sábado, 11 de janeiro de 2014

Novecentos





Novecentos (O Time e o Zéphyro)


A escritura do verão de dois mil e quatorze.
A antropologia pode ser resumida pela prática de um exercício: relativização. Eu tenho em minhas mãos a cópia de um livro que foi indicado pela professora que lecionou a cadeira antropologia um no curso de ciências sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em mil novecentos e noventa e dois. Trata-se de uma obra da coleção Primeiros Passos da Editora Brasiliense. Com o título “O que é etnocentrismo”, Everardo P. Guimarães Rocha dá uma aula introdutória sobre o que é antropologia cultural. A questão que não quer calar é a seguinte: e a antropologia física como e onde fica?
A minha opinião sobre a questão, já trazida aqui para o blog, é reafirmada agora: propor a introdução ao estudo da antropologia com o livro citado é algo como “pegar o gato pelo rabo”. Eu percorri seis anos de estudos na graduação e três anos na pós graduação e nunca tive a oportunidade de estudar uma lição sobre antropologia física, por exemplo. É como se esta área do conhecimento não existisse (ou tivesse sido enterrada a mando da santa inquisição). E são doutores e pós doutores os coordenadores dos cursos em tela. O que dizer?
Digo que o livro citado é muito bom para um estudante médio, por exemplo. Possui um texto bastante objetivo e vai direto ao ponto em relação aos temas abordados. Veja a página quarenta e quatro, por exemplo. Sabe quem está lá? Gilberto Freyre. Foi a primeira oportunidade de contato com este clássico da literatura brasileira. E por falar em clássico, na verdade, eu gostaria de estar apresentando outro texto no dia de hoje, mas não posso. Ele é peça em um processo seletivo em curso, portanto fico impossibilitado em fazê-lo (por hora). No entanto, eu cito Freyre para você perceber as conexões que estabeleço com esta área do conhecimento desde o século passado. O estudo que realizo atualmente sobre “Sobrados e Mucambos” nasceu ali, a mais de duas décadas atrás. É com esta autoridade que teclo: a coleção de mais de quarenta primaveras em lições gerais e a coleção de mais de vinte verões de estudos antropológicos.
A Professora Maria do Carmo, catedrática do Instituto Estadual de Educação Isabel de Espanha nos idos de mil novecentos e oitenta, foi quem me conduziu na arte da escritura das primeiras redações oficiais que realizei naquela instituição. É com grande satisfação que relembro o nome desta mestra das letras ao informar para a minha comunidade a performance deste que vos tecla na redação do concurso do Governo Federal denominado ENEM: novecentos. É gostosa a lembrança dos mestres que marcam positivamente a vida do estudante. Nunca vou esquecer aquelas lições. Tenho os apontamentos de aula guardados com carinho até hoje. Muito obrigado Professora Maria do Carmo.

  

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