domingo, 1 de dezembro de 2013

Helena





Helena
Predestinados
São conhecidos da maior parte dos homens
 e quase todas as Mães os tem visto. São talvez
Indispensáveis como todas as dores, e quem se não tem
Aproximado deles é menos delicado, menos triste e menos bom.
Maeterlinck

A finitude irremediável, o silêncio: falando do fechamento de mais um ciclo.
A noite que já inspirava segurança e resguardo, agora ainda mais. Acabo de receber uma ligação telefônica que informa sobre a finitude da existência de uma amiga. Helena Rosa, moradora da São Tomé, dedicada as artes, lutava contra os efeitos de um processo cancerígeno e não resistiu às seqüelas deste processo, partindo para o sempre no final desta tarde em um leito de hospital da capital. Deixo meu sincero pesar e a minha intenção de um translado tranqüilo para esta grande amiga.
E por falar em saudade, gostaria de dizer ao meus amigos e amigas que este é o último instrumento textual “ordinário” de dois mil e treze*. Continuo a trabalhar em diversas frentes, mas construção textual pública compartilhada na rede não mais. Vivi momentos muito importantes nesta semana e há muito que refletir e avaliar, em um movimento intenso de preparação para o próximo período. Eu sempre acreditei no que o olho não vê e necessito declarar: agora ainda mais. Sou um crente, em definitivo. Médium.
Eu estava na biblioteca central (super tecnológica) do “Curso de Letras” e aconteceu uma cena muito interessante. Na verdade, posso dizer que foi um chamado, atendido prontamente. Estava sentado, confortavelmente, realizando uma das “leituras obrigatórias”, afinal de contas lá é assim: não é suficiente que você saiba algo, você tem que “provar” que sabe. Portanto, prova.  Num repente, fui levado até a estante xis, estendi o braço e apanhei uma porção de Maurice Polydore Marie Bernard Maeterlinck. É o tipo de coisa que não tem explicação racionalmente expressa, afinal de contas são tantas estantes, tantas obras disponíveis que apanhar uma em específico sem causa anterior que determine só pode ter uma explicação: inspiração dos deuses. E há quem acredite e há quem não acredite no poder dos deuses (nos ensinamentos de pai e mãe divinos). Eu pertenço ao primeiro grupo e é justamente esta a razão de ser um instrumento da divina vontade, suprema e soberana. Eu acredito que nada acontece por acaso e estes “encontros” dos seres que se aproximam e vivem momentos de intimidade é pura magia. Não tem outra explicação razoável para interpretar isto tudo.
Somos apenas diferentes (assista o vídeo no you tube). Uns corporificados, outros descorporificados. Uns com mais primaveras na bagagem, outros com menos primaveras na bagagem. Uns com maior sensibilidade para o essencial, outros com menos sensibilidade para o essencial. Uns moradores do norte, outros moradores do sul. Enfim, somos apenas diferentes. Algo em comum? As ameaças rondam a todos nós e esta é a razão para apostar em bons acompanhamentos.   Estou agora mais tranqüilo e perseverante, pois na companhia de Maeterlinck me sinto super bem acompanhado. E como é bom sentir que não estamos sós. E como é bom perceber que somos herdeiros (eficazes) de literatos do quilate de Maeterlinck. E como é bom poder viver as letras, viver a literatura e a paz do bom texto. E como é bom chegar ao final de um ciclo com o prazer e a sensação do dever cumprido. O silêncio nunca foi tão falante quanto agora. Silenciar é mais que falar. Falas, falos, falácia. Fático.
Eu assisti a última versão cinematográfica de “O Tempo e o Vento”, obra homônima de Érico Veríssimo. Assisti e recomendo. Jayme Monjardim é um grande cineasta, não há mais dúvida sobre isto. Vale a pena assistir o filme e reler a obra. E sempre que vou no Cinema do Henck, faço questão de cumprimentá-lo no final da exibição. Após ao aperto de mão, declaro: obrigado pela oportunidade! Além desta obra, tem outra que assisti na capital e gostaria de destacar: “Liberdade”. Caso você tenha a oportunidade de acessar o documentário denominado “Liberdade”, aproveite até o final. É uma obra digna de nota e vale a pena passar por lá. Simplesmente lindo do início ao fim. Os bons filmes, além dos bons livros e das boas almas também se encaixam no que afirmei anteriormente em relação as boas companhias. Bem acompanhado, sempre.
Na conclusão deste, três registros derradeiros. Uno- Estou recebendo donativos e apoios em espécie para o Natal do Animal Comunitário da Região. Além do trabalho realizado aqui com os nossos animais (abrigados, assistidos e monitorados), pretendo, na medida do possível, estar repassando o apoio recebido para outros protetores necessitados da região. Tem muita gente carente, descente e honesta que defende esta causa e não faz mais exclusivamente por limitações físico-materiais. Toda a ajuda é bem vinda. Agradeço antecipadamente todas as manifestações de apoio e carinho que sei que chegarão até nós. Dos – Estou reavaliando a estrutura, conteúdo e proposta dos blogs que edito. Todas as críticas construtivas, sugestões e contribuições que você queira enviar para este que vos tecla será também bem vinda. Tres – Gostaria de desejar um bom final de ciclo para todos. Um Feliz Natal e Ano Novo Próspero e amplo em conquistas e realizações. Vá de vagar no trânsito, evite os excessos e creia naquilo que aprendeu a crer. Novas oportunidades virão para todos nós. Venceremos, acredite. Obrigado pela vossa atenção e acolhida. PAZ  
Namaste

*Prezados, obviamente que, se necessário for, pode vir a ser publicado algum texto em caráter extraordinário, neste ínterim.


Escrito em 30/11/2013
Por volta de 23 horas.









2 comentários:

Jacomini disse...

Eu criei uma peça literária especialmente para ela: "Mira a Várzea". Coloquei voz. Coloquei o meu coração embebecido de amor e emoção. Sabe o que ela disse a respeito: nada. E depois mais nada. E depois nada. Nada. Nada.
E prega o amor o tempo todo. E fala de amor, mais amor, amor.
Entre o discurso e a prática, kilometros de distancia.
Lamento.

Jacomini disse...

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