Escritos não acadêmicos.



Centro de Pesquisas Sociais e Antropológicas

Jerônimo de Ornelas.

CESAJO






- Envelhecer -     








Yakomin




Realizado por RAVIER JACOMINI

Professor e Pesquisador                 



Epígrafe


“Quem disser que preto é feio,

Preto é bonita cor,

É com preto que eu escrevo as cartas para o meu amor

(Refrão).


A diferença está na pele

Põe o branco e o preto nu,

Todo o sangue é vermelho,

Eu nunca vi sangue azul.

Queremos a igualdade,

Todos nós somos irmãos,

Merecemos o mesmo trato,

Porque somos todos cidadãos.


“Quem disser que preto é feio,

Preto é bonita cor,

É com preto que eu escrevo as cartas para o meu amor

(Refrão).


Quero convidar a sociedade

Para nos visitar lá em peixinho

Que serão recebidos com carinho

Eu posso provar

Antes foi um matadouro

Mas agora é nascedouro

Merece todo o valor e devemos destacar

Eu nunca fui matador

Sempre fui bom cantador

Tem repente, tem valor,

Tem um jeito de cantar e se você me deixar

Eu vou provar o meu talento,

Porque chegou o momento

Do Galo Preto voltar.


“Quem disser que preto é feio,

Preto é bonita cor,

É com preto que eu escrevo as cartas para o meu amor

(Refrão).



Fonte da transcrição da canção:

Extrato do Coco chamado “Quem disser que preto é feio”

Mestre Galo Preto em apresentação no Programa “Sopa Diário”,

Apresentado na TV Universitária.




INTRODUÇÃO


“É impossível defrontar-se alguém com o Brasil de Dom Pedro I, de Dom Pedro II, da Princesa Isabel, da campanha da Abolição, da propaganda da República por doutores de pincenez, dos namoros de varanda de primeiro andar para a esquina da rua, com a moça fazendo sinais de leque, de flor ou de lenço para o rapaz de cartola e de sobrecasaca, sem atentar nestas duas grandes forças, novas e triunfantes, às vezes reunidas numa só: o bacharel e o mulato” Gilberto Freyre


A obra presente é oriunda do resultado das atividades vinculadas ao Plano de Vida Cinquentenária do próprio autor. Ministrante de diversas disciplinas na qualidade de professor, venho a lume com a presente escritura para falar do processo de envelhecimento. 

O Objetivo geral é apresentar um conjunto de textos que revelam os debates contemporâneos que tenho travado com os meus pares. Dentro e fora da academia. A grande novidade aqui, para quem já acompanhou as obras anteriores, fica por conta do panorama jurídico que se apresenta agora de maneira mais elaborada e uniforme. Ou seja, entrei em definitivo no Mundo do Direito.

A questão subjacente que surge  pode ser representada por questões do tipo: O que faz um intelectual não branco na periferia aos ciquenta anos de idade? Como faz? E porque faz?

Outro debate importante que me proponho a construir é aquele de cunho mais filosófico que iniciei outrora: “O que é a Santa Isabel Hoje? E o contexto das respostas acontecem no decorrer da obra. Acompanhe. Contribua. Critique. Enfim, vamos juntos construir esta obra literária dedicada aos meus e para os meus.

Ao longo do texto também estarei apresentando a possibilidade do leitor interagir com conteúdos externos relacionados. Portanto, aqui durante a leitura você poderá encontrar Link para um documentário. Sugestão de leitura de pequenos textos. A citação de Imagens comentadas e lincadas para serem avaliadas pelos nossos leitores. Ou seja, um hiper texto que busca ser mais dinâmico, interessante e rico que os de antanho.






Capítulo 01




Cinquentenando



I


A segunda feira que se apresenta é o prenuncio de um processo que vou guardar em sete partes. Hoje vai nomeado de cinquentenando, amanhã … Amanhã é outro dia. Vamos concentrar no hoje. Ok.

Amiga late lá fora e eu quase cinquentenado. Tomei uma decisão importante no dia de hoje: vou ao mar. Certa feita afirmei: Amar é ir ao Mar. E é exatamente isso que eu vou fazer: amar no mar. Balneário Pinhal me aguarde. Terezinha.

Prezados. Essa é a cara que eu desejo para essa obra: objetiva, simples, autoral, verdadeira. Dito de outra forma: Eu para vocês. Espero que curta e, se achar necessário, compartilhe.



II


A terça feira que se apresenta é diferente do prenuncio de ontem. Um processo que iniciou ensolarado e agora vai nublado. A parte dois de sete partes que havia elencado e nomeado de cinquentenando, amanhã … Amanhã é 23, são oito dias para o fim do mês. Paula Toller, outra agostina que canta e encanta no alto dos seus 58 anos. Vamos concentrar no hoje. Ok.

A homenagem que realizo ao santo guerreiro vai em curso. Todas as terças feiras lembro de São Jorge. Na verdade é muito mais do que isso, pois a lembrança é constante, bem como a necessidade de resistir as “tramas do inimigo”.

Não é o meu objetivo aqui aprofundar os debates sobre as questões que permeiam a fé popular, mas deixo gravado: sou devoto de Saõ Jorge! Acredito no Santo Guerreiro, mas não sou um “Católico apostólico Romano”, por assim dizer. A Verdade é que a minha inserção no Templo Escola me aproximou sobre maneira do metodismo. Hoje tenho diversos amigos metodistas, desenvolvo uma linha de pesquisa sobre o metodismo acadêmico, enfim a cultura metodista entrou na minha vida e sinto prazer em dialogar com Wesley aqui e acolá.

Gostaria de concluir esta parte dois com uma menção ao mundo do Direito. Ontem a noite discutia com uma especialista sobre o processo de execução na vara de família que versa sobre alimentos devidos a determinado alimentando que ingressou no poder judiciário, pois não obteve resposta na relação direta com o devedor dos alimentos. Ou seja, um inocente indefeso que possui todos os seus direitos fundamentais protegidos pela legislação brasileira, mas não obteve êxito no plano amigável e necessitou constituir advogado e ingressar junto ao juízo competente para fazer valer o seu direito básico e fundamental à alimentação e similares.

Contudo, resta ainda hoje um compromisso junto ao Direito Tributário. Necessito cumprir prazo em um processo judicial da área diversa aquela citada no parágrafo anterior. Ou seja, são aprendizados que surgem neste agosto ensolarado, por vezes nublado. Enquanto aguardo a primavera de dois mil e vinte, destaco que nesse momento ainda não é possível mergulhar exclusivamente na área do direito que escolhi para militar: Penal e Processual Penal (além é claro da filosofia do direito, da criminologia e da antropologia jurídica). Fases. São fases que a vida nos reserva e devemos vencer passo a passo todos esses desafios.

Enfim. Vamos avançando. Em breve você vai saber mais sobre a matéria e a minha relação com estas primeiras “notícias” que apresento nesta breve obra despretenciosa, humilde, porém autoral e verdadeira.



III


A quarta feira que se apresenta é distinta do ontem (e do ontontem). Um processo que iniciou ensolarado, nublou e, agora, voltar a contar com a presença do “astro rei”. A parte Três de sete partes que havia elencado e nomeado de cinquentenando, enfim, envelhecer … Amanhã não é 23, mas Paula Toller segue cantando: “amanhã, amanhã ã,  ...”. Vamos concentrar no hoje (Oito).

A tecnologia disponível para nós aqui na periferia é o tema de hoje. Gostaria de falar de tecnologia informatizada e de tecnologia não informatizada. Inicio pela última classe citada, pois muito nos afeta e é essencial para a nossa sobrevivência: abastecimento de água potável.

O novo marco regulatório do saneamento básico foi aprovado recentemente pelo Congresso Nacional e deve representar uma mudança significativa no setor. Do ponto de vista jurídico, devia inicar a minha análise da matéria sob esse viés. Mas não vou proceder desta forma, pois esta não é uma obra jurídica, apenas literária que vai pintada com tintas da antropologia e do direito e de arte contemporânea (na medida do possível). 

No dia de ontem recebi a notícia: A Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN) vai interromper o sistem de bombeamento, a fim de realizar mudanças no sistema de abastecimento de energia elétrica no complexo gerador principal da estação de Gravatai. Ou seja, a população da Região Metropolitana de Porto Alegre, especialmente Viamão, Alvorada e Gravataí são afetadas mais uma vez com um problema bastante conhecido por aqui: a falta de água potável em nossas residências. E desde quando isso ocorre? E qual é a frequência destas interrupções? Etc. Etc.

Vejam os senhores e senhoras, isto aqui não é um panfleto e não pretendo realizar nenhum tipo de protesto a cerca do tema, mas é necessário lembrar que o problema é histórico, recorrente e já foi abordado com diversos artigos que publiquei no blog. Destaco o artigo que esvrevi e denominei de “Burica”. Você leu? Se leu já sabe do que se trata. Se não leu, fique tranquilo. Nos próximos capítulos deverei apresentar em resumo alguns textos da minha própria lavra que produzi outrora e vão publicados de forma esparsa e aleatória aqui e a acolá.

A outra questão tecnológica é a informatizada. Destacando que o contexto vivido é o da pandemia do corona vírus. Distanciamento social, trabalho remoto, etc. A semana vai mais difícil por conta dos problemas que encontrei no meu equipamento de informática. Vejam, a promessa da tecnologia é resolver todos os nossos problemas, no entanto isto é uma falácia. Necessitamos ficar muito atentos com as “trampas capitalistas atuais”. Estamos o tempo todo sendo observador, sendo vigiados pelos “Donos do Poder”. Você já percebeu que ao digitar uma palavra qualquer no computador, logo em seguida surgem inúmeras “notícias” sobre aquela mesma palavra. Cafeteira, por exemplo. Se você digita no pc a palavra cafeteira, logo logo vem uma longa sequência de anúncios, ofertas e informações de diversos fabricantes e comerciantes de cafeteira. Você passa a ser abordado diretamente no seu aparelho celular com fatos semelhantes. O telefono fixo da sua residência toca e do outro lado da linha está um vendedor de cafeteiras, falando da mais bela, moderna e dinâmica cafeteira do mercado. Ou seja, trampa. Palavra em espanhol que significa armadilhar (ardil). Esse é a nova face do capitalismo.

Juntando as duas situações tecnológicas. De um lado você tem as torneiras secas, onde não há um pingo de água para você escovar os seus dentes ou lavar as suas mãos e do outro lado o que há? De boca seca você encontra uma legião de empresários capitalistas ardilosos que aproveitaram a sua inocência e enviaram uma cafeteira para o seu endereço residencial, juntamente com um boleto bancário para você pagar. E eu pergunto: Como fazer café sem água? 

O que ocorreu aqui foi o seguinte: A empresa X monitorou a minha navegação e obstrui o meu acesso ao navegador que pertence a empresa Y que hoje é a gigante no setor. A empresa X armou uma “trampa”, obrigando-me a utilizar o seu navegador de internet com o objetivo de exclusividade sobre os meus dados pessoais e, consequentemente, me capturar como um consumidor ad infinitum. Trata-se de uma guerra empresarial entre as duas grandes empresas do ramos informático e o cidadão fica exprimido entre ambas sem entender os meandros desta competição desleal que aqui estou chamando de guerra comercial muito característica do cenário histórico observado no século XXI. O que podemos fazer? Resistir. E como resistir? A Literatura ainda é uma das melhores armas. Faço o que tenho feito, ou seja, escreva, desconectado e depois compartilhe nas redes sociais. 

Gostaria de concluir o ponto com a lembrança de um literato: Veríssimo. Ari Rodrigues escreveu uma canção (samba enredo) com a chamada “De Veríssimo a Veríssimo”. Lembra? Eu estava na avenida naquele ano. Foi uma experiência incrível. Mas refiro a coluna do dia 3/04/2017 onde Luis Fernando Veríssimo fala de Nostalgia no Jornal gaúcho Zero Hora. Ele diz: “Há um sentimento que une direita e esquerda. Uma nostalgia comum que nenhum lado confessa, e da qual talvez nem se de conta. É a saudade do século XIX.” Veríssimo. Obrigado, professora Cláudia por ter colocado esse texto no meu contexto de escrita. Vamos juntos, resistindo e construindo uma nova realidade sócio econômica com mais igualdade e humanidade para todos os nossos semelhantes. Venceremos! 


 

IV


A quinta feira que se apresenta iniciou as duas horas da manhã com uma chamada telefônica que anunciava uma tragédia: um parente próximo sofrera um acidente de trânsito e jazia em estado gravíssimo no leito de um hospital público.

Vejam os senhores que a sucessão dos dias vividos pode ser lido como roteiro de um filme que gravamos na memória. Lembrei de Ecléa Bosi (São Paulo, 14 de Outubro de 1936 - São Paulo, 10 de julho de 2017). Não gostaria de aprofundar aqui as questões sobre o estuda da memória, apenas lembrar que a referida autora foi uma psicóloga e escritora brasileira. Professora emérita e titular do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.

A psicologia como área de conhecimento me atrae e re encontrar a referida pensadora aqui é algo que não estava previsto no cerne dessa obra. De qualquer sorte devo ainda lembrar que, quando da minha inserção no grupo de pesquisadores dedicado ao estudo da “Cultura do Medo”, li diversas obras de Ecléa Bosi, muito especialmente "Memória e sociedade", "Cultura de massa e cultura popular", "Leituras de operárias", "Velhos amigos”, etc. Resenha? Sim! Realizei várias resenhas debruçado sobre a obra de onde destaco a passagem:

“Os projetos do indivíduo transcendem o intervalo físico de sua existência: ele nunca morre tendo explicitado todas as suas possibilidades. Antes, morre na véspera: e alguém deve realizar suas possibilidades que ficaram latentes, para que se complete o desenho de sua vida” (BOSI, 2017)

A parte da obra daqueles que partiram, peço licença a vós mercê para falar da minha própria produção sobre a matéria finitude humana no Planeta Terra (se é que posso referir dessa forma). O fato é que podemos lembrar de uma fogueira onde todos os seres vivos estão queimando. Os mais jovens queimam de forma mais acelerada, enquanto que os velhos de forma menos acelerada. E como é lindo observar um broto novo no indivíduo vegetal que se apresenta diante do sol cheio de vontade de vencer, subir, prosperar. Ser Sol. Gira, gira, gira, sol. Girasol nos teus cabelos (Valença). Enfim, digo para introduzir uma página que já escrevera o autor desta breve prosa. Vita.

A escrita é algo que muito me anima (e enobrece). Naquela oportunidade, assim exprimi o meu sentimento sentido em coração não branco de um mulato que, acossado pelos “fatos de boi” (Conforme Azevedo na obra O Mulato), constrói a sentença: A Vida é o maior valor (bem) a ser preservado (vivido). Viva a Vida (em todas as suas formas e manifestações).

Na sequencia do desídio afirmei o que segue: A noção de valor é construída socialmente segundo os preceitos culturais das sociedades em questão. A experiência social moderna mostra que o valor financeiro é o que tem maior destaque na sociedade contemporânea capitalista. “Tempo é dinheiro”, afirmam os indivíduos que transformam as suas vidas em uma verdadeira “maratona” onde a vitória é representada pelos bens que o capital (econômico-financeiro) pode comprar. Neste caso, imóveis de luxo, automóveis esportivos, jóias e outros produtos afins são os símbolos das pessoas “bem sucedidas” (bens distintivos expostos como medalhas).

Eu entendo que a vida (em todas as suas formas e manifestações) representa o maior valor a ser perseguido, fomentado e preservado. A preservação da vida é a meta 01 (Zero Um) de qualquer pessoa enfileirada conosco (neste pressuposto que defendo). Infelizmente somos minoria entra uma massa de semelhantes que não medem esforços para reproduzir o Status Quo e fomentar a roda consumista (capitalista). Estas últimas desconhecem (ou negam) esta verdade fundamental que venho aqui propagar e, na maioria das vezes, são vítimas do próprio sistema que ajudam a alimentar.

A Vida é tão sublime, rica e maravilhosa que está presente até mesmo onde os transeuntes comuns não observam. Há vida na semente que levada ao solo floresce e dá frutos. Há vida no vento (brisa fresca) que anima e acalma os desalentos da alma. Há vida na água que sacia a sede e rega a planta. Há vida na palavra da boa vontade que enobrece o bem querer. Há vida no seio da mãe que alimenta e nutri o filho querido. Acredito, portanto que é necessário ter muita sensibilidade e sintonia (fina) com o criador e a mãe (natureza) para estabelecer esta aliança eterna com todas as manifestações de vida (humana e não humana). Preservar a vida é fortalecer o amor e a bondade que deve inundar os nossos corações quotidianamente. Viva e deixe viver. Não cometa nenhum tipo de atentado contra a vida. Viva, viva cada vez mais. Viva plenamente. Viva a Vida.

Escrito em Outubro de 2010. Publicado originalmente no sítio

http://jacquesja.blogspot.com/p/jacquesja-autor-escritos-nao-academicos.html


Alex Pina diz: “Temos que ganhar tempo” (La Casa de Papel). Lembro da frase que é um verdadeiro mantra nesta obra cinematográfica tão discutida e comentada para emendar: Temos que viver. A Vida é o maior valor (bem) a ser preservado (vivido). Viva a Vida (em todas as suas formas e manifestações). Muito obrigado! Agradeço a todos que contribuiram direta e indiretamente para esta reflexão e para a produção desta página. 




V


A sexta feira que se apresenta é parte de um processo que iniciou ensolarado e agora viernes (O Menino órfão). Ver e ouvir a língua falada e escrita é tema que vai ser abordado em outro momento deste livro, por hora quero apenas lembrar dois aspectos. Em primeiro lugar, destaco que já realizei vários cursos de letras vernáculas, muito especialmente o curso de letras jurídicas (sociais e antropológicas). Contudo, pretendo continuar esta caminhada que percorro desde 1970. Em segundo lugar, chamo a vossa atenção para o fato que vai gravado na nossa cultura: a sexta-feira é, via de regra, uma parte especial da semana. As pessoas se encontram, bebem, festejam o final de semana que inicia, namoram com mais calor nos seus beijos e abraços, etc. Enfim, mais recentemente inventaram um meme: “Sextou”! O que dizer sobre? Vamos passo a passo.

A bre introdução que ofereço ao leitor neste tópico é para dizer que dedico esta página para sexta-feira. Ou seja, já participamos da segunda-feira. Adquirimos os nossos gêneros de primeira necessidade na terça-feira. Fomos ao mercado na quarta-feira. O capitalismo nos golpeou com mídias escabrosas na quinta-feira. E agora chega o momento de clarear um pouco mais sobre a cultura da sexta-feira, antes que venha o sábado, dia em que determinada religião não permite que os seus adeptos frequentem a feira. Ademais, aqui encontro a oportunidade de falar sobre mais uma agostina muito especial: Terezinha que assim como eu, Paula Toller, Charles Bukovisk, entre outros agostinos merecem serem lembrados e homenageados.

O planeta Vénus foi importante para a Civilização Maia, que desenvolveu um calendário religioso baseado parcialmente nos seus movimentos, e os considerava para determinar o momento propício para eventos como guerras. Eles o chamavam Noh Ek, a Grande Estrela, e Xux Ek, a Estrela Vespa. Os maias conheciam o período sinódico do planeta e podiam calculá-lo dentro da centésima parte de um dia. O povo Masai chamou o planeta de Kileken e tem uma tradição oral sobre ele chamada “O Menino Órfão”.

Vénus é importante em muitas culturas aborígines australianas, como a do povo Yolngu na Austrália setentrional. Os Yolngu se reúnem depois do pôr do Sol para esperar pelo aparecimento de Vénus, que eles chamam Barnumbirr. Quando se aproxima, nas primeiras horas antes do amanhecer, ele traça atrás de si uma corda de luz ligada à Terra e, ao longo da corda, com a ajuda de um ricamente decorado “Mastro da Estrela Matutina”, as pessoas podem se comunicar com seus entes queridos mortos, mostrando que eles ainda amam e se lembram deles. "Shukra" é o nome em sânscrito para Vénus

Na astrologia ocidental, derivada da sua conotação histórica com deusas da feminilidade e amor, considera-se que Vénus influencia o desejo e a fertilidade sexual. Na astrologia védica indiana, Vénus é conhecido como Shukra, significando “claro, puro”, ou “brilho, clareza”, em sânscrito. Um dos nove Navagraha, considera-se que ele afeta a riqueza, o prazer e a reprodução; ele era o filho de Bhrgu, preceptor dos Daityas, e guru dos Asuras. As modernas culturas chinesa, coreana, japonesa e vietnamita referem-se ao planeta literalmente como a “estrela de metal”, baseada nos cinco elementos.

No sistema metafísico da Teosofia, acredita-se que no plano etéreo de Vénus haja uma civilização que existiu centenas de milhões de anos antes da da Terra; acredita-se também que a deidade que governa a Terra, Sanat Kumara, provém de Vénus.

O símbolo astronômico de Vénus é o mesmo utilizado em biologia para o sexo feminino: um círculo com uma pequena cruz em baixo. O símbolo de Vénus também representa a feminilidade, e na Alquimia se referia ao metal cobre. O cobre polido era usado em espelhos desde a antiguidade e o símbolo de Vénus foi algumas vezes entendido como a representar o espelho da deusa.

Talvez a mais estranha aparição de Vénus na literatura seja como o arauto da destruição em Mundos em Colisão de Immanuel Velikovsky (1950). Neste livro intensamente controverso, Velikovsky argumenta que muitas histórias aparentemente inacreditáveis no Velho Testamento são verdadeiras recordações de vezes em que Vénus quase colidiu com a Terra – quando ele ainda era um cometa e não tinha se tornado o dócil planeta que conhecemos hoje. Ele sustenta que Vénus causou a maioria dos estranhos eventos do Êxodo. Ele cita lendas em muitas outras culturas (como a grega, mexicana, chinesa e indiana) que indicam que os efeitos da quase colisão foram globais. A comunidade científica rejeitou este livro não ortodoxo, entretanto ele se tornou um bestseller. Ou seja, tudo isso é muito complexo para esta humilde obra que vai gravada em poucas letras, produto de um reles (insignificante para o Estado e quase tosco no conceito da maioria) mulato, oriundo da periferia que eventualmente canta: “Eu só quero o que é meu, eu não quero de mais ninguém” (Ponto de Equilíbrio). Terezinha.

A Terezinha foi uma mulher muito forte, honesta e sincera. Dedicada ao trabalho desde tenra idade onde labutou na roça ao lado dos pais e irmãos. Nasceu no século passado no Distrito (hoje município) de Capivari de Baixo (SC). Parte da família migrou para a capital dos gaúchos onde se estabeleceram com atividades comerciais. burocráticas e religiosas. Manoel veio primeiro, iniciando o engenho de aqui progredir, e labutou e venceu no comércio varejista e atacadista, posteriormente ingressando no serviço público de Porto Alegre. Terezinha e Bernardina vieram em seguida; Cruzaram o Rio Tubarão a remo, pois ainda não existia a Ponte da Cabeçuda e o translado era feita através de uma imensa balsa de madeira de movimentos lentos e pouco segura. A viagem entre o Estado de Santa Catarina até a Capital do Rio Grande do Sul era onerosa, longa, penosa e arriscada. Aqui chegaram e se estabeleceram próximo a uma comunidade que existia na Praia de Bellas. Era uma Porto Alegre que aterrava o seu rio para ganhar mais espaço urbano e algumas habitações mais precárias e humildes foram removidas, desapropriadas, empurradas para uma nova periferia que nascia na capital dos gaúchos. Inicialmente eram os arrabaldes do Partenon. A golpes de facão e foice (lide braçal, pois não haviam máquinas disponíveis para a empreitada) abriam ainda mais o acesso pela estrada do Mato Grosso (e também no Caminho do Meio, antiga fazenda do Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos). E tudo iria desaguar na Lomba do Sabão, já quase Viamão, onde os Xavier Jacomini sentaram praça em lotes adquiridos a prestação. Urbanização não estava incluido no pacote do loteador. Era pé no chão e facão na mão. Sabão feito em casa e banhos de latão. Muito arroz com feijão, pois não havia se quer um leitão de criação. O fogão era a lenha e a ração conrolada pelos chefes da nação. O que fazer? Senão trabalhar e crer no capelão, pois não havia contra mão nas ruas de Viamão. 

A Santa Isabel nasce na década de quarenta do século passado como sítio urbano (Vide a obra Os Primórdios da História de Santa Isabel e o verbete Santa Isabel Viamão no Kiquipédia). A confluência da Medianeira com a Lisboa, próximo a Comunidade Católica Salesiana (onde atualmente está instalado a Escola Walt Disney) era o nosso centro de controle, esperança e vivência. Ali Terezinha construiu a sua humilde residência, após migrar de Santa Catarina, viver por alguns anos em Porto Alegre e decidir acompanhar a criação dos três sobrinhos (filhos de Bernardina). A quadra compreendida entre as Ruas Napoleão Bonaparte, Lisboa e Medianeira passou a abrigar este sonho de prosperidade de uma família carinhosamente denominada por muitos como “cataúchos” (Mistura de Catarinas com Gaúchos). Armazém Jacomini.

A estória toda é muito longa. Outrora, já contei alguns episódios, publicados em  obras esparsas que já vão escritas  (nem todas publicadas). Outras tantas estórias haverão de ser contadas, na medida em que a minha pena (lápis 6B) alcançar e o Estado brasileiro permitir (agentes públicos já promoveram cassações e limitações sobre a obra deste que vos tecla e outras ocorrências similares podem vir a se reapresentar com novas roupagens). Abro a presente página para destacar esta figura humana incrível que acompanhou a nossa formação, contribuiu com a nossa educação e esteve sempre presente, auxiliando em tudo o que estava ao seu alcance. Trata-se de uma nota pública de agradecimento necessário e bem vindo nesta sexta-feira iluminada e radiante: Muito obrigado, Tia Tê! Muito obrigado por todo o seu esforço para que os sobrinhos (filhos) fossem pessoas honestas, decentes e seres de luz. Muito obrigado! Tenho a certeza de que, no local onde se encontra o teu legado, campo fértil e próspero, a semente não perecerá diante do sol, e a pedra úmida, cria abrigo para jardim florido e tons de alfazema. Frutos, folhas e flores goiabaram em caule explendido e, estação após estação, verão a sentença de verdade cândida e perfumada em fragâncias que agradam os deuses do Ocidente e do Oriente. Venceremos! 

Feliz sexta florida para todos os nossos leitores.




VI


O Sábado que se apresenta é diferente de o gato em cima do telhado visto desde a Pousada Terezinha. Afirmara outrora, na seguinte sentença, um mantra caseiro: Amar é ir ao Mar. A briza fresca que descortina esta página não cabe neste livro. Sábado não é dia de feira.

A minha infância já vai longe e somente de maneira remota consigo acessar alguns atos mnemônicos que insistem em visitar este humilde escritor que vos tecla. A professora Nair de Tal lecionava para classes iniciais na então Escola Estadual Walt Disney. Educandário que ficava no sítio aqui já referido. A mestra das letras iniciais era muito atenciosa com os seus educandos, apreciava a boa música, lecionava técnicas básicas de canto ao piano clássico, enfim uma pessoa culta e dedicada ao mundo do conhecimento, das artes e da religião cristã. As tardes dos sábados ela dedicava para uma atividade voluntária que lhe dava muito prazer e satisfação. 

A Rua Nova ficava ainda mais bela e iluminada nas tardes de sábado. A professora Nair solicitava licença ao seu esposo e apoio do seu único filho (varão) e desenvolvia uma atividade comunitária singela, pero significativa para aquela comunidade isabelense tão carente de tudo. Convidava as crianças do entorno da sua residência para uma “sessão de cinema verpertina”. 

A garagem do veículo automotivo da família da professora Nair se transformava em uma pequena “sala de cinema”. Dispunha bancos rústicos de madeira, uma tela improvisada ao fundo com tecido reciclado, um projetor de slides e muita vontade e disposição de ensinar lições de amor, fraternidade e humanidade, através da exibição de “Desenhos Bíblicos”. A professora Nair era Adventista e acreditava no Amor de Cristo.  Projetava as imagens e usava a sua doce e amável voz para colorir as tardes de sábado dos meninos e meninas da periferia de Viamão, através de uma atividade comunitária, voluntária e despretenciosa que animava a todos os que participavam daquelas sessões de sábado. Eu era uma daquelas crianças que, de pés em chinelos, dava os primeiros passos pela literatura bíblica cristã no viés adventista. Não quero causar espécie no ouvinte desta estória, apenas dizer que foi ali, sentado naqueles toscos bancos de madeira, que aprendi as primeiras lições religiosas (mesmo antes da primeira comunhão que ocorreu posteriormente na Igreja Católica de Santa Isabel – Comunidade Salesiana fundada pelos seguidores de São Francisco de Salles).

 A primeira feira vai acontecer amanhã. Hoje é sábado. Dia de orar e acreditar que só o Amor Constrói engenho digno de nota para a posteridade. Ademais, o gato sobre o telhado não atrapalha ningúem, nem mesmo o transeunte apressado (via de regra atrapalhado) que insiste em obter lucro mesmo em dia santo, sítio sagrado e feriado nacional legislado pelo Estado Laico. A briza fresca que descortina esta página não cabe neste livro. Sábado não é dia de feira. Trinta e dois.

A chaminé do fogão a lenha silencia o que não posso gravar neste hd. Fogo e silêncio. Estamos todos queimando. A parada trinta e dois de Viamão vê desembarcar o isabelense que não tomou o veículo adequado e apeia antes de chegar na sua paróquia. Quando eu tinha trinta e dois anos eu não poderia escrever o que vai expresso neste documento: Havia um índio que morava na parada trinta e dois de Viamão. Ele detinha a posse de um extenso imóvel urbano por muitos anos a fio (limítrofe as terras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul). A família se dedicava ao artesanato em madeira. Produziam diversas peças coloridas que eram oferecidas ao longo da via para os que passavam apressados, atrasados, tencionados pela acelerada rotina do capital. A família de não brancos realizava o seu ofício de forma lenta, dedicada e harmoniosa com um ritmo de vida que os capitalistas detestam. Via de regra a eleite branca rotula o não branco como incompetente, indolente, pretensioso, perigoso e ardiloso (alguns especialistas falam em classes perigosas).  

Certa feita, numa manhã de sábado do mês de setembro (ano tão longínquo que não me atrevo mencionar) chega um emissário de um empresário local com a notícia: O patrão quer comprar o seu imóvel. O índio responde: ele não está a venda. Dá de costas e segue no seu sagrado labor. Alguns meses depois chega uma nova investida, agora mais direta, ofensiva, obscena e aflitiva. Algo do tipo: “Plata ou plumo” (Termos empregados conforme a obra cinematográfica que vai nominada como Narcos disponível na plataforma de striming Net Flix). Ou seja, preciso lembrar que o patrimônio de muitos capitalistas nasce de uma emboscada e o mesmo patrimônio se amplia, cresce e fortalece na medida em que as “trampas” (palavra colhida da língua espanhola) se modernizam, ganham novas facetas. Enfim, o cão late, o ladrão ladra e o sábio cala. O fogo arde, o chaminé fuma e o gato desceu do telhado.




VII


A primeira feira que se apresenta é o prenuncio de um processo que vou guardar em sete partes. Hoje vai nomeado de cinquentenando, amanhã … Amanhã é outro dia. Vamos concentrar no hoje. Ok. 

Amiga late lá fora e eu quase cinquentenado. Tomei uma decisão importante no dia de hoje: vou ao mar. Certa feita afirmei: Amar é ir ao Mar. E é exatamente isso que eu vou fazer: amar no mar. Balneário Pinhal me aguarde. Terezinha.

Prezados. Lembram do texto acima? Sim! Eu recortei e colei da parte um, a fim de lebrar como iniciou esta prosa. Neste momento estou escrevendo para vocês diante do mar. Domingo molhado e eu já quase cinquentenado. A janela (de madeira de cor marrom, quatro vidros e um parafuso ao centro) que vai cerrada (ler na língua espanhola, ou seja, fechada) pode abrir a qualquer momento. Quais são as novas possibilidades que os Deuses me reservam para os próximos cinquenta anos de vida? O certo é que aqui há muita vontade de vencer e, da mesma forma que, digo e repito, Amar é ir ao Mar, ratifico de forma veemente, a sentença potente e monosilábica: Venceremos! O Mar pode tudo! Até determinar o reinício da constelação de estrelas (animais racionais) que chamamos vulgarmente de humanidade. Não vou aqui aprofundar o tema, pois este não é o objetivo do presente feito (livro digital). Os atos humanos delituosos são o objeto de estudo da criminologia. Crime e castigo.

A língua espanhola é muito interessante. Dante Ramon Ledesma canta: América Latina, Latino América, Amada América, Terra de sangue e suor, … Enfim, vamos dar uma olhada no verbo vencer no referido idioma: yo venzo, tú vences, él/ella vence, nosotros/as vencemos, vosotros/as vencéis, ellos/ellas vencen. Ou seja é a nossa vitória no presente do indicativo, segundo a versão espanhola e porque insistir neste idioma? Biete? Plata? Até pode ser. Já que vocês insistem em monedas, vamos à elas. Direito, cinema, literatura e criminologia crítica (antropologia jurídica também).

O crime não compensa. A frase é a do jargão popular e como tal encerra uma filosofia de vida. Tenho me dedicado nestes últimos anos (quase uma década) a um novo tema de estudo: Crime e Castigo. De certa forma, em sentido global, o esforço de pensar esta realidade inicia em 1992, quando do contato com leituras como “Manicômios, prisões e Conventos” (GOFFMAN, 1961), “Vigiar e Punir” (FOUCAULT, 1975), “O Normal e o Patológico” (CANGUILHEM, 1966), entre outros. Ainda nesta época, realizei uma pesquisa de Campo em uma instituição total tipo manicomial e escrevi o primeiro trabalho acadêmico que versou sobre o extinto Instituto Dom Bosco. Ou seja, já vai alguma bagagem neste baú que ainda está sendo alimentado, pois o estudo continua em aberto e cito esse pequeno enredo para contar mais uma estória.

A noite de ontem foi dedicada para uma obra cinematográfica denominada: “O Maior Assalto”. A verdade é que trata-se de uma série da empresa Net Flix, sobre a qual já havia iniciado a assistir os primeiros capítulos e conclui o trabalho ontem a noite. A base da fita é uma obra literária (via de regra é assim que ocorre e por isso não podemos parar de escrever). O maior assalto é baseada em fatos reais e narra os fatos de determinada atividade delituosa marcada pelo ocorrido em 1994 na Colômbia. O romance escrito pelo jornalista Alfredo Serrano Zaballa recebeu o título “Foi assim que roubei o banco: o assalto do século 20 na Colômbia”.

Resumindo: O drama tem como protagonista o empreendedor (chamado por alguns de vigarista), Robert Lozano, codinome Chayo, que está se esforçando para pagar as dívidas com o senhor do crime local. Preocupado com sua família, Chayo busca seu antigo parceiro, chamado Molina, codinome advogado. Juntos, eles recrutam dois homens altamente qualificados, incluindo vários funcionários do banco e traçam um plano elaborado para roubar mais de US$33 milhões do banco de Valledupar. Conforme acompanhamos o desenrolar da série, a equipe é obrigada a lidar com certos contratempos que dificultam a execução do assalto. Após a conclusão, as autoridades iniciam uma investigação. Quando eles se aprofundam no caso, os ladrões começam a ficar em perigo e começam a serem descobertos.  A consequência é serem incluídos na prisão para cumprir a pena por seu crime. Ou seja, crime e castigo. Essa é a cara que eu desejo para essa obra: objetiva, simples, autoral, verdadeira. Dito de outra forma: Eu para vocês. Espero que curta e, se achar necessário, compartilhe. Séries.

Concluindo o tópico: Vejam os senhores que a bem pouco tempo eu simplesmente ignorava muito do conhecimento que agora vai acumulado no meu baú particular de informações (que também é da felicidade). Mais uma pequena estória: Embarcava na lotação rumo a Viamão e observava uma colega atenta para a tela do seu aparelho celular. Fixa e atenta durante toda a viagem. O veículo de transporte coletivo já bastante obsoleto tripidava, pulava, batia e emitia muito ruído, pois além de obsoleto o condutor estava sempre com muita pressa, pois era a sua última volta e concluia a jornada de trabalho de doze horas com o nosso translado do Templo Escola até a periferia de Viamão. Até então eu não entendia o que representava aquele ritual midiático. Certa feita, conversando com a mesma colega na fila em que aguardava a chegada do coletivo ela declinou: Estou assistindo séries. Eu apenas sorri e concordei com a afirmativa, mas o fato é que eu não possuia esmarte fone e não sabia o que representava esta nova cultura midiática (séries). O tempo passou, ganhei de presente o meu primeiro dispositivo móvel de comunicação e embarquei nas novas tecnologias do conhecimento deste início de século vinte e um. Processo que destaco, porque alguns insistem em desconfiar e discriminar os não brancos sempre que podem. Isso não é legal e precisamos trabalhar para vencer o racismo estrutural que ainda vige no Brasil. Aqui também vai a minha disposição de trabalhar pela inclusão dos excluídos, dentre eles os excluídos digitais que são muitos em solo pátrio.

Enfim, gostaria de deixar a indicação de leitura das obras citadas no início do tópico para todos que ainda não tiveram esta oportunidade e tem interesse em fazê-lo. Ademais dizer que continuo acreditando na adoção dos recursos audiovisuais como complementares e auxiliares nos processos de ensino aprendizagem (isso serve para o ensino básico, médio e superior) e que as séries e filmes podem auxiliar significativamente no estudo de temas atuais como os delitos e a violência urbana. Trinta de agosto de dois mil e vinte.

O Domingo que se apresenta é diferente do “quotidiano seco” vivido pelos isabelenses. Um processo que iniciou ensolarado e agora vai nublado, molhado e ventoso. A parte sete de sete partes que havia elencado e nomeado de cinquentenando, amanhã … Amanhã é 31 e eu não vou estar mais aqui na Pousada Terezinha de frente para o Mar, pois vou voltar a trabalhar na minha base, junto aos meus como tenho feito nestes últimos cinquenta anos. E que os próximos cinquenta venham com muito trabalho e satisfação, pois a nova jornada urge e os inocentes não podem permanecer no cárcere sofrendo as agruras do sistema. Liberdade para os inocentes! Justiça acessível e disponível para todos! Venceremos!







Capítulo 02



Academia


A comunicação produzida na sociedade contemporânea capitalista pode ser produzida via fala ou escrita e o texto pode vir gravado em base física papel ou em mapa de bits e bytes. Ou seja, não importa a forma, comunicação é comunicação (social). A clássica pergunta no espanhol a que te dedicas? É muito interessante e me acompanha a algum tempo. Se eu formulo esta questão para o jornalista, muito provavelmente, ele vai responder: ao mundo da notícia (por exemplo). O léxico digitalizado perdeu muita qualidade, quando comparado aos compêndios tradicionais em papel (Dicionários). Nem sempre as palavras são empregadas de maneira correta na comunicação social.

Ainda agora a pouco, ou seja, hoje pela manhão eu ouvia notícias pelo rádio (ondas sonoras tradicionais). O jornalista informava sobre mais uma investigação da polícia federal sobre um caso de corrupção ocorrida em tempos de pandemia na República brasileira. Esse profissional utilizou a palavra “desfaçatez” para qualificar um determinado investigado (gestor público). Fiquei pensando sobre a fala e o significado da palavra, bem como o seu emprego associado ao “caso concreto” noticiado. Erros são cometidos aqui e acolá. Todo o profissional pode errar (eventualmente). Considero que o emprego da palavra pelo dito jornalista não foi adequado. É só uma opinião.

A pesquisa é uma palavra bastante conhecida. Você sabe o que siginifica pesquisar? E a pesquisa científica (e ou acadêmica)? Você tem notícia sobre? Provavelmente a resposta é sim. Fico feliz por estar dialogando com pessoas inteligentes, educadas e bem intecionadas. Então, o preâmbulo do capítulo faz-se necessário para declarar que você vai conhecer agora dois trabalhos inéditos de pesquisa científica que realizei em dois momentos distintos na minha caminhada. São temas da antropologia e da criminologia que foram apresentados em instituições de ensino superior da capital dos gaúchos. De certa forma, há uma relação entre eles, mas sobre isso não vou abordar no presente capítulo. Contudo, destaco que é a primeira vez que a produção científica em tela ganha proporções maiores daquelas comumente vividas no mundo das letras clássicas (academia-universidade).

 

 

2.1

           A Academia e a Antropologia


Texto em construção.


2.2

           A Academia e a Criminologia



Texto em construção.









GLOSSÁRIO


Alter

Conceito de cada indivíduo, segundo o qual os outros seres são distintos dele próprio;


Alter (Segundo verbete do dicionário inglês português Michaelis)

Alterar (-se), variar, modificar (-se), tornar-se diferente, mudar (-se).

Nos EUA gíria significando capar, castrar (animais);


Antropologia

Ciência que reúne várias disciplinas cujas finalidades comuns são descrever o homem e analisá-lo com base nas características biológicas (antropologia física) e culturais (antropologia cultural) dos grupos em que se distribui, dando ênfase, através das épocas, as diferenças e variações entre esses grupos;


Antropologia Cultural

Ramo da antropologia que trata das características culturais do homem (costumes, crenças, comportamento, organização social) e que relaciona, portanto, com várias outras ciências, tais como etnologia, arqueologia, lingüística, sociologia, economia, história, geografia humana.

A designação antropologia cultural é muito usada nos EUA, enquanto na Grã-Bretanha o termo antropologia social designa ou a etnologia, ou a antropologia cultural. Nos demais países europeus por exemplo, na França observa-se uma tendência para o uso dos três termos que representam os níveis de pesquisa que, gradualmente, se vêm estabelecendo nos EUA dentro da antropologia cultural: etnografia, etnologia comparada, antropologia social. Os autores nacionais fazem uso de ambas as designações.


Antropologia Física

Ramo da antropologia que se ocupa da origem e da evolução biológica do homem, assim como das diversidades raciais e seus vários subgrupos;


Antropologia Social

Ver antropologia cultural;


Arqueologia

Ciência que estuda a vida e a cultura dos povos antigos por meio de escavações ou através de documentos, monumentos, objetos, etc. por eles deixados;


Arqueológico

Referente à arqueologia;


Sítio Arqueológico

Local em que se processa uma pesquisa e coleta de material arqueológico; jazida arqueológica;


Etnografia

Disciplina que tem por fim o estudo e a descrição dos povos, sua língua, raça, religião, etc. e manifestações materiais de sua atividade;

Parte ou disciplina integrante da etnologia;

Descrição da cultura material dum determinado povo;


Etnografia (Segundo Jaime de Séguier)

Estudo e descrição dos povos, no ponto de vista das manifestações materiais da sua atividade;


Etnologia 

Ramo da antropologia que estuda a cultura dos chamados povos naturais.


Etnologia (Segundo Jaime de Séguier)

Ciência que trata da formação e dos caracteres físicos das raças humanas: Quatrefages foi um dos fundadores da etnologia;


Etnographia (ou Etnografia)

Segundo o Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa por Candido de Figueiredo.

Sciência que descreve os povos, sua raça, língua, religiões, etc.;


Ethnologia (ou Etnologia)

Segundo o Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa por Candido de Figueiredo.

Tratado a cerca da origem e distribuição dos povos;


Empírico

Relativo ao, ou próprio do empirismo;

Baseado apenas na experiência e, pois, sem caráter científico;

Na Filosofia: diz-se de conhecimento que provém, sob perspectivas diversas, da experiência;


Engenho

Faculdade Especial; Talento Natural; Habilidade. Invenção. Máquina; Maquinismo. Estratagema.

Aparelho, o mesmo que nora. Por extensão pessoa engenhosa, de grande talento;


Estratigrafia

Ciência que estuda a sucessão das camadas ou estratos que aparecem numa carta geológica;





Fontes Consultadas para a realização do Glossário

 1. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa; 

 2. Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa por Candido de Figueiredo. Lisboa, Portugal, 1924. Sociedade Editora Portugal-Brasil Arthur Brandão e CIA;

 3. Dicionário Cartográfico Cêurio de Oliveira. Fundação Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE;

 4. Dicionário Prático ilustrado de Jaime Séguier. Lello e Irmão Editores. Cidade do Porto. Portugal, 1962;

 5. Dicionário Ilustrado Novo Michaelis Inglês Português. São Paulo, 1980. 






NOTAS


 1- Glossário: A fim de subsidiar este tipo de debate acadêmico, bem como para amparar outras dúvidas e “excitações”, elaborei um trabalho em paralelo a monografia. Chamado de “Glossário”;


 2- Busquei esclarecer a minha dúvida para entender melhor as denominações antropologia social e antropologia cultural. Para acompanhar este trabalho ver o texto do Glossário;



 3- UMA MALA NA MÃO, UM SONHO NO CORAÇÃO


Bachelard nos ensina que “a vida começa bem, começa fechada, agasalhada no regaço da casa.” Contudo, chega o dia em que precisamos sair da casa natal, do lugar primeiro para experimentar outras paragens. Como não podemos carregar uma casa inteira, quando partimos de algum lugar, elegemos alguns objetos e pertences mais significativos para que eles nos acompanhem.

Tão importante quanto a própria caminhada, estes objetos são selecionados porque representam um pouco das nossas emoções, dos nossos sentimentos, afeições, amores, carinhos. A mala - de mão, de garupa ou mesmo apenas uma trouxa - de alguma forma passa a representar, mesmo que transitoriamente, o que a nossa casa, deixada para trás, representa: o nosso canto no mundo, o nosso primeiro universo. Local de refúgio e abrigo que sempre buscamos quando todos os outros lugares são apenas lugares.

Mala Casa ?? Sim !!! Mala Casa. A relação metafórica é essa, pois “podemos viver a casa em sua realidade e em sua virtualidade, através do pensamento e dos sonhos, em função de que todo o espaço realmente habitado traz a essência da noção de casa.”

Com a mala na mão e um sonho no coração partimos. E porque Partimos ?? Partimos em busca de novos horizontes, em busca de novas casas, em busca da realização de nossas utopias, que ao mesmo tempo em que nos remetem para saciar algumas necessidades básicas de qualquer ser humano, também nos movem para a construção de grandes realizações. Poderíamos dizer, enfim que, para nós, gente humilde e trabalhadora, estas realizações são, nada mais, nada menos do que a luta por uma vida digna, em uma casa agradável, com um emprego decente, uma remuneração adequada, enfim buscamos o que acreditamos ser e chamamos de FELICIDADE.

Se temos uma mala na mão e sonhos no coração, nos aventuramos na estrada da vida, buscando a FELICIDADE.

Foi este processo contínuo da busca da FELICIDADE, inerente a todos os seres humanos, que trouxe um jovem de 24 anos, da longínqua cidade de PASSO FUNDO para a capital do nosso Estado. Filho de Olinda Corá e Adolpho Jacomini, ambos pequenos agricultores, ZEFERINO JACOMINI, optou por ingressar na Carreira Militar e foi esta opção profissional que o trazia naquele momento para Porto Alegre. Membro de uma família numerosa, 13 irmãos, ZEFERINO JACOMINI faria carreira profissional na Brigada Militar tendo prestado cerca de 30 anos de trabalho nesta corporação. Durante estes longos anos, sempre atuou com uma conduta ética, disciplinar e moral exemplar, em razão disso, recebeu por várias vezes elogios verbais e escritos dos seus superiores hierárquicos.

A sua atuação como pai, amigo, irmão e esposo também sempre foi exemplar. Em função disto, hoje prestamos-lhe esta singela homenagem que tenta resgatar um pouco da sua história de vida.

“Lendo a sua mala” e o que nela trouxe de Passo Fundo, percebemos que JACOMINI, seu nome de guerra, hoje nos apresenta uma trajetória de vida infinitamente rica e sólida. Rica em experiência, em motivações que o fizera vencer os obstáculos da cidade grande, em força e tenacidade nos seus ideais e nos seus objetivos. Sólida na busca da manutenção da família, da preservação dos valores morais e éticos passados por seus pais.

Mário Quintana falou em verso de seu pai no poema “As Mãos de Meu Pai”:

“ As tuas mãos têm grossas veias como cordas azuis

sobre um fundo de manchas já da cor da terra

- como são belas as tuas mãos

pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram da nobre cólera dos justos ...

Porque há nas tuas mãos, meu velho pai, essa beleza que se chama simplesmente vida.” (...)

Nós optamos pela prosa para falar do nosso pai, nestas poucas linhas denominada “Uma Mala na Mão, um Sonho no Coração.”

Enfim, só temos a agradecer e prestigiar este homem especial que por ainda buscar a felicidade nos ensinou a sermos felizes.

Pai, obrigado por tudo. Nós te amamos muito.

Jacques, Charles, Esteder e Nina.

Viamão, junho de 1999


 4- VIRTUAL

As novas tecnologias da inteligência disponibilizam um imenso universo a ser explorado: o ambiente virtual (computadorizado). A distância entre o cidadão urbano contemporâneo e a natureza só faz aumentar. 

As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática é o título de uma obra muito importante. O autor é Pierre Lévy, filósofo francês, que tem um extenso trabalho nesta área do pensamento. Dentre os diversos livros do autor citado, eu destacaria mais dois. O primeiro é “A Revolução Contemporânea em matéria de Comunicação”, na qual Lévy faz uma análise da evolução da humanidade, abordando o desenvolvimento da Internet e a digitalização da informação. O segundo é o livro “O que é o virtual?” no qual é analisado o fenômeno da virtualização da sociedade contemporânea. Mas qual é mesmo a novidade? Eu tenho uma tese! Já chego lá.

O homem urbano contemporâneo é parte integrante do ambiente natural, mas parece que está cada vez mais longe desta consciência. O distanciamento homem natureza é cada vez maior devido a um sistema social e econômico que privilegia ambientes extremamente artificiais (que imitam a natureza, mas não tem a sua essência). Penso que a matéria plástica (o plástico e todos os seus derivados) é o símbolo maior desta sociedade de consumo em que vivemos. E o que é mesmo natureza? Lembra do artigo Natura? Pois é, então não vou retornar ao que foi ali desenvolvido. Apenas destaco uma frase para relembrar: A Natureza é a força ativa que estabeleceu e conserva a ordem natural de tudo quanto existe.

O virtual não é algo novo, pois existe desde os primórdios da civilização. Digo isto, pois parto da definição do Aurélio para quem virtual é tudo aquilo que está pré-determinado e contém todas as condições essenciais à sua realização. O que o mercado está vendendo como novidade é a virtualidade mediada pela informática. O endereço eletrônico (ou e-mail), a home Page, o user name são as ferramentas do cidadão que vive conectado as novas tecnologias da inteligência. A questão não é simplesmente negar que inúmeros benefícios foram proporcionados pela informática, mas chamar a atenção para o fato que existe um ambiente virtual não-informatizado disponível para ser acessado. O homem moderno mergulhou profundamente no ciberespaço cunhando uma nova identidade e passa a desprezar e desconsiderar a dimensão espiritual (virtual não-informatizado). As conseqüências disto: indivíduos com rotinas super aceleradas, vivendo longe da essência natural que os concebeu. A doença (especialmente depressão, fobias e stress) é a queixa mais comum de quem tenta realizar o caminho de retorno. Somos seres com um corpo (dimensão física) e uma alma (dimensão espiritual) e necessitamos de alimento para estas duas faces. Ater-se apenas a primeira face é um equívoco (uma espécie de insanidade, eu diria).                                                                                                            


 5- A história do programa Hip Hop Sul, bem como a trajetória dos seus principais idealizadores está disponível na internet e pode ser visualizada na página http://psiquiatradarima.blogspot.com.br/2010/06/historia-do-programa-hip-hop-sul.html



 6- Durante as atividades do semestre, a ministrante desta disciplina demonstrou não reconhecer os integrantes mais antigos do movimento negro de Porto Alegre que estavam presentes na condição de alunos desta cadeira. Vou dar um exemplo alusivo a esta afirmação: No encontro ocorrido dia 13/05/2015 a professora Denise Jardim recebeu a visita de Ubirajara Toledo (Coord. Executivo do Instituto de Assessoria ás Comunidades Remanescentes de Quilombos IACOREQ). Ubirajara chegou a sala de aula e a primeira atitude sua foi fazer uma homenagem (in memoriam) para Júlio Cesar de Melo Pinto que foi assassinado por integrantes da Brigada Militar na década de oitenta do século passado no Bairro Partenon, Cidade de Porto Alegre. O caso ficou mundialmente famoso pela comoção nacional que provocou na sociedade a época do ocorrido, pois se tratava de um cidadão que sofria de patologia crônica e não tinha nenhuma relação com a ocorrência policial  que a BM atendia naquele momento. Infelizmente, no mesmo momento em que ocorria um assalto a um estabelecimento comercial das imediações, Julio Cesar voltava do trabalho e se juntou aos populares que observavam a ocorrência. Julio teve um “ataque epilético” caiu no chão, passou a se debater, sangrou e não conseguia se comunicar. A guarnição da BM ao ver o homem negro com “traços de suspeito” caído no chão e sangrando correlacionou-o aos autores do crime que havia sido praticado. Recolheu-o, colocando dentro de uma viatura militar e executou o trabalhador negro em um terreno baldio próximo a revenda da Fiat na Avenida Cristiano Fischer. O Caso entrou para a história urbana de Porto Alegre como “O Homem Errado” e, ainda hoje, provoca comoção em todas as pessoas que estão envolvidas com o Movimento Negro. Após ter feito a homenagem, o palestrante convidado olhou atentamente os participantes da disciplina e reconheceu entre os meus colegas dois afro-descentes que militam a mais de trinta anos nas lutas empunhadas pelo movimento negro do Rio Grande do Sul. Ou seja, eu estava sentado ao lado, por exemplo, de uma das maiores personalidades do movimento negro, colega Vera Lúcia Goulart da Rosa, com extenso currículo de trabalho na defesa das comunidades de afro-descendentes. Se a professora Denise Jardim olhasse mais para os seus alunos e chamasse a atenção dos acadêmicos para estes detalhes importantes, a disciplina teria ganhado em qualidade e participação dos maiores interessados pelo processo ensino aprendizagem: corpo discente.


 7- O colega João Batista Rodrigues, segundo o meu ponto de vista, foi o autor da proposta mais instigante para desenvolver em campo. Morador da região metropolitana de Porto Alegre, assim como eu, o colega possui esta vivencia de um cotidiano permeado pela violência urbana. A reação da professora ministrante da disciplina não demonstrou nenhuma empolgação em relação a proposta do meu colega. A intervenção da responsável pela disciplina se reduziu a uma sugestão: procurem ler o Diário Azul (Publicação da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul).


 8- Engenhos (Por JacquesJa)

Há dois tipos de “engenhos”, O engenho do homem branco e o engenho do não branco.

A Cultura do branco é produto deste engenho que tem no “engenheiro” a sua marca referencial. Os verbos prediletos deste grupo são edificar, transformar, conquistar, entre outros. O totem do branco, obviamente é um “Edifício” edificado por um engenheiro com formação acadêmica.

A Cultura do não branco é totalmente oposta. Aqui a referencia é feita aos povos originais do território americano ante-colombiano. E o engenho deste povo? Qual é? É viver a totalidade do meio que os cerca, ao ponto de não reconhecer sequer as divisões anacrônicas inventadas pelo branco. A própria distinção natureza X cultura, por exemplo, não é algo que esteja no arco das preocupações do não branco.

O fato é que, cada vez mais, a cultura do branco engloba a cultura do não branco. Processo atroz e irreversível. O que ouço são gritos. Clamor e resistência. Protesto? É uma espécie de protesto. Sim! Mas diferente. É uma espécie de resistência silenciosa, na maioria das vezes.

O meu trabalho é colocar em tela todo este cenário e destacar as responsabilidades inerentes ao processo em curso (Genocídio e Resistência).

Extraído do Livro “Instante” (Não Publicado). Obra de Jacques Jacomini desde o Porto Isabel.   

 9- O Bará do Mercado

Há uma lenda urbana porto-alegrense que confere ao Mercado Público o status de santidade pagã. É uma beatificação torta que estende sua mística sobre toda a cidade e seus habitantes. Na Praça Paraíso, local onde foi erguido o centro comercial, já se vão quase 150 anos, não havia nada de misterioso: nenhum milagre foi registrado, cemitério indígena algum restou violado. Ao contrário: o lote à beira do Guaíba sacralizou-se pelo erguimento do prédio, a partir da sua existência. Reza o mito que o Mercado Público foi entregue à guarda de Exu.

O assentamento é o procedimento utilizado para aglutinar a energia do orixá em determinado lugar. Uma vez consagrado, esse ponto ganha um dono, um ente vedor, um regente. As oferendas depositadas ali mantêm viva a influência da entidade e a ligação dela com seus fieis. No fundo do mais antigo centro comercial da cidade, alguém teria plantado um Bará. As versões sobre a origem do ritual variam. Uma concede a autoria aos escravos, artífices na construção do empreendimento, como forma de proteção ao assédio dos senhores brancos e augúrio de fartura. Numa modulação improvável da mesma história, um dos escravos teria morrido durante a obra; sem disporem de meios ou local para enterrá-lo, os demais cativos o sepultaram em pé, bem no centro das fundações.

A principal voz corrente sobre a lenda indica que o Bará do Mercado foi ali colocado por Custódio Joaquim de Almeida, um príncipe africano egresso do Reino de Daomé, atual Benim, domiciliado em Porto Alegre no início do século XX.

Extrato de texto tomado a partir de publicação disponível na página de internet, conforme domínio citado a seguir:

http://impedimento.org/porto-alegre-nos-ombros-de-exu-%E2%80%93-o-bara-do-mercado/




  








Bibliografia


 1. BACHELARD, Gaston. A Poética do Espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1993;


 2. ____________ , Gaston. A Dialética da Duração. Editora Ática. São Paulo, 1983;


 3. CUSTÓDIO, Luiz Antônio Bolcato. Os Primeiros Habitantes do Rio Grande do Sul. Ed. Instituto do Patrimônio Artístico Nacional (IPHAN). Brasília, 2001.


 4. FEIST, Hildegard. Arte Indígena. Ed. Moderna. São Paulo, 2010;


 5. FLORES, Moacyr. História do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Ed. Nova Dimensão, 1993;


 6. Freyre, Gilberto. Sobrados e mucambos: decadência do patriarcado rural e desenvolvimento do urbano. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio editora, 1961;


 7. GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Zahar Ed. , 1978;


 8. GUTERRES, Liliane. Imperador até Morrer: antropologia dos ciclos temporais de uma escola de samba em Porto Alegre. Arquivo Digital da Série iluminuras/BIEV/IFCH/UFRGS. Porto alegre, 2009;


 9. KERN, Arno Alvarez. “Reflexões epistemológicas sobre a arqueologia brasileira”. Anais da Reunião Científica da SAB. Recife: UFPE, 1999; 


 10. JACOMINI, Jacques. Os Primórdios da História da Santa Isabel. Ed. CESAJO. Viamão/RS, 1999;


 11. __________, Jacques. Viamão. Ed. CESAJO. Viamão/RS, 2003;



 12. LODY, Raul. Do mucambo à casa-grande: a casa na obra de Gilberto Freyre. Companhia Editora Nacional. São Paulo, 2007;


 13. MAESTRI, Mário. A Servidão Negra. Editora Mercado Aberto. Porto Alegre, 1988;


 14. MACEDO, Francisco Riopardense de. Porto Alegre: origem e crescimento. Porto Alegre: Ed. Sulina, 1968.


 15. MORAES, José Geraldo Vinci de. Caminhos das Civilizações História Integrada: Geral e Brasil. São Paulo: Ed. Atual, 1998;


 16. MUNANGA, Kabengele. Origem africana do Brasil contemporâneo: histórias, cultura, línguas e civilizações.Editora Global. São Paulo, 2009;


 17. MURA, Fábio. “De sujeitos e objetos: um ensaio crítico de antropologia da técnica e da tecnologia”. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 17, número 36, 2011;


 18. NORBERG-SCHULZ, Christian. 






 Mitologia Geral – idade da fábula
 Thomas Bulfinch

Um linda história de amor. Amor Incondicional. Assim eu resumiria esta fábula, onde destaco a citação que segue: “Feliz o homem que conserva o seu coração livre de culpa e crime! A esse, nós, as vingadoras, nada lhe faremos; ele caminhará pela vida sem receio de nós. Mas desgraça! Desgraça! Para aquele que cometeu o ato de assassínio em segredo. Nós, da medonha família da noite, desse nos apoderaremos completamente. Ele poderá julgar que nos pode escapar, mas somos mais rápidas na perseguição e ataremos os seus pés com as nossas serpentes, e forçá-lo-emos a cair no solo. Persegui-lo-emos sem nos cansar; e a compaixão jamais nos deterá: sempre, mais e mais, o perseguiremos até o fim da vida, e não lhe daremos paz nem descanso”.

Editado por Jacques Jacomini
21/08/2013




IBICO
Para que se possa compreender a história de Íbico, que se segue, é necessário lembrar, primeiro, que os teatros dos antigos eram edificações enormes, capazes de conter de dez a trinta mil espectadores e, sendo utilizados somente durante as ocasiões festivas, com admissão franca para todos, habitualmente ficavam lotados. Não tinham teto, sendo abertos e expostos ao firmamento, e as apresentações eram durante o dia. Em segundo lugar, a aterradora apresentação das Fúrias não foi exagerada nesta história. Ficou registrado que Ésquilo, o poeta trágico tendo em certa ocasião se apresentado às Fúrias com um coro do cinquenta vozes, aterrorizou tanto aos espectadores que muitos deles desmaiaram ou ficaram em convulsões, e os magistrados proibiram apresentações dessas daí por diante.
Íbico, o poeta piedoso, estava de caminho para as corridas de carros e competição musical no Istmo de Corinto, que atraiam todos os que fossem de ascendência grega. Apolo dotara-o de talento no canto e com dulcíssimos lábios de poeta;prossegui no seu caminho todo alegre, grato ao deus. As torres de Corinto já coroavam o horizonte quando entrou, com respeito piedoso no bosque sagrado de netuno. Não havia nenhuma criatura viva a vista, só um bando de garças voava ao alto, na mesma direção que ele, ou seja, migravam para uma região mais austral. “Boa sorte a vós, ó! Esquadrões amigos!, exclamou ele “meus companheiros dos outro lado do mar. Considero a vossa companhia como um bom agouro. Viemos de longe e vamos à procura de hospitalidade. Desejo que tanto vós como eu tenhamos a espécie de hospitalidade que guarda o hóspede forasteiro de todo o mal!”
Continuou andando vigorosamente e em pouco tempo chegou ao meio do bosque. Ali, de repente, dois ladrões apareceram e barraram-lhe o caminho. Ele tinha de ceder ou lutar. Mas a sua mão que estava acostumada à lira e não à luta. Com armas era inofensiva. Pediu aos deuses e aos homens que o auxiliassem, mas os seus apelos  não atingiram os ouvidos de qualquer defensor. “Então, é aqui que tenho que morrer”, disse ele, “numa terra estranha, morto por bandidos, sem ser lamentado nem haver quem me vingue?” Fatalmente ferido, caiu ao chão, quando foi ouvido o canto rouco dos pássaros. “Tomai a minha causa, vós, ó garças!” disse ele, “já que nenhuma voz, exceto a vossa, me responde”. Dizendo isso, fechou os olhos e morreu.
O corpo, roubado e mutilado, foi encontrado e, embora desfigurado pelos golpes e feridas, reconhecido pelo amigo de Corinto que o esperava como hospede. “É assim que me apareces?” exclamou ele. “Eu que esperava adornar a tua testa com uma coroa de triunfo na competição de música?”
Os hospedes que se reuniram para o festival souberam da notícia cheios de consternação. Toda a Grécia sentiu a perda e todos os corações choraram. Aglomeraram-se em redor do tribunal dos magistrados e exigiram a sua vingança e castigo com o sangue dos assassinos.
Mas que indicação ou marca poderá apontar o perpetrador do crime no meio da vasta multidão atraída pelo esplendor da festa? Teria sido morto por mãos de bandidos ou de algum inimigo particular? Só o sol que tudo vê poderia dizer, pois olhos nenhuns haviam visto. Mas não era improvável que nesse momento o assassino andasse entre as multidões, gozando dos frutos de seu crime, enquanto a vingança o procurava em vão. Talvez, mesmo dentro dos seus templos, desafiasse ele os deuses e se misturasse à vontade com a multidão que enchia o anfi-teatro.
Pois agora a multidão se junta, fila sobre fila, enchendo todos os lugares, parecendo até que a edificação cairia sob o seu peso. O murmúrio das vozes parece-se com o rugido do mar, enquanto os círculos das bancadas ao ascender são maiores, degrau sobre degrau, subindo e parecendo querer atingir o céu.
E agora a vasta assembleia escuta a formidável voz do coro, personificando as Fúrias; em vestimentas solenes, avançam com passos medidos e seguem pelo circulo do teatro. Seriam mulheres mortais, essas que compõe o grupo aterrador, e será que este vasto concurso de figuras silenciosas não sejam entes vivos?
As coristas, vestidas de preto, seguravam em suas mãos magras, tochas ardendo com uma chama negra. Suas faces estavam pálidas e, em vez de cabelo, serpentes enroscavam-se e sibilavam em volta de suas frontes. Formando um círculo, essas aterrorizadoras criaturas cantavam seus hinos, amedrontando o coração dos criminosos e dos culpados, paralisando-os de medo cada vez mais. Mais alto e mais forte cantavam, afogando o som dos instrumentos, congelando o raciocínio, enfraquecendo o coração e coagulando o sangue.
“Feliz o homem que conserva o seu coração livre de culpa e crime! A esse, nós, as vingadoras, nada lhe faremos; ele caminhará pela vida sem receio de nós. Mas desgraça! Desgraça! Para aquele que cometeu o ato de assassínio em segredo. Nós, da medonha família da noite, desse nos apoderaremos completamente. Ele poderá julgar que nos pode escapar, mas somos mais rápidas na perseguição e ataremos os seus pés com as nossas serpentes, e forçá-lo-emos a cair no solo. Persegui-lo-emos sem nos cansar; e a compaixão jamais nos deterá: sempre, mais e mais, o perseguiremos até o fim da vida, e não lhe daremos paz nem descanso”. Assim as Eumênices cantavam, e avançavam em cadencia solene, enquanto um silencio, como o da morte, pairava sobre toda a assembléia, como se estivessem na presença das criaturas sobrenaturais que representavam; e então, em marcha solene, completando o circuito do teatro, saíram pela traseira do palco.
Todos os corações tremiam entre a ilusão e a realidade, e todos os peitos arfavam de terror indefinido, aterrorizados pelo formidável poder que observava os crimes secretos e fiava o novelo do destino. Nesse momento ouviu-se um grito de um dos bancos mais altos: “Olha, olha, camarada, lá estão as garças de Íbico.” E de repente apareceu voando alguma coisa escura que, depois de inspeção, viu-se ser um bando de garças voando mesmo sobre o teatro. “De Íbico?”, disse ele. Esse nome querido reavivou o luto em todos os peitos. Assim como uma onda segue a outra sobre a superfície do mar, assim correram de boca em boca as palavras “De Íbico! Esse a quem lamentamos, a quem mãos assassinas abateram! O que tem as garças que ver com ele?” E mais alto tornou-se o estrondo das vozes, enquanto que, com a velocidade de um raio, o pensamento seguinte atravessou todas as mentes: “Observai o poder das Eumenides! O piedoso poeta será vingado! O assassino traiu-se! Agarrai o homem que gritou e o outro a quem ele falou!”
O culpado teria anulado as suas palavras, mas era muito tarde. Os rostos dos assassinos, pálidos de terror, indicavam a sua culpa. O povo conduziu-os até aos juízes, perante quem confessaram o crime, recebendo o castigo merecido.


Transcrição literal das páginas
Páginas 178-180
Do livro Mitologia Geral – idade da fábula
Autor: Thomas Bulfinch
Belo Horizonte, 1962.





Cupido e Psique

Certo rei e rainha tinham três filhas. Os encantos das duas mais velhas eram mais do que vulgares, mas a beleza da mais nova era tão extraordinária que a linguagem, na sua pobreza, não pode exprimir-lhe um elogia devido. A fama da sua beleza era tão grande que gente dos países vizinhos vinha em grandes grupos para ter o prazer de vê-la e ficava assombrada e prestava-lhe homenagens que só a Vênus são devidas. De fato, Vênus já vira que seus altares tinham sido abandonados, e os homens prestavam sua devoção à jovem virgem. Quando ela passava, o povo cantava-lhe elogios e sobre o caminho por onde  passaria espalhava flores e grinaldas.
Esta perversão da homenagem, devida só a poderes imortais, agora prestada em exaltação a uma mortal, ofendeu muito a verdadeira Vênus. Sacudindo os seus deliciosos cabelos encaracolados, com indignação, ela exclamou: “Terei de ser eclipsada , em veneração, por uma moça mortal? Então foi em vão que esse pastor real, cujo critério foi aprovado pelo próprio Jove, me deu o pomo de beleza, sobre minhas ilustres rivais, Palas e Juno? Ela não usurpará, porém, assim tão a vontade, as honras que só a mim são devidas. Dar-lhe-ei motivo para se arrepender de possuir essa beleza imerecida.”
Então chama seu filho alado, Cupido, brincalhão por natureza, e, incitando-o, provoca-o com suas queixas. Aponta Psiquê e diz: “Meu querido filho, castiga esta beldade desobediente; dá a tua mãe uma vingança tão doce quanto grande tem sido a sua mágoa; infunde no peito desta donzela soberbo uma paixão por alguma criatura vulgar, vil e  indigna, para que colha assim uma mortificação tão intensa como tem sido seus triunfos e exultação”.
Cupido preparou-se para obedecer ao mando da sua mãe. No jardim de Vênus existem duas fontes, uma de águas doces e outra de águas amargas. Cupido encheu duas vasilhas de âmbar, uma em cada fonte e, suspendendo-as na extremidade do seu carcaz, apressou-se a ir ao quarto de Psiquê, a quem encontrou dormindo. Então deixou cair algumas gotas da água amarga nos lábios dela, embora ao vê-la ficasse cheio de dó; tocou-a depois num dos lados, com a ponta da sua seta. Ao sentir o toque, ela acordou e abriu os olhos na direção de Cupido, o qual, embora estivesse invisível, ficou tão surpreendido que, na sua confusão, feriu-se com a sua própria seta. Sem ligar importância à ferida, agora só pensava em reparar o mal que fizera e deitou algumas gotas de água doce sobre todos os cabelos dourados e encaracolados da donzela.
Psiquê, dai por diante, tratada com desdém por Vênus, não consegui benefício da sua beleza. É verdade que todos os olhos se dirigiam para ela e que todos os homens elogiavam-lhe a beleza; mas nenhum rei, ou jovem de sangue real, ou mesmo de sangue plebeu, apresentou-se para pedi-la em casamento. Suas duas irmãs mais velhas, de beleza mais moderada, já se tinham casado, havia algum tempo, com dois príncipes reais; mas Psiquê, sozinha nos seus aposentos, lamentava sua solidão, farta dessa beleza que, embora provocasse uma abundancia de elogios, não consegui despertar amor.
Seus pais, receosos de ter, inconscientemente, incorrido na ira dos deuses, consultaram o oráculo de Apolo e receberam esta resposta: “A virgem não está destinada a ser noiva de um mortal. Seu futuro marido a espera no cume da montanha. É um monstro que nem deuses nem homens podem combater.”
O decreto do oráculo era tão tenebroso que encheu o povo de piedade por ela, e seus pais se entregaram ao desespero. Mas Psiquê disse: “Meus queridos pais, por que me lamentais? Devíeis ter-me lamentado quando o povo fazia chover sobre mim elogios imerecidos, e, em uníssono, chamavam-se Vênus. Vejo que sou vitima desse nome. Mas submeto-me. Levai-me até o penedo onde o meu triste destino me aguarda.” Foram feitos todos os preparativos e a donzela real tomou seu lugar na procissão que se parecia mais com um préstito fúnebre que uma pompa nupcial e com seus pais, no meio da lamentação do povo, subiu a montanha, no cume da qual a deixaram só, e com os corações tristes regressaram à casa.
Enquanto Psiquê estava na colina, com a respiração ofegante, devido ao medo que sentia, e os olhos cheios de lágrimas, o gentil Zéfiro carregou-a e levou-a com toda a facilidade até a um campo cheio de flores. Pouco  a pouco ela serenou, deitou-se no relvado e dormiu.
sábado, 18 de maio de 2013 











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Inventário Participativo de Viamão


INVENTÁRIO PARTICIPATIVO DE VIAMÃO


O presente trabalho é o resultado das pesquisas (...)


Participaram deste trabalho na condição de funcionários da SMCET, estagiários e colaboradores as seguintes pessoas: a quem muito agradecemos:

Alexandre Lobo,

Alex Sandro Fraga,

Elmo Fraga,

Flávio José da Silva,

Gerson Wasen Fraga,

Gisleine Lima da Silva,

Hugo Oneide Moraes Costa,

Jacques Jacomini,

Janaína gomes da Veiga Pessoa,

Josué Gulherme Kolning,

Karina Gomes Vogel,

Luciana Pires Vieira,

Luciano Mendes,

Nádia Maria Rocha Marças,

Natália Pietra Méndez,

Tatiana Greco Xavier,

Tiago Bernardon de Oliveira,

Vanda S. M. Troscianko e

Vera Lúcia Mikoski.



Copyright do autor

Direitos desta edição: Secretaria Municipal da Cultura, Esporte e Turismo/ Prefeitura Municipal de Viamão.






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VITA


A Vida é o maior valor (bem) a ser preservado (vivido). Viva a Vida (em todas as suas formas e manifestações).
A noção de valor é construída socialmente segundo os preceitos culturais das sociedades em questão. A experiência social moderna mostra que o valor financeiro é o que tem maior destaque na sociedade contemporânea capitalista. “Tempo é dinheiro”, afirmam os indivíduos que transformam as suas vidas em uma verdadeira “maratona” onde a vitória é representada pelos bens que o capital (econômico-financeiro) pode comprar. Neste caso, imóveis de luxo, automóveis esportivos, jóias e outros produtos afins são os símbolos das pessoas “bem sucedidas” (bens distintivos expostos como medalhas).
Eu entendo que a vida (em todas as suas formas e manifestações) representa o maior valor a ser perseguido, fomentado e preservado. A preservação da vida é a meta 01 (Zero Um) de qualquer pessoa enfileirada conosco (neste pressuposto que defendo). Infelizmente somos minoria entra uma massa de semelhantes que não medem esforços para reproduzir o Status Quo e fomentar a roda consumista (capitalista). Estas últimas desconhecem (ou negam) esta verdade fundamental que venho aqui propagar e, na maioria das vezes, são vítimas do próprio sistema que ajudam a alimentar.
A Vida é tão sublime, rica e maravilhosa que está presente até mesmo onde os transeuntes comuns não observam. Há vida na semente que levada ao solo floresce e dá frutos. Há vida no vento (brisa fresca) que anima e acalma os desalentos da alma. Há vida na água que sacia a sede e rega a planta. Há vida na palavra da boa vontade que enobrece o bem querer. Há vida no seio da mãe que alimenta e nutri o filho querido. Acredito, portanto que é necessário ter muita sensibilidade e sintonia (fina) com o criador e a mãe (natureza) para estabelecer esta aliança eterna com todas as manifestações de vida (humana e não humana). Preservar a vida é fortalecer o amor e a bondade que deve inundar os nossos corações quotidianamente. Viva e deixe viver. Não cometa nenhum tipo de atentado contra a vida. Viva, viva cada vez mais. Viva plenamente. Viva a Vida.

Outubro de 2010.




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2 comentários:

Jacomini Giacomini disse...

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Jacomini Giacomini disse...

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