UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO
DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO
DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL
Disciplina:
Método e técnica de pesquisa
Semestre 99/II
-
Exercício de Aula -
Aluno:
JACQUES JACOMINI
A Travessia da Avenida Mauá
A
travessia da Av. Mauá (Vindo da Praça da Alfândega em direção ao Cais do Porto)
é, sem nenhuma dúvida, “uma manobra bastante arriscada”. Neste local o trânsito
de veículos é muito grande e a velocidade média dos automóveis, caminhões e
coletivos também é alta em função da avenida ser extensa (uma grande
reta), larga (com 3 faixas de rolagem) e
não existir nenhum dispositivo inibidor da velocidade no local (com exceção do
semáforo). Existe uma faixa de segurança e uma semáforo quase em frente a
entrada principal do Caís do Porto, o que, teoricamente, facilitaria a
travessia dos pedestres, no entanto, nem sempre é bem assim.
Os
motoristas costumam aproveitar ao máximo o tempo destinado para a sua
travessia, transitando no momento em que o sinal fica no amarelo e até nos
primeiros instantes em que o sinal aponta a cor vermelha, ou seja, os
condutores de veículos automotores não respeitam o sinal que propõe a sua
parada e permite a passagem para o pedestre.
Portanto, o fato de o sinal estar apontando a travessia para o pedestre
(vermelho para os motoristas) não representa uma situação de travessia segura
para este.
Uma outra situação que representa bastante
risco para o transeunte que decide atravessar a Avenida é aquela em que o sinal
muda quando o pedestre encontra-se no meio ou quase no final da travessia da
Avenida. Neste caso, a pessoa precisa correr ou pular a fim de que não sege
apanhada por um veículo, pois observei que os motoristas decidem aproveitar ao
máximo todos os segundos destinados a sua travessia, não abrindo mão assim dos
primeiros instantes da exposição do sinal verde, mesmo que o pedestre ainda se
encontre no meio da sua travessia.
Em
resumo, atravessar uma avenida no centro da cidade, como a Avenida Mauá, não é
uma tarefa muito fácil e nem muito tranqüila, pois exige do pedestre bastante
atenção e perspicácia para perceber o momento exato que a travessia pode ser
realizada sem nenhum risco para a sua segurança pessoal. Esta situação pode ser
bem mais problemática para os idosos, crianças, gestantes e deficientes físicos
por razoes óbvias.
O
. B . S .: Este texto acima exposto é
parte de uma descrição maior que realizei e se refere aos aspectos que observei
e experimentei nas primeiras atividades de campo no Cais do Porto. A pesquisa
denominada “Estudo Antropológico de um Espaço Urbano Singular: Cais do Porto de
Porto Alegre (ou da cidade que tem porto até no nome)” foi apresentada no X
Salão de Iniciação Científica da UFRGS e pode ser resumida da seguinte forma:
O Cais do Porto de Porto Alegre já foi a principal
porta de entrada para a cidade. Viveu momentos de intensa atividade comercial,
fluvial e social. Atualmente o cenário, a dinâmica social e a organização
espacial naquele local demonstram que o Cais vive um outro período da sua
história. Várias transformações ali ocorreram e outras tantas virão a ocorrer,
diante de algumas propostas de reestruturação e reorganização arquitetônicas,
urbanísticas e comerciais do atual Cais do Porto de Porto Alegre. Neste estudo,
abordamos o Cais do Porto na perspectiva
do estudo de memória e itinerários dos grupos urbanos em Porto Alegre, através
do método etnográfico, incorporando as técnicas de observação direta e
participante e pesquisa direta e não participante, complementadas com a
realização de entrevistas e com a produção de imagens fotográficas e iconográficas. O principal objetivo é a análise
e a compreensão da dinâmica social e da organização físico-espacial deste
espaço urbano, diante das suas inúmeras mudanças e reestruturações que ali
ocorreram, bem como das que brevemente virão a ocorrer. Neste sentido,
aponta-se para o fato de que o reordenamento e as remodelações propostos para o
Cais do Porto da Cidade de Porto Alegre
são produtos de um processo de mudanças históricas, econômicas e sociais que
extrapolam as fronteiras citadinas locais, estando inseridas no corpo de uma
cosmovisão globalizada e globalizante (complexa e moderna) que vem determinando
a organização e reorganização dos grandes espaços urbanos contemporâneos.
Atualmente o meu objetivo é realizar algumas
reestruturações nesta proposta de pesquisa aqui citada, retomando avanços
teóricos e metodológicos conquistados no último período de atividade acadêmica,
a fim de desenvolver as atividades de investigação científica solicitada pelo
PPGAS / IFCH / UFRGS.
2 comentários:
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