Prezados Amigos Leitores
Nesta linda noite de (ainda) inverno, quando escrevo o artigo "alhos e bugalhos", gostaria de convidá-los à acompanhar mais uma aventura antropológica.
Havia informado que publicaria um trabalho sobre as comunidades indígenas da região, mas antes disso apresento o trabalho denominado:
ESTUDO ANTROPOLÓGICO SOBRE A CONSTRUÇÃO DAS INDIVIDUALIDADES, TRAJETÓRIAS E ITINERANÇAS DE UM GRUPO DE “FLANELAS” DA CIDADE DE PORTO ALEGRE -
Foi um trabalho bastante significativo na época em que era aluno do curso de graduação em ciências sociais. Acompanhe a introdução do mesmo.
INTRODUÇÃO
Este
trabalho propõe estudar a atuação de um novo ator social típico das cidades
urbanas contemporâneas, o guardador de carros comumente denominado de
“flanela”. Percebendo-o como integrante de toda uma dinâmica citadina moderna,
propomos contextualizá-lo dentro de uma ambiente histórico e espacial
recortados por esta pesquisa.
Para
a realização da pesquisa de campo, optamos Por entrevistar os “flanelas” que
atuam nas ruas que circundam a Universidade Federal do Rio Grande do Sul:
Avenida Osvaldo Aranha, Rua Engenheiro Luís Englert e Avenida Paulo Gama. Esta
opção aconteceu em função de percebermos que neste quadrilátero estão atuando
um grupo de “flanelas” com algumas características muito semelhantes, fato que
proporcionou tomá-los como um grupo definido dentre os vários outros tipos de
“flanelas” que atuam na cidade.
O
trabalho está estruturado em três capítulos, além da introdução, conclusão
bibliografia e anexos. No primeiro capítulo - Organização do Espaço Urbano: uma
reflexão sobre o desenvolvimento da cidade de Porto Alegre, através da análise
do traçado das ruas e a relação desta organização com o trabalho dos “flanelas”
- realizamos um levantamento histórico-geográfico que procura demonstrar a
relação entre o desenvolvimento urbano da cidade com a atuação profissional dos
“flanelas”. Para isso, usando, além do texto, de recursos iconográficos,
tentamos demonstrar a importância de tentar perceber a evolução dos espaços
urbanos, bem como a sua organização e ocupação, a partir da análise dos
traçados das ruas, quando se estuda atores sociais urbanos contemporâneos como
os “flanelas”. Como o nosso objetivo central não é histórico e sim
antropológico, realizamos esta incursão
mais historiográfica apenas para introduzir o nosso tema de debate em um
contexto maior da cidade de Porto Alegre, universo desta pesquisa.
No
segundo capítulo - Mapeando o Campo Pesquisado - , vamos detalhar os aspectos característicos
das ruas e dos espaços que formam o quadrilátero geo-espacial privilegiados
para esta monografia. Explicamos, também os principais aspectos que marcam a
divisão dos espaços de trabalho dos “flanelas”, bem como as suas noções de
público e privado.
No
terceiro e último capítulo - Descrevendo o Principal Ator Social em Questão: “O
Flanela” - inicialmente, passamos a explicar alguns aspectos que definiram os
rumos desta pesquisa, para entrarmos no sustentáculo desta investigação
antropológica, ou seja, a reconstrução do “flanela”, enquanto ator social
urbano contemporâneo. Através da utilização do “flanela médio”, trazemos para
esta monografia as principais constatações, observações e levantamentos
realizados na pesquisa de campo, a fim de dizer quem é, como atua e como se
organiza e se estrutura este ator social.
Na
conclusão, tentamos rearticular todas as informações trazidas nos capítulos
anteriores, inserir novas questões e propor algumas idéias para este debate que
entendemos como extremamente rico e complexo. Sendo assim, as conclusões são
definidas por um trabalho que, em sendo experimental e ocasional, não permitem maiores
aprofundamentos teórico-analíticos sobre o tema estudado.
Para
a metodologia do trabalho de campo, utilizamos as principais técnicas do método
etnográfico, como a observação participante e não-participante, realização de
entrevistas com o uso de gravador, análise de contexto do campo pesquisado e
análise de conteúdo de documentos históricos, reportagens de jornais e
revistas. Para a parte teórico-metodológica foram usados especialmente os
textos discutidos na disciplina durante o semestre e outros pesquisados pela
intuição intelectual dos pesquisadores.
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