quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

As Flores não falam





As Flores (não) falam.

O Resgate de indivíduo vegetal (amado) no dezembro iluminado (e molhado).
Necessito contar uma história para vocês nesta linda noite de verão. Mas antes de entrar no âmago da questão uma pausa necessária: Eu aceito o convite. Vou participar do projeto na Universidade. Até já adquiri um material para ser utilizado e passei a pesquisar a plataforma SABI/UFRGS sobre temas de interesse. As atividades intelectuais são as minhas prediletas, mas eu também resgato vidas (animais, vegetais e minerais).
Você já ouviu falar em resgate de indivíduo vegetal? Vou contar uma pequena história, vale a pena acompanhar. Quando iniciei as atividades na Casa Branca, contratei uma retro-escavadeira para realizar um trabalho. Em operação, a pá da máquina provocou uma fissura no pavimento viário e depois abriu-se uma pequena lacuna. Pois não foi que neste espaço mínimo nasceu um pequeno arbusto? Verdade! Nasceu, mas não prosperou, pois ele crescia e a ação constante do atrito provocado pelos automóveis podava as suas “asas”. Eu ficava triste. Olhava pra ele e dizia: um dia eu te resgato.  
Não é atividade simples, pois não bastava “arrancar” a plantinha do meio do asfalto. Eu queria dar uma nova oportunidade de vida para este “amigo”. Pois não é que este dia chegou?! Chove a vários dias. O solo está bastante molhado. Condição ideal para uma remoção com grande possibilidade de êxito no re-plantio. Fui lá e disse: hoje tu vai te mudar. Eu não sabia se ia dar certo. Fiquei com medo de “matá-lo” na remoção. Agachei, aproximei com cuidado e removi. Fiquei muito feliz com o resultado. Agora ele está morando ao lado do Marco. Quem é Marco? Outro indivíduo vegetal resgatado. Mas a história do resgate do Marco fica para outro dia.
Toda a vida deve ser preservada. Este é o nosso lema de trabalho. Sei que pode parecer um pouco estranho, mas você também pode tentar viver esta experiência de amor pleno. Viva e deixe viver (Não Mate.org). Ame o seu próximo mesmo que não seja um ser humano. Somos todos UM. Haveremos também de ser resgatados a tempo e a hora devida para voltar ao local de origem. Havermos de voltar a ser quem realmente somos.
Feliz Ano Novo. Agradeço a atenção de todos os amigos do blog. Se beber não dirija.
Segue abaixo um texto anexo na área de interesse – antropologia – vou relacionar assuntos importantes sobre este texto nas próximas publicações.
Namastê.


Exposição em Porto Alegre apresenta a fotoetnografia de Leonore Mau
Mais de 130 imagens da alemã fazem parte da mostra no Goethe-Institut


O casal alemão Hubert Fichte e Leonore Mau tiveram um relacionamento e estilo de vida fora dos padrões: abertamente bissexuais, eram adeptos da poligamia, e, fascinados por culturas afro-americanas, rodaram a América do Sul durante as décadas de 1960 e 1980 a fim de desmistificar a população deste lugar. Ele, novelista, escrevia sobre o povo local, e ela fotografava, imortalizando o cotidiano de onde passavam. Para homenagear a fotógrafa, que morreu há três décadas e ainda tem o trabalho pouco difundido no Brasil, o Goethe-Institut Porto Alegre (24 de Outubro, 112) realiza até 1º de abril de 2017 a exposição “A casa de Leonore Mau”, a qual traz imagens exibidas de forma inédita no país.

Ao todo, 130 obras, escolhidas pelo professor e pesquisador do Instituto de Artes da UFRGS Alexandre Santos na Fundação S. Fischer, em Hamburgo, na Alemanha, compõem o acervo da mostra. Elas foram feitas pela artista em três viagens pelo Brasil e incluem registros das passagens pela Bahia, pelo Rio de Janeiro, por São Luís do Maranhão e por Porto Alegre. A iniciativa integra o projeto regional “Hubert Fichte – Liebe und Ethnologie” (Amor e Etnologia), que conta com a participação de vários Institutos da América do Sul.  A visitação acontece de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h30min, e aos sábados das 10h às 12h30min.


A fotógrafa:

Leonore Mau nasceu em 1916 em Leipzig, no leste alemão, e se tornou fotógrafa a partir de 1953, aos 37 anos de idade. Calada e discreta, antes de tudo uma observadora, ela, de origem abastada, mas não burguesa, falava cinco idiomas e abdicou de sua vida confortável com o arquiteto Ludwig Mau, 20 anos mais velho que ela, na mansão do rico bairro Blankenese, em Hamburgo. Naquela época, ela já fotografava com uma câmera Leica entre outras para a revista Schöner Wohnen. Depois de criar os dois filhos, Michael e Ulrike, ela seguiu caminho com ainda desconhecido escritor Hubert Fichte, 20 anos mais jovem, com quem passou a viver em um pequeno apartamento de um quarto na rua Elbchaussee.

Eles então embarcaram para uma viagem pelo mundo, onde esperavam registrar suas peculiaridades. “Você fotografa / Eu escrevo. / Nós nos visitamos./ Você faz de mim um grande poeta. / E eu faço de você uma grande fotógrafa" era o plano proposto por Jäcki, alter ego literário de Fichte, e Irma, que carregava traços biográficos de Leonore, no romance "Der kleine Hauptbahnhof oder Lob des Strichs" ("A pequena estação de trem ou o elogio do trottoir", 1988). Eles começam sua trajetória de maneira sinérgica: Portugal, Roma, em 1969 a primeira viagem ao Brasil.

Os trabalhos dos amantes exibem uma unidade rara até então entre texto poético e fotografia. Ambos os autores seriam impensáveis sem sua tradução recíproca de percepção e olhar. A foto de um jovem africano com uma máscara de blíster nos olhos, tirada no benin, rendeu a Leonore o Prêmio World Press em 1975. A partir daí, ela viajou a Nova Iorque, Venezuela, Trinidad e Tobago, e documentou cultos de transe, rastreando suas origens de volta à África. Entre 1974 e 1978, Mau e Fichte dedicaram-se à documentação de aldeias de pessoas com distúrbios psiquiátricos no Senegal.

Em 1976, era publicado o livro de fotos de Mau "Xango. Die Afroamerikanischen Religionen. Bahia Haiti" Trinidad ("Xangô. As religiões afroamericanas. Bahia Haiti Trinidad"), com textos de Fichte. São pesquisas etnopoéticas, nas quais imagem e palavra se iluminam mutuamente. Depois disso, os dois voltaram-se de novo para os vestígios das religiões afroamericanas: Miami, Grenada, Nicarágua e Haiti. Em 1981, fizeram uma última viagem juntos ao Brasil. Depois da morte do marido, em 1986, a artista publicou dois livros: "Psyche" ("Psique", 2005) e "Die Kinder Herodots" ("Os filhos de Heródoto", 2006) junto com Roland Kay, esposo de Pina Bausch de quem era amiga.

Em 1987, ela fotografou a série "Wuppertaler Architektur" ("Arquitetura de Wuppertal") e no ano seguinte uma série de perfis da companhia de dança de Pina. Entre 1990 e 2004, ela criou naturezas-mortas sob o título de "Fata Morgana": para isso, construiu e fez colagens muito livres de máscaras, esculturas e lembranças com faca e máscara, luvas de borracha, etc. Leonore morreu no dia 22 de setembro de 2013, em Hamburgo.

Fonte


Um comentário:

Jacomini disse...
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