As Flores (não) falam.
O Resgate de indivíduo vegetal (amado) no
dezembro iluminado (e molhado).
Necessito contar uma história para vocês nesta
linda noite de verão. Mas antes de entrar no âmago da questão uma pausa
necessária: Eu aceito o convite. Vou participar do projeto na Universidade. Até
já adquiri um material para ser utilizado e passei a pesquisar a plataforma
SABI/UFRGS sobre temas de interesse. As atividades intelectuais são as minhas
prediletas, mas eu também resgato vidas (animais, vegetais e minerais).
Você já ouviu falar em resgate de indivíduo
vegetal? Vou contar uma pequena história, vale a pena acompanhar. Quando
iniciei as atividades na Casa Branca, contratei uma retro-escavadeira para
realizar um trabalho. Em operação, a pá da máquina provocou uma fissura no
pavimento viário e depois abriu-se uma pequena lacuna. Pois não foi que neste espaço
mínimo nasceu um pequeno arbusto? Verdade! Nasceu, mas não prosperou, pois ele
crescia e a ação constante do atrito provocado pelos automóveis podava as suas “asas”.
Eu ficava triste. Olhava pra ele e dizia: um dia eu te resgato.
Não é atividade simples, pois não bastava “arrancar”
a plantinha do meio do asfalto. Eu queria dar uma nova oportunidade de vida
para este “amigo”. Pois não é que este dia chegou?! Chove a vários dias. O solo
está bastante molhado. Condição ideal para uma remoção com grande possibilidade
de êxito no re-plantio. Fui lá e disse: hoje tu vai te mudar. Eu não sabia se
ia dar certo. Fiquei com medo de “matá-lo” na remoção. Agachei, aproximei com
cuidado e removi. Fiquei muito feliz com o resultado. Agora ele está morando ao
lado do Marco. Quem é Marco? Outro indivíduo vegetal resgatado. Mas a história do
resgate do Marco fica para outro dia.
Toda a vida deve ser preservada. Este é o nosso
lema de trabalho. Sei que pode parecer um pouco estranho, mas você também pode
tentar viver esta experiência de amor pleno. Viva e deixe viver (Não Mate.org).
Ame o seu próximo mesmo que não seja um ser humano. Somos todos UM. Haveremos também
de ser resgatados a tempo e a hora devida para voltar ao local de origem. Havermos
de voltar a ser quem realmente somos.
Feliz Ano Novo. Agradeço a atenção de todos os
amigos do blog. Se beber não dirija.
Segue abaixo um texto anexo na área de interesse –
antropologia – vou relacionar assuntos importantes sobre este texto nas
próximas publicações.
Namastê.
Exposição em Porto Alegre apresenta a
fotoetnografia de Leonore Mau
Mais de 130 imagens da alemã fazem parte da mostra
no Goethe-Institut
O casal
alemão Hubert Fichte e Leonore Mau tiveram um relacionamento e estilo de vida
fora dos padrões: abertamente bissexuais, eram adeptos da poligamia, e,
fascinados por culturas afro-americanas, rodaram a América do Sul durante as
décadas de 1960 e 1980 a fim de desmistificar a população deste lugar. Ele,
novelista, escrevia sobre o povo local, e ela fotografava, imortalizando o
cotidiano de onde passavam. Para homenagear a fotógrafa, que morreu há três
décadas e ainda tem o trabalho pouco difundido no Brasil, o Goethe-Institut
Porto Alegre (24 de Outubro, 112) realiza até 1º de abril de 2017 a exposição
“A casa de Leonore Mau”, a qual traz imagens exibidas de forma inédita no país.
Ao todo,
130 obras, escolhidas pelo professor e pesquisador do Instituto de Artes da
UFRGS Alexandre Santos na Fundação S. Fischer, em Hamburgo, na Alemanha,
compõem o acervo da mostra. Elas foram feitas pela artista em três viagens pelo
Brasil e incluem registros das passagens pela Bahia, pelo Rio de Janeiro, por
São Luís do Maranhão e por Porto Alegre. A iniciativa integra o projeto
regional “Hubert Fichte – Liebe und Ethnologie” (Amor e Etnologia), que conta
com a participação de vários Institutos da América do Sul. A visitação acontece de segunda a
sexta-feira, das 10h às 19h30min, e aos sábados das 10h às 12h30min.
A
fotógrafa:
Leonore Mau
nasceu em 1916 em Leipzig, no leste alemão, e se tornou fotógrafa a partir de
1953, aos 37 anos de idade. Calada e discreta, antes de tudo uma observadora,
ela, de origem abastada, mas não burguesa, falava cinco idiomas e abdicou de
sua vida confortável com o arquiteto Ludwig Mau, 20 anos mais velho que ela, na
mansão do rico bairro Blankenese, em Hamburgo. Naquela época, ela já
fotografava com uma câmera Leica entre outras para a revista Schöner Wohnen.
Depois de criar os dois filhos, Michael e Ulrike, ela seguiu caminho com ainda
desconhecido escritor Hubert Fichte, 20 anos mais jovem, com quem passou a
viver em um pequeno apartamento de um quarto na rua Elbchaussee.
Eles então
embarcaram para uma viagem pelo mundo, onde esperavam registrar suas
peculiaridades. “Você fotografa / Eu escrevo. / Nós nos visitamos./ Você faz de
mim um grande poeta. / E eu faço de você uma grande fotógrafa" era o plano
proposto por Jäcki, alter ego literário de Fichte, e Irma, que carregava traços
biográficos de Leonore, no romance "Der kleine Hauptbahnhof oder Lob des
Strichs" ("A pequena estação de trem ou o elogio do trottoir",
1988). Eles começam sua trajetória de maneira sinérgica: Portugal, Roma, em
1969 a primeira viagem ao Brasil.
Os trabalhos
dos amantes exibem uma unidade rara até então entre texto poético e fotografia.
Ambos os autores seriam impensáveis sem sua tradução recíproca de percepção e
olhar. A foto de um jovem africano com uma máscara de blíster nos olhos, tirada
no benin, rendeu a Leonore o Prêmio World Press em 1975. A partir daí, ela
viajou a Nova Iorque, Venezuela, Trinidad e Tobago, e documentou cultos de
transe, rastreando suas origens de volta à África. Entre 1974 e 1978, Mau e
Fichte dedicaram-se à documentação de aldeias de pessoas com distúrbios
psiquiátricos no Senegal.
Em 1976,
era publicado o livro de fotos de Mau "Xango. Die Afroamerikanischen Religionen. Bahia Haiti" Trinidad
("Xangô. As religiões afroamericanas. Bahia Haiti Trinidad"), com
textos de Fichte. São pesquisas etnopoéticas, nas quais imagem e palavra se
iluminam mutuamente. Depois disso, os dois voltaram-se de novo para os
vestígios das religiões afroamericanas: Miami, Grenada, Nicarágua e Haiti. Em
1981, fizeram uma última viagem juntos ao Brasil. Depois da morte do marido, em
1986, a artista publicou dois livros: "Psyche" ("Psique",
2005) e "Die Kinder Herodots" ("Os filhos de Heródoto",
2006) junto com Roland Kay, esposo de Pina Bausch de quem era amiga.
Em 1987,
ela fotografou a série "Wuppertaler Architektur" ("Arquitetura
de Wuppertal") e no ano seguinte uma série de perfis da companhia de dança
de Pina. Entre 1990 e 2004, ela criou naturezas-mortas sob o título de
"Fata Morgana": para isso, construiu e fez colagens muito livres de
máscaras, esculturas e lembranças com faca e máscara, luvas de borracha, etc.
Leonore morreu no dia 22 de setembro de 2013, em Hamburgo.
Fonte
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