segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Nota de Esclarecimento





Blog - Nota de Esclarecimento

Prezados e Prezadas
Amigos e amigas do blog.

Sinto que é necessário apresentar esta “Nota de Esclarecimento” sobre o trabalho desenvolvido aqui neste espaço virtual.
A composição da página WWW.jacquesja.blogspot.com.br está calcada prioritariamente (ou seja, não exclusivamente) no trabalho acadêmico que realizei no Curso de Graduação em Ciências Sociais (Licenciatura) e no Curso de Pós-Graduação (Mestrado) em Antropologia Social (PPGAS) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A nota se faz necessária especialmente pela questão temporal dos textos apresentados. Nem sempre vai aparecer a data de realização do trabalho, por motivos diversos. Contudo, todo o material foi produzido entre os anos de 1992 (graduação) e 2001 (Pós-Graduação). Fique atento neste detalhe, pois não se trata de produção acadêmica atual.
Dito de outra forma: apresento um panorama geral sobre parte do conteúdo desenvolvido naquela oportunidade. Publico os originais sem comentá-los, pois acho desnecessário. Nem, tampouco tenho inserido os textos (trabalho acadêmico) atuais que desenvolvo no Curso de Graduação em Ciências Sociais (Bacharelado). Neste sentido, importa destacar que mantenho vinculo institucional com a Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre (PUC/RS) no Curso de Graduação em Ciências Jurídicas e Sociais (Bacharelado).
As imagens associadas com as publicações podem ser visitadas em espaços específicos como, por exemplo, o sítio de jacquesja no WWW.panoramio.com .
Gostaria de agradecer a presença de todos os leitores deste espaço e declarar a minha intenção de manter aberto este canal de comunicação com os interessados na temática aqui apresentada.
Publico abaixo do corpo da “Nota de Esclarecimento”, uma amostra de uma das atividades laborais mais complexas desenvolvidas no campo da pesquisa em Ciências Humanas: Entrevistas (Diretas e Participantes) com o uso de gravador de áudio, seguida de transcrição e análise textual da mesma.
Namastê.




UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL
Disciplina: Método e técnica de pesquisa

Semestre 99/II
















- Exercício  de  Aula  -















Aluno: JACQUES  JACOMINI

 







UFRGS  -  IFCH  -  PPGAS
ESTUDO  ANTROPOLÓGICO  DE  UM  ESPAÇO  URBANO  SINGULAR: CAIS  DO  PORTO  DE  PORTO  ALEGRE  (OU  DA  CIDADE  QUE  TEM  PORTO  ATÉ  NO  NOME)


ENTREVISTA  No. 05

DADOS  DE  IDENTIFICAÇÃO
BAIRRO:
SOBRENOME  DO  ENTREVISTADO: Oddi
NOME  DO  ENTREVISTADO: Paulo
NOME  CARACTERÍSTICO (se houver):
DATA  DA  REALIZAÇÃO  DA  ENTREVISTA:  21 / 07 / 98.
ENDEREÇO:  Av. Mauá. / Cais Mauá.
FONE:
HORÁRIO   REALIZAÇÃO  DA  ENTREVISTA:  9 H 30 min
DURAÇÃO  DA  ENTREVISTA: 1 h 30 min


ENTREVISTADOR: Jaques
INDICAÇÃO: ......................................................................................................................




DESCRIÇÃO  DO  CONTEXTO:

           
Fui recebido no escritório do Dr. Paulo Oddi, administrador do Cais Mauá / Cais do Porto de Porto Alegre no horário combinado para a entrevista. O encontro foi acompanhado por uma funcionária administrativa que desempenha funções de assessora de imprensa junto a este órgão.
            A entrevista foi pautada pela praticidade e tecnicidade do Engenheiro Oddi que destacou na sua fala, essencialmente, os aspectos administrativos do Caís, bem como os aspectos de controle, normalização, segurança e contenção deste (e neste) espaço urbano.
            Chamou a minha atenção, uma pergunta formulada pelo entrevistado, no final da entrevista, sobre a opção dos portalegrenses em estarem constantemente presentes no cais do porto contemplando-o, curtindo o por do sol, etc. Ele indagava sobre porque não contemplar o por do sol de qualquer outro lugar da cidade que não o porto. Ficou claro o tom inquisitivo e, de certa forma, arrogante, na pergunta do administrador sobre o nosso nível de conhecimento sobre aquele espaço urbano e as suas relações com os cidadãos desta cidade. Utilizei os nossos conhecimentos históricos da formação da própria cidade, resgatando aspectos da chagada dos Casais Açorianos, relacionados com a história atual da cidade para respondera esta indagação.
            De um modo geral, a entrevista foi bastante interessante. Ao final da entrevista, o administrador se colocou a disposição para colaborar com o nosso projeto de pesquisa no que fosse necessário e sugeriu que visitássemos a biblioteca do Cais do Porto onde estão vários documentos históricos que remontam várias épocas da existência deste importante espaço urbano.  
                                                      

TRANSCRIÇÃO  DA  FITA


Jaques – O Sr. Trabalha para o  DEPREC ?
Paulo – Estou vinculado a secretaria de transportes, administro os portos e hidrovias, portos  interiores, porto de Porto Alegre, de Pelotas, porto de Cachoeira e mais 700 quilômetros de hidrovias navegáveis. Essa é a função principal da superintendência de portos e hidrovias que é constituído de três diretorias básicas: uma de grande porte interiores, uma diretoria de hidrovias e uma diretoria financeira-administrativa, tudo isso coordenado por uma superintendente que executa as atividades (como autarquia estadual).

Jaques – Vejo nos muros do porto a inscrição DNOS. Ainda existe este departamento ?
Paulo  - Foi extinto na era Color. Foi o que fez a cortina da Mauá, é uma das obras do DNOS que mais chama a tenção, mas este órgão foi instinto não tem mais.

Jaques – Então a administração do porto está somente a nível estadual ?
Paulo – A administração portuária é estadual, a superintendência é uma autarquia estadual que administra sob concessão da união que concede ao estado o gerenciamento dos portos e hidrovias. Tudo isso é patrimônio da união e o estado criou uma autarquia para gerenciar esta concessão em nome da união.

Jaques – Quanto a operacionalidade do cais de Porto Alegre ?
Paulo – Antes da lei 8.630, a lei de modernização dos portos, de 1993, toda a movimentação do cais do porto era feita pela própria autarquia, a partir daí, então os serviços de operação no cais, movimentação horizontal de carga, operação de carga e descarga, recebimento e entrega de carga nos armazéns, foi sendo terceirizado gradativamente. Hoje todo movimento de carga é feito por terceiros (serviço privado). Os serviços, o gerenciamento, o monitoramento, disciplinamento ainda é feito pela autoridade portuária, pela administração do porto, mas a execução dele é feita por operadores portuários privados. Isso vem de 1993 para cá, gradativamente vai sendo mudado o modelo. Parte dos investimentos, equipamentos, tudo é feito pelo privado no sentido de melhorar e  aperfeiçoar a operação.

Jaques – Estes funcionários, pessoas que vejo carregando e descarregando os navios são funcionários do porto ?
Paulo – não são funcionários do porto, são funcionários de portuários privados. Nosso pessoal trabalha somente na coordenação das atividades, no monitoramento e no disciplinamento das atividades.

Jaques – A parte da segurança ... ?
Paulo – segurança, normalização, tarifas, horário, enfim tudo que envolva a organização da operação como um todo é feita pela administração que executa os serviços. Nas empresas portuárias privadas nós não interferimos neste processo, isso é no Brasil inteiro, alguns portos são mais avançados, outros menos, mas todos caminham para isso, e tudo começou em 1993 com a lei de modernização dos portos. Está mudando radicalmente o perfil operacional dos portos de Rio Grande, por exemplo, que já está com toda a sua operação feita por privados, gradativamente estão se adaptando a nova legislação.

Jaques – Então o quadro de pessoal não é muito grande hoje ?
Paulo – É muito reduzido. É mais a parte administrativa e manutenção. Temos uma equipe mínima de manutenção das instalações que é o patrimônio do porto, mas reduziu bastante o número de funcionáros, eu diria drasticamente.

Jaques – Aproximadamente, quantos funcionários?
Paulo – Hoje a superintendência que envolve Porto Alegre, Pelotas, Cachoeira, Rio Pardo e as hidrovias, entre pessoal de manutenção e pessoal administrativo são uns 200, no máximo e tende a diminuir cada vez mais. Isso a superintendência de portos e hidrovias, nada a ver com o porto de Rio Grande, porto de Rio Grande separado, eu falo Pelotas, Porto Alegre, e hidrovias interiores, pessoal carregado de fazer a manutenção da dragagem, sinalização, isto é,  para garantir a segurança da navegação.

Jaques – Sobre as mudanças que estão previstas dentro do projeto Porto dos Casais, como o senhor vê estas mudanças?
Paulo – Eu diria que o porto de Porto Alegre vai se transformar enormemente com o advento do porto dos casais. A vinda da GM e da Ford vai trazer uma transformação tão grande como foi na década  de 1970 com o complexo de soja que revolucionou o sistema portuário gaúcho, tanto que Porto Alegre, como Rio Grande, isto na parte dos granéis da época, (...) Hoje eu diria que o porto de Porto Alegre passa por uma explosão, uma transformação de atividades dentro de um complexo das cargas, em geral manufaturados (...). Eu diria, me atrevo a dizer que é a maior  transformação que Porto Alegre vai enfrentar nestes próximos anos a partir destes investimentos grandes maciços. Vai ser fantástico ! Nós não conseguimos nem imaginar, é imaginável o volume de carga, o volume de carga que pode representar para o porto, eu diria até que nos próximos 20 anos o porto vai ser insuficiente para atender toda a demanda de carga gerada,  decorrente destes investimentos nas cidades vizinhas do porto: GM, FORD, GODYEAR,  PYRELE e outras inúmeras empresas que vão se instalar aqui decorrente destes movimentos mais a transformação visual que  o porto dos casais vai causar, também vai ser um atrativo comercial de grande circulação e demanda de negócios que nós hoje nem conseguimos imaginar.





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