VITA (Contexto da escritura)
Acabei de escrever o artigo que
denominei “Vita”. Escrevo o presente artigo dentro de um contexto vivido muito
específico e lamentável que passo a descrever:
A cerca de um mês, observara que uma
ave muito especial tinha escolhido a torre da igreja para estabelecer residência.
Passei a conversar com as pessoas do entorno (trabalhadores e moradores das
imediações da igreja matriz de Santa Isabel), a fim de ter acesso aos detalhes
do ocorrido por se tratar de algo inusitado. Obtive a informação que era de uma
família de aves de rapina popularmente conhecidas como Urubus. Inicialmente
chegou o casal que, acasalando, planejava aumentar a família. O macho partiu,
após os ritos tradicionais de acasalamento, ficando a fêmea responsável pela
prole em formação. Há relatos da existência de um filhote (de cor branca) e de alguns ovos que
não eclodiram (ainda). Contudo este processo estava prestes a ser abortado pelo
pároco local, representante da “Santa Igreja Católica”na nossa cidade.
A “surpresa” (lamentável) surgiu esta semana. Ao passar pelo
local, observei que havia sido iniciado um processo de contenção das aves que
voam no entorno da torre da igreja (além dos urubus, há também pombas, pardais, sábias, João de barro,
entre outros). As aberturas existentes no alto da torre foram encerradas com
telas de metal, ficando apenas uma aberta na parte frontal do templo. Conversei
com um dos meus informantes que afirmou: “Parece que eles vão esperar os filhotes urubus
nascerem (e/ou crescerem) para fechar tudo. Falaram que urubu dá azar!” Contudo, não foi o que ocorreu. Ao passar pela
igreja ontem (sábado, dia 23 de outubro de 2010), observei que todas as
aberturas estavam fechadas. Ao contatar novamente o meu informante sobre o
ocorrido, o mesmo relatou uma das cenas mais tristes e lamentáveis da paróquia
da Santa Isabel da Hungria (literalmente falando): O serralheiro contratado
veio concluir o serviço de fechamento das aberturas na manhã do sábado. Na ausência da mãe urubu, foram
retirados os ovos e o filhote, a fim de serem acondicionados em uma caixa de
papelão e levados para um local de rumo incerto e indefinido. No entanto, a
cena ainda mais lamentável estava por ocorrer: No retorno da mãe urubu ao
ninho, não conseguindo entrar no local como de costume e na ausência dos
filhos, passou a bicar, desesperadamente, a tela de metal até sangrar bico, face, etc.
Casualmente, paralelo ao ocorrido,
dedico parte desta primavera do ano de dois mil e dez para realizar um estudo
das “Sagradas Escrituras”. No momento me
detenho sobre o livro denominado “Levítico” que é o terceiro livro da Bíblia, cuja autoria étradicionalmente atribuída a Moisés. Não me
deterei nos pormenores da obra, pois não é este o objetivo do texto. Somente sinalizo a leitura que realizo, pois há uma relação entre o ocorrido e os ensinamentos que
a leitura do velho testamento oferece. Aprendi, por exemplo, que a“Cultura do Medo” foi cunhada pelos israelitas. Aprendi também que o “Holocausto” foi uma invenção da Cultura Judaico-Cristã. Enfim,
trata-se de uma leitura surpreendente e instigante repleta de “Sacrifícios de Animais”.
Entendo que, independente dos
argumentos que possam ser elencados para a sua defesa, o “Sacrifício de Animais” é algo indefensável. Os meus princípios de vida revelam que é chocante, cruel e inexplicável adotar procedimentos rituais que envolvam
sacrifícios de animas de qualquer tipo e em qualquer modalidade. O Holocausto
de animais era prática corrente entre o povo de Israel que orientados por Moisés
sacrificavam bovinos, aves, etc. em nome do Senhor. Lendo o Levítico você se deparará com cenas lamentáveis onde animais são mortos e
oferecidos ao Deus do povo de Israel com o objetivo de terem perdoados os seus
pecados. Ou seja, o ser humano erra, se equivoca, “peca” e quem paga a conta? A inocência dos animais não
humanos que, escravizados pelo animal humano, sofre desde os primórdios da
humanidade inúmeras atrocidades condenáveis, inexplicáveis e indefensáveis.
Neste contexto (do sacrifício de animais) há um elemento importante que ainda não citei e trago
apenas como registro introdutório para desenvolver em outra oportunidade: Os
fenômenos psicológicos e psíquicos envolvidos nos rituais do holocausto (ou
sacrifício de animais). Há um viés no campo da saúde mental que precisa ser observado, mas dada a
sua complexidade ficará para uma nova empreitada.
Encerro o presente com uma passagem bíblica
do Novo Testamento (acho que é em João) onde Jesus Cristo, falando ao povo, afirma:
“Eu quero que vocês sejam bondosos e não
me ofereçam sacrifícios de animais”.
Primavera de 2010.
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