- “Redescobrindo” a Santa Isabel : Um Estudo
Antropológico sobre a Região da Grande Santa Isabel (4º Distrito do
Município de Viamão) -
INTRODUÇÃO
Esta monografia propõe estudar a Região da Grande Santa Isabel,
a partir das noções de regionalização, identidade cultural e dinâmica de
organização espacial. Percebendo esta região com características potencialmente
diferenciadas daquelas observadas no Município em que se situa, proponho
realizar uma análise etnográfica e historiográfica que subsidiem esta hipótese
inicial de trabalho: a diferença cultural entre a sede do município e a região
da Santa Isabel. Segundo uma perspectiva relacional e dialética, proponho
também investigar o processo de
construção social da memória desta população, bem como os aspectos do
imaginário que são apropriados por viamonenses e isabelenses que na sua tensão
diária e recíproca estabelecem pontos de aproximação e afastamento.
Historicamente tem se observado tensões de interação social,
administrativa e política entre a sede do Município de Viamão e a Região[1] da Santa Isabel. Fatos
históricos do século passado remontam um processo distinto de ocupação destas
duas localidades.
Segundo alguns historiadores
como Clóvis Silveira de Oliveira, o surgimento da “Freguesia de Viamão” está
ligada às viagens que João de Magalhães faz por volta de 1714 por orientação do
então Governador do Rio de Janeiro D. Francisco de Távora que pretendia “fazer
vistorias nos lados do sul”[2]. O povoamento do extremo sul do Brasil
acontece, segundo o historiador Walter Spalding, com a chegada de Dona Ana da
Guerra, irmã do Capitão-mor Francisco de Brito Peixoto, fundador de Laguna e um
dos grandes tropeiros da época, mais seu genro, João de Magalhães, que
estabeleceram-se nos “Campos de Viamão” [3]. Ali, em terras de Dona
Ana, foi erguida uma capelinha em louvor de Nossa Senhora da Conceição e
Santana e, ao seu redor, logo se formaria uma pequena localidade que ficou
conhecida por Lombas de Santana[4].
Em meados de 1740, fato
semelhante provocaria o surgimento de um outro povoado. Francisco Carvalho da
Cunha doaria uma légua de terra para a construção de uma outra capela, a de
Nossa Senhora da Conceição do Viamão, que logo se transformaria em uma igreja.
Em volta desta igreja fundou-se um grande
povoado, povoado de Viamão, que já em 1747 era elevado à categoria de
freguesia.
O povoado de Viamão estava distante do mar (cerca de 120 Km) e
sem possibilidade de erguer qualquer tipo de porto na sua costa, só possuía comunicação com o restante do
Brasil por terra. Porém, em determinado momento, descobriram, a mais ou menos
60 Km de distancia da sede do povoado, uma grande lagoa denominada de “Guaybe”
pelos indígenas. Este fato levou os habitantes de Viamão a criarem um porto
naquele local, o Porto de Viamão. Este mesmo porto passaria a ser denominado
Porto do D’Ornelas ou Porto do Dorneles, quando da radicação de Jerônimo de
Ornelas (mais seus agregados e parentes) naquele mesmo local e de Porto do
Dionísio, quando utilizado como escoadouro da estância de Dionísio Rodrigues
Mendes (Fundador da Capela de Nossa Senhora de Belém, hoje Belém Velho). A
chegada dos casais açorianos, em 1752, marca o início da colonização do então Porto de Viamão (nome
dado a um ancoradouro nos fundos da Sesmaria de Jerônimo de Ornellas, onde está
agora a Praça da Alfândega). Instalados em casas de palha no local onde
encontramos hoje a atual Praça da Alfândega, os casais vindos das Ilhas dos
Açores inauguravam o que viria a ser “um arraial bastante fértil”. [5]
A ocupação efetiva do primeiro trecho do eixo “Porto de Viamão”
– “Freguesia de Viamão” (Rio Guaiba até a atual divisa dos Municípios de Viamão
e Porto Alegre) acontece no momento em que Jerônimo de Ornelas se estabelece no
Porto de Viamão e escolhe o Morro Santana para construir a sede da sua sesmaria
(Segundo Oliveira nas imediações da atual Escola de Agronomia da UFRGS). Nas
medidas atuais, essa sesmaria teria uma área de aproximadamente 14.000 hectares,
abrangendo assim a atual área da Santa Isabel [6].
A SANTA ISABEL
HOJE
A Santa Isabel é uma das regiões da Cidade de Viamão que mais
tem se destacado pelo seu potencial econômico, social, político e humano. A
proposta da atual Administração Pública Municipal denominada de Orçamento
Participativo possibilitou que os moradores do 4º Distrito chegassem
a uma conclusão que já estava construída geograficamente: a Santa Isabel é o
centro de uma região composta por mais de 20 vilas.
Durante o processo de escolha dos representantes (Delegados) das
comunidades junto ao O . P . e das discussões sobre as suas prioridades,
reuniram-se mais de 200 pessoas no Salão Paroquial da Igreja da Santa Isabel,
local definido para a realização destas assembléias. Foi a partir deste momento
que os cidadãos desta região, encontrando os seus pares, perceberam (talvez
pela primeira vez) que ali se encontravam pessoas das seguintes localidades:
Campos da Colina, Condomínio Horizontal da Lomba do Sabão, Diamantina, Irma,
Jardim Lacy, Jardim Universitário, Lanza, Luciana, Medianeira, Monte Alegre,
Monte Castelo, Morro Santana, Nossa Senhora Aparecida, Passo do Sabão, Represa,
Santa Miguelina, Sítio Lomba do Sabão, USBEE e União. Desta forma a Comunidade
da Grande Santa Isabel, como alguns denominam a região, ganha a visibilidade do
seu todo, da sua força de barganha política, do seu poder de organização
popular, enfim adquire uma nova fisionomia social, econômica e política.
Considerada como zona estratégica para as atividades políticas
da maioria dos partidos políticos de Viamão, sondada por redes de lojas
comerciais de diversos tipos que começam ali a se instalar, olhada e pesquisada
pelos técnicos que investigam o crescimento da região metropolitana de Porto
Alegre, almejada por moradores de classe média de Porto Alegre que buscam um
local de residência alternativa ao que a capital dos gaúchos oferece, querida e
amada pelos seus admiradores mais entusiastas, assim a Santa Isabel demonstra
suas especificidades urbanas. Mas o que existe de fato na Santa Isabel ou quais
os elementos que a diferenciam sobremaneira das demais localidades de Viamão
??
Mais do que vila ? Um pouco menos que cidade ? O que é de fato a Santa Isabel
???
A resposta final e acabada para esta pergunta está longe de ser
construída, no entanto, já temos alguns elementos, fruto de investigações
científicas que temos realizado na cidade, que contribuem para esta reflexão
sobre o processo de construção urbana aqui referido.
ALGUNS
PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
Para a noção de Cidade
Definir o que é uma
cidade, de fato, não é uma atividade fácil, diante das inúmeras concepções e
noções do que realmente venha a ser uma cidade em toda a extensão do termo. O
urbanista e pesquisador FERNANDO GOITIA em uma BREVE HISTÓRIA DO URBANISMO
afirma que “o estudo da cidade é um tema tão sugestivo como amplo e difuso;
impossível de abordar para um homem só, se levarmos em conta a quantidade de
saberes que haverá de acumular.” Seguindo a sua sugestão de que “não devemos
perder de vista, ao estudar as cidades, as valiosas fontes que a literatura nos
oferece”, trazemos alguns conceitos de cidade construídos por alguns pensadores
que nos antecederam sobre este tipo de estudo.
ARISTÓTELES trabalha com um conceito político de cidade, no
momento em que sugere uma noção de diferenciação entre dois tipos de cidadãos
que compõe as cidades. Neste sentido ele disse que “uma cidade é um certo
número de cidadãos, de modo que devemos considerar a quem devemos chamar
cidadãos e quem de fato é um cidadão (...) Chamamos, pois, cidadãos de uma
cidade aos que tem a faculdade de intervir nas funções deliberativas e
judiciais da mesma e cidadão em geral, ao contrário são aqueles cidadãos que
tem a cidade apenas para a realização da sua vida.” Excluindo a discussão
política colocada na definição de Aristóteles que traz a noção de cidade-estado
da Grécia (o Estado é a Cidade e a Cidade é o Estado) entendemos que, para ele,
uma vez reunidos um determinado número de cidadãos, teríamos uma cidade.
AFONSO, outro pensador das cidades, referindo-se às cidades medievais que não se
concebe sem a proteção de muros ao seu entorno como defesa das ameaças
exteriores, define a cidade como “todo aquele lugar que é fechado com muros,
com arrabaldes e edifícios que se tem com eles”.
CANTILLON, pensador e estudioso do século XVIII, imagina assim a
origem de uma cidade: “Se um príncipe ou um senhor fixa a sua residência em um
lugar que o agrada e se outros senhores o acompanham e ali se estabelecem para
um convívio mútuo e social, este lugar se converterá em uma cidade.” Neste
conceito temos a concepção de uma cidade Barroca, de caráter senhorial e
eminentemente consumidora, onde reina o luxo que foi a origem das grandes
cidades do Ocidente antes do advento da era industrial.
Para os que preferem uma
distinção entre cidade e natureza, considerando a cidade como uma criação
abstrata e artificial do homem, destacamos a concepção de ORTEGA e GASSET: “A
Cidade é um ensaio da sucessão que o homem faz para viver fora e frente ao
cosmos, tomando dele porções seletas e previamente escolhidas.”
A opção que fiz, enquanto pesquisador em ciências sociais, foi
pela análise qualitativa do social, através da proposta e das ferramentas que a
antropologia social oferece para a análise da dinâmica social urbana. Portanto,
mais do que me debruçar sobre uma grande quantidade de dados estatísticos,
tabelas quantitativas e números exatos, proponho perceber a cidade através do
que consigo extrair da sua essência qualitativa, ou seja, a sua cultura, o seu
imaginário, os sentimentos que a permeiam, enfim a sua alma. Digo isto para
introduzir uma outra concepção de cidade, difundida por SPENGLER para quem a
alma (ou o espírito, como preferir) sustenta a dialética da cidade clássica.
Segundo SPENGLER “o que distingue a cidade de uma aldeia (ou
vila) não é a sua extensão, não é o seu tamanho, se não a presença de uma alma
citadina (...) O Verdadeiro milagre é quando nasce a alma de uma cidade.
Subitamente sobre a espiritualidade geral da cultura, destaca-se a alma da
cidade como uma alma coletiva de uma nova espécie, cujos últimos fundamentos
permanecem para os outros em eterno mistério. E uma vez desperta, se forma um
corpo visível. A coleção de casas da aldeias (ou vila), cada uma das quais com
sua própria história, se converte em um único conjunto. E este conjunto vive,
respira, cresce, adquire um rosto familiar e uma forma e uma história internas.
A partir deste momento, apesar das casas em separado, do tempo, da catedral e
do palácio (do governo), constitui a imagem urbana em sua unidade o objeto de
um idioma de formas e de uma história específica que acompanha em seu curso
todo o ciclo vital de uma cultura ”
Para a Dinâmica da Organização Espacial
As duas grandes categorias de análise
científica em ciências sociais são, inevitavelmente, tempo e espaço, conforme a
afirmação de vários autores que trabalhamos. Elas podem estar tão intimamente
relacionadas que, algumas vezes, é quase impossível desconsiderar uma em
detrimento de outra. Neste sentido, nos ensina Bachelard: “É pelo espaço, é no
espaço que encontramos os belos fósseis de duração concretizados por longas
permanências.” (Bachelard, 1993)
Em função disso, além das representações
que remontam o tempo vivido e o tempo lembrado, presentes nesta monografia,
considero a questão espacial como um outro eixo inevitável de apreensão e
análise.
Para esta “caminhada” e essa
“descoberta” sobre a dinâmica espacial que estamos investigando, escolhemos
três autores em especial. A incursão pela espacialidade de alguns perímetros
urbanos nos faz dialogar com Schulz, para quem “el interés del hombre pur el
espacio tiene raíces existenciales: deriva de una necessidad de adquirir
relaciones vitales en el ambiente que le rodea para aportar sentido y ordem a
um mundo de acontecimentos y acciones” (Norberg-Schulz, 1975). O segundo autor,
como já sinalizamos anteriormente, é Bachelard que contribui sobremaneira para
algumas interpretações que somente são possíveis dentro do campo da
Fenomenologia da Imaginação (ou arqueologia do imaginário). Neste sentido, ele
nos incita à algumas ponderações do tipo: “o espaço convida à ação, e antes da
ação a imaginação trabalha” (Bachelard, 1993). O terceiro autor contribui para
uma análise mais específica do fenômeno que estou tentando interpretar como um
tipo de “Regionalismo” no sentido de que “O Regionalismo aponta para as
diferenças que existem entre regiões e utiliza estas diferenças na construção
de identidades próprias” (OLIVEN, 1992).
O esforço de trabalhar com estes autores
e seus pressupostos vai no sentido de tentar perceber as características e
especificidades do campo trabalhado, bem como dos atores sociais e da dinâmica
social colocada neste campo, a partir de
um “olhar vibrátil” (Rolnik, 1997) sobre o espaço e as relações de espacialidade
que envolvem, delimitam e, porque não dizer, definem este universo simbólico e
cultural trabalhados.
Para a questão de Identidade Cultural
Os pressupostos básicos para a discussão
da temática da identidade são oriundos de Renato Ortiz que afirma: “A rigor,
faz pouco sentido buscar a existência de ‘uma’ identidade; seria mais correto
pensá-la na sua interação com outras identidades, construídas segundo outros
pontos de vista.” (ORTIZ, 1994). As noções tomadas por Ortiz de Lévi-Strauss
também são de suma importância para este estudo, por exemplo: “A identidade é
uma espécie de lugar virtual, o qual nos é indispensável para nos referirmos e
explicarmos um certo número de coisas, mas que não possui na verdade, uma
existência real.” (ORTIZ, 1994)
Para as questões de Método de Pesquisa
A
pesquisa qualitativa e, em especial, o método etnográfico e etnológico,
nos estudos de ciências sociais voltados a pesquisa de sociedades complexas do
tipo urbano-contemporaneo-capitalista é aqui o centro da nossa construção
científica. No meu entendimento, é através deste tipo de trabalho que podemos
desenvolver a “ação” e a “imaginação” de que Bachelard nos falou em seus
escritos.
Para a metodologia do trabalho de campo, utilizaremos as
principais técnicas do método etnográfico, como a observação participante,
realização de entrevistas com o uso de gravador, análise de contexto do campo
pesquisado e análise de conteúdo de documentos históricos, reportagens de
jornais e revistas.
Etnografar o campo estudado, representa
para nós, destacar os principais atores sociais, suas características
principais, enfim nos mover no sentido de realizar uma tarefa que se assemelha
com o esforço de “tentar ler um manuscrito estranho, desbotado, cheio de
elipses, incoerências, emendas suspeitas e comentários tendenciosos, escrito
não com os sinais convencionais do som, mas com exemplos transitórios de
comportamento modelado.” (Geertz, 1978)
CONCLUSÃO
Um aspecto que me parece interessante chamar para este momento
do nosso texto é do desafio que sempre está colocado para nós, quando tentamos
“estranhar o familiar”, através de uma pesquisa voltado para um espaço social
que é o nosso próprio, ou seja, o espaço urbano contemporâneo. Aceitando o
convite de Gilberto Velho: “(...) Não há como fugir, nem retardar mais o
processo de assumir o estudo antropológico da nossa sociedade e cultura como
tarefa fundamental.” (Velho, 1980), nos embrenhamos nesta atividade que muito
nos satisfaz intelectualmente.
SPENGLER fala de um processo que culmina com “o nascimento da
alma da cidade” na configuração de uma localidade na sua trajetória até à
conquista do estatuto de cidade. Portanto, segundo este pensador, existe um
momento muito especial e significativo que é “um verdadeiro milagre” e que
define o surgimento da Cidade como tal, a partir do nascimento da sua alma.
Tomando esta concepção de SPENGLER, passamos a analisar o caso
da Santa Isabel, no sentido de perceber qual teria sido este momento em que de
fato nasce (ou não) a alma da cidade, ou
seja, a partir de que momento de sua história a dinâmica social e urbana local
dá a luz à esta “nova cidade”. Vivendo a quase três décadas nesta região e,
portanto, tendo acompanhado os principais acontecimentos que marcaram a
estruturação da Santa Isabel, partimos para a análise do fato ou dos fatos que
teriam definido a sua concepção enquanto cidade. A resposta seria: A conjugação
de dois processos sócio-urbanístico
iniciados no intervalo de 1994 / 1996. O Reordenamento e revitalização
urbana que a “cidade” recebeu a partir do final do ano de 1994 com a construção
da Avenida do Trabalhador, associado ao processo de resgate da cidadania
através do “Orçamento Participativo” implementado a partir de 1996, redefine e
revitaliza a essência da organização
urbana local, transformando estruturalmente a
Santa Isabel e inserindo-a em uma nova realidade e uma nova fase do seu
desenvolvimento político, econômico e social.
BIBLIOGRAFIA
BACHELARD, Gaston. A Poética do Espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Zahar Ed. , 1978.
MACEDO, Francisco Riopardense de. Porto Alegre: origem e crescimento.
Porto Alegre: Ed. Sulina, 1968.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. O Espetáculo de Rua. Porto Alegre: Ed.
da UFRGS, 1992.
OLIVEN, Ruben George. “Nação e Tradição
na Virada do Milênio.” In. A Parte e o
Todo: a diversidade cultural no Brasil-Nação. Porto Alegre, Vozes, 1992,
p.13
ORTIZ, Renato. “Modernidade-Mundo e
identidades.” In: Um Outro Território.
Ensaios sobre a Mundialização. São Paulo. Olho D’Água, s/d. p. 67-89
ROLNIK, Suely. Uma Insólita Viagem à Subjetividade. São Paulo: Ed. Papirus, 1997.
In LINS, Daniel. Cultura e Subjetividade.
VELHO, Gilberto. O Desafio da Cidade. Novas Perspectivas da Antropologia Brasileira.
Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1980.
NORBERG-SCHULZ, Christian. Nuevos Caminhos De La Arquitectura -
Existencia, Espacio y Arquitectura. Barcelona: Ed. Blume, 1975.
[1]
Adoto o termo região, reproduzindo uma tendência de alguns informantes, na sua
maioria moradores da Vila Santa Isabel, que utilizam este termo para denominarem o lugar que percebem como um
local que representa algo que é um pouco mais do que uma vila e um pouco menos
que uma cidade. Representantes do Poder Público Municipal, especialmente os
ligados ao “Orçamento Participativo”, adotaram esta terminologia (Região da
Santa Isabel), de alguma forma legitimando-a, pois utilizam um mapeamento da
Cidade de Viamão onde a Santa Isabel figura como núcleo urbano de cerca de 18
vilas que a circundam. Portanto, durante o processo de discussão e deliberação
sobre os recursos públicos municipais, a comunidade da Região da Santa Isabel
(Reunião da Santa Isabel mais as 18 vilas do seu entorno) se reúne no Salão
Paroquial da Igreja da Santa Isabel para discutir e deliberar sobre as suas
prioridades.
[2] Grifo do
historiador citado.
[3] Campos
de Viamão: nome genérico utilizado na época para referir toda a área que
conhecemos hoje no entorno da Cidade de Viamão (Palmares do Sul, Águas Claras,
Tavares, Itapuã e alguns municípios da Grande Porto Alegre como Alvorada,
Gravatai, Cachoeirinha, ...)
[4]
Onde atualmente se encontra o Distrito de Águas Claras / Município de Viamão.
[5]
Expressão usada na primeira referencia registrada em documento sobre a povoação
que se formava no então Porto de Viamão, a qual se desenvolvia rapidamente para
os padrões da época.
[6]
Investigações arqueológicas do Museu Joaquim José Felizardo em parceria com o
Núcleo de História da UFRGS, apontam para a confirmação desta hipótese.
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