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sábado, 10 de setembro de 2022

Adonis dos Santos





 

Por Adonis dos Santos


    A Campanha eleitoral avança e os candidatos se alternam nos espaços de mídia. Veiculadas no rádio, televisão e web mil e uma propostas e projetos, contudo não observei ainda nenhum político defender uma política pública para o livro e a literatura.

    Desta feita, vamos nós próprios defender esta bandeira tão urgente e necessária: uma educação popular, inclusiva e libertadora onde transborda o livro e a literatura. Bem como para demonstrar que a nossa fala é real e verdadeira, tiro da minha estante o livro "Viamão" de Adonis dos Santos para colocar sobre a mesa.

    A obra é rara, pois esgotada e pouco comentada mesmo entre os eruditos. Mais do que uma sugestão de leitura é também demonstrar que o tempo não apaga a beleza de uma linda obra literária. Adonis dos Santos faz-se presente ainda hoje entre nós com esta prosa mui interessante. Dada a sua importância, haveremos de voltar a tecer linha e comentários sobre em outras oportunidades aqui mesmo neste espaço. Por hora, fica uma nota de agradecimento: Muito obrigado! Adonis dos Santos pela sua contribuição com a história e cultura local.

     


 

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Morreu





Morreu

A política matou a arte.
A maior expressão de cultura popular originalmente construída aqui na Santa Isabel foi ceifada. Mataram o vigor da Vila Isabel. Sinal dos tempos?
Eu já vi muita coisa acontecer aqui. A biblioteca pública que sumiu. A Chile que sucumbiu. O cachorro que gruniu e a p. q. p. Mas nada se compara com a extinção de uma força tamanha como a da comunidade artística da Bica. Quem conhece sabe do que estou falando. Uma verdadeira fábrica se arte e ritmos belos e raros.
A política matou a arte. Sinal dos tempos? A política traz uma foice na mão. Eu preferia a foice e o martelo (tempos idos). Vamos trabalhar! Dizia o poeta da vila. Mas o nosso trabalho (artístico/cultural) não é combustível para o Sistema Oficial.
Eu sou da vila faz tempo, canta o bordão. Nunca assisti tamanha desfassatez pelo domínio de um pedaço de terra (sagrada). Assim como a chacra do Zuza virou condomínio, a praça da Bica gesta outro empreendimento. E quem poderá nos defender? (se a esquerda e a direita lotearam os cargos da mesa). Só o Chapolim Colorado. E não contavam com a minha astúcia.  


Calendário oficial Carnaval 2017 (Porto Alegre)
03/02/17 - Abertura oficial e 1ª Descida da Borges
10/02/17 - 2ª Descida da Borges
17/02/17 - 3ª Descida da Borges
10/03/17 - Desfile oficial do Grupo Prata
11/03/17 - Desfile oficial do Grupo Ouro
12/03/17 - Apuração
17/03/17 - Desfile oficial do Grupo Bronze/Tribos (apuração após desfile)
18/03/17 - Desfile das campeãs
08/04/17 - Estandarte de Ouro


domingo, 29 de janeiro de 2017

Silêncio Ensurdecedor






Silêncio Ensurdecedor

O que aconteceu com a nossa escola? Alguém pode me informar algo sobre o Carnaval de Rua (Viamão) – 2017?
Acompanho a Escola Unidos de Vila Isabel desde 1979. Os ensaios aconteciam ali nas cercanias da residência da Nina (Lisboa, 495 – Vila Medianeira/Santa Isabel). Jorge Balaca, Ary Rodrigues, Tio Marino, Mestre Macaco, dentre outras personalidades artísticas eram os nossos comuns (freqüentadores da nossa casa comercial – Armazém Jacomini). Desde então tudo mudou e agora ouço o silêncio do Largo da Bica.
Avançando um pouco no tempo, mais precisamente em 2001, tive o prazer de coordenar o evento carnaval na Cidade de Viamão. Com a batuta de Secretário de Cultura fiz a vontade do prefeito municipal: E que haja carnaval. Não foi fácil, pois estava estreando no cargo e não havia dotação orçamentária suficiente para bancar toda a estrutura de um grande evento popular das proporções do “Carnaval da Participação Popular”. Este era a nossa meta. Esse era o nosso objetivo: dar vez e voz ao povo trabalhador que canta e dança, produtores culturais do maior evento da terra (Versão viamonense). E o que ocorreu em 2017?
Sinceramente. Eu gostaria de ouvir a voz do atual prefeito da cidade de Viamão sobre “a morte – não anunciada – do carnaval de rua viamonense”. Eu não conheço a versão oficial sobre. Por esta razão iniciei com a pergunta: Alguém pode me informar algo sobre o Carnaval de Rua (Viamão) – 2017? Mas o Ridi sabe. Cadê o Ridi? Alguém pode me atualizar sobre o carnaval e o novo paradeiro do Ridi? Temo pelo pior.
O grande mérito do Prefeito Bonatto, segundo o meu ponto de vista, foi perceber a importância da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel, fazendo com que a mesma permanecesse no local em que se encontra. Bem como o mérito de preservar a Praça da Bica (com a bica intacta e jorrante), após comprovar com laudo técnico que a água que jorra no local é boa para o consumo humano e NÃO representa nenhum risco para a saúde da população. Estas duas decisões do referido administrador representam grande sapiência e conhecimento da cultura local. E qual será o grande mérito do atual administrador da Cidade de Viamão? Ainda não sabemos. Vamos aguardar pelos acontecimentos futuros.
Segue abaixo o calendário de eventos do Carnaval de Porto Alegre (Versão 2017). Obrigado pela vossa atenção e até a próxima reflexão.
Namatê.

Calendário oficial Carnaval 2017 (Porto Alegre)

02/12/16 - Dia Nacional do Samba / Destaques e Escola Campeã
09/12/16 - Mostra do samba enredo do Grupo Prata
10/12/16 - Mostra do samba enredo do Grupo Ouro
11/12/16 - Mostra do samba enredo do Grupo Bronze
07/01/17 Concurso Rainha (quesito comunicação)
08/01/17 Concurso Rainha
03/02/17 - Abertura oficial e 1ª Descida da Borges
10/02/17 - 2ª Descida da Borges
17/02/17 - 3ª Descida da Borges
10/03/17 - Desfile oficial do Grupo Prata
11/03/17 - Desfile oficial do Grupo Ouro
12/03/17 - Apuração
17/03/17 - Desfile oficial do Grupo Bronze/Tribos (apuração após desfile)
18/03/17 - Desfile das campeãs

08/04/17 - Estandarte de Ouro

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Canquerini





Canquerini

A Zona Rural de Viamão é muito bela e aprazível.
Fui convidado para realizar uma visita especial. Possuo amigos que são fazendeiros no Canquerini. Dedicam-se ao plantio de cereais (arroz). Trata-se de uma propriedade relativamente grande e os negócios vão muito bem (obrigado).
No trajeto até a fazenda, parei no restaurante do Leo para degustar uma pamonha. Gente, vocês não podem imaginar que iguaria! Saborosa, saborosa, saborosa. A pamonha do Léo é muito saborosa. Não é produção própria, pois tem origem em Santa Catarina, mas é como se fosse uma pamonha canqueriana. E depois o atendimento ali é muito bom, dispõe de vários outros quitutes inigualáveis. Vale a pena dar uma passada ali.
Longe da periferia até esqueci daquelas cabeças que rolaram. Francamente: as coisas estão bem pesadas na Santa Isabel. Sinto saudade de Canasvieiras e de Balneário Pinhal. Por vezes me encontro fazendo planos de mudança de ares. Qualquer um de nós pode ser a próxima vítima, pois o sistema público de segurança está falido. O que fazer? Tributos, tributos e mais tributos. Retorno zero (ou quase zero) para o cidadão tributado.

Bom final de sexta. Espero encontrá-los vivos no sábado. 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

161





Ônibus Quebrado


O Caminhão guincho da Empresa de Transporte Coletivo Viamão possui mais de vinte anos de uso.
Acabei de assistir uma operação de reboque de um veículo (ônibus) da ETCV que apresentou pane mecânica aqui na Santa Isabel. O Coletivo estava se dirigindo para a Boa Vista e, diante da pane mecânica, solicitou apoio para a direção da empresa. O socorro mecânico demorou quase duas horas para chegar no local do sinistro. Demorou mais meia hora na operação de robocagem, ou seja, a via ficou congestionada por cerca de três horas devido ao ocorrido aqui relatado.
Gostaria de chamar atenção para a idade do veículo que veio socorrer o “ônibus quebrado”. Trata-se de um caminhão da Marca Mercedez Bens 1935 com mais de vinte anos de uso. Talvez mais antigo que o próprio “ônibus quebrado”. Pasmem os senhores, a Empresa de Transporte Coletivo Viamão, a empresa com maior faturamento no setor de prestação de serviço na cidade, não possui um caminhão zero quilometro para resgatar os veículos de passageiros que sofrem pane mecânica diariamente em Viamão e fora de Viamão.
Conclusão: Falta fiscalização da Secretaria de Transportes da Prefeitura de Viamão nas operações de tráfego da referida empresa, pois a legislação prevê uma idade média para os veículos de transporte de passageiros (incluindo o dito guincho aqui mencionado). Portanto, fica registrado o ocorrido, bem como a minha esperança de que a próxima gestão da atual administração pública municipal seja mais dinâmica e atuante no item fiscalização das operações da ETCV.


domingo, 13 de novembro de 2016

A Ultima Partida

A Última Partida*
*Texto Publicado em 27/05/2012


A Cidade de Santa Isabel é formada por diversas vilas, bairros grupos urbanos populares. A Vila Florença é uma parte da Santa Isabel. O futebol de campo foi uma das atividades de interesse na minha infância.
O fenômeno urbano tomou conta de toda esta região onde vivemos, eu nunca vi tanta obra civil acontecendo ao mesmo tempo. Isto é bom ou ruim? Para onde caminhamos, enquanto cidade? Estamos diante de um crescimento sustentável ou insustentável? Questões e mais questões para nós estudarmos. E as respostas? Elas haverão de surgir durante o nosso percurso (Caminhando).
A Vila Florença é aquela comunidade que fica entre a Santa Isabel e a Cecília. A Vila Florença não tem escola. A Vila Florença não tem creche (pública). A Vila Florença não tem Supermercado. A Vila Florença não tem um monte de coisas, mas tinha um campo de futebol e, no entorne dele, sociabilidades, cultura, lazer, diversão, enfim encontro de amigos (comunidade reunida). Minimamente organizada, havia ali também uma entidade associativa que organizava as atividades esportivas e sociais, dentre elas uma escolinha comunitária de futebol infantil. O esporte tem estes atributos de agregar, reunir, mobilizar pessoas.
A minha infância foi muito simples. Vivia com os meus pais ali na Rua Lisboa, esquina com Napoleão Bonaparte (Vila Miguelina). A minha mãe tinha um armazém (Armazém Jacomini). Eu ajudava nas atividades comerciais da família. Nas horas vagas, ficava ali pela frente, observando os transeuntes. Nos sábados havia um fluxo intenso de florentinos (ou florencianos) que faziam o seu deslocamento semanal até “a vila” (Isabel) para buscar abastecimento (geralmente nos supermercados Dosul e no Sete Irmãos). Nos domingos a tarde, dia de descanso e lazer, eu ia assistir os jogos de futebol que ocorriam no Campo da Florença. Eu tinha um determinado interesse por futebol (hoje, não mais). Pensava na possibilidade de ser um goleiro (Pode?). Coisas de criança.
A palavra mais bonita que eu conheço em antropologia é “Tradição”. Não só a palavra, mas tudo o que ela encerra. Hoje eu fui no campo do Florença (pedalando – Bicicletada.org). Conversei com amigos, testemunhei a “Tradição” do lugar, me emocionei com os relatos da “Última Partida”. Fiz fotos, consultei os mais antigos sobre questões diversas, enfim vivi (e revivi) aquela emoção de ser comunidade que se encontra e exige espaços de encontro, de cultura, de esporte e de lazer. A comunidade está prestes a receber do poder público um novo equipamento urbano denominado “Praça”. Ouvi crianças que falavam em uma pista de skate. Eu não sei se está previsto um equipamento deste tipo ali no outrora Campo do Florença. Eu sei que o Bar do Carioca fechou. O mesmo ocorreu com o Bar da Gringa. A chácara do Tio Zuza foi transformada em loteamento e o Campo de Futebol abriu espaço para uma praça. A Praça do Florença. Saudosismo? Não, urbanismo!



*Texto Publicado em 27/05/2012




Abaixo os links para sites onde os temas aqui abordados podem ser aprofundados:


Pra não dizer que não falei das flores - Geraldo Vandré (1968)

Tiririca – Florentina

BICICLETADA

Vídeos JacquesJa

Banco de Imagens da Cidade de Santa Isabel



sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Proteger



Proteger
        
         O que significa ser protetor?
         Vocês todos já sabem quais são os objetivos deste blog, mas volta e meia surgem aqui temas conexos. Creio que a academia não é o centro do mundo, portanto devemos falar hoje sobre a proteção animal.
         Inicio com um lamento: Existe um grupo de pessoas que administrou a Cidade de Viamão por, aproximadamente, duas décadas e não construiu (sequer) um único pilar a favor da proteção animal. Fico perplexo porque trata-se de mais de uma dezena de pessoas “comandada” por um casal que nunca enxergou um cão de rua faminto, que nunca viu animal de tração sendo maltratado, que nunca se compadeceu das fêmeas no cio padecendo nas calçadas, enfim não reconheceram “a causa animal” como uma bandeira de lutas a ser sustentada. Eu lamento profundamente por estas décadas perdidas e pela insensibilidade alheia. Se, ao longo destes anos, o médico veterinário da prefeitura tivesse realizado três cirurgias de castração/dia, certamente não haveriam tantos cães de rua na Cidade de Viamão nos dias de hoje.
         Dito isto, saio da esfera pública para a não pública: os protetores independentes de animais da região. Necessito declarar para os meus comuns que encaro com muita seriedade este trabalho voluntário que realizamos. Necessito também definir o que me mobiliza, pois não aceito determinadas condutas assumidas por (pseudo) protetores de animais. Como assim?
         Existem “protetores de animais” realizando galeto beneficiente para arrecadar fundos para a causa animal.
Existem “protetores de animais” comendo MAC, sentados diante da televisão assistindo o Domingão do Faustão (Fantástico, Novela das oito, das nove, das dez, etc).
Existem “protetores de animais” que não sabem distinguir um vegetariano de um vegano e, quando houvem a declaração eu sou vege, perguntam: Mas peixe pode?
Existem “protetores de animais” que aderiram a causa porque está na moda. Não abrem mão de um perfil em todas as redes sociais. Andam de automóvel rotineiramente, com o aparelho celular na mão conferindo as atualizações da lista de amigos e tirando fininho de cães, ciclistas e pedestres.
Concluo, voltando a indagação inicial: O que significa ser protetor? Segundo o meu ponto de vista, ser um protetor significa assumir um compromisso em defesa da vida (efetivamente). Respeitar o próximo, seja ele um animal, vegetal ou mineral. Render graças aos elementos da natureza, preservando todas as manifestações divinas existentes no globo terrestre. Dialogar de forma respeitosa com estes seres no sentido de buscar uma existência iluminada. Divulgar e propagar a Paz e o Amor Divino sempre. Obrigado pela vossa atenção e até a próxima reflexão.

Namastê

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Desrespeito para com o cidadão





Veja que foram instaladas barras de ferro no acesso principal, fato que impossibilita um cadeirante de entrar na loja, por exemplo.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Santa Isabel Jari





Santa Isabel (jari)


Por Jacquesja


Prezados leitores
A beleza desta manhã primaveril suscita uma breve reflexão sobre a cortina eleitoral cerrada. Presta a atenção, por favor, nos “ares da Cidade de Santa Isabel”..
Vencemos a eleição. Digo, foi vencido o período do pleito eleitoral. Sobrevivemos aquela balburdia infernal das cornetas eletrônicas que tentavam nos convencer de “verdades alheias”. Foi muita poluição sonora. Especialmente a de ontem a noite com o nome de “Festa da Vitória”. Uma isabelense denuncio no “feicebuk” que cães comunitários da região corriam sofregos e desorientados pelo ruido ensurdecedor dos fogos de artifício. Tudo isso na Santa Isabel. Pergunto: Porque não fizeram a “Festa da Vitória” embaixo da borracheira (Centro de Viamão)?
A Santa Isabel demonstrou mais uma vez ser o centro social e político do Município de Viamão. Durante o pleito assisti um desfile de autoridades de grande magnitude orbitando o centro da Santa Isabel: deputados, senadores, ex-governadores, dentre outras personalidades do mundo político nacional. Portanto, a tese que defendo desde 1999 só se fortalesse a cada dia que passa: Santa Isabel não é apenas um bairro. Santa Isabel não é apenas suburbio de Viamão. A grande Santa Isabel é uma região com “ares de Cidade”. Tem muita gente que não entende esta expressão e tipo de texto que ora costruo. O que fazer se preferem churrrasco com matéria prima de origem duvidosa?
O que André Pacheco pode fazer pela Santa Isabel? Se eu fosse o prefeito eleito traria os doze milhões e o projeto do novo centro administrativo municipal de Viamão para a Santa Isabel. Esta seria a melhor notícia que poderíamos receber no período, confirmando de forma cabal a nossa tese. Além disso, alavancaria toda a região como local, efetivamente, da região metropolitana de Porto Alegre, pois ganharia o eixo do antigo traçado definido pelo Dr. Alceu de Deus Collares com a denominação de Avenida do Trabalhador (Projeto que criou os TMs).
Foi um grande pleito. A população está de parabéns pela maturidade política demonstrada. Viamão ganha um novo período histórico com a renovação bem aquinhoada nos poderes legislativo e executivo o que certamente acarretará “novas bonanças” para a Cidade. E se me permitam um arroubo particular: Quero ter o prazer de pisar o chão do novo paço municipal, fotografar os meus pés e publicar na exposição fotográfica “Cem Pés”.
Obrigado pela presença dos que me assistem. Muito obrigado pela atenção dos meus leitores. Agradeço a todos e até a próxima reflexão.



quinta-feira, 21 de julho de 2016

Secretaria Municipal de Cultura de Viamão

A Secretaria Municipal de Cultura de Viamão tem a sua sede no interior de um Ginásio de Esportes?




http://www.viamao.rs.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=364%3Asecretaria-de-cultura-e-esporte&catid=1%3Aconteudo&Itemid=9

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Mulato conclusão





Prezados Colegas

Gostaria de chamar a vossa atenção para o fato que estamos concluindo esta série editorial. Mas antes de considerar a publicação de hoje, conclusão da monografia, quero fazer um registro.
Vejam o que encontrei na boca da Tiuca. Um texto dos tempos idos com o título "Saúde e Reprodução Social". As pessoas estão enviando mensagens perguntando sobre a Tiuca. Trata-se de um animal canino que está abrigado no CESAJO. Ela me acompanha nos trabalhos de arquivo e, quando menos espero, lá vem a Tiuca com algo inusitado na boca. O nosso acervo é muito grande e situações deste tipo ocorrem. Graças aos deuses, pois trabalho bem acompanhado. 
Quero aproveitar a oportunidade para destacar a autora da obra citada: Dra. Maria Assunta Campilongo. Pesquisadora de alto quilate, integra, honesta e muito agradável. Foi uma das melhores professoras que tive no curso de Ciências Sociais. No meu currículo fica a grata satisfação de ter trabalhado com profissionais extremamente qualificados, mas também atenciosos e respeitadores com os seus subordinados. Obrigado professora por ter contribuído com a minha formação profissional. 
Ser intelectual não é sinônimo de ambição e busca de poder a qualquer custo. Foi um dos seus ensinamentos. Obrigado






E então a conclusão.
Devo ainda publicar a bibliografia na próxima página.
Fico a disposição para qualquer tipo de crítica e contribuição dos egrégios colegas e amigos que acompanharam esta série sobre o "Mulato cor de rosa".
Boa leitura!
Namastê

O B S.: A imagem acima é do Tio Marino (Fundador da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel).




Conclusão

“O Cativo rejeitava no dia a dia o trabalho: mostrava-se inábil, preguiçoso, irresponsável. Sabotava os meios de trabalho. Sob os olhos ou às espaldas dos amos e capatazes, realizava pequenos furtos para minorar a ingente miséria material e moral em que vivia”.
Mário Maestri

Neste momento final da monografia, gostaria de retomar algumas questões já desenvolvidas no corpo desta, bem como inserir novas idéias que ainda não foram apresentadas anteriormente, mas que cabe ser referidas no fechamento do mesmo.
Em primeiro lugar é fundamental informar que a atividade analítica prevista para acontecer a partir do vídeo etnográfico Mestre Borel – a ancestralidade negra em Porto Alegre não foi levada a termo final, conforme o pré-projeto enviado para o avaliador da disciplina. O objetivo era fazer uma reflexão e análise do mesmo a partir de original. Como eu não recebi retorno do procedimento formal, via protocolo geral da universidade, de registro de solicitação ao BIEV de acesso a obra a atividade ficou prejudicada. Nego-me a trabalhar com uma cópia apócrifa publicada sem autorização dos seus autores na internet. E no meu currículo agrego mais um “Não” da elite branca. Contudo, aqui é necessário registrar um detalhe importante que é o seguinte. Na oportunidade em que fiz o contato pessoal com a equipe de pesquisadores do BIEV senti que a demanda que se apresentava era muito maior que poderia prever, pois se tratava de uma vontade da alteridade que administra o senso de justiça no pantheon dos orixás (conforme estabelece a cosmologia afro-brasileira). Negar que se faça a vontade da referida alteridade é uma decisão que, muito provavelmente, apresentará desdobramentos ainda não mensurados por este pesquisador. Esta é a dinâmica que os estudos de religiosidade de matriz africana têm apresentado para os antropólogos desde os tempos idos. Assumo a responsabilidade, no que tange a minha esfera de poder acadêmico que não abrange as esferas de poder superior envolvidas nesta decisão tomada pela “equipe dirigente” (Erving Goffman, 1979).    
Em segundo lugar é necessário retomar alguns aspectos ainda ausentes, agora já em tom conclusivo, sobre a discussão que versa na linha da “Arte Popular”. A arte popular representa, entre outras coisas, a resistência cultural de uma camada da população posta em condição marginal pelo sistema sócio-econômico vigente. Quando trabalhei com “Arte Indígena” afirmei: A moderna e ampliada divulgação dos princípios estéticos e artísticos dos “povos civilizados” (ou modernos) não consegui anular e extinguir algumas expressões artísticas dos “povos não civilizados” (ou primitivos). Aqui acontece algo muito parecido, pois os valores eurocentrados negam a vitalidade e originalidade da arte do índio e do negro.
A minha contribuição para que esta cena de resistência se fortaleça é presente na esfera acadêmica e também fora desta esfera. Demonstrei toda esta trajetória pessoal de trabalho na defesa dos valores comuns a comunidade de afro-descentes da Vila Isabel. Desde a publicação do livro “Os Primórdios da História da Santa Isabel” que ocorreu em 1999 (Ver Anexo 08). Posteriormente, passei por uma fase mais lúdico-criativa onde produzi peças mais livres e instintivas como às mandalas, a exemplo da imagem exposta no anexo de número 09. Passando pela criação dos blogs “a cidade de santa Isabel”, onde apresento o potencial da minha comunidade para o mundo e do blog “JacquesJa”, onde reflito sobre os assuntos da academia, apresento um pouco da minha trajetória acadêmica e elaboro questões teóricas acerca de temas antropológicos e sociológicos. Fotografo, edito textos e imagens, crio pequenos vídeos, entre outras peças artísticas sempre destacando a minha origem étnico-social, a necessidade da afirmação dos nossos valores enquanto grupo explorado pela classe dirigente eurocentrada que nega o nosso brilho e a nossa capacidade de auto-gestão (A esse respeito ver imagem símbolo do blog no anexo 10).
Dentro da academia também aprendi a resistir. A sala estava lotada, o calor incomodava e não havia assento para todos. Tomei por estratégia chegar cedo para não ter que buscar cadeira nas outras salas de aula (situação vexatória e desconfortável). Enquanto isso a professora dizia com sarcasmo: “muitos vão sumir com a chegada do outono”. Chegou o outono e depois o inverno e eu ali presente, participando da cena de labuta intelectual. Dei prova que sou forte e resisti, sinto pelos que caíram diante da arrogância da elite branca que ousou até a não honrar os Deuses. Neste ínterim, gostaria de citar uma grande socióloga que afirmou recentemente: "Sempre há uma resistência neste longo processo de consolidação da sociedade capitalista e industrial. Houve sempre um embate muito grande entre uma forma de organizar o trabalho e uma resistência a esta forma". A frase é de autoria da professora Dra. Lorena Holzmann, com a qual tive o prazer de trabalhar durante o curso de licenciatura em Ciências Sociais/IFCH/UFRGS (1992-1998).
O tradicional suporte gráfico exigido como prova das atividades realizadas, deve ser completado, sempre que possível, com ilustrações, fotografias, mapas e recursos iconográficos. Assim acredito e assim tenho laborado no transcurso da minha trajetória acadêmica desde o meu ingresso na universidade que ocorreu no século passado (1992). Neste sentido é que encaro os registros fotográficos e alguns desenhos. O trabalho realizado através da criação dos desenhos técnicos ilustrativos agregados em apoio ao conteúdo gráfico da pesquisa cientifica hora apresentada iniciaram nesta época. Um dos exemplares foi realizado a partir da análise da obra denominada “Um Lírico no Auge do Capitalismo” de Walter Benjamin. A partir da leitura de parte da obra (páginas 117-118) avalio a questão dos estímulos na relação com o processo criativo visto pelo autor como uma espécie de esgrima onde esta surge como a imagem da resistência ao choque (esgrimindo com o lápis). Trata-se de uma obra muito instigante e está relacionada com “A Dialética da Duração” de Gaston Bachelard, sobre a qual também realizei desenho esquemático especializado com o recurso de texto colorido para auxiliar o entendimento da discussão teórica exposta (Ver imagens anexas – Anexo 12).
Em terceiro lugar, necessito retomar um debate básico, porém fundamental em antropologia: as diferenças entre natureza e cultura. A citação do etnólogo Sérgio Baptista é fundamental neste momento, pois aponta o caminho que a minha reflexão necessita externar nesta conclusão: “A clássica oposição entre natureza e cultura, presente no ocidente euroreferenciado, não faz nenhum sentido para o pensamento ameríndio  existente entre os coletivos indígenas das terras baixas americanas” (Silva, 2010). Ali Batista sinaliza o norte, ou seja, destaca a idéia fundamental do debate sempre atual sobre os limites (e/ou oposições) entre natureza e cultura. Ao escrever “Viamão”, obra já mencionada no transcurso desta monografia, também me ocupei do tema, dedicando um artigo sobre. Ali afirmei: A noção ou conceito de Cultura é algo que não pode ser resolvido ou definido em poucas linhas, porém não dá para reduzir a questão a um dualismo ingênuo, defendendo a idéia de que, numa relação entre Cultura e Natureza, tudo o que não é natural é cultural. Na área das Ciências Humanas, a disciplina que se origina pelo estudo da Cultura é a Antropologia. A própria Antropologia, enquanto ciência, só surgiu a partir da definição de cultura que um cidadão chamado TYLOR elaborou. No seu original de 1871 ele afirma: “La cultura o civilizición, en sentido etnográfico amplio, es aquel todo complejo que inclye el conocimiento, las creencias, el arte, la moral, el derecho, las costumbres y cualesquiera otros hábitos y capacidades adquiridos por el hombre en cuanto miembro de la sociedad.” Preste atenção que neste conceito Cultura é entendido como sinônimo de civilização e que o autor fala em cultura no singular, como se na humanidade existisse um único todo ordenado que se chama cultura. Atualmente, não se adota mais este conceito, pois acreditamos que temos na humanidade CulturaS diversas oriundas dos mais diferentes sistemas sociais que o homem conseguiu organizar e não uma Cultura humana única (no singular) que represente a elaboração criativa total do homem moderno. A principal característica da Antropologia é o seu esforço de “Relativização” dos sistemas sociais, dos conceitos das ciências humanas, enfim de tudo que se perceba como possível de ser relativizado. Neste contexto, a maior bandeira antropológica é a negação de todo e qualquer “Etnocentrismo”, que, grosso modo, pode ser denominado como a exaltação absoluta e irrevogável de determinada etnia, grupo social ou tribo urbana. Digo isso, para lembrar que “Absolutizar” o conceito de cultura entre duas categorias estáticas, a própria e a natureza, é algo como estar trabalhando contra algo que por si só não admite nenhum tipo de dualismo ingênuo, as inúmeras culturas humanas existentes no globo. No universo da Cultura existe todo um arcabouço real ou imaginado de natureza, como também na Natureza existe todo um contexto dado e não dado que é cultural (Jacomini, 2003).
Remeto para a fala de Mestre Borel no vídeo etnográfico já citado, quando referi o “Bará do Mercado”. Com muita propriedade ele cita as diversas tentativas dos gestores públicos locais e da classe dirigente de “desenterrar o Bará do Mercado Público de Porto Alegre” como se essa fosse uma mera atividade mecânica ou de simples engenharia8. Anexado a esta observação vem um comentário necessário. Após a produção deste primeiro documentário (A Ancestralidade Negra em Porto Alegre), a mesma equipe de pesquisadores produziu obra análoga a esta denominada “A Tradição do Bará do Mercado”. Mestre Borel foi uma das personalidades do meio afro-umbandista que traz o relato de matriz africana sobre o fundamento afro-religioso chamado O Bará do Mercado Público11. Da mesma forma deve ser apreciado o universo hídrico da Santa Isabel (Viamão/RS) aqui já citado no decorrer da monografia final da disciplina. A água da bica, por exemplo, não é um simples recurso natural da localidade mencionada. Existe todo um universo cosmológico em torno deste sítio onde se encontra atualmente a Praça da Bica e a Sede da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel. Os isabelenses não buscam apenas saciar a sua sede, quando deslocam até o verte douro que emerge das camadas subterrâneas do solo. Mais do que isso, conforme demonstrado no texto final do meu trabalho de conclusão de curso (TCC), quando desenvolvi a temática da cosmo gênese e antropogênese Guarani demonstrei que o perímetro urbano entre as Fontes da Lascy, Fonte do Jarí e a Praça da Bica compõe compõem um sistema hídrico relacionado ao culto de alteridades denominadas pelos Mybiá Guarani como “a nossa própria Mãe”. Em se tratando da cosmologia afro-brasileira a referencia que se faz é ao orixá denominado Iansã que se comunica diretamente a outro orixá muito reverenciado por toda as casas de culto africano que chama-se Yemanjá. Ou seja, a proposta da atual administração pública do Município de Viamão de transladar a sede da Escola de Samba “Unidos de Vila Isabel” para as imediações do Residencial Três Figueiras exige um estudo prévio muito bem elaborado, inclusive, segundo o meu ponto de vista, deveria agregar um laudo antropológico sobre o impacto sócio-cultural que esta mudança vai provocar.
Finalmente, quero retomar a questão que vai fixada no próprio título da monografia. Ou seja, do processo de pertencimento étnico estudado e pesquisado, a partir das vivencias e reflexões teóricas propostas pela disciplina Afro-descendencia e Cidadania no Brasil Contemporâneo. Eu explico o caminho trilhado que percorri até chegar nesta resposta sobre o meu próprio enquadramento étnico-social. As concepções de cunho positivista e evolucionista surgem ainda hoje de forma predominante na historiografia oficial. Ainda hoje existe uma espécie de desdobramento da concepção burguesa e euro-centrada que enquadra os “Não-Brancos” como indolentes, incapazes e meras máquinas de produção. Dentro desta “cosmologia branca”, pseudos-especialistas “enquadram” a atividade intelectual do “Não-Branco” como produto de segunda classe. Assim como ao ler a obra de Gilberto Freyre encontrei uma referência ao Teatro Santa Isabel do Recife que muito me compraz (Ver Anexo 11) deixo a página que segue registrada nos anais desta universidade ainda tão pobre de uma negritude consciente da sua real condição sócio-cultural. Aqueles que me sucederão, haverão de encontrar reminiscência destes escritos que servirão de novo ânimo para o fortalecimento do movimento de resistência negra dentro e fora do universo acadêmico:

“Mulato Cor-de-Rosa

‘Nunca vou ser o que os outros querem’
Gonzaguinha.


A minha comunidade está reunida na quadra, cantando a sua cultura. A Lua é Nova. Encantado. São os ares setembrinos soprando no Belo Monte.
Eu gostaria de iniciar com uma dedicatória. Tenho uma amiga que é filha única e sempre que escuto “Trem das Onze”, lembro dela. Com carinho, eu inicio este com a dedicatória para ela que é uma apreciadora da minha obra literária e acompanha a construção deste espaço. Adoniram Barbosa é uma daquelas grandes personalidades da música popular brasileira e pessoas assim nunca morrem, pois se perpetuam na sua obra. E por falar em grandes personalidades do campo das artes, tenho ao meu lado, nada mais nada menos do que, Gilberto Freyre (Ensaista, sociólogo, antropólogo, literato, enfim um grande brasileiro).
Eu já falei aqui sobre a minha caminhada em chão antropológico, portanto não vou retomar isto para não cançá-los. Também já devo ter dito que se você tem interesse em estudar antropologia física não deve ir para o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pois lá isso não existe (não é ensinado e não consta das grades curriculares academicas).  Disse também que esta foi a grande lacuna que ficou na minha formação como cientista social, mas o bom aluno vai além e busca aquilo que não é oferecido (age com intuição de quem garimpa saber). Foi o que ocorreu comigo. Eu busquei e encontrei um tipo humano, denominado de ‘Mulato Cor de Rosa’.
Eu sempre soube que não era branco. Descobri-me um afro-descendente recentemente. Contudo, ainda faltava algumas variáveis para fechar esta “fórmula étnica” (nascida na sensação de um pertencimento étnico, conforme foi  trabalhado por POUTIGNAT, Philippe e STREIFF FERNART, Jocelyne na obra Teorias da Etnicidade). Pois não é que consegui tal intento. Isso mesmo, eu consegui pelas mãos, ou melhor, pelas letras de Gilberto Freyre. Lendo o capítulo sete do livro “Sobrados e Mucambos” que versa sobre a ascenção do Caboclo e do Bacharel, encontrei o elo que faltava para sacramentar a minha ligação definitiva com o meu povo. Está tudo ali, vale a pena ler (leitura indicada para brancos e não brancos). O autor detalha não só os aspectos humanos e antropológicos da  tipologia física, bem como as características sociológicas e psicológicas desta etnia. A mulata, o típico produto nacional, já foi muito comentada e referida na literatura, mas o mulato possui certamente menos referencias. Mas está tudo lá na obra de Gilberto Freyre, autor tão pouco explorado pelos antropólogos contemporâneos, devido a diversos ransos ideológicos que estreitam o espectro de trabalho em ciências sociais.
Eu que já sou da Vila faz tempo, sinto a alma lavada no estudo e análise do nosso povo e da nossa gente, onde estou inserido e vivo plenamente este setembro de início de século. Adjetivações recebo diversas pelas vias literárias e não literárias. Na sua grande maioria, de cunho pouco cordial e até caluniosas e difamatórias. Mas estou super tranqüilo, pois Freyre elucida até aquilo que vem dos terrenos mais pantanosos da existência humana: a psique e os traços comportamentais típicos do mulato cor-de-rosa. Leia, por favor. Leiam antes de tecer a crítica ácida e desleal que me remetem.
Eu não vou ser o que os outros querem, disse Gonzaguinha, em determinado momento da sua vida (linda e iluminada vida). Eu quero concluir este breve texto, com mais uma frase de grande impacto no nosso ideário elucubrativo recente: A Vida dedicada a ganhar dinheiro é vivida sob compulsão, e obviamente ela não é o bem que estamos procurando. Aristóteles, o pai da filosofia do direito, teria dito esta frase, registrada no livro Ética a Nicômaco (pag 122 da ed. Série os pensadores – Ed. Nova Cultural). Eu quero agradecer: muito obrigado! Agradeço a vossa atenção nesta leitura.
Namaste.

Texto extraído de publicação do Blog A Cidade de Santa Isabel.
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