domingo, 22 de dezembro de 2013

Método e técnica de pesquisa







UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL
Disciplina: Método e técnica de pesquisa

Semestre 99/II















- Exercício  de  Aula  -














Aluno: JACQUES  JACOMINI

 

 








A Travessia da Avenida Mauá


A travessia da Av. Mauá (Vindo da Praça da Alfândega em direção ao Cais do Porto) é, sem nenhuma dúvida, “uma manobra bastante arriscada”. Neste local o trânsito de veículos é muito grande e a velocidade média dos automóveis, caminhões e coletivos também é alta em função da avenida ser extensa (uma grande reta),  larga (com 3 faixas de rolagem) e não existir nenhum dispositivo inibidor da velocidade no local (com exceção do semáforo). Existe uma faixa de segurança e uma semáforo quase em frente a entrada principal do Caís do Porto, o que, teoricamente, facilitaria a travessia dos pedestres, no entanto, nem sempre é bem assim.
Os motoristas costumam aproveitar ao máximo o tempo destinado para a sua travessia, transitando no momento em que o sinal fica no amarelo e até nos primeiros instantes em que o sinal aponta a cor vermelha, ou seja, os condutores de veículos automotores não respeitam o sinal que propõe a sua parada e permite a passagem para o pedestre.  Portanto, o fato de o sinal estar apontando a travessia para o pedestre (vermelho para os motoristas) não representa uma situação de travessia segura para este.
 Uma outra situação que representa bastante risco para o transeunte que decide atravessar a Avenida é aquela em que o sinal muda quando o pedestre encontra-se no meio ou quase no final da travessia da Avenida. Neste caso, a pessoa precisa correr ou pular a fim de que não sege apanhada por um veículo, pois observei que os motoristas decidem aproveitar ao máximo todos os segundos destinados a sua travessia, não abrindo mão assim dos primeiros instantes da exposição do sinal verde, mesmo que o pedestre ainda se encontre no meio da sua travessia.
Em resumo, atravessar uma avenida no centro da cidade, como a Avenida Mauá, não é uma tarefa muito fácil e nem muito tranqüila, pois exige do pedestre bastante atenção e perspicácia para perceber o momento exato que a travessia pode ser realizada sem nenhum risco para a sua segurança pessoal. Esta situação pode ser bem mais problemática para os idosos, crianças, gestantes e deficientes físicos por razoes óbvias.




O . B . S .:  Este texto acima exposto é parte de uma descrição maior que realizei e se refere aos aspectos que observei e experimentei nas primeiras atividades de campo no Cais do Porto. A pesquisa denominada “Estudo Antropológico de um Espaço Urbano Singular: Cais do Porto de Porto Alegre (ou da cidade que tem porto até no nome)” foi apresentada no X Salão de Iniciação Científica da UFRGS e pode ser resumida da seguinte forma:
O Cais do Porto de Porto Alegre já foi a principal porta de entrada para a cidade. Viveu momentos de intensa atividade comercial, fluvial e social. Atualmente o cenário, a dinâmica social e a organização espacial naquele local demonstram que o Cais vive um outro período da sua história. Várias transformações ali ocorreram e outras tantas virão a ocorrer, diante de algumas propostas de reestruturação e reorganização arquitetônicas, urbanísticas e comerciais do atual Cais do Porto de Porto Alegre. Neste estudo, abordamos o  Cais do Porto na perspectiva do estudo de memória e itinerários dos grupos urbanos em Porto Alegre,  através  do método etnográfico, incorporando as técnicas de observação direta e participante e pesquisa direta e não participante, complementadas com a realização de entrevistas e com a produção de imagens fotográficas e  iconográficas. O principal objetivo é a análise e a compreensão da dinâmica social e da organização físico-espacial deste espaço urbano, diante das suas inúmeras mudanças e reestruturações que ali ocorreram, bem como das que brevemente virão a ocorrer. Neste sentido, aponta-se para o fato de que o reordenamento e as remodelações propostos para o Cais do Porto da Cidade de  Porto Alegre são produtos de um processo de mudanças históricas, econômicas e sociais que extrapolam as fronteiras citadinas locais, estando inseridas no corpo de uma cosmovisão globalizada e globalizante (complexa e moderna) que vem determinando a organização e reorganização dos grandes espaços urbanos contemporâneos.
Atualmente o meu objetivo é realizar algumas reestruturações nesta proposta de pesquisa aqui citada, retomando avanços teóricos e metodológicos conquistados no último período de atividade acadêmica, a fim de desenvolver as atividades de investigação científica solicitada pelo PPGAS / IFCH / UFRGS.


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