Helena
Predestinados
São conhecidos da maior parte dos homens
e quase
todas as Mães os tem visto. São talvez
Indispensáveis como todas as dores, e quem se
não tem
Aproximado deles é menos delicado, menos triste
e menos bom.
Maeterlinck
A finitude
irremediável, o silêncio: falando do fechamento de mais um ciclo.
A noite que já
inspirava segurança e resguardo, agora ainda mais. Acabo de receber uma ligação
telefônica que informa sobre a finitude da existência de uma amiga. Helena
Rosa, moradora da São Tomé, dedicada as artes, lutava contra os efeitos de um
processo cancerígeno e não resistiu às seqüelas deste processo, partindo para o
sempre no final desta tarde em um leito de hospital da capital. Deixo meu sincero
pesar e a minha intenção de um translado tranqüilo para esta grande amiga.
E por falar em
saudade, gostaria de dizer ao meus amigos e amigas que este é o último
instrumento textual “ordinário” de dois mil e treze*. Continuo a trabalhar em
diversas frentes, mas construção textual pública compartilhada na rede não
mais. Vivi momentos muito importantes nesta semana e há muito que refletir e
avaliar, em um movimento intenso de preparação para o próximo período. Eu
sempre acreditei no que o olho não vê e necessito declarar: agora ainda mais.
Sou um crente, em definitivo. Médium.
Eu estava na
biblioteca central (super tecnológica) do “Curso de Letras” e aconteceu uma
cena muito interessante. Na verdade, posso dizer que foi um chamado, atendido
prontamente. Estava sentado, confortavelmente, realizando uma das “leituras
obrigatórias”, afinal de contas lá é assim: não é suficiente que você saiba
algo, você tem que “provar” que sabe. Portanto, prova. Num repente, fui levado até a estante xis,
estendi o braço e apanhei uma porção de Maurice Polydore Marie Bernard
Maeterlinck. É o tipo de coisa que não tem explicação racionalmente expressa,
afinal de contas são tantas estantes, tantas obras disponíveis que apanhar uma
em específico sem causa anterior que determine só pode ter uma explicação:
inspiração dos deuses. E há quem acredite e há quem não acredite no poder dos
deuses (nos ensinamentos de pai e mãe divinos). Eu pertenço ao primeiro grupo e
é justamente esta a razão de ser um instrumento da divina vontade, suprema e
soberana. Eu acredito que nada acontece por acaso e estes “encontros” dos seres
que se aproximam e vivem momentos de intimidade é pura magia. Não tem outra
explicação razoável para interpretar isto tudo.
Somos apenas
diferentes (assista o vídeo no you tube). Uns corporificados, outros
descorporificados. Uns com mais primaveras na bagagem, outros com menos
primaveras na bagagem. Uns com maior sensibilidade para o essencial, outros com
menos sensibilidade para o essencial. Uns moradores do norte, outros moradores
do sul. Enfim, somos apenas diferentes. Algo em comum? As
ameaças rondam a todos nós e esta é a razão para apostar em bons
acompanhamentos. Estou agora mais
tranqüilo e perseverante, pois na companhia de Maeterlinck me sinto super bem
acompanhado. E como é bom sentir que não estamos sós. E como é bom perceber que
somos herdeiros (eficazes) de literatos do quilate de Maeterlinck. E como é bom
poder viver as letras, viver a literatura e a paz do bom texto. E como é bom
chegar ao final de um ciclo com o prazer e a sensação do dever cumprido. O
silêncio nunca foi tão falante quanto agora. Silenciar é mais que falar. Falas,
falos, falácia. Fático.
Eu assisti a
última versão cinematográfica de “O Tempo e o Vento”, obra homônima de Érico
Veríssimo. Assisti e recomendo. Jayme Monjardim é um grande cineasta, não há
mais dúvida sobre isto. Vale a pena assistir o filme e reler a obra. E sempre
que vou no Cinema do Henck, faço questão de cumprimentá-lo no final da exibição.
Após ao aperto de mão, declaro: obrigado pela oportunidade! Além desta obra,
tem outra que assisti na capital e gostaria de destacar: “Liberdade”. Caso você
tenha a oportunidade de acessar o documentário denominado “Liberdade”,
aproveite até o final. É uma obra digna de nota e vale a pena passar por lá.
Simplesmente lindo do início ao fim. Os bons filmes, além dos bons livros e das
boas almas também se encaixam no que afirmei anteriormente em relação as boas
companhias. Bem acompanhado, sempre.
Na conclusão
deste, três registros derradeiros. Uno- Estou recebendo donativos e apoios em
espécie para o Natal do Animal Comunitário da Região. Além do trabalho
realizado aqui com os nossos animais (abrigados, assistidos e monitorados),
pretendo, na medida do possível, estar repassando o apoio recebido para outros
protetores necessitados da região. Tem muita gente carente, descente e honesta
que defende esta causa e não faz mais exclusivamente por limitações
físico-materiais. Toda a ajuda é bem vinda. Agradeço antecipadamente todas as
manifestações de apoio e carinho que sei que chegarão até nós. Dos – Estou
reavaliando a estrutura, conteúdo e proposta dos blogs que edito. Todas as
críticas construtivas, sugestões e contribuições que você queira enviar para
este que vos tecla será também bem vinda. Tres – Gostaria de desejar um bom
final de ciclo para todos. Um Feliz Natal e Ano Novo Próspero e amplo em
conquistas e realizações. Vá de vagar no trânsito, evite os excessos e creia
naquilo que aprendeu a crer. Novas oportunidades virão para todos nós.
Venceremos, acredite. Obrigado pela vossa atenção e acolhida. PAZ
Namaste
*Prezados, obviamente
que, se necessário for, pode vir a ser publicado algum texto em caráter
extraordinário, neste ínterim.
Escrito em 30/11/2013
Por volta de 23 horas.
2 comentários:
Eu criei uma peça literária especialmente para ela: "Mira a Várzea". Coloquei voz. Coloquei o meu coração embebecido de amor e emoção. Sabe o que ela disse a respeito: nada. E depois mais nada. E depois nada. Nada. Nada.
E prega o amor o tempo todo. E fala de amor, mais amor, amor.
Entre o discurso e a prática, kilometros de distancia.
Lamento.
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