terça-feira, 5 de julho de 2016

Mulato ainda






Prezados

Antes de avançar com o mulato segue uma nota antropológica.

Veja o que eu encontrei na boca da Tiuca. Trata-se de um texto com o título "A técnica e linguagem audiovisual aplicadas à prática da pesquisa antropológica: a câmera como diário de campo". A autoria do texto? Alfredo Barros. A data? Mil novecentos e antigamente.
Resumo da ópera: Você sabe a quanto tento faço lavra neste campo?
Resposta: desde o tempo em que eu não tinha máquina fotográfica.





Vejam então os senhores,
por essas e por outras penso que "O Fazendeiro" não foi justo com a minha pessoa. Perguntou ele: Quem tu indicas para compor a banca avaliadora? Respondi: A professora fulana de tal. Replicou ele: "Hum! Não sei não! O teu trabalho não tem antropologia visual (problematização teórica sobre). Acho que não vai dar".
Pode?
Se o trabalho não era sobre antropologia visual eu volto para o ensino fundamental.
A grande questão é a mesma já exposta aqui: os doutos não tem tempo para ler os não doutos. Ele não lia o trabalho e soltava uma baforada de fumaça atrás da outra. Respeito, mas não compartilho. 
Preciso avançar com O Mulato. Antes disso gostaria de lembrar que "O Cansadinho" ficou com uma cópia do meu trabalho e também não devolveu nem se manifestou sobre. Sobre esse ponto volto depois. Vamos a mais um capítulo do trabalho em tela.











16  Análise Crítica da Bibliografia

A leitura e a escrita são duas atividades que se complementam. A pesquisa envolveu a leitura de um conjunto textos que apanhei em diversas bibliotecas (além de conteúdo virtual acessado através da internet, visitas a diversos museus, etc.). Parte deste conjunto veio a compor uma coleção interessante, pois decidi adquirir várias obras neste contexto de trabalho. Gostaria de citar aqui dois exemplos,  para ilustrar o que afirmei anteriormente.
Adquiri a obra denominada “A idéia de Raça” de Michael Banton e a obra Denominada “Origens Africanas do Brasil Contemporâneo de Kabengele Munanga que passam a compor o meu acervo pessoal. A decisão de adquirir as obras acontece diante da dificuldade de ter acesso as referidas obras através da biblioteca do IFCH. A Biblioteca Setorial de Ciências Sociais e Humanidades esteve “indisponível” durante todo o transcurso de realização desta pesquisa. Como se não bastasse essa situação descrita anteriormente, no início do mês de junho os servidores da BSCSH decidiram aderir ao movimento grevista já deflagrado pelos demais colegas da UFRGS.
Voltando a obra denominada “A idéia de Raça” de Michael Banton, durante a leitura percebi diversos problemas de tradução que tornam o trabalho um pouco difícil com este autor. De qualquer forma foi possível realizar um aprendizado bem interessante a partir dos pressupostos teóricos ali elencados. Parece-me que a síntese da obra está na página 15 onde leio: “A Tese deste livro é a de que o estudante que queira entender a natureza do campo de estudo das relações raciais tem de o abordar do ponto de vista do crescimento do saber”. E agora voltando a obra Denominada “Origens Africanas do Brasil Contemporâneo de Kabengele Munanga, também tenho considerações a fazer, pois esta é distinta da anterior. Trata-se de um bel livro amplamente ilustrado e de fácil manuseio e entendimento da proposta do autor. É o tipo de literatura que anima o meu trabalho, pois ler aqueles “textos Xerox” em face monocromática com cheiro de “ilícito penal”, conforme já declarei da minha contrariedade na manutenção da “cultura do Xerox” dentro do IFCH, me remete novamente ao texto do meu Trabalho de Conclusão de Curso onde defendi a adoção do trabalho acadêmico através de “livro texto”. Pois, acredito que a inserção textos, ricamente ilustrados, ajuda o entendimento das questões acadêmicas. Portanto, segundo o meu ponto de vista, é correto afirmar que a bibliografia do tipo: “livros textos” também podem ser elencados na bibliografia de um curso de graduação em ciências sociais. Este é o caso de “Amazônia lendária” de Altino Berthice Brasil. Sinto que há muito preconceito do acadêmico tradicional em relação ao não acadêmico. Supõe-se que se a obra não é oriunda de uma tese acadêmica, não é merecedora de atenção.
A exemplo do que afirmei no texto do trabalho de conclusão de curso (TCC) aqui também quero registrar a minha gratidão as demais bibliotecas do Sistema de Bibliotecas da UFRGS, especialmente a biblioteca da Faculdade de Educação e a Biblioteca do Colégio de Aplicação da UFRGS. Agradeço também aos servidores da Biblioteca Pública Municipal Érico Veríssimo da Secretaria Municipal de Educação, Prefeitura Municipal de Viamão. Ali encontrei obras interessantes e uma sala de leitura aconchegante. Além disso fiz contatos importantes no sentido de me atualizar sobre a situação da Biblioteca Pública Municipal Mário Quintana que estava sediada junto ao extinto terminal da Avenida do Trabalhador. Posteriormente foi removida para o interior da Escola Pública Municipal Alberto Pasqualini, tendo permanecido indisponível no período de férias escolares, em função de uma obra civil que ocorria naquele local. Acabou a obra e acabou a biblioteca, pois ao solicitar informações na escola sobre a atual situação, fui informado que a Biblioteca Mário Quintana foi “desativada”. Para maiores informações sobre esta cena urbana de descaso com a educação e a cultura da comunidade local ver publicação no site http://jacquesja.blogspot.com.br/2014/12/a-inteligencia-das-flores.html
Penso que livros como “A Servidão Negra” de Mário Maestri e diversas obras de Décio Freitas poderiam compor o corpo da bibliografia da disciplina Afro-descendencia e Cidadania no Brasil contemporâneo. Percebi também que Abdias do Nascimento é muito mais que um autor, portanto o trabalho desta importante personalidade nacional mereceria um destaque bem maior dentro da referida disciplina. Além disso, proponho que seja avaliada a inclusão de alguma obra do autor Francisco Solano Trindade, Milton Santos e Carolina Maria de Jesus.

Gostaria de citar duas obras muito instigantes que tive acesso nesse período. A primeira chama-se “A Violência legal no contexto social” e a segunda “O Guerreiro de Belo Monte contra Prudente matadeira” de Zé Antônio. Trata-se de dois pequenos livros tradicionalmente classificados como literatura de cordel, mas que tem um conteúdo que auxilia a análise geral da defesa dos direitos dos povos oprimidos brasileiros, especialmente os afro-descendentes.





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