quinta-feira, 21 de abril de 2016

Vida 2010





VITA (Contexto da escritura)

Acabei de escrever o artigo que denominei “Vita”. Escrevo o presente artigo dentro de um contexto vivido muito específico e lamentável que passo a descrever:
A cerca de um mês, observara que uma ave muito especial tinha escolhido a torre da igreja para estabelecer residência. Passei a conversar com as pessoas do entorno (trabalhadores e moradores das imediações da igreja matriz de Santa Isabel), a fim de ter acesso aos detalhes do ocorrido por se tratar de algo inusitado. Obtive a informação que era de uma família de aves de rapina popularmente conhecidas como Urubus. Inicialmente chegou o casal que, acasalando, planejava aumentar a família. O macho partiu, após os ritos tradicionais de acasalamento, ficando a fêmea responsável pela prole em formação. Há relatos da existência de um filhote (de cor branca) e de alguns ovos que não eclodiram (ainda). Contudo este processo estava prestes a ser abortado pelo pároco local, representante da “Santa Igreja Católica”na nossa cidade.


A “surpresa” (lamentável) surgiu esta semana. Ao passar pelo local, observei que havia sido iniciado um processo de contenção das aves que voam no entorno da torre da igreja (além dos urubus, há também pombas, pardais, sábias, João de barro, entre outros). As aberturas existentes no alto da torre foram encerradas com telas de metal, ficando apenas uma aberta na parte frontal do templo. Conversei com um dos meus informantes que afirmou: “Parece que eles vão esperar os filhotes urubus nascerem (e/ou crescerem) para fechar tudo. Falaram que urubu dá azar!” Contudo, não foi o que ocorreu. Ao passar pela igreja ontem (sábado, dia 23 de outubro de 2010), observei que todas as aberturas estavam fechadas. Ao contatar novamente o meu informante sobre o ocorrido, o mesmo relatou uma das cenas mais tristes e lamentáveis da paróquia da Santa Isabel da Hungria (literalmente falando): O serralheiro contratado veio concluir o serviço de fechamento das aberturas na manhã do sábado. Na ausência da mãe urubu, foram retirados os ovos e o filhote, a fim de serem acondicionados em uma caixa de papelão e levados para um local de rumo incerto e indefinido. No entanto, a cena ainda mais lamentável estava por ocorrer: No retorno da mãe urubu ao ninho, não conseguindo entrar no local como de costume e na ausência dos filhos, passou a bicar, desesperadamente, a tela de metal até sangrar bico, face, etc. 


Casualmente, paralelo ao ocorrido, dedico parte desta primavera do ano de dois mil e dez para realizar um estudo das “Sagradas Escrituras”. No momento me detenho sobre o livro denominado “Levítico” que é o terceiro livro da Bíblia, cuja autoria étradicionalmente atribuída a Moisés.  Não me deterei nos pormenores da obra, pois não é este o objetivo do texto. Somente sinalizo a leitura que realizo, pois há uma relação entre o ocorrido e os ensinamentos que a leitura do velho testamento oferece. Aprendi, por exemplo, que a“Cultura do Medo” foi cunhada pelos israelitas. Aprendi também que o “Holocausto” foi uma invenção da Cultura Judaico-Cristã. Enfim, trata-se de uma leitura surpreendente e instigante repleta de “Sacrifícios de Animais”.


Entendo que, independente dos argumentos que possam ser elencados para a sua defesa, o “Sacrifício de Animais” é algo indefensável. Os meus princípios de vida revelam que é chocante, cruel e inexplicável adotar procedimentos rituais que envolvam sacrifícios de animas de qualquer tipo e em qualquer modalidade. O Holocausto de animais era prática corrente entre o povo de Israel que orientados por Moisés sacrificavam bovinos, aves, etc. em nome do Senhor.  Lendo o Levítico você se deparará com cenas lamentáveis onde animais são mortos e oferecidos ao Deus do povo de Israel com o objetivo de terem perdoados os seus pecados. Ou seja, o ser humano erra, se equivoca, “peca” e quem paga a conta? A inocência dos animais não humanos que, escravizados pelo animal humano, sofre desde os primórdios da humanidade inúmeras atrocidades condenáveis, inexplicáveis e indefensáveis. Neste contexto (do sacrifício de animais) há um elemento importante que ainda não citei e trago apenas como registro introdutório para desenvolver em outra oportunidade: Os fenômenos psicológicos e psíquicos envolvidos nos rituais do holocausto (ou sacrifício de animais). Há um viés no campo da saúde mental que precisa ser observado, mas dada a sua complexidade ficará para uma nova empreitada.
Encerro o presente com uma passagem bíblica do Novo Testamento (acho que é em João) onde Jesus Cristo, falando ao povo, afirma:
“Eu quero que vocês sejam bondosos e não me ofereçam sacrifícios de animais”.

 Primavera de 2010.


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