Orelha
O meu nome é Orelha Quebrada.
Na verdade eu fui rebatizado pelo meu
protetor com este novo nome. A minha história é muito parecida com a de
diversos outros colegas que estão na rua (ou em situação de rua).
Eu tinha uma casa e guardadores não
muito responsáveis. Mas eu era fiel mesmo assim. Ajudava a cuidar da casa.
Avisava sempre que um intruso se aproximava, enfim éramos uma família. Contudo,
fui surpreendido por um convite inesperado: o último passeio.
Fui abandonado na Avenida Liberdade,
próximo a Casa Branca. Foi então que conheci o meu novo protetor. Tentei
estabelecer meus domínios por ali, mas o Amarelo e a Negrona não permitiram.
Desci para a Monte Alegre. Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul. Foi na boca da Rua
Rio Grande do Sul que tentei me estabelecer novamente. Permaneci por alguns
dias no portão de uma residência na esperança de ser acolhido, mas não foi isso
que aconteceu.
O meu novo protetor sempre por perto.
Diz que agora eu sou um “Cão Comunitário”. Eu não sei o que é exatamente isso.
Sei que ele sempre aparece com água, comida e muito amor. Ele se preocupa
comigo e me monitora constantemente. É um grande amigo, pois procura me
proteger (na medida do possível) e está tentando uma vaga em uma casa de
passagem ou em um novo lar.
Gostaria de fazer um pedido para você
que está lendo esta história de vida. O final do ano está chegando: Não
abandone o seu meu melhor amigo. Sabe que nesta época do ano o descarte de
animais aumenta muito. As pessoas decidem reformar a casa, outras querem ir
para a praia e muitas vezes sobramos. Faça todo o possível para manter a sua
família unida. Adote, não abandone.
O
meu nome é Orelha Quebrada. Apoie esta causa. Coloque um pote com água na
calçada e respeite os animais comunitários da sua cidade.
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