terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Estudante Médio








Extraordinário I

Estudante Médio


“A palavra é muitíssimas vezes,
não, como dizia o outro,
a arte de esconder o pensamento,
mas a arte de abafar e suspender o pensamento,
 por forma que dele nada fique para se ocultar.
 A palavra é grande, não há dúvida,
mas não é o que há de maior.
 Conforme a inscrição suíça,
Sprechen ist Silbern, Schweigen ist Golden,
 a palavra é de prata e o silencio é de ouro,
 ou como melhor se diria,
a palavra é tempo,
 o silencio é a eternidade”.
Maurice Polydore Marie Bernard Maeterlinck
(Gante, 29 de agosto de 1862  Nice, 5 de maio de 1949



O Estudante Médio e as penalidades institucionais no “Curso de Letras”.
Eu quero assumir de público: sou um mero estudante médio. É verdade! Não dá para afirmar que brilho na matemática e que sou colecionador de “Dez” aqui e acolá. Tem toda a razão o avaliador que me emite um Cinco5. Eu sou um número cinco. Vocês sabem disso. E Maeterlinck? Eu ia esquecendo: bom é que dentro desta desta lógica é correto afirmar que ele “caiu na minha mão por acaso”. Apenas mais um livro, dentre os demais. Preferem assim? Assim será? Tempo, tempo, tempo.
A Universidade (F. do R. S.) precisa saber: as fogueiras da santa inquisição não ardem mais (pelo menos não na forma que outrora). Não há tribunal de exceção no Direito Moderno. Ninguém deve cumprir pena sem o processo transitado e julgado. A ampla defesa deverá ser garantida para todos os dominados do sistema, sejam eles brancos ou pretos, gordos ou magros, hetero ou homo (ssexuais), jubilados ou não jubulados, etc. Simples assim. Para concluir esse ponto: Eu sempre afirmo – A Escravidão não acabou. De fato, não acabou e vejo provas desta verdade todos os dias. Contudo, o que vi lá na quadra da Vila no domingo muito me anima. Estamos vivos, fortes e fazendo arte, batuque e carnaval. O peso da pena não é leve, mas o poder dos deuses não é tíbio. Venceremos. Com certeza.
Havia afirmado que, se necessário fosse, surgiriam textos extraordinários. Este é o extraordinário um. Pode vir o dois, o três, o quatro, o cinco, etc. Eu estudo instituições totais desde 1990. Não foi por acaso que fui lançado dentro de uma instituição total em 1990/1991, na condição de “Classe Dirigente” (Conceito de Goffman em Prisões, Manicômios e Conventos). Também não foi por acaso que a minha primeira monografia apresentada na Universidade era justamente sobre este tema. Nada é por acaso, vocês sabem que acredito piamente nisto. Eu pretendia continuar nesta linha de estudo, mas fui persuadido a mudar o foco. Bom e aí vieram outras oportunidades interessantes como o “Estudo Antropológico de Um Espaço Urbano Singular: Cais do Porto da Cidade de Porto Alegre (ou da Cidade que tem porto até no nome)” a Etnografia de Rua, Memória e Sociabilidade, Antropologia Visual e da Imagem, Pertencimento Etnico, etc. Mas tudo teve um começo e não dá para simplesmente repetir aquela frase célebre: “Eu não sabia de nada”. É cômodo, mas não é honesto pronunciá-la e se eximir das responsabilidades empenhadas. Micro-penalidades na obra de Foucault.
Maria assunta campilongo era o nome de uma socióloga muito interessante que foi minha professora na Universidade. Fazia a cadeira de Sociologia da Saúde e produzi um trabalho denominado “Cenas da Saúde em Porto Alegre”. Era um trabalho em grupo e envolvia produção textual baseado em uma esposição fotográfica em uma instituição total. A minha parte foi sobre o Instituto Psiquiátrico Forense Maurício Cardoso (IPF). Tenho os originais guardados até hoje. Isto muito me orgulha: produção científica de alto nível, oriunda de um estudante médio que cursa atualmente um “Curso de letras” (jurídicas e sociais). Pecúnia? Não! Letras. Eu quero agradecer a vossa atenção e desejar a todos uma boa noite.
Namaste.








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