Fichamento de
HARVEY, David.
A Condição Pós-Moderna –
uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural.
São Paulo: Ed. Loyola, 1993.
Por Jacques
Jacomini
1ª. Parte
PANORAMA GERAL DO
LIVRO
A obra de Harvey que nos ocupamos neste momento é,
sobre o meu ponto de vista, um trabalho instigante e muito interessante sobre
uma das temáticas mais discutidas e analisadas nas ciências sociais
contemporâneas, a pós-modernidade. O livro, no seu todo, traz um texto rico de
conceituações, discussões e pressupostos colocados dentro deste campo de
debate, modernidade X pós-modernidade. Além do texto, propriamente dito,
encontramos ainda nesta obra uma série de recursos iconográficos, (gravuras,
fotos, imagens de algumas obras de arte, ...), de tabelas, esquemas e de
gráficos ilustrativos que tornam o seu conteúdo ainda mais interessante e
esclarecedor. Portanto, em resumo, trata-se de uma publicação da mais alta
relevância para todos os intelectuais e pesquisadores interessados em empenhar
este debate, moderno X pós-moderno, tão presente e tão necessário no meio
acadêmico e científico.
O livro está dividido em 4 partes, mais uma
introdução que o autor chama de “a tese”, um prefácio e a parte dos
agradecimentos. Para este fichamento, nos determos somente sobre a parte 4a.
- A Condição Pós-Moderna -
Um aspecto que chama a atenção do leitor no livro,
no que concerne a sua estrutura, é a forma pontual como aborda os temas que
propõe discutir. Nesta parte 4, por exemplo, temos 9 pontos (ou tópicos) que
abordam diversas questões que estão colocadas no seio da discussão moderno X
pós-moderno, desenvolvidos de uma forma pontual, sintética e divididos entre si
dentro do corpo geral do livro.
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A Pós-Modernidade como condição histórica
Este ponto do texto vai discutir “As práticas
estéticas e culturais têm particular suscetibilidade à experiência cambiante do
espaço e do tempo exatamente por envolverem a construção de representações e
artefatos espaciais a partir do fluxo da experiência humana. Elas sempre
servem de intermediário entre o Ser e o Vir-a-Ser”. (pag. 293)
Surge, dentro desta perspectiva de uma abordagem
espacial e temporal, a abordagem da estética como um elemento constituinte da
pós-modernidade. Neste sentido, o autor afirma: “É possível escrever a
geografia histórica da experiência do espaço e do tempo na vida social, assim
como compreender as transformações por que ambos têm passado, tendo por
referência condições sociais e materiais. (...) Aí, as dimensões do
espaço e do tempo têm sido sujeitas à persistente pressão da circulação e da
acumulação do capital, culminando (em especial durante as crises periódicas de
superacumulação que passaram a surgir a partir da metade do século passado) em
surtos desconcertantes e destruidores de compressão do tempo-espaço.
As respostas estéticas a condições de compressão do
tempo-espaço são importantes, e assim têm sido desde que a separação, ocorrida
no século XVIII, entre conhecimento científico e julgamento moral criou para
elas um papel distintivo.
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