NUPECS
A
Sigla de Núcleo de Pesquisas em culturas contemporâneas é NUPECS. Política na
Cidade de Santa Isabel.
Fiz
uma caminhada muito interessante no dia de hoje. No percurso entre Residencial
Três Figueiras e Vila Miguelina, entrei em contato com um candidato ao poder
legislativo local. A campanha eleitoral está começando e gostaria de declarar
que não entrarei nesta seara por uma razão bastante clara: não é objetivo deste
blog tecer considerações sobre política partidária local, regional ou nacional.
Eventualmente, se, no decorrer do pleito, receber materiais interessantes
postados na Casa Branca, poderei vir comentar algo sobre estes materiais, o seu
conteúdo e/ou seus proponentes.
Tenho
sido bastante esclarecedor sobre os objetivos deste blog: livro e literatura
(temas de interesse das ciências e letras). Portanto, aqui cabe esta referencia
ao NUPECS, local onde trabalhei por um período. Em breve estarei retomando as
publicações de cunho acadêmico. Aguarde e confira. Mas e a imagem do topo da
página?
A
imagem do topo da página é para demonstrar que em outros períodos vividos na
Velha Capital freqüentei as sedes dos poderes legislativo e executivo. Portanto,
posso vir a emitir opinião sobre as questões atuais da Cidade de Santa Isabel
até sobre o pleito eleitoral atual. Só quero salientar que este não é o foco
principal deste espaço. Política partidária é algo muito específico e deixarei
que os especialistas no assunto se manifestem sobre o tema. Lembra que outro
dia eu escrevi: “Necessito contar uma história: Como auxiliei o Partido dos
Trabalhadores a ganhar a eleição em Viamão no ano de 2000.” Mudei de idéia
sobre. Esta história não ganhará as páginas do blog.
Obrigado pela atenção de
todos. Segue abaixo a transcrição de mais um pequeno trabalho que pode auxiliar
algum aluno desorientado na graduação das ciências sociais (urguês).
Namastê.
FICHA DE LEITURA -
PESQUISA SOCIAL I
Aluno: JAQUES XAVIER
JACOMINI Matrícula 1409/92.7
DURKHEIM, Emile. As
Regras do Método Sociológico. São Paulo, Ed. Nacional, 1984.
PREFÁCIO DA PRIMEIRA
EDIÇÃO
Justifica (Exaltando) a
importância da sua obra, quando afirma:
“O tratamento científico dos fatos sociais é tão pouco habitual que
algumas das proposições contidas neste livro correm o risco de surpreender o
leitor”. (Primeira Edição foi publicada em 1895) pg. XV
Introduz algumas discussões
que vão ser trabalhadas no livro como a diferença do normal e patológico,
relacionada com a questão da dor e do crime (pg. XVI)
Fala de OBJETIVOS:
“Estender à conduta humana o
relacionamento científico é, realmente, NOSSO PRINCIPAL OBJETIVO, fazendo ver
que, se analisarmos no passado, chegaremos a reduzi-la a relaçòes de causa e
efeito; em seguida, uma operação não menos racional a poderá transformar em
regras de ação para o futuro.” (destacando ser RACIONALISTA)
PREFÁCIO DA SEGUNDA EDIÇÃO
Destaca: “A vida social é
feita de representações”
Com relação ao MÉTODO: “Nunca
se pode fazer mais do algo provisório, pois ele se modifica à medida que a
ciência avança.” (pg. XX)
MÉTODO:
“Os fatos sociais devem ser tratados como
coisa – eis a proposição fundamental de nosso método, e a que mais tem
provocado contradições.” (Pg. XX)
Define
COISA:
“É coisa todo objeto do conhecimento que a
inteligência não penetra de maneira natural, tudo aquilo de que não podemos
formular uma noçào adequada por simples processo de análise mental, tudo o que
o espírito não pode chegar a compreender senão sob condição de sair de si
mesmo, por meio da observação e da experimentação, passando progressivamente
dos caracteres mais exteriores e mais imediatamente acesíveis para os menos
visíveis e mais profundos. Tratar fatos de uma certa ordem como coisas não é,
pois, classificá-los nesta ou naquela categoria do real; é observar, com
relação a eles, certa atitude mental.”
“Todo
objeto da ciência é coisa.” (pg. XXI)
II
“Os fenomenos sociais são
exteriores aos indivíduos.” (pg. XXIV)
“A célula viva não contém
senão particulas minerais, como a sociedade nada contém a não ser os
indivíduos.”
“A vida (...) é una e,
por conseguinte, não pode Ter por sede senão a substância viva em sua
totalidade. Ela existe no todo e não nas partes. Não são as partículas
inanimadas da célula que se alimentam, se reproduzem, que vivem em suma; é a
própria célula, e só a célula. (...) Apliquemos o mesmo princípio para a
sociologia. Se a síntese sui generis que constitui toda a sociedade
desenvolve fenômenos novos, diferentes daqueles que se passam nas consciências
solitárias, concorde-se também que a sede de tais fatos específicos é a própria
sociedade que os produz, e não as partes desta, isto é, seus membros.” (pg.
XXV)
“Para compreender a
maneira pela qual a sociedade se vê a si mesma e ao mundo que a rodeia, é
preciso considerar a natureza da sociedade, e não a dos indivíduos. (Em relação
a separação que faz entre psicologia e sociologia)” (pg. XXVI)
INTRODUÇÃO
Fala da necessidade de se
definir o método que deve ser adotado pela sociologia, afirmando que os
sociólogos que o antecederam assim não o fizeram ( Cita SPENCER, STUART MILL, e
COMTE)
“Com efeito, os grandes sociólogos cujos nomes acabamos
de lembrar não saíram das generalidades sobre a natureza das sociedades, sobre
as relações entre o reino social e o reino biológico, sobre a marcha geral do
progresso;” (pg. XXXV)
Justifica a construção do
seu método de pesquisa, dizendo:
“Fomos, pois levados pela
própria força das coisas a formar para nós mesmos um método, que acreditamos
mais preciso, adaptado de maneira mais exata à natureza particular dos
fenômenos sociais.”
CAPÍTULO I - QUE
É FATO SOCIAL?
Destaca que “antes de indagar qual o método que convém ao
estudo dos fatos sociais, é necessário saber que fatos podem ser assim
chamados.” (pg. 01)
LER 4º parágrafo pg. 01 + 1º
parágrafo pg. 02
· O autor considera que é fato
social toda maneira de agir fixa ou não,
suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, ou então
ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma
existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter.
· Durkheim vai considerar ainda que o fato
social não pode ser definido pela sua generalidade no interior de um
sociedade. São caracteres distintivos do fato social: 1-
Exterioridade em relação às consciências individuais. 2-
Ação coercitiva que exerce ou é suscetível de exercer sobre aquelas
consciências.
· FATOS SOCIAIS “consistem em maneiras
de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de
coerção em virtude do qual se lhe impõem. Por conseguinte, não poderiam se
confundir com os fenômenos orgânicos, pois consistem em representações e em
ações; nem com os fenômenos psíquicos, que não existem senão na consciência
individual e por meio dela. Constituem, pois, uma espécie nova e é a eles que
deve ser dada e reservada a qualificação de sociais.(...) Estes fatos são,
pois o domínio próprio da Sociologia.” (pg. 03)
· Uma experiência característica da
definição de fato social: LER Pg.
05 1º Parágrafo
· “O Fato Social é reconhecível pelo
poder de coerção externa que exerce ou é suscetível de exercer sobre os
indivíduos; e a presença deste poder é reconhecível, por sua vez, seja pela
existência de alguma sanção determinada, seja pela resistência que o fato opões
a qualquer empreendimento individual que tenda a violentá-lo.” (Pg. 08)
CAPÍTULO II - Regras Relativas à Observação dos Fatos
Sociais.
Regra fundamental:
Tratar os fatos sociais como coisas.
Principal Pressuposto de
Durkheim: “A Reflexão é anterior à ciência; esta não faz mais do que utilizá-la
de maneira mais metódica. O homem não pode viver entre as coisas sem formular
idéias a respeito delas, e regula sua conduta de acordo com tais idéias.” (Pg.
13)
1 - FASE IDEOLÓGICA:
Durkheim fala de uma fase
ideológica que atravessa todas as ciências e no decorrer da qual elaboram
noções vulgares e práticas, em lugar de descrever e de explicar as coisas.
Porque esta fase, em sociologia, se prolongaria mais ainda do que nas outras
ciências. Dados tomados à sociologia de Comte e à de Spencer, ao estado atual
da moral e da economia política, mostrando que tal estágio ainda não foi
ultrapassado.
Razões para ultrapassar
esta fase ideológica:
1.
Os
fatos sociais devem ser tratados como coisas porque são os data imediatos
da ciência, enquanto as idéias, apartir das quais se acredita que eles se
desenvolveram, não são dadas diretamente;
LER Pg. 24 – 1º
parágrafo
2.
Apresentam
todos os caracteres das coisas.
“Até o presente, com
efeito, a sociologia tratou, quase exclusivamente, não de coisa, mas de
conceitos. Tinha Comte, na verdade, proclamado que os fenômenos sociais são
fatos naturais, submetidos às leis naturais. Reconheceu assim implicitamente
seu caráter de coisas, pois não existem na natureza senão coisas. Mas quando,
abandonando as generalidade filosóficas, tentou aplicar o princípio que
estabelecera para fazer germinar a ciência nela contida, tomou as idéias como
objeto de estudo. Realmente, o progresso da humanidade no tempo constitui a
principal matéria de sua sociologia.” (pg. 17)
Além de Comte, cita
Spencer e Stuart Mill como “ideólogos” ou “ideologistas” (não sei exatamente),
ou seja, falaram de socilogia sem ultrapassar as suas próprias ideologias e não
construindo uma ciência verdadeiramente sociológica.
II
Em uma segunda parte do texto, dentro deste
capítulo, o autor fala das regras principais para “evitar antigos erros”:
A - Afastar da ciência
todas as pré-noções e o ponto de vista místico que se opões à aplicação desta
regra.
Para Durkheim esta regra
constitui a base de todo o seu método científico.
B - A maneira de se
construir o objeto positivo da pesquisa: agrupar os fatos segundo seus
caracteres exteriores comuns. Relações do conceito assim formado com o conceito
vulgar. Exemplos dos erros aos quais nos expomos negligenciando esta regra, ou
aplicando-a mal: Spencer e sua teoria sobre a evolução do casamento; Garofalo e
sua definição de crime; o erro habitual de se negar a existência de uma moral
nas sociedades inferiores. A exterioridade dos caracteres que entram nas
definições, iniciais não constitui um
obstáculo às explicações científicas.
C - Os caracteres
exteriores devem, além disso, ser os mais objetivos dentre todos. Sendo que o
meio para chegar a tal seria apreender os fatos sociais pelo aspecto em que se
apresentam isolados de suas manifestações individuais.
Dentro deste capítulo,
existe ainda uma idéia básica que deve ser ressaltada. Me refiro a parte do
texto que Durkheim diz: “quando um sociólogo empreende a exploração de uma
ordem qualquer de fatos sociais, deve se esforçar pôr considerá-los naquele
aspecto em que se apresentam isolados de suas manifestações individuais.”
CAPÍTULO III
- Regras Relativas à Distinção
entre o Normal e o Patológico.
O autor analisa, neste
capítulo, a utilidade teórica e prática desta distinção (de normal e
patológico) e ressalta que é necessário que esta distinção seja cientificamente
possível para que a ciência possa desempenhar seu papel na orientação do
comportamento.
Em um primeiro momento,
Durkheim relata o exame dos critérios correntemente empregados, dentro da
análise da distinção entre o normal e o patológico. Neste ponto ele considera,
entre outras coisas, que a dor não é sinal distintivo de doença, pois faz parte
do estado de saúde: nem o declínio, pois é produzido muitas vezes pôr fatos
normais como a velhice, pôr exemplo, não resultando necessariamente da doença;
ainda mais, este critério é muitas vezes inaplicável, principalmente em
sociologia.
Em um segundo momento, o
autor elabora a idéia a cerca da utilidade que existe em verificar os
resultados do método precedente buscando as causas da normalidade do fato, isto
é, de sua generalidade. Durkheim considera ainda a necessidade de se processar
esta verificação quando se trata de fatos que se ligam a sociedade que ainda
não terminaram sua história. Porque este segundo critério não pode ser
empregado senão a titulo complementar e em segundo lugar.
Em um terceiro momento, o
autor, vai se ocupar da aplicação destas regras a alguns casos, principalmente
à questão do crime, momento em que vai considerar a existência da criminalidade
como um fenômeno normal. O autor cita
ainda alguns erro que podemos cair ao não seguir as regras que ele sugere,
dizendo que, neste caso, a própria ciência se torna impossível.
· Para que a sociologia trate os fatos
como coisas, é preciso que o sociólogo sinta a necessidade de erigir tais fatos
em mestres.
· Para que a sociologia seja
verdadeiramente uma ciência das coisas, é preciso que a generalidade dos
fenômenos seja tomada como critério de sua normalidade.
· O dever do homem de estado não é mais
empurrar violentamente as sociedades para um ideal que lhe parece sedutor, mas
seu papel é o do médico: pôr meio de uma boa higiene, previne a eclosão das
doenças, e, quando estas se declaram, procura saná-las.
CAPÍTULO IV -
Regras Relativas à Constituição
dos Tipos Sociais.
Neste capítulo,
Durkheim considera que a distinção entre
o normal e o anormal implica a constituição de espécies sociais. O autor
trabalha a utilidade deste conceito de espécie, intermediário entre a noção de
genus homo e de sociedades particulares.
· As sociedades não passam de
combinações diferentes de um única e mesma sociedade original.
· Existem espécies sociais pela mesma razão pôr que existem espécies em
biologia.
· O tipo específico social não
apresenta contornos tão definidos quanto os do tipo específico em biologia.
CAPÍTULO V
- Regras Relativas à Explicação
dos Fatos Sociais.
Este capítulo está
dividido em quatro seções, sendo um dos
mais extensos do livro. Entre outras coisas, o autor irá se debruçar sobre a
necessidade de buscar as causas eficientes dos fatos sociais, a importância
preponderante destas causa em sociologia, demonstrada pela generalidade das
práticas sociais, mesmo as mais minuciosas, o caráter psicológico do método de
explicação geralmente seguido.
Em resumo, Durkheim
coloca neste capítulo que a maioria das tentativas feitas para explicar
racionalmente os fatos sociais pode-se objetar, ou que desfazem toda idéia de
disciplina social, ou que não conseguem mante-la senão com o auxílio de falsos
subterfúgios. E salienta que as regras que esta externando permitem, ao
contrário, construir uma sociologia que veria no espírito de disciplina a
condição essencial de toda vida em comum, fundando-a ao mesmo tempo na razão e
na verdade.
CAPÍTULO VI
- Regras Relativas à
Administração da Prova ...
Neste capítulo, o autor
afirma que o método comparativo, ou
experimentação indireta, é o método de
prova em sociologia. Nesta parte do texto, Durkheim considera ainda a inutilidade
do método chamado pôr Comte de histórico e apresenta algumas respostas às
objecoes de Stuart Mill.
· Não se pode explicar um fato social
de alguma complexidade, senão sob a condição de seguir-lhe o desenvolvimento
integral através de todas as espécies sociais.
· Para saber em que sentido evolui um
fenômeno social, comparar-se-á de que
modo se apresenta, durante a juventude de cada espécie, com o em que se torna
durante a juventude da espécie seguinte; segundo apresente intensidade maior,
menor ou igual ao passar de uma etapa para outra, dir-se-á que progride, recua
ou se mantém.
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