Novecentos (O Time e o Zéphyro)
A
escritura do verão de dois mil e quatorze.
A
antropologia pode ser resumida pela prática de um exercício: relativização. Eu
tenho em minhas mãos a cópia de um livro que foi indicado pela professora que
lecionou a cadeira antropologia um no curso de ciências sociais da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul em mil novecentos e noventa e dois. Trata-se de
uma obra da coleção Primeiros Passos da Editora Brasiliense. Com o título “O
que é etnocentrismo”, Everardo P. Guimarães Rocha dá uma aula introdutória
sobre o que é antropologia cultural. A questão que não quer calar é a seguinte:
e a antropologia física como e onde fica?
A
minha opinião sobre a questão, já trazida aqui para o blog, é reafirmada agora:
propor a introdução ao estudo da antropologia com o livro citado é algo como “pegar
o gato pelo rabo”. Eu percorri seis anos de estudos na graduação e três anos na
pós graduação e nunca tive a oportunidade de estudar uma lição sobre
antropologia física, por exemplo. É como se esta área do conhecimento não
existisse (ou tivesse sido enterrada a mando da santa inquisição). E são
doutores e pós doutores os coordenadores dos cursos em tela. O que dizer?
Digo
que o livro citado é muito bom para um estudante médio, por exemplo. Possui um
texto bastante objetivo e vai direto ao ponto em relação aos temas abordados.
Veja a página quarenta e quatro, por exemplo. Sabe quem está lá? Gilberto
Freyre. Foi a primeira oportunidade de contato com este clássico da literatura
brasileira. E por falar em clássico, na verdade, eu gostaria de estar
apresentando outro texto no dia de hoje, mas não posso. Ele é peça em um
processo seletivo em curso, portanto fico impossibilitado em fazê-lo (por
hora). No entanto, eu cito Freyre para você perceber as conexões que estabeleço
com esta área do conhecimento desde o século passado. O estudo que realizo
atualmente sobre “Sobrados e Mucambos” nasceu ali, a mais de duas décadas
atrás. É com esta autoridade que teclo: a coleção de mais de quarenta
primaveras em lições gerais e a coleção de mais de vinte verões de estudos
antropológicos.
A
Professora Maria do Carmo, catedrática do Instituto Estadual de Educação Isabel
de Espanha nos idos de mil novecentos e oitenta, foi quem me conduziu na arte
da escritura das primeiras redações oficiais que realizei naquela instituição.
É com grande satisfação que relembro o nome desta mestra das letras ao informar
para a minha comunidade a performance deste que vos tecla na redação do
concurso do Governo Federal denominado ENEM: novecentos. É gostosa a
lembrança dos mestres que marcam positivamente a vida do estudante. Nunca vou
esquecer aquelas lições. Tenho os apontamentos de aula guardados com carinho
até hoje. Muito obrigado Professora Maria do Carmo.
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