terça-feira, 14 de julho de 2015

Condição Pós-Moderna





Fichamento de

HARVEY, David.
A Condição Pós-Moderna –
uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Ed. Loyola, 1993.

Por Jacques Jacomini


1ª. Parte

PANORAMA GERAL DO LIVRO


A obra de Harvey que nos ocupamos neste momento é, sobre o meu ponto de vista, um trabalho instigante e muito interessante sobre uma das temáticas mais discutidas e analisadas nas ciências sociais contemporâneas, a pós-modernidade. O livro, no seu todo, traz um texto rico de conceituações, discussões e pressupostos colocados dentro deste campo de debate, modernidade X pós-modernidade. Além do texto, propriamente dito, encontramos ainda nesta obra uma série de recursos iconográficos, (gravuras, fotos, imagens de algumas obras de arte, ...), de tabelas, esquemas e de gráficos ilustrativos que tornam o seu conteúdo ainda mais interessante e esclarecedor. Portanto, em resumo, trata-se de uma publicação da mais alta relevância para todos os intelectuais e pesquisadores interessados em empenhar este debate, moderno X pós-moderno, tão presente e tão necessário no meio acadêmico e científico.
O livro está dividido em 4 partes, mais uma introdução que o autor chama de “a tese”, um prefácio e a parte dos agradecimentos. Para este fichamento, nos determos somente sobre a parte 4a. - A Condição Pós-Moderna -
Um aspecto que chama a atenção do leitor no livro, no que concerne a sua estrutura, é a forma pontual como aborda os temas que propõe discutir. Nesta parte 4, por exemplo, temos 9 pontos (ou tópicos) que abordam diversas questões que estão colocadas no seio da discussão moderno X pós-moderno, desenvolvidos de uma forma pontual, sintética e divididos entre si dentro do corpo geral do livro.





19

A Pós-Modernidade como condição histórica


Este ponto do texto vai discutir  “As práticas estéticas e culturais têm particular suscetibilidade à experiência cambiante do espaço e do tempo exatamente por envolverem a construção de representações e artefatos espaciais a partir do fluxo da experiência humana.  Elas sempre servem de intermediário entre o Ser e o Vir-a-Ser”. (pag. 293)
Surge, dentro desta perspectiva de uma abordagem espacial e temporal, a abordagem da estética como um elemento constituinte da pós-modernidade. Neste sentido, o autor afirma:  “É possível escrever a geografia histórica da experiência do espaço e do tempo na vida social, assim como compreender as transformações por que ambos têm passado, tendo por referência condições sociais e materiais. (...)   Aí, as dimensões do espaço e do tempo têm sido sujeitas à persistente pressão da circulação e da acumulação do capital, culminando (em especial durante as crises periódicas de superacumulação que passaram a surgir a partir da metade do século passado) em surtos desconcertantes e destruidores de compressão do tempo-espaço.
As respostas estéticas a condições de compressão do tempo-espaço são importantes, e assim têm sido desde que a separação, ocorrida no século XVIII, entre conhecimento científico e julgamento moral criou para elas um papel distintivo. 


Nenhum comentário: