sábado, 16 de novembro de 2013

A Luz de Velas



A Luz de Velas (Hiara)

As itineranças subjetivas de um buscador no Porto Isabel.
A empresa, permissionária do Estado, priva (-nos) de usufruir de uma tecnologia tão cara entre nós: energia elétrica. Faltou luz, a expressão sai da boa do cidadão em dia com as taxas, tributos e demais penalidades impostas pelas forças do Império Estatal. São vinte horas e quinze minutos, Casa Branca, escrevo a luz de velas. A bateria da máquina aponta uma suficiência de noventa e quatro por de cento de capacidade de carga acumulada.
Avisto na janela as luzes da Cidade. A minha direita Isabel, Lomba do Pinheiro, Itapuã. A minha esquerda Protásio Alves, Manoel Elias, Porto Seco. Retro: o belo e majestoso Morro Santana. Tenho a minha frente a Imaculada Conceição (em dias plenos de luz, é possível avistar a Torre Principal da Faculdade de Filosofia – antigo Seminário Maior de Viamão – atualmente Tecno-PUC). O chá ficou pronto (carqueja – erva doce). Osíris dorme como um anjo ao meu lado. Chove, sigo a luz de velas. A bateria da máquina aponta uma suficiência de noventa por cento de capacidade de carga acumulada.
Eu necessito transmitir uma mensagem em dois tempos com um cerne comum. Primeiro a questão de raça, depois espécie. Mas é muito blá, blá, blá!? Diz o transeunte apressado. É verdade. Concordo, mas o fato é que você embarcou no blog de jacquesja. Te segura na poltrona que lá vem letrabomba (curso de letras).   Antes de encerrar esta fração (parágrafo), declaro: estou lendo “O que é justiça” de Julio Cesar Tadeu Barbosa. A situação é muito semelhante aquela onde li “O que é etnocentrismo” (primeiros passos). A chuva apertou. Osíris quer colo. A bateria da máquina aponta uma suficiência de oitenta e quatro por de cento de capacidade de carga acumulada. A questão de raça.
A petição inicial foi encaminhada. Gerou uma ação civil pública no âmbito da justiça federal. O processo tramita no tribunal (e esta foi a razão de ter retirado o teor do documento do blog). A defesa das minorias é um norte para este que vos tecla. A defesa do meu semelhante, irmão de raça, é um compromisso muito sério já assumido aqui de forma pública e honesta. O racismo continua nas relações atuais, cada vez mais velado, indireto e pernicioso. O branco permanece a categorizar o não-branco de indolente, incapaz e marginal. A institucionalização é necessária. A segregação racial não. Eu centrei na questão da autodeclaração de raça, mas eu pergunto aos senhores: o que são aquelas exigências absurdas para a comprovação socioeconômica? Invasão de privacidade. Apanhem o edital e vejam com os próprios olhos. Se a política é afirmativa, por que não avaliar o candidato no seu contexto social (in loco). No meu ponto de vista, seria menos evasivo se a Universidade mandasse um assistente social em visita ao candidato na sua residência para confirmar a sua condição de “dominado” (carente, classe C menos ou como queira chamar). Dá uma olhada na minha página no Panoramio. Eu cliquei um sentimento gravado na mureta de proteção da via da Universidade (anel viário do Campus do Vale – Agronomia – Porto Alegre). A mensagem? “Derrubem os muros. O Conhecimento para todos”.   A bateria da máquina aponta uma suficiência de setenta e sete por de cento de capacidade de carga acumulada. Espécie (especicismo).
A justificativa para humilhar e coisificar os negros escravizados na época do Brasil Colônia é a mesma utilizada hoje para categorizar os animais não humanos: eles não possuem alma, portanto não são portadores de direitos (civis). Esta é a justificativa especicista. Eu subi a pouco lá da avenida (Liberdade). Estava atendendo os animais de rua, como faço todos os dias. Verifiquei o abandono de mais animais. Isto geralmente ocorre nos inícios de feriados prolongados. A lógica é a seguinte: preciso ir descansar na praia, mas tenho um animal que me “atrapalha”. Surge então aquela “brilhante idéia”: descarte em via pública. O animal estava todo molhado (ainda com uma coleira no pescoço). Muito assustado, andando de um lado para o outro sem direção definida em estado de pleno stress (desespero mesmo). Veio um automóvel em alta velocidade. Avistou o animal, mas não parou. Simplesmente desviou. Por muito pouco não atropelou e matou. Eu pergunto: por que agir assim? Qual é a pressa que justifica esta atrocidade? Poderia ser diferente? Eu consegui me aproximar dele e dar um primeiro atendimento.  Sigo a luz de velas. A bateria da máquina aponta uma suficiência de setenta por de cento de capacidade de carga acumulada.
A conclusão deste vem com uma notícia inédita que muito me anima: consegui, pela primeira vez, fazer um registro fotográfico muito especial aqui no “Belo Monte”. Já fazia algum tempo que intentava fazê-lo, mas trata-se de um animal muito discreto que sempre se afasta ao perceber a presença humana. Ele é rápido, lindo e habita a região, especialmente as porções de mata preservada próxima a córregos e cursos de água natural. Já avistei outros indivíduos deste tipo nas imediações da Bica da Lascy, Anel Viário do Campus do Vale (UFRGS) e cercanias do Lago Paraná (esquina com Liberdade). Detalhe: Fotografei a “Saracura” da janela do meu quarto. Pode? Isto aqui é um paraíso. Mas há os que defendem a duplicação da Avenida Ipiranga até a Santa Isabel para desafogar o trânsito da Bento Gonçalves sem questionar o tamanho do impacto ambiental que esta obra traria para toda a região. Na conclusão deste, é importante que se diga e que me corrijam os especialistas, caso esteja eu falando besteira: “É a única porção da mata atlântica disponível em toda a região metropolitana de Porto Alegre – com exceção da Reserva do Lami e Itapuã)”.  
A CEEE ainda não restituiu o fornecimento de energia elétrica. Eu concluo este sem a possibilidade da publicação imediata, devido as limitações técnicas declaradas. São vinte e uma horas e trinta minutos, a chuva continua, sigo a luz de velas. Eu prometo que atualizarei os amigos e amigas no decorrer da semana, quanto às novidades que vierem a surgir. Gostaria de agradecer a presença de todos. Obrigado pela confiança e a paciência de ler o texto até aqui. Necessito encerrar, pois a   bateria da máquina aponta uma suficiência de apenas sessenta por de cento de capacidade de carga acumulada.
Namaste.

Escrito em 15/11/2013
A energia retornou por volta de dezesseis horas de 16/11/2013.








 Anima Naturalis

Eu quero fazer um convite para você. Assista o vídeo abaixo (Razões para ser Vegetariano):


Se possível, visite o site abaixo:


Você pode ler o texto que segue, por favor:

Tubarão Martelo de 600 kg é capturado em Jacumã
A carne será vendida no Mercado do Peixe, localizado na praia de Tambaú em João Pessoa
Link


Por que tantos pedidos?
Vou explicar:
Eu estava transitando na Avenida Liberdade e, de repente, passa um caminhão frigorífico. E mais adiante avistei mais um destes cemitérios sobre rodas descarregando morte. Depois mais outro e mais outro. Foi inevitável a reflexão: até quando? Trabalhando aqui na redação, recebo a notícia da mãe tubarão morta por pescadores com duas dezenas de bebes no ventre. E os pescadores comemoram, pois vão faturar mil e quinhentos reais. É muito sangue. É muita morte. É muito sofrimento. Isto tem que parar. Por favor, pense nisso. Reflita. Faça um exame de consciência e veja se não está na hora de inaugurar uma nova etapa na sua vida.








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