segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Elegante



Elegância
        
         O que significa ser elegante?
         Acabei de escrever uma carta que versa sobre este tema: elegância. Detalhes sobre?
         Não vou aqui reproduzir o conteúdo da mesma. Apenas vou declarar que se trata de assunto acadêmico onde afirmo para determinado professor doutor: Vossa Senhoria não é uma pessoa elegante.
         Desde que fui alfabetizado tenho me manifestado através destas ferramentas gráficas. Você sabe que já escrevi carta até para o Papa? Verdade! Até para a liderança máxima dos católicos eu já vim a lume, através de texto escrito que expressava os meus sentimentos. Detalhe: eu não sou católico apostólico romano (só para ficar bem claro).
         Como ilustração, dentro do texto referido, falo também de abuso de poder (acadêmico) em paralelo com uma cena me que chocou profundamente (veja link do vídeo publicado no you tube – no final deste).
         Ser elegante significa ser uma pessoa comedida, sensata e meiga. Eu sou elegante (as vezes), pois, por vezes, perco a elegância e saco as letras. Jacquesja recomenda: seja elegante (sempre que possível).


https://www.youtube.com/watch?v=JJoEut8T-rg

Mel (e eu)


Conheça o Portal do Professor

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Terezinhas




Terezinhas

Escrevi um texto. Denominei Terezinhas.
A verdade é que eu não sei escrever. Foi a Bernardina que me alfabetizou. Quando cheguei na Escola Walt Disney em 1977 para ser alfabetizado, eu já sabia ler e escrever. Mas foi no Isabel de Espanha que ganhei gosto definitivo pela escrita ao aprender a fazer a redação padrão do vestibular. Quando cheguei na PUC para realizar o curso de Direito, declarei: estou freqüentando um curso de letras. Eu sou assim: um pouco debochado (e insano), mas o que dizer daquelas duas mentirosas diante das câmeras. Fiquei perplexo.
Eu não sei escrever. O professor Ruben Oliven me avaliou com um “C”, quando freqüentei a pós graduação em antropologia social. Voltei para a UFRGS e fiz mais um curso de graduação. Apresentei a primeira auto-etnografia da história da universidade federal. Nessa ocasião, a professora Denise Jardim não leu o meu trabalho e me deu mais um “C”. Portanto, Ruben e Denise confirmam: O Jacques não sabe escrever. Lembram do texto do Carlos Gerbase? Dá uma olhada no you tube, eu botei locução nele.
Eu não sei escrever, mas continuo tentando me comunicar com vocês. Escrevi Terezinhas e ainda escrevi um manifesto denominado: Faça Arte, não faça política. Não vou cansar vocês aqui com as reproduções dos referidos textos, afinal eu não sei escrever. Deixo a imagem da semana: Jacques e Mel no café da tarde (Salão Central da Casa Branca). E quem disse que é necessário saber escrever? É necessário saber Amar.








AC Variedades: Opala - a pedra preciosa mais espetacular (10 foto...

AC Variedades: Opala - a pedra preciosa mais espetacular (10 foto...: Opala é uma das mais belas pedras preciosas. Estas pedras podem piscar todas as cores do espectro, com um brilho que pode até superar o diam...

Coober Pedy - Opal Capital of the World (DOCUMENTARY)

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Eugenio Barba


Eugenio Barba é um autor italiano, pesquisador e diretor de teatro. Fundador e diretor do Odin Teatret, criador do conceito da Antropologia Teatral, fundador e diretor do Theatrum Mundi Ensemble, e criador da ISTA. Wikipédia
Nascimento29 de outubro de 1936 (79 anos), Brindisi, Itália

Museu




Museu Universitário

As pessoas estão perguntando sobre esta imagem (Museu Universitário – UFRGS). O que dizer?
Estou assistindo um “filme auto-biográfico”. Duas senhoras rememorando a sua trajetória e “proezas acadêmicas”. Vou responder, ao mesmo tempo em que assisto.
Eu tenho muito material guardado sobre os estudos e trabalhos de outrora. Esta imagem acima é a folha de rosto de um relatório feito a pedido de uma ex-orientadora acadêmica. Viver institucionalizado demanda uma necessidade de estar sempre atento com a nossa saúde mental. Pois, a instituição educacional (a exemplo das instituições totais – Goffman) está permeada de demências mascaradas de prestígio.
Resumo: Fui vítima de “Orientadores insanos” que exigiam a realização de atividades francamente descabidas e desconexas com a realidade (o que pessoas felizes vivem). As pessoas que não são felizes ficam incomodadas com a felicidade alheia.
Vou continuar assistindo o filme. Depois volto aqui e falo mais sobre o museu.


domingo, 16 de outubro de 2016

Lasanha Vegana !

Só o requeijão vegano

Camino - O Vídeo

Boa Vista





Boa Vista (Via Santa Isabel)

       Estou de plantão aqui na redação. Melhor do que domingão do Faustão é trabalhar sem ter patrão. Boa Vistadomingo.
       Eu sou uma pessoa extremamente ignorante em algumas matérias. Medicina veterinária, por exemplo (Ignoro). Mas eu tenho formação em Ciências e Letras, conforme bem sabem vocês todos que me assistem neste belo domingo.
       Não sou político nem advogo nos termos do “Gato de Botas”. Arte é minha matéria base, portanto vamos à ela. Carlos Gerbase é um grande intelectual. Pessoa de alto nível no campo das artes visuais e afins. Tomei ciência de um texto de sua autoria denominado “Texto Acadêmico”. Muito, muito bom. Solicitei autorização do autor e reproduzi-o na integra aqui no blog.
       Trata-se de uma crítica muito bem construída sobre a academia e as suas vicissitudes. Lembrei de situação outrora vivida em determinada academia onde sofri percalço vultuoso. Descalabro provocado por doutores vaidosos e preguiçosos (financiados pelos cofres da União). Percebi que a Paráfrase assumiu um local central no texto de Gerbase.
       Você sabe o que significa, efetivamente, o termo “paráfrase”? Segundo Aurélio Buarque de Holanda, paráfrase é o desenvolvimento do texto de um livro ou de um documento conservando-se as idéias originais. Pode-se tratar também de uma tradução livre ou desenvolvida ou de um comentário malevolente.
       Acabei de produzir uma peça videográfica que sintetiza a opereta. Dá uma olhada no meu tubo (https://www.youtube.com/watch?v=ybAHD-2onSc&feature=youtu.be). Curto Gerbase e sua obra. Veja o que ele diz na conclusão do texto citado: “Não interessa pensar, nem opinar, nem pesquisar, nem desvendar. Só interessa parafrasear e padronizar, visando a um estado de vácuo intelectual do leitor. A Academia está ferrada.”
       Gostaria de agradecer pela sua atenção sobre os temas aqui da redação. Presta atenção no horário de verão. Altera os ponteiros para não perder o “busão”. Boa Vista no domingo? Te prepara para longa espera no paradão (Viamão não tem estação de transporte coletivo). Até a próxima reflexão.

       Namastê.

Texto Acadêmico

Shiva Shambo

Sabo


sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Lilás - Djavan

Carlos Gerbase

TEXTO ACADÊMICO
Por Carlos Gerbase

Resumo: este ensaio mostra como é produzido um texto acadêmico
Abstract: this paper shows how an academic text is written

Palavras chaves: padronização, cientificismo, vácuo intelectual
Key words: standardization, scientism, intelectual vacuum

Introdução. Para ter seu artigo aprovado numa revista de prestígio (classificação A1, A2 ou B1 na Capes), o professor universitário segue certas regras. Nossa hipótese é de que, ao seguir normas rígidas, tanto na forma (ABNT), quanto no conteúdo (método acadêmico vigente), o texto será uma sucessão de paráfrases (dizer o mesmo de outro jeito) sem qualquer relevância, que serve apenas à manutenção do emprego do redator no seu programa de pós-graduação e à sua inserção numa comunidade de acadêmicos que escrevem ensaios parecidos.

Capítulo 1. Metodologia. Primeiro encontra-se um tema bem específico, que interesse apenas aos futuros leitores acadêmicos do ensaio. Depois lê-se tudo que foi escrito a respeito em português e inglês. O aproveitamento de textos em alemão e francês é recomendável. Em espanhol, discutível. Em outras línguas, irrelevante. A seguir, escolhe-se um aspecto não abordado, ou um aspecto já abordado, mas com autores parafraseados diferentes. Finalmente, colam-se citações dos textos originais e costuram-se as lacunas com paráfrases elaboradas pelo redator.

Capítulo 2. Interditologia. É vedada qualquer manifestação da subjetividade do autor. O texto deve conter apenas verdades científicas provadas. As provas devem ser coletadas em textos já publicados em revistas e livros acadêmicos da mesma área de atuação do autor. Estas publicações devem ser corretamente citadas. Jamais usar dados recolhidos de forma não sistemática. Gráficos são aceitáveis (embora perigosos). Imagens, irrelevantes. Um adjetivo conduzirá a um parecer que pede correções substantivas. Um ponto de exclamação provocará a recusa definitiva do texto.

Capítulo 3. Epistemologia. A episteme de um ensaio acadêmico passível de publicação é a reprodução do que já é conhecido.


Conclusão. Não interessa pensar, nem opinar, nem pesquisar, nem desvendar. Só interessa parafrasear e padronizar, visando a um estado de vácuo intelectual do leitor. A Academia está ferrada.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Literatura




Literatura

O que é literatura?
O trabalho que tenho feito aqui, além de bastante singelo e original, é o que entendo por literatura. Sei que muitos comuns criticam e dizem: Ah! O Jacques! Eu recebo com tranqüilidade as críticas. Mas o que é mesmo, literatura?
O Premio Nobel de Literatura para um artista (não escritor) reacendeu este debate sobre o que é, efetivamente, literatura. Bob Dylan é um literato? A partir de agora, ao que tudo indica não resta mais dúvida sobre o fato, pois o mesmo foi agraciado com esta comenda tão significativa.
No meu caso específico, entendo que tenho me dedicado para uma “Literatura transliteral”, pois agrego aos textos muitas imagens. A fotografia em cena também é literatura. Sinto-me bastante a vontade, pois bebo em literatos renomados como Maurício (Nobel de Literatura em 1911-Maurice Maeterlinck).
Literatura é a expressão d’alma humana, através da construção de registros escritos em prosa e verso. Esta é a minha definição. Parabéns Bob Dylan pela menção honrosa. Obrigado pela vossa atenção. Até a próxima “peça literária”.

Namastê

Bob Dylan Hurricane

Artes Plásticas


terça-feira, 11 de outubro de 2016

A Deusa




A Deusa

Porto Isabel, 11 de Outubro de 2016.
Prezados (as)
          Outubro mais do que rosa é outubro da Deusa.
          Passei o dia na “fazenda” em meio as lides campesinas. É muito bom este contato direto e orientado com a terra e a água. Iniciamos um trabalho com o cultivo e produção de ovos caipiras, a partir de galinhas felizes criadas em sistema vegano.
          Não é necessário provocar nenhum sofrimento a nenhum tipo de animal para você se alimentar. Bem como, não é necessário provocar nenhum sofrimento a nenhum tipo de animal para você se vestir e ser feliz. Esta fala enseja um assunto bastante importante: as divindades que cultuamos na Casa Branca.
          Nesta noite de Lua que vai crescendo, gostaria de deixar o convite para que você faça a leitura do texto que segue. É a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre “A Deusa”. Acredite que vai valer apena conhecer as faces da divindade feminina neste outubro mais do que rosa.

          Namastê. Fiquem com “A Deusa”. 









A Deusa
A Deusa foi a primeira divindade cultuada pelo homem pré-histórico. As suas inúmeras imagens encontradas em vários sítios históricos e arqueológicos do mundo inteiro representavam a fertilidade - da mulher e da Terra. Por ser a mulher a doadora da vida atribuiu-se à Fonte Criadora Universal a condição feminina e a Mãe Terra tornou-se o primeiro contato da raça humana com o divino.
Quem é A Deusa?
Só o fato de termos que fazer essa pergunta demonstra o quanto nossa sociedade ocidental formada sob a égide da mitologia judaico-cristã se afastou de nossas origens. Fomos criados condicionados por uma cosmologia desprovida de símbolos do Sagrado Feminino, a não ser Maria, Mãe Divina, que não tem os atributos divinos, que são reconhecidos apenas ao Pai e ao Filho e é substituída na Trindade pelo conceito de Espírito Santo.
Maria é, quando muito, a intermediária para a atuação dos poderes do Deus... "peça à Mãe que o Filho concede..." Mas Maria não é a Deusa, senão um de seus aspectos mais aceitos pela sociedade patriarcal, de coadjuvante do Deus, reproduzindo o fenômeno social do patriarcado em que a mulher auxilia o homem, mas sempre lhe é inferior e, por isso, deve submeter-se à sua autoridade.
Constata-se que a ausência de uma Deusa nas mitologias pós-cristãs se deve ao franco predomínio do patriarcado. Predomínio esse que nos trouxe, ao final do século XX, a uma sociedade norteada pelos valores da competição selvagem, da sobrevivência do mais forte, da violência ao invés da convivência, do predomínio da razão sobre a emoção. Mas a Deusa está ressurgindo. Desde a década de 60, reafirmando-se nas últimas, a descoberta da Terra como valor mais alto a preservar sob pena de não mais haver espécie humana fez decolar a consciência ecológica e o renascimento dos valores ligados à Deusa: a paz, a convivência na diversidade, a cultura, as artes, o respeito a outras formas de vida no planeta.
Cultuar a Deusa hoje significa reconsagrar o Sagrado Feminino, curando, assim, a Terra e a essência humana. Quer sejamos homens ou mulheres, sabemos que nossa psique contém aspectos masculinos e femininos. Aceitar e respeitar a Deusa como polaridade complementar do Deus é o primeiro passo para a cura de nossa fragmentação dualística interior.
A Deusa é cultuada como Mãe Terra, representando a plenitude da Terra, sua sacralidade. Sobre a Terra existimos e, ao fazê-lo, estamos pisando o corpo Onipotente e distante, que vive nos céus... A Deusa é a Terra que pisamos, nossos irmãos animais e plantas, a água que bebemos, o ar que respiramos, o fogo do centro dos vulcões, os rios, as cores do arco-íris, o meu corpo, o seu corpo... A Deusa está em todas as coisas... Ela é Aquela que Canta na Natureza... O Deus Cornífero seu consorte, segue sua música e é Aquele que Dança a Vida...
Cultuar a Deusa não significa substituir o Deus ou rejeitá-lo. Ambos, Deus e Deusa são as expressões da polaridade que permitiu que o Grande Espírito, o UNO, se manifestasse no universo... São os dois lados de uma mesma moeda... as duas faces do Todo, ou sua divisão primeira. Assim, crer na Deusa e no Deus ainda é crer em um Ser Supremo que, ao se bipartir, criou o princípio masculino e o princípio feminino, o Yin e o yang, o homem e a mulher.
A Deusa também é a Senhora da Lua e, mais uma vez, a explicação desse fato remonta às cavernas em que já vivemos. O homem pré-histórico desconhecia o papel do homem na reprodução, mas conhecia muito bem o papel da mulher. E ainda considerava a mulher envolta em uma aura mística, porque sangrava todo mês e não morria, ao passo que para qualquer dos homens sangrar significava morte. Portanto, a mulher devia ser muito poderosa, ainda mais que conhecia o "segredo" de ter bebês... É fácil entender porque a mulher era identificada com a Deusa, ou, melhor dizendo, porque a primeira divindade conhecida tinha que ter caracteres femininos... Ainda mais quando as pessoas descobriram que a gravidez durava 10 lunações e a colheita e o suceder das estações seguia um ciclo de 13 meses lunares. O primeiro calendário do homem pré-histórico foi mostrado nas mãos da famosa estatueta da Vênus de Laussel, que segura em sua mão um chifre em forma de crescente, com 13 talhos que representam as lunações.
Por sua conexão com a Lua e a mulher, a Deusa é cultuada em 3 aspectos: a Donzela, que corresponde à Lua Crescente, a Mãe representada na Lua Cheia e a Anciã, simbolizada na Lua Decrescente, ou seja, Minguante e Nova.
Na tradição da Deusa a Donzela é representada pela cor branca e significa os inícios, tudo o que vai crescer, o apogeu da juventude, as sementes plantadas que começam a germinar, a Primavera, os animais no cio e seu acasalamento. Ela e a Virgem, não só aquela que é fisicamente virgem, mas a mulher que se basta, independente e auto-suficiente.
Como Mãe a Deusa está em sua plenitude. Sua cor é o vermelho, sua época o verão. Significa abundância, proteção, procriação, nutrição, os animais parindo e amamentando, as espigas maduras, a prosperidade, a idade adulta. Ela é a Senhora da Vida, a face mais acolhedora da Deusa.
Por fim, a Deusa é a Anciã, que é a Mulher Sábia, aquela que atingiu a menopausa e não mais verte seu sangue, tornando-se assim mais poderosa por isso. Simboliza a paciência, a sabedoria, a velhice, o anoitecer, a cor preta. A Anciã também é a Deusa em sua face Negra da Ceifeira, a Senhora da Morte. Aquela que precisa agir para que o eterno ciclo dos renascimentos seja perpetuado. Esta é o aspecto com que mais dificilmente nos conectamos, porém, a Senhora da Sombra, a Guardiã das Trevas e Condutora das Almas é essencial em nossos processos vitais. Que seria de nós se não existisse a morte? Não poderíamos renascer, recomeçar...
Desta forma, é fácil compreendermos porque a Religião da Deusa postula a reencarnação. Se fazemos parte de um universo em constante mutação, que sentido haveria em crermos que somos os únicos a não participar do processo interminável da vida-morte-renascimento? Essa realidade existe no microcosmo do ciclo das estações, da colheita que tem que ser feita para que se reúnam as sementes e haja novo plantio. É justamente por isso que aqueles que seguem o Caminho da Deusa celebram a chamada Roda do Ano, constituida pelos 8 Sabbats celtas que marcam a passagem das estações. Ao celebrar os Sabbats cremos que estamos ajudando no giro da Roda da Vida, participando assim de um processo de co-criação do mundo.
Por tudo o que dissemos fica fácil entender porque os caminhos, cultos e tradições centrados na Deusa são religiões naturais, fundamentadas nos ciclos da natureza e no entendimento de seus elementos e ritmos. Estas práticas de magia natural usam a conexão e correlação dos elementos da natureza - Água, Terra, Fogo e Ar, as correspondências astrológicas (signos zodiacais, influências planetárias, dias e horários propícios, pedras minerais, plantas, essências, cores, sons) e a sintonia com os seres elementais (Devas Guardiões dos lugares, Gnomos, Silfos, Ondinas, Salamandras, Duendes e Fadas).
A Deusa e o Deus
"Todas as Deusas são uma só Deusa, todos os Deuses são um só Deus."
Conquanto a Deusa presida a pulsação vital constante do Universo, é imprescindível que entendamos o papel do Deus. Ela é a Senhora da Vida, mas Ele é o Portador da Luz; Ela é o ventre, Ele o falo ereto; Ela gera a vida, Ele é a faísca que inicia o processo, em plena harmonia, sem predomínios nem competições, mas pela completa união... Ambos parceiros no desenrolar da música e dança que criam e recriam o universo ainda hoje... Na Primavera Ela é a Donzela, Ele o Deus Azul do Amor... No verão ela é a Mãe, grávida, ele o Galhudo, o Deus da Vegetação e dos Animais, Cernnunnos... No outono ele desce para o Mundo Subterrâneo, como o Deus Negro do Mundo Inferior, do sacrifício e da Morte e Ela a Anciã que abre os portais e o acolhe durante sua transmutação. No inverno ele renasce do próprio ventre escuro da Deusa, que quase torna, assim, a um só tempo, sua consorte e sua mãe...
Os últimos anos têm assistido o fenômeno chamado "Renascer da Deusa", ou seja, o ressurgimento do arquétipo do divino feminino na cultura, nas artes, na ciência e no psiquismo das pessoas. Fazem parte desse renascimento a preocupação ecológica, as manifestações pela paz, o ressurgimento de religiões baseadas na natureza, pondo em relevo valores femininos: o respeito à Mãe Terra, o reconhecimento dos seres humanos como irmãos dos demais seres, a ênfase na conciliação dos sexos e das pessoas, ao invés da competição, a paz ao invés dos conflitos, as terapias naturais respeitando o corpo e a Terra, a volta dos oráculos (runas, tarot, geomancia) e das práticas xamânicas.
Dentro dessa nova mentalidade, o culto à Grande Mãe pode ser feito em diversos caminhos espirituais. De certa maneira, a própria Igreja Católica participa dessa tendência de várias maneiras, colocando em relevo depois de muitos anos a figura de Maria. As religiões centradas na Deusa geralmente têm em comum o reconhecimento da natureza como a própria e, por isso, são designadas como Cultos ou Tradições Naturais, muitos deles oriundos ou aplicando os princípios do xamanismo. Os cultos à Deusa são religiões xamânicas, no sentido de reunirem prática de magia natural e contatos com outras realidades, além de se basearem na interação dos quatro elementos: Fogo, Água, Terra e Ar, unidos pela quitessência que é o Espírito.
Atualmente existem inúmeros cultos que poderíamos chamar de "centrados na Deusa", ou "A Religião da Deusa". Mas o mais conhecido deles hoje, sem dúvida, é a Tradição Wicca, que influencia de muitas formas todos os demais.
Wicca é uma religião pagã (usada esta palavra tanto no sentido comum de "não cristã", como no sentido etimológico de "oriunda do campo", por ser uma religião de origem rural) que cultua a Deusa Tríplice e seu consoante o Deus Cornífero. Ambos são expressões em polaridades do Ser Supremo, a Divindade, chamado pelos nativos norte americanos de Grande Espírito ou o Grande Mistério, O UNO ou a Fonte Criadora, que se manifesta na realidade concreta nas representações da Deusa e do Deus.
A palavra WICCA se origina do inglês arcaico wicce, significando wise (sábio) e o verbo moldar, dobrar. Portanto, um Wiccan (como são chamados seus adeptos) é um moldador, alguém que dá outra feição à realidade que o cerca.
A Wicca surgiu na primeira metade do século XX, do estudo de alguns pioneiros como Margaret Murray e Gerald Gardner, que procuraram resgatar as raízes da witchcraft (bruxaria) praticada na Inglaterra rural e na Toscana (norte da Itália). Essas práticas eram, na origem, a expressão popular da religião celta, que dominou a Europa Ocidental por séculos. A Wicca, pois, se propõe a ser a versão moderna da Antiga Religião.
Na Tradição Wicca existem diversas vertentes, desde as mais rigidamente estruturadas, seguindo normas e rituais fixos, até aquelas que são predominantemente ecléticas, com adaptações regionais ou pessoais. Entre as mais tradicionais se encontram a Gardeneriana, Alexandrina, Diânica, Celta, Georgiana etc. A Wicca pode ser praticada em grupos chamados covens ou por solitários.
Todas as Deusas são uma única Deusa", múltiplas manifestações da Grande Mãe. Cultuar a Grande Deusa pode se manifestar no culto a um ou mais dos arquétipos que a representem nas diversas culturas do mundo. Assim, sejam as Lilith e a Shequinah judaicas, a babilônia Inanna, a havaiana Pele, a chinesa Kwan-In, a japonesa Amaterasu, a inca Ixchel, as africanas Yemanjá e Oyá, ou as hindus Sarasvati e Kali, sempre se estará prestando culto à mesma e única Deusa. As diferentes mitologias enumeram milhares de nomes de Deusas, correspondendo a aspectos ou atributos diversos. Assim, se escolhemos nos conectar com as Deusas Afrodite ou Ishtar ao procurarmos trabalhar a energia do amor, o fazemos porque essas formas do arquétipos, por disposição de milênios, mais se aproximam dessa energia. Se precisamos tratar de estudos ou escrita, criatividade nas artes, invocamos Atena ou Saravasti, por exemplo.
Muitas bruxas costumam se conectar com Deusas de diferentes mitologias, conforme a necessidade de seus trabalhos. Outras se atém a um panteão determinado e só cultuam as Deusas e Deuses daquela cultura. Ambas as formas de expressão fazem parte dos Caminhos da Deusa. Algumas bruxas preferem se conectar com as Deusas em sua forma mais primitiva, como Mãe Terra, daí utilizarem símbolos das chamadas Vênus pré-históricas, como de Laussel, Willendorf, Deusa serpente de Creta, Deusa do Nilo.

Fonte do  Texto publicado nesta página:
http://www.casadobruxo.com.br/textos/deusa.htm
Acessado em 15/04/2011