A inconsistência da nossa moral.
Estamos no momento da evolução humana que certamente não tem precedentes na história. Grande parte da humanidade, e justamente a parte que corresponde aquela que criou até agora os acontecimentos de que temos alguma certeza, deixa, pouco a pouco, a religião em que viveu durante quase 20 séculos.
Extinguir-se uma religião não é fato novo. Deve ter se dado mais de uma vez na noite dos tempos. E os analistas do fim do Império Romano fazem-nos assistir à morte do paganismo. Mas, até agora, os homens passavam de um templo que desabava para um templo que se edificava, isto é, saíam de uma religião para entrar noutra. Temos hoje um fenômeno novo de consequências desconhecidas.
II
É inútil recordar que as religiões, pelas suas promessas de além túmulo e pela sua moral, tiveram sempre uma influência enorme na felicidade dos homens, ainda que algumas houve, aliás, importantíssimas como o Paganismo, que não faziam aquelas promessas, nem tinham moral propriamente dita.
Não falaremos das promessas da nossa, pois elas perecem ao mesmo tempo que a fé, embora nós vivamos ainda nos monumentos elevados pela moral, que procedeu daquela fé que se retira. Mas reconhecemos que, não obstante as escoras do hábito, esses monumentos se entreabrem sobre as nossas cabeças, e que, em muitos pontos, já nos achamos sem abrigo, sob um céu imprevisto que já não dá ordens.
Assistimos, portanto, à elaboração mais ou menos inconsciente e febril, de uma moral prematura, porque a sentimos indispensável, feita de destroços colhidos do passado, de conclusões recebidas do bom senso vulgar, de algumas leis entrevistas pela ciência e, enfim, de certas intuições extremas da Inteligência desorientada, que, por um desvio para um mistério novo, retrocede a virtudes antigas, para cujo sustentáculo não basta o bom senso.
Talvez seja curioso tentar colher os principais reflexos daquela elaboração. Parece que está soando a hora, em que muitos perguntam a si próprios se, continuando a praticar uma moral elevada e nobre, num ambiente que obedece a outras leis, eles se não desarmam ingenuamente, e se não representam o ingrato papel de parvos. Querem saber se as razões, que os ligam ainda a velhas virtudes, não são puramente sentimentais, tradicionais e quiméricas e procuram baldadamente em si próprios os auxílios que a razão ainda lhes pode ministrar.
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A Isabel
Ronda Um (Tributo)
Primavera 2022
Prefácio
A obra que vai ser exposta nesta tela surge da necessidade existencial (nossa) de manter o diálogo convosco. Diálogo este iniciado no século passado, quando da publicação do compêndio denominado: "Os Primórdios da História da Santa Isabel" (AAPC - CESAJO).
Aquelas "notícias" levadas ao conhecimento do isabelense atento, ainda hoje segue sendo e fluindo como esforço uno e irretratável de algo/alguém igualmente especial, onde é possível perceber que sujeito e objeto apresentam-se amalgamados (a revelia dos ensinamentos kantianos clássicos).
A crença (e consciência) de que somos cidadãos de uma cidade sem autonomia político-administrativa vai ficando cada vez mais forte e regular, pois se acumulam os elementos de prova (materiais e imateriais) colhidos ao londo do processo de estudo, pesquisa e análise do "objeto".
A Cidade de Santa Isabel é uma realidade tangível e palpável. Vejam, por exemplo, a presença do Arizinho (Ari Rodrigues) na RBS TV, programa "Jornal do Almoço". Isabelense nato com grande talento para as artes que cunhou aquele refrão muito conhecido entre os nossos iguais: "Hey de ver a Lua brilhar, iluminar o nosso pavilhão, de mãos dadas vamos cantar, sou da Vila faz tempo e ninguém vai nos separar".
A presença deste artista no principal meio de comunicação social do Estado do Rio Grande do Sul (onde já esteve em outras oportunidades), de grande visibilidade e prestígio na imprensa regional e nacional, posteriormente retransmitida por diversos meios de comunicação digitais independentes (rede social, you tube, etc), demonstra o que temos afirmado desde o século passado: A Isabel possui vida própria, possui história singular, dinâmica citadina e urbanidade digna de nota. A Isabel está presente aqui e acolá, demonstrando a sua pujança e riqueza, seja ela na área da cultural, da economia. Enfim, vivemos na Cidade de Santa Isabel. Isto é um fato inegável.
A presente obra vai escrita para quem compartilha conosco desta realidade, mas também para aqueles que ainda não despertaram para a nossa tese de observador atento que vive e estuda a região. A Cidade vai sendo delineada ali nos canteiros centrais da Avenida Liberdade, no troco de papel moeda surrado na mão do quitandeiro da esquina da Liberdade com a Barão do Belém, no passar do transeunte não nominado que cruza a Rua Nova com a Rua Triângulo. No fluxo intenso de veículos automotores na Lisboa, Walter Jobim e Medianeira. As feições, as cores, os odores deste locus mais do que especial são a nossa tinta na pintura a ser apresentada no miolo deste trabalho. Acompanhe e boa leitura!
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ISABEL
A Isabel, assim como a nossa própria vida, é redonda!
O que nos traz até aqui é tão somente a necessidade de registrar o tempo e o espaço vivido, quando da experiência de ter tido a oportunidade de participar e contribuir com o processo de construção da nossa cidade.
A nossa cidade é o melhor lugar do mundo para ser e estar no presente momento. Afirmativa que vai de qualquer sentimento de desdém ou desprezo para com as demais cidades entre aquelas que vivemos ou poderíamos ter vivido por um período ou parcela de tempo.
A "Ronda Um" nada mais é do que um movimento racional sobre sentimentos, sensações e percepções acerca do Ser e do Estar em Isabel. Do (e da ) percepção pessoal de um arranjo ritmico (ritmo, ritmanálise, Bachelard) que se altera e se apresenta por hora rumo a um processo de extinção.
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Ronda Um
A Ronda Um é um processo de saída de uma perspectiva esgotada. Recheada de textos acantonados. Mescla de equívocos e devaneios estruturados na literatura que dialoga com as ciências sociais.
Ronda Um também é um novo compendio de orientação circular que rompe em definitivo com qualquer outra orientação que ainda ronda o autor deste. Circular, assim como nos ensinou o nobre professor e filósofo Gaston Bachelard. Necessário, pois continuar lendo bons livros em base física papel.
Ronda Um não é um caminho final, salvo a possibilidade de alguma extinção não prevista no percurso. Ronda Um deverá ensejar outros trabalhos a serem construídos: Ronda Dois e Ronda Três. No presente momento, de forma metafórica, podemos dizer que ouvimos o sinal e a comunicação do leste. A comunicação do leste deve vibrar também no oeste, seguindo ainda norte e sul em movimento circular, bem como no ritmo necessário para as construções futuras. A poética do Espaço.
A Ronda dois já vai em processo adiantado e a Ronda Três vai ser transmitida posteriormente. Alguns retratam a paisagem tela, enquanto outros em pixel. A base física papel é cada vez mais rara entre nós. Os arquivos digitais ganham espaço e os mitos ancestrais são banalizados nas telas do cinema. O que fazer se as novas tecnologias da inteligência batem a nossa porta (o tempo todo)? Também há os que, acima e abaixo, comunicam para grupo celeto de ouvintes atentos. O escriba escreve porque acredita na escrita. Escreve com mão própria escreve e compartilha consciente da missão dada.
As novas gerações podem e devem beber nesta fonte perene: Livro e literatura, pois a inteligência das flores já foi escrita por Maurice Maeterlinck. História ou estória? Caminhe, avance e descubra. Aqui apenas um pequeno roteiro nestas poucas linhas.
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Um comentário:
Outono
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