Antropologia na Madrugada
Prezados Amigos
Este foi o único horário
disponível para realizar esta comunicação. Tem sido bastante trabalhoso
participar deste novo projeto em que estou inserido.
Tenho visto muitos
reivindicarem “tempo bom”. E se eu te disser que tudo vai ser decidido pela
chuva? Mãe Divina eu quero ser (...). Infelizmente as pessoas assistem muito à
televisão. Entende? Ficam reproduzindo asneiras. Vamos ao que interessa.
“Não existe um (único) restaurante
aprazível na Cidade de Viamão”
Jacques Jacomini
Digo e assino em baixo,
pois é lamentável, mas é verdade. Existem apenas empresários buscando
dividendos ilimitados, através do comércio de refeições. Vejam o caso dos
Pedralias. O que já era ruim ficou pior. Pergunto: o que é aquela “cangalha
eletrônica” instalada para controle de entrada e saída de clientes? Fiquei
boquiaberto com tamanha insensatez do empreendedor. Fez um investimento enorme
com um único objetivo: risco diminuído do cliente “esquecer” de pagar a conta. O
capitalista, via de regra, age assim. Conduta obsessiva pelo ganho de capitais.
Todo o resto não importa. Eu me senti como gado em linha de contagem à caminho
do abatedouro, não volto mais lá!
Portanto, só nos resta as
letras e a arte, pois viver de balcão, trocando moedas por pão, arrasa a emoção
e mortifica o coração. É o que eu sei fazer. Construir estes parágrafos e
deixar fluir o meu ser na ponta dos dedos. Colorir este cinza capitalista que
tenta reduzir todos aos fogos da competição. A Antropologia é uma estrada muita
interessante. Não é rua sem saída repleta de automóveis atravessados que não
respeitam o pedestre. A etnografia, por assim dizer, é quase arte. Também
colori belamente as nossas vidas.
Lembram daquela
monografia? Pois,é! Vamos curtir mais um segmento? Leiam. Agradeço a atenção de
todos. Bom início de semana.
Namastê
1.2 Igreja Católica
“Se Jesus Cristo viesse hoje estaria em
todos os meios de comunicação.” Padre
Marcelo Rossi
Dentro da Igreja Católica, os membros
da Renovação Carismática Católica (RCC) são os que apresentam um maior
interesse pela inserção da sua igreja nos meios eletrônicos de comunicação de
massa. O Padre Ladislau Molnár, pároco da paróquia São Martinho de Porto
Alegre, considerado o mais carismático do Rio Grande do Sul e Fundador da Rádio
Fraternidade, disse recentemente: “desejamos que todos os meios de comunicação
social sejam nosso.”[4]
O
Padre Marcelo Rossi, um “fenômeno de mídia”, tem feito declarações
que também apontam para este sentido,
afirmando: “Se Jesus Cristo viesse hoje estaria nos meios de comunicação. O
Senhor usava parábolas, que eram o dia-a-dia das pessoas. Hoje é por meio da
televisão que se vai até o coração das pessoas”[5]. Ele é mais um dos
sacerdotes que acreditam na mídia eletrônica como uma poderosa ferramenta de
difusão das suas idéias. Integrante da RCC, Rossi ganhou extenso espaço na
mídia televisiva, ocupando os horários nobres da Rede Globo de Televisão,
enveredou para o lado artístico-musical, gravando um CD (Músicas para louvar o
Senhor)[6] e se prepara para estrear um programa individual na televisão.
De uma forma mais genérica, podemos
afirmar que o acesso da Igreja Católica a televisão é garantido hoje pelos
espaços gratuitos que recebe nos canais privados onde transmiti,
aproximadamente, 40 missas dominicais, sendo este o programa religioso favorito
dos católicos, no entanto a Igreja Católica tem pouca experiência como proprietária
de estações de televisão. Durante dez anos, entre 1969 e 1979, os Franciscanos
dirigiram a TV Difusora em Porto Alegre. Em 1987, obtiveram a concessão de uma
estação de alcance regional, TV Celinauta em Pato Branco, Paraná, que
retransmite a programação da TV Manchete, dedicando somente algumas horas por
semana a programas de educação religiosa, a missa e ao Jornal da Igreja. Tem
também uma estação de televisão não comercial em Santo Anastácio, São Paulo.
A alguns anos, a mais importante rede de
televisão de inspiração católica, Rede Vida de São José do Rio Preto, São
Paulo, iniciou suas transmissões para todo o Brasil. Seu sinal, inicialmente
transmitido em UHF (captado via parabólica e por assinatura), está hoje
disponível em quase todo o território nacional no sistema VHF, fato que
facilita e populariza o acesso às informações que ela divulga[7]. Esta emissora
transmite programas[8] não religiosos e outros com mensagens religiosas,
incluindo “A Missa” e “O Rosário Bisantino” todos os dias. Seu objetivo maior é
“evangilizar o Brasil pela televisão”.
A Rede Vida de Televisão não está
ligada oficial ou diretamente com a Igreja Católica, no entanto é apoiada por
bispos e sacerdotes, especialmente de orientação carismática. Pertence ao Grupo
Independente de Rádio e TV, com sede em Barretos, Estado de São Paulo e é
administrada pelo Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã, uma entidade sem
fins lucrativos, integrada por laicos e religiosos (Folha de São Paulo,
21/12/1995). Segundo a declaração do empresário João Monteiro de Barros Filho,
dono da Rede Vida, esta é “uma rede com estrutura empresarial de inspiração
católica.” (Folha de São Paulo, 12/01/1995)
Existe uma preocupação entre os
católicos em ampliar o seu poder de comunicação através da televisão, em função
disto a CNBB tem realizado alguns esforços de discussão e análise sobre as
estratégias que levariam à conquista da ampliação deste espaço. Em outubro de
1995, por exemplo, a CNBB reuniu em
Brasília os arcebispos de todo o Brasil para estudar medidas para a expansão da
Rede Vida. Segundo um repórter da Folha de São Paulo, “na opinião dos bispos, a
ampliação da Rede Vida é fundamental para o combate mais efetivo contra as
igrejas evangélicas pentecostais ...” (21/10/1995). O custo de tal ampliação está
calculado em US$ 100.000.000 e só pode ser cobrado com a ajuda financeira de
todas as dioceses do país.
A CNBB reconhece que a inserção da
Igreja Católica nos meios de comunicação social são muito restritos,
principalmente, quando comparados com a fatia que os pentecostais possuem deste
campo de poder. Recentemente, o Padre Jesus Hortal declarava: “... o uso pouco
freqüente dos meios de comunicação por parte da Igreja Católica, diante do uso
macivo por parte dos pentecostais é uma das causas da perda de fiéis católicos”
(Estudos da CNBB, No. 68, 1993:43)[9]
Neste mesmo sentido, afirma o Mons. Arnaldo Beltrani, Vigário Episcopal
da Comunicação do Arcerbispado de São Paulo: “Temos imprensa, editoriais e
revistas, temos acesso ao rádio, no entanto nada de televisão.”[10] A fim de
recuperar este espaço não ocupado no meio televisivo, uma medida mais imediata
tem sido o investimento em espaços radiofônicos pela Igreja Católica.
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