segunda-feira, 30 de maio de 2016

Livro e Literatura




Livro e Literatura  (Projeto Livre Pensar pela Imagem)

A despedida do maio em meio aos livros e a literatura.
O mês de maio está findando e eu apenas iniciando mais um projeto sustentado no livro e na literatura. Pequena história do cotidiano: Estava eu a conversar com um amigo de infância. Não o via à anos. Sabe o que ele me disse? Tenho que devolver aquele teu livro. Eu não lembrava mais do título, afinal de contas lá já se vão décadas do ocorrido. É assim, quem carrega livros, coleciona amigos letrados.
Fui hoje até a capital. O objetivo não era adquirir obras literárias, mas foi exatamente o que ocorreu. Comprei diversos livros e dentre eles uma verdadeira raridade: Cantares ao meu povo (Solano Trindade). Sabe o que me disseram lá na cátedra afro-descendencia e cidadania do Brasil? A titular (sôfrega) exclamou: Eu não entendi a tua proposta (de trabalho). Existem muitas pessoas que não entendem a minha proposta de trabalho e, de um modo geral, o problema não está na origem, mas no “crivo”. Para esta douta senhora eu (que não sou doutor) sugeri: acrescente Solano Trindade na sua –egrégia - bibliografia acadêmica (Eilo aqui). Voltando aos livros.
  Sigo trabalhando com a coleção denominada “A Filosofia das Ciências Sociais” (de François Châtelet da Universidade de Paris VIII). Retomei leituras técnicas da área do processamento digital de imagens fotográfica a exemplo de “Tratamento Digital de Imagens (Alberto Domingo Ajenjo) e agora Solano. Então vejam que foi pura má vontade do “Senhor Fumaça Sentada” ao me excluir do “Programa de Bacharéis Urgueanos”. Ao meu humilde juízo o desfecho deveria ter sido outro até por uma questão de “Direito Adquirido”. Se defendem os vermelhos, porque não respeitar os azuis? Lamento pelo ocorrido. Sigo quintaneando: Eles passarão, eu passarinho. Seis sabe do que mais? Junho!
Gostaria de agradecer a presença de todos neste espaço virtual. Muito obrigado pela atenção e paciência de todos que lêem estes singelos rasgos de trincheira. Muito obrigado pelo interesse na minha singela e despretensiosa labuta (camino).  Sigo caminando. Caminando (lavra) com determinação na direção da luz (que salva e liberta) e na defesa dos inocentes de todo o gênero e espécie.

Namastê. (Projeto Livre Pensar pela Imagem)

sábado, 28 de maio de 2016

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Quadro 08


Quadro 09


Quadro 10


Fase Dois


Fase Um


Cem Pés






Projeto Livre Pensar pela Imagem

A retomada deste projeto neste mês de maio auspicioso não deixa de ser um sinal: o passado passou. Ficou para trás as influencias de mestres doentes e se inicia um novo tempo.
Sei que vai surgir uma pergunta básica aqui: Trata-se de antropologia visual? A resposta é sim e não. Eu explico o que parece ser um relativismo absurdo. Sim porque existe esta influência de saberes acadêmicos no meu trabalho. Só para dar um exemplo sobre o tema: frequentei três vezes a disciplina de “antropologia visual e da imagem” oferecida na Universidade. NÂO porque eu não estou praticando o que preconizaram os doutos no assunto. O tipo de trabalho que é desenvolvido lá não cabe aos meus anseios intelectuais. O que fazem lá é exercício de poder. Tal qual aquela atividade nos jardins do Vale. Aquilo com nome de “aula aberta” também é exercício de poder. Voltando para a periferia.
O Projeto Livre Pensar pela Imagem está livre do “ranço acadêmico”, pois não vem atrelado as hipocrisias do sistema institucional legal de uma “Instituição Total” (GOFFMAN, 1983). Eles estão doentes. Seriamente doentes. Possuem corpos e mentes abalados pelo “Medo”. A menção a este sentimento não tem nada a ver com aquela pesquisa que participei em tempos idos. Aqui refiro “Medo” como combustível do sistema capitalista (MARX, 1838). Além disso, o medo da escassez conforme trabalhado por Sri Prem Baba também é válido neste contexto. Eu vou retomar depois esta questão do medo para explicar de onde foi copiado a tal “Cultura do Medo” (pesquisa desenvolvida pelo NUPECS). O tema é complexo e não posso desenvolvê-lo aqui onde o foco é o trabalho com a imagem enquanto ferramenta intelectual de se processar um entendimento razoável do sistema social vigente.
O que você vai encontrar aqui no Projeto Livre Pensar pela Imagem? Um esforço de análise que trabalha baseado na contemplação (não drogada) da realidade que nos cerca. Um exercício intelectual que capta a imagem. Processa este material com os recursos da micro informática (ferramentas eletrônicas). Produz peças relacionais em forma de imagens fotográficas e videográficas, além de alguns arquivos de áudio acessórios. É claro que também tem risco e rabisco no papel. Diário de campo no bloco de notas carregado no bolso do casaco de sempre, entre outros recursos inomináveis. Publicações também ocorrem e ocorrerão no âmbito do Projeto Livre Pensar pela Imagem, mas não são fundamentais para o mesmo. Grande parte do material não vai ser “compartilhado” para o grande público neste momento.
         Fica o convite para você acompanhar e apreciar o trabalho, na medida em que o mesmo for disponibilizado publicamente. Existe a possibilidade da intervenção do público leitor com críticas e contribuições. Especialmente através do uso da internet e suas ferramentas maravilhosas de conexão entre as pessoas mundo a fora. Obrigado pela vossa atenção.
Projeto Livre Pensar pela Imagem

Jacques Jacomini (autor)

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Aum namah Shivaya

Mãe Divina

COMGRAD

A pergunta é:

Quando a COMGRAD

CIÊNCIAS SOCIAIS

IFCH UFRGS

está funcionando?

Piada



De: comgradifch@ufrgs.br [mailto:comgradifch@ufrgs.br]
Enviada em: terça-feira, 17 de maio de 2016 19:23
Para: Undisclosed-Recipient:;
Assunto: Paralisação dos técnicos da COMGRAD-IFCH (DIA 18/05/16)


Boa tarde,

informamos que no dia de amanhã (18/05, quarta-feira) os técnicos não estarão atendendo na COMGRAD em função de adesão à paralisação nacional e
assembleia da categoria na Universidade.

Att,

COMGRAD

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Bloco da Lama - Teatro Pela Democracia

Wim Wenders

Pink Speaks Out Against Sheep Mutilations

Wings Of Desire (trailer)

Golpe de 2016

 .
“Hoje não se põe fim à democracia com forças armadas, é com outros meios".

 Roberto de Figueiredo Caldas


Extrato da fala do senador Paulo Paim

citando as palavras do representante internacional: "Não podemos olhar para o lado quando surgem ameaças à estabilidade institucional, quando surgem situações anômalas que podem ameaçar a legalidade. Hoje não se põe fim à democracia com forças armadas, é com outros meios". Roberto de Figueiredo Caldas, citando as palavras do representante internacional: "Não podemos olhar para o lado quando surgem ameaças à estabilidade institucional, quando surgem situações anômalas que podem ameaçar a legalidade. Hoje não se põe fim à democracia com forças armadas, é com outros meios".

Fonte:


quarta-feira, 11 de maio de 2016

segunda-feira, 9 de maio de 2016

voyeur

O que dizer da cam
se fotógrafo?
com cam
sem cam
fotografo
vai lá!
curte
compartilha
mira
mira voyeur.



Fotógrafo de webcam


Fotógrafo

Fotografo

Dalí


Coprofagia

Dalí


jacques dali

Série
Dalí


Salvador Dalí

Da Série
Dalí





Projeto de pesquisa acadêmica



UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
Disciplina: Pesquisa Social  IV - Projeto
Semestre: 1997 / I
Professora : Tânia Steren dos Santos












-    PESQUISANDO  UMA  INSTITUIÇÃO  TOTAL  :  Estudo  de  caso  do  instituto  dom  bosco  masculino   -













Aluno: JAQUES XAVIER JACOMINI
Matrícula: 1409/92.7





SUMÁRIO




1. JUSTIFICATIVA .................................................................................    03


2. PROBLEMA / HIPÓTESE ..................................................................     06


3. DEFINIÇÃO  DE  CONCEITOS  E
    QUADRO  TEÓRICO  DE  REFERÊNCIA .......................................     07


4. OBJETIVOS  DO  PROJETO  ............................................................     19


5. METODOLOGIA ................................................................................     21


6. CRONOGRAMA ................................................................................      23


7. REFERÊNCIAS  BIBLIOGRÁFICAS ...............................................     25


8. BIBLIOGRAFIA  CONSULTADA ....................................................     26 









1. JUSTIFICATIVA

“ O Tema da loucura encanta quem o toca. Ao abordar a loucura (...) não devemos prescindir dela. Ela não invade apenas os outros como pensou o médico Simão Bacamarte. Ela é em nossas vidas ora um acaso, ora uma necessidade. Tocá-la pode ser irreversível; desconsiderá-la pode ser lamentável. (...)
A loucura é capaz de legislar e consagrar, ainda que temporariamente, um incêndio para a diversão dos monótonos romanos, exauridos já pelo tédio das conquistas (...)
A loucura, pôr outro lado, não é um formidável privilégio de alguns leigos ou doutos. A loucura é um sofrimento psíquico que pode ser minimizado, e o primeiro requisito para  esta   tarefa   talvez    seja    tão     imaterial    quanto    a   própria    enfermidade  :  (...)”  [1]

O tema da normalidade (ou normalização das sociedades no sentido como é trabalhado pôr Roberto Machado [2])  dentro das sociedades contemporâneas tem sido trabalhado pôr vários pensadores e intelectuais de várias épocas e de vários períodos históricos. Desde as considerações de Durkheim sobre o que chamou de “normal e patológico” até, mais recentemente, os estudos de Nietzsche, Freud e Foucault,  acumulam-se várias propostas de se abordar o tema, temos assim a noção da importância deste debate para nós cientistas sociais  e para a organização de nossa sociedade atual.
Dentro deste contexto, tentando delimitar um pouco mais o nosso campo de análise, consideramos os movimentos mundiais em defesa da restruturação e reorganização dos princípios científicos e filosóficos que nortearam, até os nossos dias, o trabalho em saúde mental. Temos noticia de propostas que caminham nesta direção como os processos já implantados de, pôr exemplo, “saúde mental comunitária - experiência dos Estados Unidos da América, a antipsiquiatria - modelo da Inglaterra, a psiquiatria de setor - proposta na França, reformas psiquiátricas - na Itália e na Espanha, e a atenção primária, experiência de Cuba.” [3]  Dentre estas várias experiências, caberia destacar, entretanto aquela que, segundo o meu levantamento, funciona como o sustentáculo das propostas de reformulação deste setor de saúde no Brasil, refiro-me a lei 180 da Itália e a Declaração de Caracas de 1990.
A nível nacional, até como reflexo deste movimento mundial, surgiu no Senado Federal proposta de lei do Deputado Paulo Delgado (PT - MG) e na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul projeto de lei do Deputado Estadual Marcos Rolim (PT), ambos sinalizando para a extinção progressiva dos hospitais psiquiátricos e sua substituição pôr outros recursos assistências, para a regulamentação da internação psiquiátrica compulsória, entre outras propostas.
Diante de uma proposta de reformulação das políticas de atendimento em saúde para os deficientes mentais, através do projeto de lei que prevê a extinção progressiva dos hospitais psiquiátricos tradicionais, debruço-me sobre esta análise de caso, caso Instituto Dom Bosco Masculino,  a fim de analisar o novo ( nova proposta prevista no projeto de lei ) a partir de uma experiência  que remonta a forma tradicional (de uso corrente no Brasil) de tratamento aos portadores de necessidades especiais.
Este paralelo comparativo, o novo e o tradicional, faz-se necessário uma vez que a forma atual de atendimento tem apresentado vários problemas e as novas sugestões de trabalho propõe mudanças estruturais significativas o que as coloca no centro de uma discussão muito polêmica.
Poderíamos aqui ainda referir a nossa intenção de, apesar de estarmos trabalhando com um análise de caso - O Caso Instituto Dom Bosco Masculino / IDBM,  trabalhamos com materiais, referencias e considerações de outras instituições estilo manicomial como Instituto Psiquiátrico Forense Dr. Maurício Cardoso, Hospital Psiquiátrico São Pedro e Instituto Nacional do Centro Clínico de Saúde /  Hospital St. Elizabeths (E. U. A ).  Nesta primeira instituição realizamos pesquisa de campo, observação participante e ensaio e uma posterior exposição de fotos, na segunda realizamos pesquisa teórica a partir da  tese de mestrado do historiador Alexandre Schiavon e na terceira, “viajamos” teoricamente para os Estados Unidos da América através da obra--  de Erving Goffman - Manicômios, prisões e conventos.    
Entendemos  que este estudo é de elevada  relevância para o debate da “loucura” e suas formas ou proposta de tratamento nas sociedades contemporâneas. Sociedade esta tomada pêlos ventos da pós-modernidade, altamente individualizada, segmentada; em constante conflito e crises sociais, filosóficas, religiosas, ... que busca entender as fronteiras do normal e do patológico, do racional e do irracional, do possível e do impossível. Mais do que nunca, este debate é atual e necessário uma vez que o homem busca desesperado o fulcro de suas construções e realizações mentais e materiais.
























2. PROBLEMA  /  HIPÓTESE

Segundo orientação de nossa professora destacamos o problema e a hipótese de forma relacionada, uma vez que dada o grau de maturação de nossas idéias, seria um pouco precoce externá-los separadamente e de forma definitiva.
O problema central do nosso projeto de pesquisa é : 
“Qual a dimensão dos fatores negativos e dos fatore positivos dentro do atual modelo de assistência médico / psiquiátrica aos pacientes portadores de deficiências e perturbações mentais atendidos nas redes de hospitais públicos e privados.”
Nos arriscando na tentativa de formular uma hipótese inicial de trabalho para a nossa pesquisa, citamos a seguir uma hipótese que precisa ainda ser lapidada, reelaborada, a partir do aprofundamento de nossos estudos :
“ O atendimento (ou tratamento) ao indivíduo portador de deficiência ou problemas mentais em instituições totais [4] como os manicômios ( ou casas similares ), como o Instituto Dom Bosco, objeto do estudo de caso presente neste projeto, é extremamente maléfico para as pessoas ali internadas [5]. Ou seja, o estado de saúde dos pacientes regride e piora progressivamente na mesma proporção em que aumenta o tempo de permanência (e  / ou  internação)  deste paciente nas instituições totais [6].”








3. DEFINIÇÃO  DE  CONCEITOS  e  QUADRO  TEÓRICO  DE  REFERÊNCIA

“ Penso  que, atualmente, para que os conceitos sociológicos sejam tratados adequadamente, cada um deles deve ser ligado ao aspecto a que melhor se aplica, e seguido a partir daí até onde pareça levar, e obrigado a revelar o resto  de sua ‘família’.  Talvez seja melhor usar diferentes cobertores para abrigar bem as crianças do que utilizar uma cobertura única e esplendida, mas onde todas fiquem tremendo de frio.” [7]

Me proponho a trabalhar a definição dos conceitos e o quadro teórico de referencia de uma forma conjunta, inicialmente,  pôr uma intuição intelectual, e, a posteriori, pôr orientação de Salomon [8] que nos diz: “Na prática, e tecnicamente, o marco teórico de referência reflete :  (...)  o conjunto de conceitos, categorias e construções abstratos que constituem o arcabouço teórico, onde se situam suas preocupações científicas, particularmente os problemas cognitivos que o preocupam .” [9]
Dentro do nosso projeto de pesquisa, já é possível identificar alguns conceitos centrais e também alguns pressupostos teóricos dentre outros vários (conceitos e pressupostos) que poderiam ser aqui referidos.  Dentre eles, destacamos os que seguem:


INSTITUIÇÕES  TOTAIS -

Trabalhamos este conceito como denominado pôr Erving Goffman em Manicômios, prisões e conventos, ou seja, são instituições totais “ locais de residência e trabalho onde um grande número de indivíduos com situação semelhante, separados da sociedade mais ampla pôr considerável período de tempo, levam uma vida fechada e formalmente administrada.” [10]
O autor ainda vai definir o hospital psiquiátrico dentro desta classificação de instituição total, quando diz : “As instituições do tipo de hospitais psiquiátricos são ‘totais’, pois o internado vive todos os aspectos de sua vida no edifício do hospital, em intima companhia com outras pessoas igualmente separadas do mundo mais amplo.” [11]



MORTIFICAÇÃO

Este conceito também é tomado da obra de Goffman ( a mesma que referimos anteriormente) e esta relacionado ao processo de anulação da subjetividade dos indivíduos institucionalizados. O autor analisa a questão a partir de considerações sobre a construção do “eu” individual das pessoas :

“Tal como ocorre com o novato de muitas dessas instituições totais, o novo internado percebe que está despojado de muitas de suas defesas, satisfações e afirmações usuais, e está sujeito a um conjunto relativamente completo de experiências de mortificação : restrição de movimento livre, vida comunitária, autoridade difusa de toda uma escala de pessoas, e assim pôr diante. Aqui começamos a aprender até que ponto é limitada a concepção de si mesma que uma pessoa pode conservar quando o ambiente usual de apoios é subitamente retirado.” [12]






EQUIPE  DIRIGENTE

Tomo esta definição novamente do Goffman que a utiliza para referir a equipe de médicos, enfermeiros e atendentes da instituição, ou seja, os profissionais que dirigem e administram a vida do internado (ou paciente).
Neste trecho do livro referido anteriormente o autor contempla esta definição :
 “ Nas instituições totais, existe uma divisão básica entre um grande grupo controlado, que podemos denominar o grupo dos internados, e uma pequena equipe de supervisão. Geralmente, os internados vivem na instituição e tem contato restrito com o mundo existente fora de suas paredes; a equipe dirigente muitas vezes trabalha num sistema de oito horas pôr dia e está integrada no mundo externo. (...) Os participantes da equipe dirigente tendem a sentir-se superiores e corretos. [13]



SOBRE  O  GOFFMAN

Esta obra  de Goffman é uma das principais fontes teóricas para esta pesquisa pôr várias razoes.
 Em primeiro lugar, a noção de “instituição total” e suas características são essenciais para trabalhar a nossa pesquisa de campo no Instituto Dom Bosco, pois lá encontramos infinitas analogias entre as descrições deste autor em suas pesquisas de campo com a instituição objeto de nosso estudo, em termos de organização de rotinas, aspectos da “equipe dirigente” e “grupo de internados”, organização estrutural, interações sociais na instituição, entre outras que poderiam ser aqui elencadas. Ou seja, o IDBM é uma instituição total estilo manicomial e, portanto, deve ser considerada, analisada e trabalhada como tal. Apesar das analogias citadas, existem aspectos institucionais muito específicos ao IDBM, em função disto, pretendemos, através da pesquisa de campo e pesquisa bibliográfica, delimitar estas semelhanças e as não semelhanças com as instituições trabalhadas pôr Goffman. Em nenhum momento, propomos a formulação de generalizações, pois a entendemos perigosas e totalmente fora da nossa proposta de trabalho que a antropologia orienta.
 Em segundo lugar, apesar de ser este o conceito chave, instituição total, para colocarmos em prática a nossa pesquisa existem outros vários conceitos que são também muito significativos para a análise que propomos neste projeto. As idéias de “mortificação”, “regimes de enfermaria”, “equipe dirigente”, entre outros encaixam perfeitamente com a abordagem de outros autores que trazemos para este debate como Foucault, Roberto Machado e Nietzsche, dentre outros. As considerações sobre a construção e reconstrução das subjetividades ou dos “Eus”[14] dos internados que Goffman traz nesta obra, bem como mais especificamente sobre a construção dos estigmas [15] representaram para nós o primeiro contato com esta bibliografia que se debruça sobre o tema da loucura, dos desvios e desviantes, do normal e do patológico. Em especial, o tema da “mortificação” é central para a análise das nossas hipóteses e dos nossos problemas de pesquisa, ou seja, estudar o tipo de tratamento médico / terapêutico atualmente oferecido aos internos da instituição, com vistas a dar ênfase aos seus aspectos negativos e os escassos  aspectos positivos e relacioná-lo com as novas propostas de atendimento e tratamento. Goffman trabalha muito bem esta questão, a mortificação, onde, sem nenhuma dificuldade, o pesquisador pode entender como acontece este processo de anulação do “Eu” individual dos internos, processo este característico não só aos manicômios como também a outras instituições totais referidas pelo autor. Seria interessante ressaltar que, neste sentido, já possuímos algumas constatações importantes, face a nossa pesquisa de campo realizada no IDBM pôr, aproximadamente, dois anos ( de 1991 a 1993), onde, através de entrevistas e pesquisa participante colhemos vários elementos que nos auxiliam nessa análise. Só para explicitar um pouco mais, revendo a conclusão da monografia “Pesquisando uma Instituição Total”, de minha autoria,  realizada em 1993 na cadeira de Antropologia, sob a supervisão da Professora  DENISE  JARDIM, gostaria de trazer alguns trechos para este projeto, que na verdade é a tentativa de retomar aquela discussão, agora de forma mais elaborada e mais sistemática :

“A Instituição total não contribui para a melhora do estado de saúde dos internados. Muito pelo contrário, ela prejudica e debilita ainda mais a sanidade mental das pessoas. Isso graças à sua capacidade de se apropriar da vontade de viver dos internos, das suas manifestações de vida, daquilo que ele aprendeu fora da instituição.  Pôr que isto acontece ?
Isto acontece porque, a partir do momento da internação (compulsória) [16]  o interno passa a ter a sua vida totalmente administrada, ou seja, com o “rótulo” de  louco e internado em uma “Casa Verde do século XX” [17],  ele perde o controle de tudo o que lhe pertencia antes. Desde os seus pertences pessoais, objetos de estimação (roupas, calcados, ...) e tudo o que funcionava antes como um referencial do seu próprio “Eu”, da sua razão subjetiva, é apropriado pela instituição. A partir de agora ele possuirá monitoramento de terceiros para todas as atividades, desde as mais elementares, como as de higiene do próprio corpo, até as mais elaboradas, como criação artística e / ou intelectual. Tudo acontece agora na sua vida em função de uma coletividade: o banho, as refeições, os escassos momentos de lazer, enfim, tudo deixou de ser particular ou privado para ser coletivo e monitorado (supervisionado).
(...)
A instituição segrega, ou, como é citado pôr Goffman, “Mortifica” a vida do internado. Com as suas atividades excludentes e discriminatórias a instituição reafirma e reproduz, em maior escala, os preconceitos e a marginalização do deficiente mental que são produzidos na sociedade. (...)”[18]

Em terceiro e último lugar, trabalhar com Goffman representa trabalhar com um pensador que, apesar de não ser antropólogo, refere claramente na sua obra aquele objetivo que é, para a antropologia o seu maior desafio e o seu maior objetivo, “relativizar”. Esta proposta do autor esta categoricamente colocada no texto e até me arrisco a afirmar que não poderia ser de outra forma, pois nestes “terrenos pantanosos” [19] das ciências humanas não existe teoria pronta e acabada, pressuposto teórico definitivo ou escola ideal para abordá-la. A relativização é, sem dúvida o caminho mais adequado para trabalharmos com estes temas que nos ocupamos neste momento. Não me alongarei mais sobre os aspectos deste autor e suas obras, uma vez que acabaria, se assim o fizesse, entrando no quadro teórico dos outros autores convidados para esta análise.



NORMALIZAÇÃO  DA  SOCIEDADE

Conceito como trabalhado pôr Roberto Machado, podendo ser também chamado de “medicalização” da sociedade significa o processo de controlar os indivíduos, a partir da intervenção do poder da norma e da intervenção médica. Em determinada passagem do livro de Machado,  assim o refere o autor: 

Os médicos elaboram uma teoria social, definem os requisitos de uma sociedade perfeita, ordenada e democrática e, através de vários instrumentos, propõem e concretizam sua participação na direção da sociedade, trazendo ao governo o apoio da ciência.” [20]

Nesta obra este aspecto da medicalização e normalização é abordado no contexto mais geral da sociedade e também em relação a determinadas instituições, como hospitais, cadeias, quartéis, etc. Em todas elas é interessante ressaltar a abordagem da medicina relacionada ao poder político de organização e ordenação das instituições, a exaltação do poder oriundo do saber médico - único capaz de urbanizar o homem, curar as suas doenças e moléstias do corpo e do espírito, a relação entre medicina e planejamento urbano, dentre outras. Alguns trechos que seguem são esclarecedores neste sentido :

“ A cidade configura-se então como objeto privilegiado ou mesmo exclusivo de intervenção médica pôr reunir em sua desordem as causas da doença da população. (...)
A medicina em tudo intervém, (...) Nada do que é urbano lhe pode ser estranho, sob pena de sua intervenção se tornar precária ou ineficaz. Todos os  componentes urbanos, todos os seus lugares, objetos e elementos devem estar sob controle e sob seu controle. Pretendendo controlar a vida social, estendendo-se pela cidade como um todo com o objetivo de corrigir a desordem que ela acarreta, a intervenção normalizadora da medicina deverá ser tão constante quanto a corrupção do meio ambiente e o perigo que a caracteriza. Somente o olhar conhecedor e autoritário de médico e seus subordinados, percorrendo permanentemente a cidade, poderá detectar os locais de perigo atual ou virtual. (...) ” [21]


PANOPTISMO  ( OU  PANÓPTICO  DE  BENTHAM )

Este é mais do que um conceito, poderíamos dizer que é um princípio relacional, no que tange a organização espacial e arquitetônica das instituições totais. Trabalhado na obra  de Foucault - Vigiar e Punir  - ele compreende um capitulo inteiro do livro, dada a sua relevância para a análise das instituições. Esta intimamente relacionado a idéia de controle e as políticas de contenção nos universos institucionais, ou seja, ver tudo, observar tudo, controlar tudo.
Pensado a partir da organização espacial de um jardim zoológico da idade média, “o panóptico funciona como uma espécie de laboratório de poder.” [22]
Puxarei algumas citações do referido texto que afirmam as minha colocações sobre o panóptico :

“O Panóptico de Bentham é a figura arquitetural (...) na periferia uma construção em anel, no centro uma torre, esta é vazada de largas janelas que se abrem sobre a face interna do anel; a construção periférica é dividida em celas, cada uma atravessando toda a espessura da construção; elas tem duas janelas, uma para o interior, correspondendo as janelas da torre; outra que dá para o exterior, permite que a luz atravesse a cela lado a lado. Basta então colocar um vigia na torre central, e em cada cela trancar um louco, um doente, um condenado, um operário ou um escolar. (...)
(...) o efeito mais importante do panóptico: induzir no detento um estado consciente e permanente de visibilidade que assegura o funcionamento automático do poder. Fazer com que a vigilância  seja permanente em seus efeitos, mesmo se é descontinua em sua ação (...)
Uma espécie de ‘ovo de Colombo’ na ordem política. Ele é capaz com efeito de vir se integrar a uma função qualquer (de educação, de terapêutica, de produção, de castigo, ...); de aumentar essa função, ligando-se intimamente a ela (...) Em suma, faz com que o exercício do poder não se acrescente de fora, como uma limitação rígida  ou como um peso, sobre as funções que investe, mas que esteja nelas presente bastante sutilmente para aumentar-lhes a eficácia aumentando ele mesmo seus próprios pontos de apoio. (...) ” [23]

Com vistas a pensar o IDBM a partir destas noções teóricas do panóptico estudadas pôr Foucault, é uma das nossas metas de trabalho a análise e avaliação dos aspectos físicos e arquitetônicos, bem como da organização e dimensionamento do espaço na instituição a ser estudada. Para isso utilizaremos desenhos, croquis, plantas baixas da instituição onde poderão ser visualizadas estes aspectos físicos / estruturais que são imprescindíveis para esta análise e estudo do panóptico no IDBM [24] .



PODER / DISCIPLINA / VIGILÂNCIA

Estes conceitos são tomados aqui a partir das considerações e como estão sendo trabalhados pôr Foucault em Vigiar e Punir. Abordagens mais detalhadas sobre eles não serão aqui realizadas, em função de questões de ordem prática. Contudo, estes conceitos e suas abordagens são muito importantes para esta pesquisa a qual nos propomos a realizar. Mais do que os conceitos e pressupostos teóricos, este autor, Foucault, de um modo geral, em especial em Vigiar e Punir, a exemplo de como referimos o Roberto Machado, é central para a nossa análise, estudo e debate. Não é necessário empenharmos uma defesa maior de Foucault e de suas teorias, pois pensamos que isto é quase um consenso entre os intelectuais, é necessário apenas posicioná-lo e identificá-lo como o pensador que mais tem nos mobilizado para o debate desta discussão das instituições totais e suas formas de tratamento dos loucos ou desviantes, contemplando o embate das propostas de atendimento tradicionais com as novas propostas sugeridas nos projetos de leis já referidos.



LOUCURA

Este conceito, a exemplo da normalidade / anormalidade,  é muito importante para o nosso trabalho, talvez o mais importante, pois é a partir dele que todos os demais se agregam. Não estaríamos discutindo manicômios se não houvessem loucos, não estaríamos discutindo loucura se ela não estivesse em nossa sociedade, não estaríamos estudando a loucura se não nos preocupássemos com ela, enfim, não sei se a lógica é realmente esta, contudo, loucura é “o nosso alimento intelectual” neste momento.
Basicamente, lançaremos mão dos conceitos de Foucault e também de Nietzsche. Este primeiro autor já foi utilizado para a elaboração da monografia que já referi, quando da discussão da loucura, na qual abordamos este tema ou este conceito. Na obra Vigiar e Punir, Foucault remonta historicamente a trajetória e surgimento da loucura como aparato político de contenção das anormalidade ou desvios. É muito interessante de ver esta avaliação histórica para entendermos o que é loucura hoje, como é, e pôr que  que é, ... Uma vez instrumentalizados desta perspectiva histórica, a nosso ver, a análise da loucura contemporânea fica mais clara, concisa e tranqüila. Entendemos que Foucault contribui decisivamente para este debate, chegando ao ponto de alguns pensadores como Sérgio Adorno classificarem a análise da nossa contemporaneidade divididas em dois momentos : período anterior a Foucault e período pós-Foucault. Não estamos adotando esta proposta de classificação do debate, apenas referimos como algo a se pensar e avaliar.
Não poderíamos deixar, entretanto, fora deste debate, o grande  filósofo e pensador Nietzsche. Sem duvida, foi ele um dos pensadores que mais se aproximou efetivamente deste debate, até ao ponto de, no final de sua dúvida,  ser pego pôr aquilo que considerava não existir (como fato patológico), a loucura. Na verdade, pensamos que acabou pôr ser “engolido” pelo sistema de controle, de normalização, de medicalização quando foi diagnosticado como louco. Mas como classificar como louco alguém que considerava a insistência do fato patológico. Para ele, nem a saúde, nem a doença são entidades; a fisiologia e a patologia são uma única coisa; as oposições entre bem e mal, verdadeiro e falso, doença e saúde são apenas jogos de superfície. Há uma continuidade, diz Nietzsche, entre a doença e a saúde e a diferença entre as duas é apenas de grau, sendo a doença um desvio interior à própria vida; assim não há fato patológico.
Nietzsche vai considerar que a loucura não passa de uma máscara que esconde alguma coisa, esconde um saber fatal e “demasiado certo”. [25]  A técnica utilizada pelas classes sacerdotais, pôr exemplo, para a cura da loucura é a “medicação ascética”,  que consiste em enfraquecer os instintos e expulsar as paixões; com isso, a vontade de potência, a sensualidade e o livre florescimento do eu são considerados “manifestações diabólicas”. Mas para Nietzsche, aniquilar as paixões é uma “triste loucura”, cuja decifração cabe à filosofia, pois é a loucura que torna mais plano o caminho para as idéias novas, rompendo os costumes e as supertições veneradas e constituindo uma verdadeira subversão dos valores.
Para  Nietzsche, os homens do passado estiveram mais próximos da idéia de que onde existe loucura há um grão de gênio e de sabedoria, alguma coisa de divino : “ Pela loucura os maiores feitos foram espalhados pela Grécia.” [26]
Em suma, aos “filósofos além do bem e do mal”, aos emissários dos novos valores e da nova moral não resta outro recurso, diz Nietzsche, a não ser o de proclamar as novas leis e quebrar o jugo da moralidade, sob o travestimento da loucura. É dentro desta perspectiva, portanto, que se deve compreender a presença da loucura na obra de Nietzsche.






































4. OBJETIVOS  DO  PROJETO  DE  PESQUISA

A - OBJETIVOS  GERAIS

Analisar a atual estrutura, organização e metodologia de atendimento médico / hospitalar em uma instituição total para tratamento de portadores de necessidades especiais (deficientes mentais) com base em um estudo de caso (O caso Instituto Dom Bosco Masculino), com vistas a projetar as possibilidades de melhoria e restruturação do atual modelo de atendimento ( problematizando os aspectos que estão inseridos nos projetos de lei que prevêem a “reforma psiquiátrica brasileira”) [27].
Este objetivo ainda não é definitivo, uma vez que estamos buscando o amadurecimento do temas e das possibilidades de implementação desta pesquisa. De qualquer foram, hoje, segundo a nossa leitura, em termos de proposta de trabalho, este é o objetivo que podemos referir como sendo o mais geral.


B -  OBJETIVOS  ESPECÍFICOS

I - Relacionar as novas políticas de atendimento médico / hospitalar (tendo pôr base os projetos de lei e as propostas da reforma psiquiátrica)  com o modelo tradicional de atendimento, ou seja, o atendimento oferecido aos internos do IDBM;
II - Avaliar o tratamento médico - terapêutico que os internos recebem na instituição estudada, relacionando-o com a evolução de seus estados de saúde física e mental (neste sentido, avaliar as evoluções e regressões dos estados de saúde dos internos);
III - Descrever os aspectos institucionais particulares ao IDBM, bem como suas características fundamentais ;
IV - Estudar os aspectos físicos e arquitetônicos, bem como a organização da lógica espacial desta instituição a luz dos autores citados;
V - Estudar as relações sociais internos / pacientes nesta instituição, dentro da lógica de um e do outro grupo e a partir da lógica do pesquisador.





































5. METODOLOGIA

“(...) nossa perspectiva crítica, em matéria de concepção de investigação sociológica, situa-se em reação contra o empiricismo e o positivismo da sociologia convencional sem descartar, no entanto, a exigência antiteoricista de questionar a realidade concreta.” [28]

Estamos considerando aqui a metodologia “como suporte e diretriz da pesquisa.” [29]
O nosso método de pesquisa realizar-se-á através de um estudo de caso, com a adoção de uma ênfase maior em observações participantes.
Apesar de estarmos trabalhando com um tema relacionado a saúde, não propomos empreitar a atividade de “curandeiros sociais” [30], portanto não optamos pôr este método na sua relação com uma tendência empiricista. Porém, concordamos com Thiollent quando refere que  “a crítica do empiricismo não deve fornecer o desvio oposto que podemos chamar de ‘teoricismo” e que consiste em um discurso supergeneralizante.” [31]
Para realizarmos a nossa pesquisa de campo, antevemos alguns problemas no que tange ao acesso com o universo a ser estudado, uma instituição total estilo manicomial. Pôr se tratar de uma instituição deste tipo, ou seja, bastante fechada para a comunidade em que se encontra e, administrativamente, muito “policiada” e controlada, observamos que poderão surgir alguns entraves nos primeiros momentos de inserção dos pesquisadores em campo. De qualquer forma, pretendemos utilizar os recursos que temos, institucionais e informais, para, digamos assim, “quebrar o gelo inicial” e podermos assim trabalhar tranqüilos.
Na tentativa de justificarmos [32] a escolha do nosso método de pesquisa, podemos dizer que elegemos o estudo de caso, com ênfase na observação participante, pôr identificá-lo como um dos métodos mais significativos, usuais e de maior aceitação na nossa área, antropologia. Além disso, a observação participante nos permite realizar um movimento de interação com o nosso objeto de estudo muito mais aprofundado, o que nos permite realizar um dos nossos grandes objetivos em pesquisa, o da “relativização”.
Para a definição da nossa amostra de pesquisa, trabalharemos da seguinte forma: Em uma população de, aproximadamente, 100 internos, escolheremos uma amostra aleatória que seja significativa, de 30 a 40 internos, para realizar nosso estudo. Eventualmente, poderemos extrapolar esta amostra inicial, pesquisando outros indivíduos que considerarmos, no transcorrer da pesquisa, como fundamentais para a realização do nosso trabalho. No que concerne a “equipe dirigente”, esta população será estudada no seu todo, em função de que este é um grupo menor, e também porque estudar este grupo a partir do seu todo é algo muito importante para o tipo de análise científica que propomos.
Para a coleta de dados, pretendemos pesquisar atas, registros, anais, relatórios, prontuários e demais documentos da instituição, a fim de elaborarmos tabelas, gráficos, e / ou relatórios que venham a subsidiar os nossos estudos sobre a instituição eleita para este projeto. Para esta atividade, consideramos como essenciais os recursos de informática que auxiliarão significativamente estas tarefas.
Ainda dentro da coleta de dados, pretendemos trabalhar com metodologias da Antropologia Visual, utilizando fotografias, filmagens em VHS e outros recursos audiovisuais para a apreensão de aspectos que fogem dos recursos tradicionais de pesquisa científica.
Para a análise de dados, utilizaremos tanto a análise estatística, sem seguir “O Ritual Estatístico” [33], quanto a análise qualitativa. Obviamente que privilegiaremos a  análise qualitativa, como análise de textos, de discursos, de conteúdo, etc. pois a consideramos como a mais importante para o tipo de pesquisa que nos empenhamos neste momento.







6. CRONOGRAMA


Para a realização do cronograma, apresentaremos uma “tabela cruzada” [34] onde supomos ter como tempo de duração para a realização de nossa pesquisa o espaço de tempo de um ano. Dentro deste espaço temporal, um ano, subdividimos as fases em meses para a perfeita visualização das atividades e seus respectivos períodos de desenvolvimento.
Em função  da natureza deste projeto, toda esta organização cronologia / atividades é muito embrionária e está, portanto, sujeita a algumas variações e reformulações posteriores que ocorrerão no transcorrer do amadurecimento de nosso trabalho acadêmico.





































































7. REFERÊNCIAS  BIBLIOGRÁFICAS



1 - ASSIS, Machado de. O Alienista. Porto Alegre: WM Jackson inc., 1942.

2 -FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. História da Violência nas Prisões. Petrópolis: Vozes, 1988.

3 -GOFFMAN, Erving. Manicômios, Prisões e Conventos. São Paulo : Perspectiva, 1974

4 - -------------, -------- .  Estigma - Notas Sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. Rio de Janeiro : Zahar, 1980.

5 - NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Vida e obra. Coleção Os Pensadores. São Paulo :  Ed. Nova Cultural, 1996.

6 -ROLIM, Marcos. A Nau dos Loucos. Carta de um Companheiro de Viagem. In: Jornal Utopia. São Paulo, Abril/Maio 92.p. 5.   

7 -ROTELLI, Franco. Loucos pelo Vida.

8 - SALOMON, Délcio Vieira. Como Fazer uma Monografia. Elementos de Metodologia de Trabalho Científico. Belo Horizonte Interlivros, 1974.

9 -THIOLLENT, M.  Crítica Metodológica, Investigação Social e Enquete Operária. São Paulo : Polis, 1980.










8. BIBLIOGRAFIA  CONSULTADA



1 - ARENT, Marion. Síntese das Entrevistas com a Monitoria do Instituto Dom Bosco. Relatório. Viamão, maio de 1991.

2 - BRASIL, Luís Antônio de. Cães da Província. Porto Alegre : Mercado Aberto, 1991.

3 - DOTTI, Sotero. Relatório Anual do Instituto Dom Bosco Masculino. Viamão, 10 de janeiro de 1985.

4 - --------, -------- .  Relatório Anual do Instituto Dom Bosco Masculino. Viamão, 23 de janeiro de 1989.

5 - JÚNIOR, Benilton Bezerra. Cidadania  e  Loucura : Políticas de Saúde Mental no Brasil.  Petrópolis : Vozes, 1987.

6 - MORAIS, Frederico. A Recuperação do Universo Segundo Arthur Bispo do Rosário.  In. Jornal de divulgação da exposição : “Registro de minha passagem pela terra : Arthur Bispo do Rosário” . Pinacoteca do MARGS, junho de 1992.

7 - OLIVEIRA, Carmem. Pôr Uma Sociedade sem Manicômios : um Olhar Sobre o São Pedro. In. Jornal da Pinacoteca do MARGS, junho de 1992.

8 - PACHECO, Alexandre. Et alli. Informações Técnicas a Respeito da Realidade Institucional do Instituto Dom Bosco Masculino. Viamão, agosto de 1992.

9 - SILVA, Luciana Kraemer da. Crise põe em Risco Oferta de Trabalho em Viamão. In. Jornal Quarta Feira. Viamão, 10 de janeiro de 1992.

10 - SZASZ, Thomas S.   A  Fabricação da Loucura - Um Estudo Comparativo entre a Inquisição e o Movimento de Saúde Mental. Rio de Janeiro : Zahar, 1978.

11 - TREVISAN, Janine  Bendorovicz.  Um Estudo Sobre Crianças Excepcionais em uma Instituição da FEBEM. Monografia. Fevereiro de 1992.











[1] Discurso do deputado estadual Marcos Rolim na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, pôr ocasião da defesa do projeto de lei que previa a extinção progressiva dos manicômios.
[2] MACHADO, Roberto et alii. Danação da norma : Medicina social e constituição da psiquiatria no Brasil.
[3] OLIVEIRA, Carmem de. Pôr que lutar pôr uma sociedade sem manicômios ?  In. Jorna  A Parte / Publicação do gabinete do Deputado estadual Marcos Rolim  PT / RS.
[4] Instituições Totais - denominação como é trabalhada pôr Erving Goffman em Manicômios, prisões e conventos.
[5] Goffman faz uma referencia clara e completa neste sentido na página 141 do livro já referido, quando menciona: “ (...) temos provas dos efeitos destrutivos do fato de viver num mundo dentro de outro mundo, e em condições que tornam difícil levar a sério qualquer um dos dois.” É importante deixar claro que o autor, quando fala em “um mundo dentro de outro mundo”, ele esta se referindo diretamente às instituições totais do tipo manicomial.
[6] Em monografia realizada anteriormente, todas as análises e estudos, com base em pesquisa de campo de aproximadamente dois anos, levam a aceitação desta hipótese.
[7] GOFFMAN, Erving. Manicômios, prisões e conventos.  São Paulo : Ed. Perspectiva 1974.   p . 12
[8] SALOMON,  Délcio Vieiras. Como fazer uma monografia.
[9] Idem,  p. 156
[10]  Goffman, Erving.  Manicômios, Prisões e Conventos.  p. 11
[11]   idem, p. 171
[12]   ibidem, p. 127
[13] ibidem, p. 18-9
[14] Em Prisões, manicômios e conventos, Goffman coloca claramente que o seu maior objetivo   nesta   obra é    “chegar   a   uma  versão   sociológica   da   estrutura  do ‘Eu’ ” p. 11
[15] GOFFMAN, Erving. Estigma - Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro, 1980.
[16] COMPULSÓRIA não no sentido de que esta internação foi feita com ou sem  o consentimento e aprovação do próprio paciente, porque este, na maioria das vezes é levado pôr um terceiro até a instituição (Goffman analisa esta chegada a instituição) mas sim, no sentido, de que o tempo de permanência do interno no manicômio passa a ser compulsório. A “reabilitação” do paciente fica prejudicada em função da incompetência médica, inoperância jurídica e situação caótica da burocracia interna da casa que não possibilita o reingresso deste indivíduo ao seu grupo social. 
[17] Casa Verde plajeando o Machado de Assis e sua obra.
[18] JACOMINI, Jaques. Pesquisando uma instituição total.
[19]  Expressão de minha autoria para referir os aspectos pouco esclarecedores, principalmente quando não relativizados, que comparecem ao debate da normalidade ou patologia, sanidade e loucura, ...
[20] MACHADO, Roberto. Danação da norma : medicina social e constituição da psiquiatria no Brasil. P. 258
[21] Idem, p. 260-61
[22] FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir : Nascimento da Prisão.  Petrópolis : Ed. Vozes.  p. 180.
[23] Idem, p. 182
[24] Seguem em anexo alguns desenhos que foram realizados neste sentido, pôr ocasião da realização da monografia que referi antes trabalhada com a professora Denise Jardim.
[25] NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm.  Vida e obra. Coleção Os Pensadores. São Paulo : Ed. Nova Cultural, 1996.
[26] idem
[27] Reforma psiquiátrica brasileira : terminologia de minha autoria para referir as propostas que estão no boje dos projetos de lei como a extinção gradual dos manicômios e a implementação de formas de tratamento alternativos, descentralização do atendimento aos pacientes do sistema de saúde mental, etc.
[28] THIOLLENT, Michel  J. M.  Crítica Metodológica, Investigação Social & Enquete Operária. São Paulo : Ed. Polis, 1980.
[29] idem
[30] ibidem, p. 20
[31] Ibidem
[32] SALOMON, Délcio Vieira. Como Fazer Uma Monografia.  São Paulo : Martins Fontes, 1994.  P. 157
[33] Ritual Estatístico como trabalhado pôr MILLS, C. Wright  em A Imaginação Sociológica.
[34] SALOMON, Délcio Vieira. Como Fazer uma Monografia. P. 158-59