Antropologia da Religião
Prezados (as) Leitores (as)
Recebi
diversas mensagens sobre a publicação em tela. As pessoas solicitaram que eu
voltasse ao tema. Portanto, atendendo aos pedidos, republico agora com mais
detalhes e com nova edição e diagramação.
Gostaria
de iniciar destacando que eu não assisto programas televisivos (atualmente).
Contudo, outrora não era o que ocorria. Era um outro momento tecnológico, mas o
interessante é você perceber a minha disposição para trabalhar com os recursos áudio-visuais
mesmo em se tratando de estudos em ciências sociais.
Os
vídeos, as fotografias e a vontade de trabalhar com as imagens me acompanharam
este tempo todo e foi assim que surgiu o trabalho denominado: Estudo Comparativo
das Redes de Televisão da
Igreja Universal do
Reino de Deus
e da Igreja
Católica – Rede Família
e Rede Vida.
No
dia de hoje observe abaixo a primeira parte do trabalho. A introdução demonstra
ser este um texto objetivo e original realizado sob a orientação do antropólogo
Dr. Ari Oro (NER/PPGAS/UFRGS).
INTRODUÇÃO
A presente monografia
representa o esforço de concluir os trabalhos realizados na cadeira Religião e
Sociedade, ministrada pelo Professor Dr. Ari Oro, do Programa de Pós-Graduação
em Antropologia Social / Instituto de Filosofia e Ciências Humanas /
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, através da análise de um tema
contemporâneo no âmbito do conhecimento da Antropologia da Religião.
A análise da inserção de
novas tecnologias de comunicação no campo da religião, juntamente com os
reflexos que elas trazem dentro do processo das “modernas formas de crer”, é um
tema ainda pouco abordado e investigado. As informações que acessamos sobre o
tema estavam, na sua maioria, defasadas e ultrapassadas com o momento em que
vivemos. Segundo o nosso entendimento, isto acontece, em grande medida, pela
velocidade altamente acelerada em que a tecnologia deste setor, comunicação
social (Rádio e TV), se altera, se renova e se complexifica.
Inseridos no contexto da
“modernidade religiosa brasileira”[1], norteados pela concepção das “modernas
formas de crer”[2], elegemos a comunicação televisiva de duas redes
brasileiras, Rede Vida e Rede Família, para tentar investigar este campo da
informação de massa utilizado hoje pela religião. O maior desafio que se coloca
talvez seja o de se trabalhar com um cenário que se altera e se renova constantemente devido a
dois fatores: I – a alteração das inúmera demandas de fé, carências afetivas,
emocionais e econômicas da população que busca na religião a satisfação das
suas necessidades mais imediatas. Hoje, por exemplo, um dos maiores problemas
enfrentados é o desemprego; II – a renovação da tecnologia da comunicação que
acontece em uma velocidade muito acelerada.
O nosso objetivo neste
trabalho também é de avaliar a programação das duas redes de televisão que
trabalham essencialmente com o sagrado,
Rede Vida e Rede Família (Sistema de Transmissão Padrão – TV Aberta – VHF,
sintonizados em aparelho comum de TV, sem utilização de antenas receptoras
especiais), nas suas programações diárias, em um esforço comparativo entre as
suas principais semelhanças e diferenças, no que concerne as suas propostas
programáticas, ênfase televisiva, quadro de programas diários, entre outros
aspectos.
Sobre a realização desta
pesquisa, caberia ressaltar alguns aspectos. Além de buscarmos auxílio teórico
nos autores que foram trabalhados no desenvolvimento da nossa disciplina,
lançamos mão de outros autores indicados pelo orientador, Professor Ari Oro,
entre outros que a nossa própria intuição intelectual nos indicava. Junto a
parte mais teórica, realizamos entrevistas com representantes das duas igrejas
em questão, Igreja Universal do Reino de Deus e Igreja Católica, a fim de
colher informações que a bibliografia não nos proporcionava. As entrevistas
foram do tipo aberta, com o uso de gravador, seguidas de transcrição, análise
de conteúdo e de contexto das mesmas.
Ainda dentro da metodologia empregada
para a pesquisa, optamos por criar duas fichas de controle de programas de
televisão para acompanhar e sistematizar as inúmeras sessões de acompanhamento,
análise e reflexão sobre estes programas. A adoção das fichas que podem ser
vistas nos anexos deste trabalho, foi uma proposta nossa diante da necessidade
de acompanhar vários aspectos que nos instigavam na programação estudada.
Aspectos como duração dos programas, apelo verbal adotado, cenários utilizados,
dinâmica dos programas, recursos imagéticos e áudio-visuais, são alguns dentre
vários outros aspectos que sem uma sistematização e um acompanhamento mais
adequado ficariam totalmente desconexos e prejudicariam o entendimento mais
global que propomos para este trabalho.
Os programas que não foi
possível acompanhar durante a programação normal eram gravados em fitas VHS nos mais
diferentes horários, a noite e madrugada inclusive, e posteriormente assistidos
e reassistidos, na medida do necessário, momento em que passávamos para as fichas de controle aqueles
aspectos de maior relevância para os respectivos campos das fichas. A fim de
subsidiar o acompanhamento da programação investigada, lançamos mão das grades
de programação divulgadas diariamente pelos Jornais Correio do Povo, Zero Hora
e Folha de São Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário