segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Antropologia da Religião






Antropologia da Religião

Prezados (as) Leitores (as)

         Recebi diversas mensagens sobre a publicação em tela. As pessoas solicitaram que eu voltasse ao tema. Portanto, atendendo aos pedidos, republico agora com mais detalhes e com nova edição e diagramação.
         Gostaria de iniciar destacando que eu não assisto programas televisivos (atualmente). Contudo, outrora não era o que ocorria. Era um outro momento tecnológico, mas o interessante é você perceber a minha disposição para trabalhar com os recursos áudio-visuais mesmo em se tratando de estudos em ciências sociais.
         Os vídeos, as fotografias e a vontade de trabalhar com as imagens me acompanharam este tempo todo e foi assim que surgiu o trabalho denominado: Estudo  Comparativo  das  Redes  de  Televisão  da  Igreja  Universal  do  Reino  de  Deus  e  da  Igreja  Católica   –   Rede Família  e  Rede Vida.
         No dia de hoje observe abaixo a primeira parte do trabalho. A introdução demonstra ser este um texto objetivo e original realizado sob a orientação do antropólogo Dr. Ari Oro (NER/PPGAS/UFRGS).


INTRODUÇÃO

A presente monografia representa o esforço de concluir os trabalhos realizados na cadeira Religião e Sociedade, ministrada pelo Professor Dr. Ari Oro, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social / Instituto de Filosofia e Ciências Humanas / Universidade Federal do Rio Grande do Sul, através da análise de um tema contemporâneo no âmbito do conhecimento da Antropologia da Religião.
A análise da inserção de novas tecnologias de comunicação no campo da religião, juntamente com os reflexos que elas trazem dentro do processo das “modernas formas de crer”, é um tema ainda pouco abordado e investigado. As informações que acessamos sobre o tema estavam, na sua maioria, defasadas e ultrapassadas com o momento em que vivemos. Segundo o nosso entendimento, isto acontece, em grande medida, pela velocidade altamente acelerada em que a tecnologia deste setor, comunicação social (Rádio e TV), se altera, se renova e se complexifica. 
Inseridos no contexto da “modernidade religiosa brasileira”[1], norteados pela concepção das “modernas formas de crer”[2], elegemos a comunicação televisiva de duas redes brasileiras, Rede Vida e Rede Família, para tentar investigar este campo da informação de massa utilizado hoje pela religião. O maior desafio que se coloca talvez seja o de se trabalhar com um cenário que se  altera e se renova constantemente devido a dois fatores: I – a alteração das inúmera demandas de fé, carências afetivas, emocionais e econômicas da população que busca na religião a satisfação das suas necessidades mais imediatas. Hoje, por exemplo, um dos maiores problemas enfrentados é o desemprego; II – a renovação da tecnologia da comunicação que acontece em uma velocidade muito acelerada.
O nosso objetivo neste trabalho também é de avaliar a programação das duas redes de televisão que trabalham essencialmente  com o sagrado, Rede Vida e Rede Família (Sistema de Transmissão Padrão – TV Aberta – VHF, sintonizados em aparelho comum de TV, sem utilização de antenas receptoras especiais), nas suas programações diárias, em um esforço comparativo entre as suas principais semelhanças e diferenças, no que concerne as suas propostas programáticas, ênfase televisiva, quadro de programas diários, entre outros aspectos.
Sobre a realização desta pesquisa, caberia ressaltar alguns aspectos. Além de buscarmos auxílio teórico nos autores que foram trabalhados no desenvolvimento da nossa disciplina, lançamos mão de outros autores indicados pelo orientador, Professor Ari Oro, entre outros que a nossa própria intuição intelectual nos indicava. Junto a parte mais teórica, realizamos entrevistas com representantes das duas igrejas em questão, Igreja Universal do Reino de Deus e Igreja Católica, a fim de colher informações que a bibliografia não nos proporcionava. As entrevistas foram do tipo aberta, com o uso de gravador, seguidas de transcrição, análise de conteúdo e de contexto das mesmas.
         Ainda dentro da metodologia empregada para a pesquisa, optamos por criar duas fichas de controle de programas de televisão para acompanhar e sistematizar as inúmeras sessões de acompanhamento, análise e reflexão sobre estes programas. A adoção das fichas que podem ser vistas nos anexos deste trabalho, foi uma proposta nossa diante da necessidade de acompanhar vários aspectos que nos instigavam na programação estudada. Aspectos como duração dos programas, apelo verbal adotado, cenários utilizados, dinâmica dos programas, recursos imagéticos e áudio-visuais, são alguns dentre vários outros aspectos que sem uma sistematização e um acompanhamento mais adequado ficariam totalmente desconexos e prejudicariam o entendimento mais global que propomos para este trabalho.

Os programas que não foi possível acompanhar durante a programação normal  eram gravados em fitas VHS nos mais diferentes horários, a noite e madrugada inclusive, e posteriormente assistidos e reassistidos, na medida do necessário, momento em que  passávamos para as fichas de controle aqueles aspectos de maior relevância para os respectivos campos das fichas. A fim de subsidiar o acompanhamento da programação investigada, lançamos mão das grades de programação divulgadas diariamente pelos Jornais Correio do Povo, Zero Hora e Folha de São Paulo.



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