quarta-feira, 20 de julho de 2016

Flanelas




Prezados Amigos Leitores

Nesta linda noite de (ainda) inverno, quando escrevo o artigo "alhos e bugalhos", gostaria de convidá-los à acompanhar mais uma aventura antropológica.
Havia informado que publicaria um trabalho sobre as comunidades indígenas da região, mas antes disso apresento o trabalho denominado:

ESTUDO  ANTROPOLÓGICO  SOBRE  A  CONSTRUÇÃO  DAS  INDIVIDUALIDADES,  TRAJETÓRIAS  E  ITINERANÇAS  DE  UM  GRUPO  DE    “FLANELAS”   DA  CIDADE  DE  PORTO  ALEGRE   -

Foi um trabalho bastante significativo na época em que era aluno do curso de graduação em ciências sociais. Acompanhe a introdução do mesmo.




INTRODUÇÃO

Este trabalho propõe estudar a atuação de um novo ator social típico das cidades urbanas contemporâneas, o guardador de carros comumente denominado de “flanela”. Percebendo-o como integrante de toda uma dinâmica citadina moderna, propomos contextualizá-lo dentro de uma ambiente histórico e espacial recortados por esta pesquisa. 
Para a realização da pesquisa de campo, optamos Por entrevistar os “flanelas” que atuam nas ruas que circundam a Universidade Federal do Rio Grande do Sul: Avenida Osvaldo Aranha, Rua Engenheiro Luís Englert e Avenida Paulo Gama. Esta opção aconteceu em função de percebermos que neste quadrilátero estão atuando um grupo de “flanelas” com algumas características muito semelhantes, fato que proporcionou tomá-los como um grupo definido dentre os vários outros tipos de “flanelas” que atuam na cidade.
O trabalho está estruturado em três capítulos, além da introdução, conclusão bibliografia e anexos. No primeiro capítulo - Organização do Espaço Urbano: uma reflexão sobre o desenvolvimento da cidade de Porto Alegre, através da análise do traçado das ruas e a relação desta organização com o trabalho dos “flanelas” - realizamos um levantamento histórico-geográfico que procura demonstrar a relação entre o desenvolvimento urbano da cidade com a atuação profissional dos “flanelas”. Para isso, usando, além do texto, de recursos iconográficos, tentamos demonstrar a importância de tentar perceber a evolução dos espaços urbanos, bem como a sua organização e ocupação, a partir da análise dos traçados das ruas, quando se estuda atores sociais urbanos contemporâneos como os “flanelas”. Como o nosso objetivo central não é histórico e sim antropológico,  realizamos esta incursão mais historiográfica apenas para introduzir o nosso tema de debate em um contexto maior da cidade de Porto Alegre, universo desta pesquisa.
No segundo capítulo - Mapeando o Campo Pesquisado - ,  vamos detalhar os aspectos característicos das ruas e dos espaços que formam o quadrilátero geo-espacial privilegiados para esta monografia. Explicamos, também os principais aspectos que marcam a divisão dos espaços de trabalho dos “flanelas”, bem como as suas noções de público e privado.
No terceiro e último capítulo - Descrevendo o Principal Ator Social em Questão: “O Flanela” - inicialmente, passamos a explicar alguns aspectos que definiram os rumos desta pesquisa, para entrarmos no sustentáculo desta investigação antropológica, ou seja, a reconstrução do “flanela”, enquanto ator social urbano contemporâneo. Através da utilização do “flanela médio”, trazemos para esta monografia as principais constatações, observações e levantamentos realizados na pesquisa de campo, a fim de dizer quem é, como atua e como se organiza e se estrutura este ator social.
Na conclusão, tentamos rearticular todas as informações trazidas nos capítulos anteriores, inserir novas questões e propor algumas idéias para este debate que entendemos como extremamente rico e complexo. Sendo assim, as conclusões são definidas por um trabalho que, em sendo experimental e ocasional, não permitem maiores aprofundamentos teórico-analíticos sobre o tema estudado.
Para a metodologia do trabalho de campo, utilizamos as principais técnicas do método etnográfico, como a observação participante e não-participante, realização de entrevistas com o uso de gravador, análise de contexto do campo pesquisado e análise de conteúdo de documentos históricos, reportagens de jornais e revistas. Para a parte teórico-metodológica foram usados especialmente os textos discutidos na disciplina durante o semestre e outros pesquisados pela intuição intelectual dos pesquisadores.  


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