privilegiando-se as diferenças existentes entre elas e a representatividade que possam ter, visando a reprodução da metodologia aí desenvolvida para as demais bacias previstas pelo CRH-RS.                                                                                                                                                                   Assim, entende-se oportuno trabalhar com a bacia hidrográfica do rio Santa Maria e parte do sistema Taquari-Antas, ou seja, a bacia hidrográfica do rio das Antas.  A primeira pelas características tipicamente rurais do uso do solo e da água, evidenciando o conflito clássico no Estado entre o uso agrícola e o abastecimento público. A segunda pelo alto grau de urbanização e industrialização, pelo adensamento populacional e pelo bom nível de articulação e organização da sociedade.
                Pelo caráter piloto deste projeto, será preciso ainda selecionar em cada uma das bacias um município que melhor represente as condições gerais da bacia. Além disso, a escolha de áreas bem diferenciadas diz respeito aos pressupostos que sustentam o trabalho com Educação Ambiental. Ou seja, o processo da construção das aprendizagens através do envolvimentos dos grupos sociais com atividades didáticas encontra, nas práticas sociais das diferentes comunidades, saberes cotidianos que alicerçam e  desencadeiam modificações na percepção e na relação desses grupos com o meio ambiente e em especial com a água.

Situações e Procedimentos
               
Metodologicamente, o projeto estará apoiado num ‘trabalho de campo’  a partir do qual pretende-se desenvolver, junto às populações dos municípios escolhidos, estratégias que vão da aproximação dos técnicos à comunidade organizada até o envolvimento desta nas atividades propostas para a construção das aprendizagens de cada um.
                A seguir descrever-se-á, em etapas, os diferentes procedimentos que serão realizados no transcorrer do trabalho de campo tendo em vista a redefinição comportamental dos grupos sociais com vistas a estabelecer pactos que estruturem novos laços comunitários em torno do eixo homem/ sociedade/ recursos naturais.
    1ª  Etapa - Do reconhecimento
                Inicialmente, no que diz respeito ao trabalho de campo a ser realizado com as comunidades, identificadas, a partir de uma ‘metodologia participante’ as características das relações que os sujeitos estabelecem  quando da utilização da água, que vai do atendimento às necessidades básicas da vida cotidiana ao lazer, passando pelos processos produtivos, mapeando aí, os impasses, os  conflitos, enfim os valores vividos e atribuídos a este recurso natural.
                A “entrada” na comunidade se dará através de instituições sociais organizadas com o tema em questão, podendo ser Escolas, Sindicatos, Comitês de Gerenciamento, Associações de todos os matizes, etc, além dos órgãos de representação da população (câmara de vereadores, por exemplo).

    2ª  Etapa - Das situações de aprendizagem
                Com o trabalho de análise a ser realizado das informações e observações obtidas na 1ª Etapa, propostas didáticas para intervenção serão elaboradas para o envolvimento da comunidade no seu processo de aprendizagem.
                As atividades didáticas visam, através de eventos coletivos, seminários, exposições itinerantes, circos ambientais, etc., envolver, a partir do reconhecimento de situações locais, os diferentes grupos, na problemática ambiental do lugar em questão.
                              
A metodologia de criação dos processos de aprendizagens dramáticas , passam, em um primeiro momento, por um ritual de aproximação e um reconhecimento das sensibilidades das comunidades em relação aos espaços que habitam, resgatando não só uma memória afetiva e histórica do lugar, como também uma noção de pertencimento, coletividade e responsabilidade por sua construção espaço-temporal.
Utilizando-nos de intervenções com recursos das artes dramáticas e visuais (artes plásticas, fotografia e vídeo), estimularemos as manifestações estéticas da comunidade para que a partir delas formalizem suas representações sobre si mesma, sensibilizando-a , concomitantemente, ao  fato de pertencer e arquitetar a história social/ambiental do lugar onde vive. Ou seja, parte-se do princípio que à autoria « artística »  dos citadinos se tramará   uma autoria do espaço da cidade e da regeneração dos valores que levaram a deterioração do mesmo.

    3ª  Etapa - Das ações comprometidas da comunidade
                Estruturar grupos responsáveis por dar conta da implementação de políticas ambientais locais, onde o critério de participação  em relação a gestão das águas, seja o fio condutor das ações comunitárias.
                Assim, nesta terceira etapa, um trabalho de formação de “agentes” se faz necessário por parte dos técnicos, tanto no que diz respeito aos paradigmas teóricos que suportam as ações dos grupos na sua relação com o meio ambiente, quanto as metodologias necessárias para a intervenção social.
                A ‘passagem’ dos  técnicos na comunidade, implica, obrigatoriamente, que o processo de inter-relação experienciado nas três etapas chegue ao seu termo pragmático.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segundo a dimensão e implicação política pretendida neste projeto, se faz necessário o acompanhamento de técnicos da Secretaria de Cidadania, Trabalho e Ação Social, tendo em vista a proposta de generalizá-lo para todo o Rio Grande do Sul.
A conclusão deste trabalho, portanto, significa, criar subsídios teóricos-práticos para criação de formas alternativas de implementação de uma política ambiental pelos órgãos competentes do Estado, muito especialmente em relação à lei 10.350/94 que rege a gestão dos recursos hídricos.
Assim, como um ciclo, o término de nossa  tarefa marca o início de uma nova fase de intervenção pública, baseada no contexto das realidades vividas e na aprendizagem de auto-gestão dos recursos hídricos por parte das comunidades em questão.
                              
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                PLANO DE TRABALHO

                O presente plano  descreve, resumidamente, as diferentes fases necessárias para o desenvolvimento e conclusão do projeto, considerando, todavia, a necessidade de flexibilidade quando a tarefa é trabalhar com aprendizagens de grupos humanos. O que segue, portanto, tem o caráter de organização estrutural    para que os saberes éticos-ambientais se efetivem.

I FASE
1° momento - Reconhecimento das regiões (60 dias)
a) Levantamento de dados das Regiões: pesquisa bibliográfica;  fontes primárias, secundárias; mapas; cartografias; IBGE; dados do ecosistema; RIMA.
b) Caracterização documental: mapeamento sócio-econômico, político, cultural, geofísica das comunidades envolvidas no projeto, delimitando área de intervenção.
c) Produção de “cartilha”, folders.
2° momento - Exploração/atuação nas e das vivências comunitárias (45 dias)
a) Levantamento das representações dos grupos no que diz respeito as diferentes relações estabelecidas com a água.
b) Levantamento dos conflitos, problemas, experiências, saberes cotidianos,  a partir das vivências cotidianas onde o referencial é o uso da água.
c) Caracterização etnográfica: construção da proposta de atuação com as comunidades através de eventos com atividades didáticas.

II FASE
Trabalho com a comunidade em torno das aprendizagens ambientais através de produções e programações de eventos.(60 dias)

III FASE
Apresentação pública do relatório final em Seminário com discussão de um  vídeo documentário sobre o trajeto construído pela comunidade quando do envolvimento no projeto. (30 dias)

IV FASE
Trabalho com a formação de ‘agentes’ generalizadores da proposta com cidadania ambiental e gestão das águas. (30 dias)
Esta  fase final é dirigida, especialmente, aos ‘agentes’ responsáveis por generalizar a proposta em âmbito estadual e, compreende, necessariamente, a participação destes em todos os momentos vividos tanto pelo grupo de pesquisadores, quanto pela comunidade envolvida.





                DESTINAÇÃO DOS RECURSOS

- materiais didáticos e de consumo........................ R$  40.000,00
   (vídeo, mostra fotográfica, cadernos didáticos, folders,
    material de consumo, etc.)      
- transporte e diárias.............................................. R$  12.000,00
   (viagens, hotéis e alimentação)
- pagamento por tarefa a técnicos e pesquisadores.. R$ 80.000,00
- organização de atividades de formação.................R$ 13.000,00
                                                                                              Total geral:          R$ l45.00,00

Obs.: Em função dos  custos elevados para a produção de vídeos documentários (R$60.000,00), onde só a locação de 8O horas de trabalho de uma “Ilha de Edição” ficou orçada  em torno de R$15.000,00, assim como, aluguel de equipamento para filmagens (Câmara SVHS, e equipamento de luz) no valor de R$7.500,00 e, em função da importância da produção de vídeos enquanto material didático generalizável para além do “projeto piloto”, consultamos a possibilidade de parceria junto à instituição do Estado (TVE) para a concretização desse item do projeto.  

               


                                                                              

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quinta-feira, 20 de abril de 2017

A Estrela


ABA


De: Associação Brasileira de Antropologia - ABA [mailto:aba@abant.org.br]
Enviada em: quarta-feira, 19 de abril de 2017 15:26
Para: jacquesja@uol.com.br
Assunto: Lembrete Anuidade/s ABA

Prezado/associado/a Jaques Xavier Jacomini,

Detectamos que o/a senhor/a possui anuidade/s em aberto junto à ABA. Por isso, entramos em contato para lembrá-lo/a que estamos em período de Campanha de desconto. Portanto, é possível ficar em dia com a nossa Associação, que se sustenta fundamentalmente pela contribuição de seus/suas associados/a, com melhores valores.

Seguem as condições da Campanha e caso tenha dúvidas, por favor, entre em contato com a Secretaria Administrativa da ABA (aba@abant.org.br / (0xx (55) (61) 3307-3754):

O pagamento com desconto pode ser feito até o dia 30 de abril de 2017, conforme condições a seguir:
Categoria     Valor da anuidade 2017 Valor da anuidade 2017 com desconto*
Associado/a Efetivo/a, Colaborador/a e Correspondente           R$ 220,00
(duzentos e vinte reais)   R$ 180,00
(cento e oitenta reais)
Associado/a Pós-Graduando/a R$ 110,00
(cento e dez reais) R$ 85,00
(oitenta e cinco reais)
Associado/a Aspirante     R$ 55,00
(cinquenta e cinco reais) R$ 45,00
(quarenta e cinco reais)
* Caso existam anuidades anteriores em aberto é imprescindível quitar e será permitido o valor com desconto.
Categoria     Valor das anuidades 2017 e 2018       Valor das anuidades 2017 e 2018 com desconto**
Associado/a Efetivo/a, Colaborador/a e Correspondente           R$ 440,00
(quatrocentos e quarenta reais)          R$ 340,00
(trezentos e quarenta reais)
(sendo R$ 170,00 cada anuidade)
Associado/a Pós-Graduando/a R$ 220,00
(duzentos e vinte reais)   R$ 150,00
(cento e cinquenta reais)
(sendo R$ 75,00 cada anuidade)
Associado/a Aspirante     R$ 110,00
(cento e dez reais) R$ 70,00
(setenta reais)
(sendo R$ 35,00 cada anuidade)
** Caso existam anuidades anteriores em aberto é imprescindível quitar e será permitido o valor com desconto.
Formas de pagamento:
1.        Cartão de crédito:

1.1. Pay pal, em até 6 vezes sem juros, nos cartões Visa, Mastercard e American Express  - Clique no link http://www.portaladm.abant.org.br/admin/associate/paypal/paypal_aba.php?id=2;

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•         Uma secretaria administrativa responsável pela operacionalização de todas as atividades da Associação e atendimento aos associados e associadas;
•         Um portal eletrônico (http://www.portal.abant.org.br) o qual conta com todas as informações, publicações, documentos, relatórios, links, material audiovisual e área de acesso restrito ao/a associado/a;
•         Informativos quinzenais enviados pela mailing list da Associação com informações relevantes e atualizadas sobre eventos, publicações, editais de seleção para pós-graduação, oportunidades de publicação e emprego, dentre outras notícias vitais para a atuação antropológica;
•         Participação nas Reuniões Brasileiras de Antropologia (RBAs), um evento consolidado para encontros, interlocuções e divulgação de ideias, projetos, publicações e ações caras ao ofício antropológico;
•         Publicações (livros, coletâneas, documentos, prêmios etc.) atualizadas na área da Antropologia em suas mais variadas formas de atuação (científica, pericial, paradidática etc.). Lembrando que um exemplar de cada publicação impressa, disponível em estoque, é distribuída gratuitamente ou mediante o pagamento de taxa de envio pelos correios;
•         Carteira de associado personalizada com número de cadastro e com fotografia (se assim quiser o associado);
•         Desconto no valor das inscrições dos eventos apoiados e/ou promovidos pela ABA;
•         Descontos em editoras e revistas conforme link: http://www.portal.abant.org.br/index.php/2012-04-16-16-56-28;
A ABA é mantida com seu apoio e sua atuação decorre da colaboração de antropólogos e antropólogas que dedicam voluntariamente seu tempo a manter, promover e assegurar o exercício livre e amplo da Antropologia.

Portanto, renovar sua anuidade, acompanhar e participar de nossas atividades e colaborar com a manutenção da ABA pode revelar-se uma experiência positiva e recompensadora.

Cordialmente,


Lia Zanotta Machado
Presidenta da ABA
Gestão 2017-2018           Carlos Alexandre Barboza Plínio dos Santos
Tesoureiro da ABA
Gestão 2017-2018



terça-feira, 11 de abril de 2017

Em defesa da universidade pública





Em Defesa da Universidade Pública

De: Associação Brasileira de Antropologia - ABA [mailto:aba@abant.org.br]
Enviada em: terça-feira, 11 de abril de 2017 15:40
Para: jacquesja@uol.com.br
Assunto: Manifesto em apoio a UERJ

Manifesto em apoio a UERJ

Os professores, pesquisadores, intelectuais e gestores abaixo assinado, de várias instituições de do Brasil, vêm manifestar sua solidariedade diante da grave situação dos nossos colegas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
A UERJ é uma das maiores universidades do país, com contribuições marcantes em várias áreas do conhecimento. Atenta à sua função social, foi pioneira na implementação do sistema de quotas para o ensino superior.
Os professores e funcionários da UERJ estão com salários atrasados e parcelados, sendo que os professores estão sem receber bolsa de pesquisa (Prociência) por meses. Em situação semelhante encontram-se seus alunos bolsistas.
Mesmo sob essa precária situação, os docentes da UERJ não decretaram greve. Exemplo desta postura está na continuidade do funcionamento da grande maioria dos programas de pós-graduação. Contudo, o corte de verbas para manutenção inviabiliza a operação do bandejão e das condições mínimas de segurança e limpeza para as atividades de graduação. 
Diante da dificuldade de se viabilizar o pleno funcionamento da universidade, o próprio governador do Estado do Rio de Janeiro vem ameaçando, de forma irresponsável, cortar salários de professores e funcionários da UERJ, como se eles fossem responsáveis pela caótica situação. A crise da UERJ tem sérias e negativas implicações para o futuro do ensino superior e para o próprio desenvolvimento econômico e social do Rio de Janeiro.
Repelimos esta tentativa de sucateamento da universidade e conclamamos as autoridades governamentais do Estado do Rio de Janeiro a buscarem soluções efetivas para restabelecer o pronto e pleno funcionamento das atividades da UERJ e o necessário diálogo com os representantes de seu corpo de docentes, funcionários e alunos.

NOME, CATEGORIA DE PROFESSOR OU CARGO, INSTITUIÇÃO


Enviar sua adesão para o e-mail: uerjmanifesto@gmail.com.

terça-feira, 4 de abril de 2017

Especial Construções Sustentáveis: construa casa sustentável com apenas ...

Violência e Cultura do Medo no Rio de Janeiro








FICHA  RESUMO



SOARES, Luís Eduardo.  “Violência e Cultura do Medo no Rio de Janeiro”.

Principal pressuposto teórico:  “Cultura do Medo.”
Texto é resultado de uma palestre versando sobre a “Violência no Rio de Janeiro.”
PRINCIPAIS TÓPICOS DESENVOLVIDOS PELO AUTOR:

1.CULTURA DO MEDO X DELINQÜÊNCIA:
“ ... é necessário distinguir aquilo que eu tenho chamado de cultura do medo da evolução objetiva dos fenômenos delinquenciais e criminais, no estado e na cidade do Rio de Janeiro. Há dois processos efetivamente em curso, que podem ser diferenciados analiticamente, ainda que, do ponto de vista da experiência, se superponham (...) É claro que esta distinção entre cultura do medo e dinâmica criminal só se dá no plano da análise (...)”

2. JORNALISMO ESPETÁCULO
“Há um contraste, portanto, entre as informações mais objetivas, relativas a esta forma de criminalidade, e a percepção generalizada. (...) reapropriação da temática pela mídia, sob a forma de espetáculo, ou de jornalismo espetáculo. (...)”.

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA CULTURA DO MEDO
“Eu distinguiria uma lógica muito peculiar que a identificaria. Chamo de cultura do medo a tendência a homogeneizar as observações relativas a fenômenos associados a violência. É a tendência que se impõe , hoje, no Rio de Janeiro, de associar todos os fenômenos que podemos qualificar, de alguma forma, como violentos a um mesmo e único processo, cuja matriz, simbolicamente compartilhada, seria a decadência da cidade.”
“A primeira conclusão importante a que fui conduzido (..) é que não se pode falar genericamente de violência  (...) porque acaba fazendo com que confundamos lógicas e dinâmicas completamente distintas.”


O PERIGO DA GENERALIZAÇÃO REDUCIONISTA
“Claro que essa generalização reducionista é uma forma de nos afastarmos do problema, da sua gravidade e complexidade, e não uma maneira útil e objetiva de enfrentá-lo (...) é preciso identificar a especificidade dos fenômenos a que aludimos.”

Nesta altura do texto, o autor passa a mencionar a pesquisa entitulada : “Homicídios dolosos praticados contra crianças e adolescentes no Estado do Rio de Janeiro”, apartir da qual são colocadas várias tabelas com diversos levantamento estatísticos que podem ser acompanhadas no texto original.   
Em relação a esta pesquisa, após a exposição das tabelas e gráficos expostos no texto, o autor sinaliza para as conclusões, afirmando:

“Concluindo, diria que os resultados da pesquisa nos conduzem, de fato, ao reforço das nossas expectativas iniciais. (...) O tráfico de drogas - graças a sua fusão com o contrabando de armas - vem se convertendo crescentemente no nervo do nosso problema, na particularidade da problemática da violência no Rio de Janeiro, afetando, sobretudo, os jovens.”

segunda-feira, 3 de abril de 2017

La Caida de Dean Potter (Un Error Irreparable) | Vive4christ

Marshall Sahlins







-   Notas  de  Aula   - 

“Nenhum objeto, nenhuma coisa é ou tem movimento na sociedade humana, exceto pela significação que os homens lhe atribuem.”  Marshall Sahlins

Os sistemas alimentares, de vestuário, publicitário, entre outros possuem processos dinâmicos de significação que lhe atribuem sentido, segundo o contexto social e cultural em que estão inseridos.
Marshall Sahlins exemplifica este pressuposto teórico citando “A preferência de comida e o tabu nos animais domésticos americanos.” O objetivo do autor é demonstrar que existe a presença de uma razão cultural em nosso hábitos alimentares, fato que determina a nossa relação de forma diferenciada com diversos tipos de animais (cavalos, cachorros, porcos e bois), por exemplo. Para este caso, segundo o nosso código cultural (Americano-Contemporâneo-Capitalista), entendemos que não devemos consumir carne de cachorros, pois o concebemos como “o melhor amigo do homem”. O cachorro é geralmente escolhido como uma animal de estimação das famílias, possuindo nome e toda uma relação afetiva com os seus donos e outros seres humanos que o cercam. Em outras culturas, existem outros animais que ocupam este espaço simbólico entre as pessoas, porém, entre nós, como destaca Sahlins, “A América é a terra do cão sagrado.”
O Campo da moda é um outro exemplo utilizado em alguns estudos para confirmar o que havíamos afirmado no início: Os sistemas alimentares, de vestuário, publicitário, entre outros possuem processos dinâmicos de significação que lhe atribuem sentido, segundo o contexto social e cultural em que estão inseridos. Sobre o campo da moda, Alexandre Bergamo destaca: “O Sentido da moda está em que a roupa significa algo, e esse significado, além de diferir em função do grupo pesquisado e de sua posição no interior da estrutura social, imprime e direciona diferentes condutas para esses diversos grupos sociais.”
O consumo e a produção dos bens estão inseridos nesta lógica de significação cultural, ou seja, “a produção é algo maior e diferente de uma prática lógica da eficiência material. É uma intenção cultural.” Sahlins


Arte Fotográfica