quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Extraordinário II




Extraordinário II

Estudante Médio no Ensino Básico


“A palavra é grande, não há dúvida,
mas não é o que há de maior”.
Maeterlinck

O Estudante Médio e a primeira reunião dançante.
A pré-escola não aconteceu no meu currículo. Eu ingressei diretamente no ensino fundamental. Freqüentei escola pública desde sempre. A primeira lição de língua inglesa aconteceu na Escola Municipal Alberto Pasqualini, quando freqüentava a sétima série. Coleção de defasagens. Portanto, como não ser apenas médio? Foi nesse tom que conversei com a direção do PROPG. Estava de posse de um documento e utilizei para defender um tese: uma nota média (neste caso setenta e seis) pode representar um dez em determinadas situações. Eu explico: conclui o curso de pós-graduação em antropologia social (nível de mestrado) no PPGAS-ifch-ufrgs e não consegui cumprir o prazo regimental para a defesa pública da monografia. Contudo, havia a possibilidade de um “premio de consolação”. Se prestasse uma prova complementar de pró-eficiencia em lingua inglesa, ganharia a titulação de especialista em antropologia. Foi o que eu fiz: me preparei, fiz a prova e fui aprovado com nota acima da média.
Você tem noção sobre o que representa a primeira reunião dançante para um aluno especial de ensino fundamental. Eu estava no curso de letras e ouvi uma determinada música. De imediato viajei no tempo e no espaço. Fui para o final da década de setenta do século passado, para a esquina da Rua Lisboa com Medianeira (Santa Isabel/Viamão). Foi na Escola Estadual Walt Disney que vivi este momento mágico na carreira de estudante médio: a primeira reunião dançante. Foi muito bom. Eu vivi quatro anos nesta comunidade escolar e preciso contar um segredo: entrei apenas uma vez na biblioteca. Não é que eu não tivesse vontade, mas devido ao fato dela permanecer sempre fechada. Aí, num belo dia, aparece lá um fotógrafo retratista oferecendo os seus préstimos. A minha mãe solicitou uma foto, a diretora da escola mandou abrir a biblioteca e eu posei para a foto. O fato é que havia a necessidade de um cenário apropriado e, neste caso, a biblioteca foi uma boa opção. Quatro anos de estudo no ensino fundamental e entrei apenas uma vez na biblioteca para “tirar um retrato”. Estudante Médio.
Eu quero concluir este com um convite: assistam o filme “O Leitor”. Foi indicação de um amigo que repasso para vocês. É uma história de amor, mas tem tudo a ver, também com o tema aqui abordado (o trabalho com as letras). A obra cinematográfica contribuiu bastante com o trabalho no livro que estou concluindo denominado “O Grande Desafio”. Ali, eu desenvolvo um posicionamento crítico acerca da atual situação de relacionamento do homem moderno com a escrita formal (ou mundo das letras). O que acontecerá com a “sociedade da letras”? As tecnologias informatizadas de comunicação e o que estamos construindo nesta virtualização constante de tudo e de todos (inclusive das relações Humanas). São questões que levanto e tematizo na obra. Em breve, falarei mais sobre este trabalho.
Obrigado pela vossa atenção.
Namaste.





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