As Regras do Método Sociológico
DURKHEIM, Emile
FICHA DE
LEITURA - PESQUISA
SOCIAL I
Aluno: JAQUES
XAVIER JACOMINI Matrícula 1409/92.7
DURKHEIM, Emile.
As Regras do Método Sociológico. São Paulo, Ed. Nacional, 1984.
PREFÁCIO DA
PRIMEIRA EDIÇÃO
Justifica (Exaltando) a importância da sua obra, quando afirma: “O tratamento científico dos fatos sociais é
tão pouco habitual que algumas das proposições contidas neste livro correm o
risco de surpreender o leitor”. (Primeira Edição foi publicada em 1895) pg. XV
Introduz algumas discussões que vão ser trabalhadas no livro como a
diferença do normal e patológico, relacionada com a questão da dor e do crime
(pg. XVI)
Fala de OBJETIVOS:
“Estender à conduta humana o relacionamento científico é, realmente,
NOSSO PRINCIPAL OBJETIVO, fazendo ver que, se analisarmos no passado,
chegaremos a reduzi-la a relaçòes de causa e efeito; em seguida, uma operação
não menos racional a poderá transformar em regras de ação para o futuro.”
(destacando ser RACIONALISTA)
PREFÁCIO DA
SEGUNDA EDIÇÃO
Destaca: “A vida social é feita de representações”
Com relação ao MÉTODO: “Nunca se pode fazer mais do algo provisório,
pois ele se modifica à medida que a ciência avança.” (pg. XX)
MÉTODO:
“Os fatos sociais devem ser tratados como
coisa – eis a proposição fundamental de nosso método, e a que mais tem
provocado contradições.” (Pg. XX)
Define COISA:
“É coisa todo objeto do conhecimento que a
inteligência não penetra de maneira natural, tudo aquilo de que não podemos
formular uma noçào adequada por simples processo de análise mental, tudo o que
o espírito não pode chegar a compreender senão sob condição de sair de si
mesmo, por meio da observação e da experimentação, passando progressivamente
dos caracteres mais exteriores e mais imediatamente acesíveis para os menos
visíveis e mais profundos. Tratar fatos de uma certa ordem como coisas não é,
pois, classificá-los nesta ou naquela categoria do real; é observar, com
relação a eles, certa atitude mental.”
“Todo objeto da
ciência é coisa.” (pg. XXI)
II
“Os fenomenos
sociais são exteriores aos indivíduos.” (pg. XXIV)
“A célula viva
não contém senão particulas minerais, como a sociedade nada contém a não ser os
indivíduos.”
“A vida (...) é
una e, por conseguinte, não pode Ter por sede senão a substância viva em sua
totalidade. Ela existe no todo e não nas partes. Não são as partículas
inanimadas da célula que se alimentam, se reproduzem, que vivem em suma; é a
própria célula, e só a célula. (...) Apliquemos o mesmo princípio para a
sociologia. Se a síntese sui generis que constitui toda a sociedade
desenvolve fenômenos novos, diferentes daqueles que se passam nas consciências
solitárias, concorde-se também que a sede de tais fatos específicos é a própria
sociedade que os produz, e não as partes desta, isto é, seus membros.” (pg.
XXV)
“Para
compreender a maneira pela qual a sociedade se vê a si mesma e ao mundo que a
rodeia, é preciso considerar a natureza da sociedade, e não a dos indivíduos.
(Em relação a separação que faz entre psicologia e sociologia)” (pg. XXVI)
INTRODUÇÃO
Fala da
necessidade de se definir o método que deve ser adotado pela sociologia,
afirmando que os sociólogos que o antecederam assim não o fizeram ( Cita
SPENCER, STUART MILL, e COMTE)
“Com efeito, os
grandes sociólogos cujos nomes acabamos de lembrar não saíram das generalidades
sobre a natureza das sociedades, sobre as relações entre o reino social e o
reino biológico, sobre a marcha geral do progresso;” (pg. XXXV)
Justifica a
construção do seu método de pesquisa, dizendo:
“Fomos, pois
levados pela própria força das coisas a formar para nós mesmos um método, que
acreditamos mais preciso, adaptado de maneira mais exata à natureza particular
dos fenômenos sociais.”
CAPÍTULO I - QUE
É FATO SOCIAL?
Destaca que
“antes de indagar qual o método que convém ao estudo dos fatos sociais, é
necessário saber que fatos podem ser assim chamados.” (pg. 01)
LER 4º parágrafo pg. 01 + 1º
parágrafo pg. 02
·
O autor
considera que é fato social toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma
coerção exterior, ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade
dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter.
·
Durkheim vai
considerar ainda que o fato social não pode ser definido pela sua
generalidade no interior de um sociedade. São caracteres distintivos do fato
social: 1- Exterioridade em relação às consciências
individuais. 2- Ação coercitiva que exerce ou é suscetível de
exercer sobre aquelas consciências.
·
FATOS SOCIAIS
“consistem em maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo,
dotadas de um poder de coerção em virtude do qual se lhe impõem. Por
conseguinte, não poderiam se confundir com os fenômenos orgânicos, pois
consistem em representações e em ações; nem com os fenômenos psíquicos, que não
existem senão na consciência individual e por meio dela. Constituem, pois, uma
espécie nova e é a eles que deve ser dada e reservada a qualificação de
sociais.(...) Estes fatos são, pois o domínio próprio da Sociologia.”
(pg. 03)
·
Uma experiência
característica da definição de fato
social: LER Pg. 05 1º Parágrafo
·
“O Fato Social é
reconhecível pelo poder de coerção externa que exerce ou é suscetível de
exercer sobre os indivíduos; e a presença deste poder é reconhecível, por sua
vez, seja pela existência de alguma sanção determinada, seja pela resistência
que o fato opões a qualquer empreendimento individual que tenda a violentá-lo.”
(Pg. 08)
CAPÍTULO II - Regras
Relativas à Observação dos Fatos Sociais.
Regra fundamental: Tratar os fatos sociais
como coisas.
Principal
Pressuposto de Durkheim: “A Reflexão é anterior à ciência; esta não faz mais do
que utilizá-la de maneira mais metódica. O homem não pode viver entre as coisas
sem formular idéias a respeito delas, e regula sua conduta de acordo com tais
idéias.” (Pg. 13)
1 - FASE
IDEOLÓGICA:
Durkheim fala de
uma fase ideológica que atravessa todas as ciências e no decorrer da qual
elaboram noções vulgares e práticas, em lugar de descrever e de explicar as
coisas. Porque esta fase, em sociologia, se prolongaria mais ainda do que nas
outras ciências. Dados tomados à sociologia de Comte e à de Spencer, ao estado
atual da moral e da economia política, mostrando que tal estágio ainda não foi
ultrapassado.
Razões para
ultrapassar esta fase ideológica:
1. Os fatos sociais devem ser tratados como coisas porque
são os data imediatos da ciência, enquanto as idéias, apartir das quais
se acredita que eles se desenvolveram, não são dadas diretamente; LER
Pg. 24 – 1º parágrafo
2. Apresentam todos os caracteres das coisas.
“Até o presente,
com efeito, a sociologia tratou, quase exclusivamente, não de coisa, mas de
conceitos. Tinha Comte, na verdade, proclamado que os fenômenos sociais são
fatos naturais, submetidos às leis naturais. Reconheceu assim implicitamente
seu caráter de coisas, pois não existem na natureza senão coisas. Mas quando,
abandonando as generalidade filosóficas, tentou aplicar o princípio que
estabelecera para fazer germinar a ciência nela contida, tomou as idéias como
objeto de estudo. Realmente, o progresso da humanidade no tempo constitui a
principal matéria de sua sociologia.” (pg. 17)
Além de Comte,
cita Spencer e Stuart Mill como “ideólogos” ou “ideologistas” (não sei
exatamente), ou seja, falaram de socilogia sem ultrapassar as suas próprias
ideologias e não construindo uma ciência verdadeiramente sociológica.
II
Em uma segunda parte do texto, dentro deste
capítulo, o autor fala das regras principais para “evitar antigos erros”:
A - Afastar da
ciência todas as pré-noções e o ponto de vista místico que se opões à aplicação
desta regra.
Para Durkheim
esta regra constitui a base de todo o seu método científico.
B - A maneira de
se construir o objeto positivo da pesquisa: agrupar os fatos segundo seus
caracteres exteriores comuns. Relações do conceito assim formado com o conceito
vulgar. Exemplos dos erros aos quais nos expomos negligenciando esta regra, ou
aplicando-a mal: Spencer e sua teoria sobre a evolução do casamento; Garofalo e
sua definição de crime; o erro habitual de se negar a existência de uma moral
nas sociedades inferiores. A exterioridade dos caracteres que entram nas
definições, iniciais não constitui um
obstáculo às explicações científicas.
C - Os
caracteres exteriores devem, além disso, ser os mais objetivos dentre todos.
Sendo que o meio para chegar a tal seria apreender os fatos sociais pelo
aspecto em que se apresentam isolados de suas manifestações individuais.
Dentro deste
capítulo, existe ainda uma idéia básica que deve ser ressaltada. Me refiro a
parte do texto que Durkheim diz: “quando um sociólogo empreende a exploração de
uma ordem qualquer de fatos sociais, deve se esforçar pôr considerá-los naquele
aspecto em que se apresentam isolados de suas manifestações individuais.”
CAPÍTULO III
- Regras Relativas à Distinção
entre o Normal e o Patológico.
O autor analisa,
neste capítulo, a utilidade teórica e prática desta distinção (de normal e
patológico) e ressalta que é necessário que esta distinção seja cientificamente
possível para que a ciência possa desempenhar seu papel na orientação do
comportamento.
Em um primeiro
momento, Durkheim relata o exame dos critérios correntemente empregados, dentro
da análise da distinção entre o normal e o patológico. Neste ponto ele
considera, entre outras coisas, que a dor não é sinal distintivo de doença,
pois faz parte do estado de saúde: nem o declínio, pois é produzido muitas
vezes pôr fatos normais como a velhice, pôr exemplo, não resultando
necessariamente da doença; ainda mais, este critério é muitas vezes
inaplicável, principalmente em sociologia.
Em um segundo
momento, o autor elabora a idéia a cerca
da utilidade que existe em verificar os
resultados do método precedente buscando as causas da normalidade do fato, isto
é, de sua generalidade. Durkheim considera ainda a necessidade de se processar
esta verificação quando se trata de fatos que se ligam a sociedade que ainda
não terminaram sua história. Porque este segundo critério não pode ser
empregado senão a titulo complementar e em segundo lugar.
Em um terceiro
momento, o autor, vai se ocupar da aplicação destas regras a alguns casos,
principalmente à questão do crime, momento em que vai considerar a existência
da criminalidade como um fenômeno normal.
O autor cita ainda alguns erro que podemos cair ao não seguir as regras
que ele sugere, dizendo que, neste caso, a própria ciência se torna impossível.
·
Para que a
sociologia trate os fatos como coisas, é preciso que o sociólogo sinta a
necessidade de erigir tais fatos em mestres.
·
Para que a
sociologia seja verdadeiramente uma ciência das coisas, é preciso que a
generalidade dos fenômenos seja tomada como critério de sua normalidade.
·
O dever do homem
de estado não é mais empurrar violentamente as sociedades para um ideal que lhe
parece sedutor, mas seu papel é o do médico: pôr meio de uma boa higiene,
previne a eclosão das doenças, e, quando estas se declaram, procura saná-las.
CAPÍTULO IV - Regras Relativas à Constituição dos Tipos Sociais.
Neste capítulo, Durkheim
considera que a distinção entre o normal e o anormal implica a
constituição de espécies sociais. O autor trabalha a utilidade deste conceito
de espécie, intermediário entre a noção de genus homo e de sociedades
particulares.
·
As sociedades
não passam de combinações diferentes de um única e mesma sociedade original.
·
Existem espécies
sociais pela mesma razão pôr que existem
espécies em biologia.
·
O tipo específico
social não apresenta contornos tão definidos quanto os do tipo específico em
biologia.
CAPÍTULO V -
Regras Relativas à Explicação dos Fatos Sociais.
Este capítulo está dividido em quatro seções, sendo um dos mais extensos do livro. Entre
outras coisas, o autor irá se debruçar sobre a necessidade de buscar as causas
eficientes dos fatos sociais, a importância preponderante destas causa em
sociologia, demonstrada pela generalidade das práticas sociais, mesmo as mais
minuciosas, o caráter psicológico do método de explicação geralmente seguido.
Em resumo, Durkheim coloca neste capítulo que a maioria das tentativas
feitas para explicar racionalmente os fatos sociais pode-se objetar, ou que
desfazem toda idéia de disciplina social, ou que não conseguem mante-la senão
com o auxílio de falsos subterfúgios. E salienta que as regras que esta
externando permitem, ao contrário, construir uma sociologia que veria no
espírito de disciplina a condição essencial de toda vida em comum, fundando-a
ao mesmo tempo na razão e na verdade.
CAPÍTULO VI -
Regras Relativas à Administração da Prova ...
Neste capítulo, o autor afirma que
o método comparativo, ou experimentação
indireta, é o método de prova em sociologia. Nesta parte do texto,
Durkheim considera ainda a inutilidade do método chamado pôr Comte de histórico
e apresenta algumas respostas às objecoes de Stuart Mill.
·
Não se pode
explicar um fato social de alguma complexidade, senão sob a condição de
seguir-lhe o desenvolvimento integral através de todas as espécies sociais.
·
Para saber em
que sentido evolui um fenômeno social,
comparar-se-á de que modo se apresenta, durante a juventude de cada
espécie, com o em que se torna durante a juventude da espécie seguinte; segundo
apresente intensidade maior, menor ou igual ao passar de uma etapa para outra,
dir-se-á que progride, recua ou se mantém.
4 comentários:
Essa é uma publicação bem importante.
Eram os primeiros passos no curso de Ciências Sociais.
Re Visitando.
Grande quantidade de acesso nesta página.
A galera curti o recorta e cola.
Fazer o que?
A qualidade do nosso ensino superior é pior a cada dia que passa.
Vou comunicar a direção do IFCH sobre ...
Namastê!
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