UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO
DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO
DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL
Disciplina:
Teorias da Cultura
Professor:
Ruben Oliven
Semestre 99/1
- Roteiro
/ Proposta de
Monografia para a
Disciplina -
Aluno:
Jacques Jacomini
- “Redescobrindo” a Santa Isabel : Um Estudo
Antropológico sobre a Região da Grande Santa Isabel (4º Distrito do
Município de Viamão) -
INTRODUÇÃO
Esta
monografia propõe estudar a Região da Grande Santa Isabel, a partir das noções
de regionalização, identidade cultural e dinâmica de organização espacial.
Percebendo esta região com características potencialmente diferenciadas
daquelas observadas no Município em que se situa, proponho realizar uma análise
etnográfica e historiográfica que subsidiem esta hipótese inicial de trabalho:
a diferença cultural entre a sede do município e a região da Santa Isabel.
Segundo uma perspectiva relacional e dialética, proponho também investigar o processo de construção social da memória
desta população, bem como os aspectos do imaginário que são apropriados por
viamonenses e isabelenses que na sua tensão diária e recíproca estabelecem
pontos de aproximação e afastamento.
Historicamente
tem se observado tensões de interação social, administrativa e política entre a
sede do Município de Viamão e a Região da Santa
Isabel. Fatos históricos do século passado remontam um processo distinto de
ocupação destas duas localidades.
Segundo alguns historiadores como Clóvis
Silveira de Oliveira, o surgimento da “Freguesia de Viamão” está ligada às
viagens que João de Magalhães faz por volta de 1714 por orientação do então
Governador do Rio de Janeiro D. Francisco de Távora que pretendia “fazer
vistorias nos lados do sul”. O povoamento do extremo sul do Brasil
acontece, segundo o historiador Walter Spalding, com a chegada de Dona Ana da
Guerra, irmã do Capitão-mor Francisco de Brito Peixoto, fundador de Laguna e um
dos grandes tropeiros da época, mais seu genro, João de Magalhães, que
estabeleceram-se nos “Campos de Viamão” . Ali, em
terras de Dona Ana, foi erguida uma capelinha em louvor de Nossa Senhora da
Conceição e Santana e, ao seu redor, logo se formaria uma pequena localidade
que ficou conhecida por Lombas de Santana.
Em
meados de 1740, fato semelhante
provocaria o surgimento de um outro povoado. Francisco Carvalho da Cunha doaria
uma légua de terra para a construção de uma outra capela, a de Nossa Senhora da
Conceição do Viamão, que logo se transformaria em uma igreja. Em volta desta
igreja fundou-se um grande povoado,
povoado de Viamão, que já em 1747 era elevado à categoria de freguesia.
O
povoado de Viamão estava distante do mar (cerca de 120 Km) e sem possibilidade
de erguer qualquer tipo de porto na sua costa,
só possuía comunicação com o restante do Brasil por terra. Porém, em
determinado momento, descobriram, a mais ou menos 60 Km de distancia da sede do
povoado, uma grande lagoa denominada de “Guaybe” pelos indígenas. Este fato
levou os habitantes de Viamão a criarem um porto naquele local, o Porto de
Viamão. Este mesmo porto passaria a ser denominado Porto do D’Ornelas ou Porto
do Dorneles, quando da radicação de Jerônimo de Ornelas (mais seus agregados e
parentes) naquele mesmo local e de Porto do Dionísio, quando utilizado como
escoadouro da estância de Dionísio Rodrigues Mendes (Fundador da Capela de
Nossa Senhora de Belém, hoje Belém Velho). A chegada dos casais açorianos, em
1752, marca o início da colonização do
então Porto de Viamão (nome dado a um ancoradouro nos fundos da Sesmaria de
Jerônimo de Ornellas, onde está agora a Praça da Alfândega). Instalados em
casas de palha no local onde encontramos hoje a atual Praça da Alfândega, os
casais vindos das Ilhas dos Açores inauguravam o que viria a ser “um arraial
bastante fértil”.
A
ocupação efetiva do primeiro trecho do eixo “Porto de Viamão” – “Freguesia de
Viamão” (Rio Guaiba até a atual divisa dos Municípios de Viamão e Porto Alegre)
acontece no momento em que Jerônimo de Ornelas se estabelece no Porto de Viamão
e escolhe o Morro Santana para construir a sede da sua sesmaria (Segundo
Oliveira nas imediações da atual Escola de Agronomia da UFRGS). Nas medidas
atuais, essa sesmaria teria uma área de aproximadamente 14.000 hectares,
abrangendo assim a atual área da Santa Isabel .
A SANTA ISABEL
HOJE
A
Santa Isabel é uma das regiões da Cidade de Viamão que mais tem se destacado
pelo seu potencial econômico, social, político e humano. A proposta da atual
Administração Pública Municipal denominada de Orçamento Participativo
possibilitou que os moradores do 4º Distrito chegassem a uma
conclusão que já estava construída geograficamente: a Santa Isabel é o centro
de uma região composta por mais de 20 vilas.
Durante
o processo de escolha dos representantes (Delegados) das comunidades junto ao O
. P . e das discussões sobre as suas prioridades, reuniram-se mais de 200
pessoas no Salão Paroquial da Igreja da Santa Isabel, local definido para a
realização destas assembléias. Foi a partir deste momento que os cidadãos desta
região, encontrando os seus pares, perceberam (talvez pela primeira vez) que
ali se encontravam pessoas das seguintes localidades: Campos da Colina,
Condomínio Horizontal da Lomba do Sabão, Diamantina, Irma, Jardim Lacy, Jardim
Universitário, Lanza, Luciana, Medianeira, Monte Alegre, Monte Castelo, Morro
Santana, Nossa Senhora Aparecida, Passo do Sabão, Represa, Santa Miguelina,
Sítio Lomba do Sabão, USBEE e União. Desta forma a Comunidade da Grande Santa
Isabel, como alguns denominam a região, ganha a visibilidade do seu todo, da
sua força de barganha política, do seu poder de organização popular, enfim
adquire uma nova fisionomia social, econômica e política.
Considerada
como zona estratégica para as atividades políticas da maioria dos partidos
políticos de Viamão, sondada por redes de lojas comerciais de diversos tipos
que começam ali a se instalar, olhada e pesquisada pelos técnicos que
investigam o crescimento da região metropolitana de Porto Alegre, almejada por
moradores de classe média de Porto Alegre que buscam um local de residência
alternativa ao que a capital dos gaúchos oferece, querida e amada pelos seus
admiradores mais entusiastas, assim a Santa Isabel demonstra suas
especificidades urbanas. Mas o que existe de fato na Santa Isabel ou quais os
elementos que a diferenciam sobremaneira das demais localidades de Viamão
??
Mais
do que vila ? Um pouco menos que cidade
? O que é de fato a Santa Isabel ???
A
resposta final e acabada para esta pergunta está longe de ser construída, no
entanto, já temos alguns elementos, fruto de investigações científicas que
temos realizado na cidade, que contribuem para esta reflexão sobre o processo
de construção urbana aqui referido.
ALGUNS
PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
Para a noção de Cidade
Definir o que é uma cidade, de fato, não é uma
atividade fácil, diante das inúmeras concepções e noções do que realmente venha
a ser uma cidade em toda a extensão do termo. O urbanista e pesquisador
FERNANDO GOITIA em uma BREVE HISTÓRIA DO URBANISMO afirma que “o estudo da
cidade é um tema tão sugestivo como amplo e difuso; impossível de abordar para
um homem só, se levarmos em conta a quantidade de saberes que haverá de
acumular.” Seguindo a sua sugestão de que “não devemos perder de vista, ao
estudar as cidades, as valiosas fontes que a literatura nos oferece”, trazemos
alguns conceitos de cidade construídos por alguns pensadores que nos
antecederam sobre este tipo de estudo.
ARISTÓTELES
trabalha com um conceito político de cidade, no momento em que sugere uma noção
de diferenciação entre dois tipos de cidadãos que compõe as cidades. Neste
sentido ele disse que “uma cidade é um certo número de cidadãos, de modo que
devemos considerar a quem devemos chamar cidadãos e quem de fato é um cidadão
(...) Chamamos, pois, cidadãos de uma cidade aos que tem a faculdade de
intervir nas funções deliberativas e judiciais da mesma e cidadão em geral, ao
contrário são aqueles cidadãos que tem a cidade apenas para a realização da sua
vida.” Excluindo a discussão política colocada na definição de Aristóteles que
traz a noção de cidade-estado da Grécia (o Estado é a Cidade e a Cidade é o
Estado) entendemos que, para ele, uma vez reunidos um determinado número de
cidadãos, teríamos uma cidade.
AFONSO,
outro pensador das cidades, referindo-se
às cidades medievais que não se concebe sem a proteção de muros ao seu entorno
como defesa das ameaças exteriores, define a cidade como “todo aquele lugar que
é fechado com muros, com arrabaldes e edifícios que se tem com eles”.
CANTILLON,
pensador e estudioso do século XVIII, imagina assim a origem de uma cidade: “Se
um príncipe ou um senhor fixa a sua residência em um lugar que o agrada e se
outros senhores o acompanham e ali se estabelecem para um convívio mútuo e
social, este lugar se converterá em uma cidade.” Neste conceito temos a
concepção de uma cidade Barroca, de caráter senhorial e eminentemente
consumidora, onde reina o luxo que foi a origem das grandes cidades do Ocidente
antes do advento da era industrial.
Para os que preferem uma distinção entre
cidade e natureza, considerando a cidade como uma criação abstrata e artificial
do homem, destacamos a concepção de ORTEGA e GASSET: “A Cidade é um ensaio da
sucessão que o homem faz para viver fora e frente ao cosmos, tomando dele
porções seletas e previamente escolhidas.”
A
opção que fiz, enquanto pesquisador em ciências sociais, foi pela análise
qualitativa do social, através da proposta e das ferramentas que a antropologia
social oferece para a análise da dinâmica social urbana. Portanto, mais do que
me debruçar sobre uma grande quantidade de dados estatísticos, tabelas
quantitativas e números exatos, proponho perceber a cidade através do que
consigo extrair da sua essência qualitativa, ou seja, a sua cultura, o seu imaginário,
os sentimentos que a permeiam, enfim a sua alma. Digo isto para introduzir uma
outra concepção de cidade, difundida por SPENGLER para quem a alma (ou o
espírito, como preferir) sustenta a dialética da cidade clássica.
Segundo
SPENGLER “o que distingue a cidade de uma aldeia (ou vila) não é a sua
extensão, não é o seu tamanho, se não a presença de uma alma citadina (...) O
Verdadeiro milagre é quando nasce a alma de uma cidade. Subitamente sobre a
espiritualidade geral da cultura, destaca-se a alma da cidade como uma alma
coletiva de uma nova espécie, cujos últimos fundamentos permanecem para os
outros em eterno mistério. E uma vez desperta, se forma um corpo visível. A
coleção de casas da aldeias (ou vila), cada uma das quais com sua própria história,
se converte em um único conjunto. E este conjunto vive, respira, cresce,
adquire um rosto familiar e uma forma e uma história internas. A partir deste
momento, apesar das casas em separado, do tempo, da catedral e do palácio (do
governo), constitui a imagem urbana em sua unidade o objeto de um idioma de
formas e de uma história específica que acompanha em seu curso todo o ciclo
vital de uma cultura ”
Para a Dinâmica da Organização Espacial
As duas grandes categorias de análise científica em
ciências sociais são, inevitavelmente, tempo e espaço, conforme a afirmação de
vários autores que trabalhamos. Elas podem estar tão intimamente relacionadas
que, algumas vezes, é quase impossível desconsiderar uma em detrimento de
outra. Neste sentido, nos ensina Bachelard: “É pelo espaço, é no espaço que
encontramos os belos fósseis de duração concretizados por longas
permanências.” (Bachelard, 1993)
Em função disso, além das representações que
remontam o tempo vivido e o tempo lembrado, presentes nesta monografia,
considero a questão espacial como um outro eixo inevitável de apreensão e
análise.
Para esta “caminhada” e essa “descoberta” sobre a
dinâmica espacial que estamos investigando, escolhemos três autores em
especial. A incursão pela espacialidade de alguns perímetros urbanos nos faz
dialogar com Schulz, para quem “el interés del hombre pur el espacio tiene
raíces existenciales: deriva de una necessidad de adquirir relaciones vitales
en el ambiente que le rodea para aportar sentido y ordem a um mundo de acontecimentos
y acciones” (Norberg-Schulz, 1975). O segundo autor, como já sinalizamos
anteriormente, é Bachelard que contribui sobremaneira para algumas
interpretações que somente são possíveis dentro do campo da Fenomenologia da
Imaginação (ou arqueologia do imaginário). Neste sentido, ele nos incita à
algumas ponderações do tipo: “o espaço convida à ação, e antes da ação a
imaginação trabalha” (Bachelard, 1993). O terceiro autor contribui para uma
análise mais específica do fenômeno que estou tentando interpretar como um tipo
de “Regionalismo” no sentido de que “O Regionalismo aponta para as diferenças
que existem entre regiões e utiliza estas diferenças na construção de
identidades próprias” (OLIVEN, 1992).
O esforço de trabalhar com estes autores e seus pressupostos
vai no sentido de tentar perceber as características e especificidades do campo
trabalhado, bem como dos atores sociais e da dinâmica social colocada neste
campo, a partir de um “olhar vibrátil”
(Rolnik, 1997) sobre o espaço e as relações de espacialidade que envolvem,
delimitam e, porque não dizer, definem este universo simbólico e cultural
trabalhados.
Para a questão de Identidade Cultural
Os pressupostos básicos para a discussão da temática
da identidade são oriundos de Renato Ortiz que afirma: “A rigor, faz pouco
sentido buscar a existência de ‘uma’ identidade; seria mais correto pensá-la na
sua interação com outras identidades, construídas segundo outros pontos de
vista.” (ORTIZ, 1994). As noções tomadas por Ortiz de Lévi-Strauss também são de
suma importância para este estudo, por exemplo: “A identidade é uma espécie de
lugar virtual, o qual nos é indispensável para nos referirmos e explicarmos um
certo número de coisas, mas que não possui na verdade, uma existência real.”
(ORTIZ, 1994)
Para as questões de Método de Pesquisa
A pesquisa
qualitativa e, em especial, o método etnográfico e etnológico, nos estudos de
ciências sociais voltados a pesquisa de sociedades complexas do tipo
urbano-contemporaneo-capitalista é aqui o centro da nossa construção
científica. No meu entendimento, é através deste tipo de trabalho que podemos
desenvolver a “ação” e a “imaginação” de que Bachelard nos falou em seus
escritos.
Para
a metodologia do trabalho de campo, utilizaremos as principais técnicas do
método etnográfico, como a observação participante, realização de entrevistas
com o uso de gravador, análise de contexto do campo pesquisado e análise de
conteúdo de documentos históricos, reportagens de jornais e revistas.
Etnografar o campo estudado, representa para nós,
destacar os principais atores sociais, suas características principais, enfim
nos mover no sentido de realizar uma tarefa que se assemelha com o esforço de
“tentar ler um manuscrito estranho, desbotado, cheio de elipses, incoerências,
emendas suspeitas e comentários tendenciosos, escrito não com os sinais
convencionais do som, mas com exemplos transitórios de comportamento modelado.”
(Geertz, 1978)
CONCLUSÃO
Um
aspecto que me parece interessante chamar para este momento do nosso texto é do
desafio que sempre está colocado para nós, quando tentamos “estranhar o
familiar”, através de uma pesquisa voltado para um espaço social que é o nosso
próprio, ou seja, o espaço urbano contemporâneo. Aceitando o convite de
Gilberto Velho: “(...) Não há como fugir, nem retardar mais o processo de
assumir o estudo antropológico da nossa sociedade e cultura como tarefa
fundamental.” (Velho, 1980), nos embrenhamos nesta atividade que muito nos
satisfaz intelectualmente.
SPENGLER
fala de um processo que culmina com “o nascimento da alma da cidade” na
configuração de uma localidade na sua trajetória até à conquista do estatuto de
cidade. Portanto, segundo este pensador, existe um momento muito especial e
significativo que é “um verdadeiro milagre” e que define o surgimento da Cidade
como tal, a partir do nascimento da sua alma.
Tomando
esta concepção de SPENGLER, passamos a analisar o caso da Santa Isabel, no
sentido de perceber qual teria sido este momento em que de fato nasce (ou não)
a alma da cidade, ou seja, a partir de
que momento de sua história a dinâmica social e urbana local dá a luz à esta
“nova cidade”. Vivendo a quase três décadas nesta região e, portanto, tendo
acompanhado os principais acontecimentos que marcaram a estruturação da Santa
Isabel, partimos para a análise do fato ou dos fatos que teriam definido a sua
concepção enquanto cidade. A resposta seria: A conjugação de dois processos
sócio-urbanístico iniciados no intervalo
de 1994 / 1996. O Reordenamento e revitalização urbana que a “cidade” recebeu a
partir do final do ano de 1994 com a construção da Avenida do Trabalhador,
associado ao processo de resgate da cidadania através do “Orçamento
Participativo” implementado a partir de 1996, redefine e revitaliza a essência da organização urbana local,
transformando estruturalmente a Santa
Isabel e inserindo-a em uma nova realidade e uma nova fase do seu
desenvolvimento político, econômico e social.
BIBLIOGRAFIA
BACHELARD, Gaston. A Poética do Espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
GEERTZ, Clifford. A
Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Zahar Ed. , 1978.
MACEDO, Francisco Riopardense de. Porto Alegre: origem e crescimento. Porto Alegre: Ed. Sulina, 1968.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. O Espetáculo de Rua. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 1992.
OLIVEN, Ruben George. “Nação e Tradição na Virada do
Milênio.” In. A Parte e o Todo: a
diversidade cultural no Brasil-Nação. Porto Alegre, Vozes, 1992, p.13
ORTIZ, Renato. “Modernidade-Mundo e identidades.” In: Um Outro Território. Ensaios sobre a
Mundialização. São Paulo. Olho D’Água, s/d. p. 67-89
ROLNIK, Suely. Uma
Insólita Viagem à Subjetividade. São Paulo: Ed. Papirus, 1997. In LINS,
Daniel. Cultura e Subjetividade.
VELHO, Gilberto. O
Desafio da Cidade. Novas Perspectivas da Antropologia Brasileira. Rio de
Janeiro: Ed. Campus, 1980.
NORBERG-SCHULZ, Christian. Nuevos Caminhos De La Arquitectura - Existencia, Espacio y
Arquitectura. Barcelona: Ed. Blume, 1975.