domingo, 20 de outubro de 2013

As Regras do Método Sociológico

As Regras do Método Sociológico
DURKHEIM, Emile



FICHA DE LEITURA     -      PESQUISA  SOCIAL I
Aluno: JAQUES XAVIER JACOMINI  Matrícula  1409/92.7
DURKHEIM, Emile. As Regras do Método Sociológico. São Paulo, Ed. Nacional, 1984.

PREFÁCIO DA PRIMEIRA EDIÇÃO

Justifica (Exaltando) a importância da sua obra, quando afirma:  “O tratamento científico dos fatos sociais é tão pouco habitual que algumas das proposições contidas neste livro correm o risco de surpreender o leitor”. (Primeira Edição foi publicada em 1895) pg. XV
Introduz algumas discussões que vão ser trabalhadas no livro como a diferença do normal e patológico, relacionada com a questão da dor e do crime (pg. XVI)
Fala de OBJETIVOS:
“Estender à conduta humana o relacionamento científico é, realmente, NOSSO PRINCIPAL OBJETIVO, fazendo ver que, se analisarmos no passado, chegaremos a reduzi-la a relaçòes de causa e efeito; em seguida, uma operação não menos racional a poderá transformar em regras de ação para o futuro.” (destacando ser RACIONALISTA)

PREFÁCIO DA SEGUNDA EDIÇÃO
Destaca: “A vida social é feita de representações”
Com relação ao MÉTODO: “Nunca se pode fazer mais do algo provisório, pois ele se modifica à medida que a ciência avança.” (pg. XX)
MÉTODO:
 “Os fatos sociais devem ser tratados como coisa – eis a proposição fundamental de nosso método, e a que mais tem provocado contradições.” (Pg. XX)
Define COISA:
 “É coisa todo objeto do conhecimento que a inteligência não penetra de maneira natural, tudo aquilo de que não podemos formular uma noçào adequada por simples processo de análise mental, tudo o que o espírito não pode chegar a compreender senão sob condição de sair de si mesmo, por meio da observação e da experimentação, passando progressivamente dos caracteres mais exteriores e mais imediatamente acesíveis para os menos visíveis e mais profundos. Tratar fatos de uma certa ordem como coisas não é, pois, classificá-los nesta ou naquela categoria do real; é observar, com relação a eles, certa atitude mental.”
“Todo objeto da ciência é coisa.” (pg. XXI)

II

“Os fenomenos sociais são exteriores aos indivíduos.” (pg. XXIV)
“A célula viva não contém senão particulas minerais, como a sociedade nada contém a não ser os indivíduos.”
“A vida (...) é una e, por conseguinte, não pode Ter por sede senão a substância viva em sua totalidade. Ela existe no todo e não nas partes. Não são as partículas inanimadas da célula que se alimentam, se reproduzem, que vivem em suma; é a própria célula, e só a célula. (...) Apliquemos o mesmo princípio para a sociologia. Se a síntese sui generis que constitui toda a sociedade desenvolve fenômenos novos, diferentes daqueles que se passam nas consciências solitárias, concorde-se também que a sede de tais fatos específicos é a própria sociedade que os produz, e não as partes desta, isto é, seus membros.” (pg. XXV)
“Para compreender a maneira pela qual a sociedade se vê a si mesma e ao mundo que a rodeia, é preciso considerar a natureza da sociedade, e não a dos indivíduos. (Em relação a separação que faz entre psicologia e sociologia)” (pg. XXVI)

INTRODUÇÃO

Fala da necessidade de se definir o método que deve ser adotado pela sociologia, afirmando que os sociólogos que o antecederam assim não o fizeram ( Cita SPENCER, STUART MILL, e COMTE)
“Com efeito, os grandes sociólogos cujos nomes acabamos de lembrar não saíram das generalidades sobre a natureza das sociedades, sobre as relações entre o reino social e o reino biológico, sobre a marcha geral do progresso;” (pg. XXXV)
Justifica a construção do seu método de pesquisa, dizendo:
“Fomos, pois levados pela própria força das coisas a formar para nós mesmos um método, que acreditamos mais preciso, adaptado de maneira mais exata à natureza particular dos fenômenos sociais.”

CAPÍTULO I  -   QUE É FATO SOCIAL?

Destaca que “antes de indagar qual o método que convém ao estudo dos fatos sociais, é necessário saber que fatos podem ser assim chamados.” (pg. 01)

LER  4º parágrafo pg. 01 + 1º parágrafo pg. 02

·     O autor considera que é fato social toda maneira de agir fixa ou não,  suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações  individuais que possa ter.

·     Durkheim vai considerar ainda que o fato social não pode ser definido pela sua generalidade no interior de um sociedade. São caracteres distintivos do fato social:  1-  Exterioridade em relação às consciências individuais.  2-  Ação coercitiva que exerce ou é suscetível de exercer sobre aquelas consciências.

·     FATOS SOCIAIS “consistem em maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de coerção em virtude do qual se lhe impõem. Por conseguinte, não poderiam se confundir com os fenômenos orgânicos, pois consistem em representações e em ações; nem com os fenômenos psíquicos, que não existem senão na consciência individual e por meio dela. Constituem, pois, uma espécie nova e é a eles que deve ser dada e reservada a qualificação de sociais.(...) Estes fatos são, pois o domínio próprio da Sociologia.” (pg. 03)

·     Uma experiência característica da definição de  fato social: LER Pg. 05 1º Parágrafo

·     “O Fato Social é reconhecível pelo poder de coerção externa que exerce ou é suscetível de exercer sobre os indivíduos; e a presença deste poder é reconhecível, por sua vez, seja pela existência de alguma sanção determinada, seja pela resistência que o fato opões a qualquer empreendimento individual que tenda a violentá-lo.” (Pg. 08)

 
CAPÍTULO II  -  Regras Relativas à Observação dos Fatos Sociais.
 Regra fundamental: Tratar os fatos sociais como coisas.

Principal Pressuposto de Durkheim: “A Reflexão é anterior à ciência; esta não faz mais do que utilizá-la de maneira mais metódica. O homem não pode viver entre as coisas sem formular idéias a respeito delas, e regula sua conduta de acordo com tais idéias.” (Pg. 13)

1 - FASE IDEOLÓGICA:
Durkheim fala de uma fase ideológica que atravessa todas as ciências e no decorrer da qual elaboram noções vulgares e práticas, em lugar de descrever e de explicar as coisas. Porque esta fase, em sociologia, se prolongaria mais ainda do que nas outras ciências. Dados tomados à sociologia de Comte e à de Spencer, ao estado atual da moral e da economia política, mostrando que tal estágio ainda não foi ultrapassado.
 
Razões para ultrapassar esta fase  ideológica:
1.       Os fatos sociais devem ser tratados como coisas porque são os data imediatos da ciência, enquanto as idéias, apartir das quais se acredita que eles se desenvolveram, não são dadas diretamente;   LER  Pg. 24 – 1º parágrafo 
2.       Apresentam todos os caracteres das coisas.

“Até o presente, com efeito, a sociologia tratou, quase exclusivamente, não de coisa, mas de conceitos. Tinha Comte, na verdade, proclamado que os fenômenos sociais são fatos naturais, submetidos às leis naturais. Reconheceu assim implicitamente seu caráter de coisas, pois não existem na natureza senão coisas. Mas quando, abandonando as generalidade filosóficas, tentou aplicar o princípio que estabelecera para fazer germinar a ciência nela contida, tomou as idéias como objeto de estudo. Realmente, o progresso da humanidade no tempo constitui a principal matéria de sua sociologia.” (pg. 17)

Além de Comte, cita Spencer e Stuart Mill como “ideólogos” ou “ideologistas” (não sei exatamente), ou seja, falaram de socilogia sem ultrapassar as suas próprias ideologias e não construindo uma ciência verdadeiramente sociológica.




II


 Em uma segunda parte do texto, dentro deste capítulo, o autor fala das regras principais para “evitar antigos erros”:
A - Afastar da ciência todas as pré-noções e o ponto de vista místico que se opões à aplicação desta regra.
Para Durkheim esta regra constitui a base de todo o seu método científico.


B - A maneira de se construir o objeto positivo da pesquisa: agrupar os fatos segundo seus caracteres exteriores comuns. Relações do conceito assim formado com o conceito vulgar. Exemplos dos erros aos quais nos expomos negligenciando esta regra, ou aplicando-a mal: Spencer e sua teoria sobre a evolução do casamento; Garofalo e sua definição de crime; o erro habitual de se negar a existência de uma moral nas sociedades inferiores. A exterioridade dos caracteres que entram nas definições,   iniciais não constitui um obstáculo às explicações científicas.
C - Os caracteres exteriores devem, além disso, ser os mais objetivos dentre todos. Sendo que o meio para chegar a tal seria apreender os fatos sociais pelo aspecto em que se apresentam isolados de suas manifestações individuais.
Dentro deste capítulo, existe ainda uma idéia básica que deve ser ressaltada. Me refiro a parte do texto que Durkheim diz: “quando um sociólogo empreende a exploração de uma ordem qualquer de fatos sociais, deve se esforçar pôr considerá-los naquele aspecto em que se apresentam isolados de suas manifestações individuais.”

CAPÍTULO  III  -  Regras Relativas à Distinção entre o Normal e o Patológico.
O autor analisa, neste capítulo, a utilidade teórica e prática desta distinção (de normal e patológico) e ressalta que é necessário que esta distinção seja cientificamente possível para que a ciência possa desempenhar seu papel na orientação do comportamento.
Em um primeiro momento, Durkheim relata o exame dos critérios correntemente empregados, dentro da análise da distinção entre o normal e o patológico. Neste ponto ele considera, entre outras coisas, que a dor não é sinal distintivo de doença, pois faz parte do estado de saúde: nem o declínio, pois é produzido muitas vezes pôr fatos normais como a velhice, pôr exemplo, não resultando necessariamente da doença; ainda mais, este critério é muitas vezes inaplicável, principalmente em sociologia.



Em um segundo momento, o autor elabora a idéia  a cerca da  utilidade que existe em verificar os resultados do método precedente buscando as causas da normalidade do fato, isto é, de sua generalidade. Durkheim considera ainda a necessidade de se processar esta verificação quando se trata de fatos que se ligam a sociedade que ainda não terminaram sua história. Porque este segundo critério não pode ser empregado senão a titulo complementar e em segundo lugar.
Em um terceiro momento, o autor, vai se ocupar da aplicação destas regras a alguns casos, principalmente à questão do crime, momento em que vai considerar a existência da criminalidade como um fenômeno normal.  O autor cita ainda alguns erro que podemos cair ao não seguir as regras que ele sugere, dizendo que, neste caso, a própria ciência se torna impossível.
·     Para que a sociologia trate os fatos como coisas, é preciso que o sociólogo sinta a necessidade de erigir tais fatos em mestres.
·     Para que a sociologia seja verdadeiramente uma ciência das coisas, é preciso que a generalidade dos fenômenos seja tomada como critério de sua normalidade.
·     O dever do homem de estado não é mais empurrar violentamente as sociedades para um ideal que lhe parece sedutor, mas seu papel é o do médico: pôr meio de uma boa higiene, previne a eclosão das doenças, e, quando estas se declaram, procura saná-las.

CAPÍTULO IV  -  Regras Relativas à  Constituição dos Tipos Sociais.
Neste capítulo, Durkheim  considera que a distinção entre o normal e o anormal implica a constituição de espécies sociais. O autor trabalha a utilidade deste conceito de espécie, intermediário entre a noção de genus homo e de sociedades particulares.
·     As sociedades não passam de combinações diferentes de um única e mesma sociedade original.
·     Existem espécies sociais pela  mesma razão pôr que existem espécies em biologia.
·     O tipo específico social não apresenta contornos tão definidos quanto os do tipo específico em biologia.




CAPÍTULO  V  -  Regras Relativas à Explicação dos Fatos Sociais.
Este capítulo está dividido em quatro seções,  sendo um dos mais extensos do livro. Entre outras coisas, o autor irá se debruçar sobre a necessidade de buscar as causas eficientes dos fatos sociais, a importância preponderante destas causa em sociologia, demonstrada pela generalidade das práticas sociais, mesmo as mais minuciosas, o caráter psicológico do método de explicação geralmente seguido.
Em resumo, Durkheim coloca neste capítulo que a maioria das tentativas feitas para explicar racionalmente os fatos sociais pode-se objetar, ou que desfazem toda idéia de disciplina social, ou que não conseguem mante-la senão com o auxílio de falsos subterfúgios. E salienta que as regras que esta externando permitem, ao contrário, construir uma sociologia que veria no espírito de disciplina a condição essencial de toda vida em comum, fundando-a ao mesmo tempo na razão e na verdade.

CAPÍTULO  VI  -  Regras Relativas à Administração da Prova ...
Neste capítulo, o autor afirma que  o método comparativo, ou experimentação  indireta, é o método de prova em sociologia. Nesta parte do texto, Durkheim considera ainda a inutilidade do método chamado pôr Comte de histórico e apresenta algumas respostas às objecoes de Stuart Mill.
·     Não se pode explicar um fato social de alguma complexidade, senão sob a condição de seguir-lhe o desenvolvimento integral através de todas as espécies sociais.
·     Para saber em que sentido evolui um fenômeno social,  comparar-se-á de que modo se apresenta, durante a juventude de cada espécie, com o em que se torna durante a juventude da espécie seguinte; segundo apresente intensidade maior, menor ou igual ao passar de uma etapa para outra, dir-se-á que progride, recua ou se mantém.


4 comentários:

Jacomini disse...

Essa é uma publicação bem importante.

Jacomini disse...

Eram os primeiros passos no curso de Ciências Sociais.

Jacomini disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jacomini disse...

Re Visitando.
Grande quantidade de acesso nesta página.
A galera curti o recorta e cola.
Fazer o que?
A qualidade do nosso ensino superior é pior a cada dia que passa.
Vou comunicar a direção do IFCH sobre ...
Namastê!