quarta-feira, 29 de junho de 2016

Mulato




Vamos avançar mais um pouco!

Sabe o que mais incomoda?
Doutor que tem preguiça de ler.
Vê se pode? Ganham pomposos salários para realizar esta atividade e avaliam os alunos com uma espécie de "leitura dinâmica" dos trabalhos propostos.
Chego a pensar que isso é uma espécie de "corrupção". Oneram o erário público, pesam na folha de pagamento da União e na hora de trabalhar PARALISAÇÃO.





1.1  CONTEXTO INICIAL DA REALIZAÇÃO DESTE TRABALHO MONOGRÁFICO – Pormenores

Ingressei no Curso de Bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais. Como não tive a oportunidade de fazê-lo na universidade pública e gratuita, busquei um novo caminho de trabalho, através de requerimento para ingresso de diplomado na Pontifícia Universidade Católica (PUC/RS).
O aluno de graduação está começando uma caminhada na formação profissional requerida. São muitas novidades, novos contextos de trabalho, terminologia nova, denominações novas, enfim um novo universo a descobrir. Portanto, além das leituras, busquei o auxílio de recurso multimídia como base auxiliar no processo de ensino e aprendizagem. Foi neste ínterim que tive o contato com o autor que viria a despertar em definitivo a chave que faltava no contexto do processo de construção da minha identidade étnica.
Miguel Reale é uma figura muito conhecida no meio acadêmico-jurídico. Sobre isto ninguém há de ter alguma dúvida. O que eu não podia supor é que, buscando conhecer mais sobre a área do direito, através da obra de Reale, encontraria a mim mesmo. Encontraria o elo que faltava para me ligar em definitivo com as minhas raízes afro-descentes.  
Freqüentei por seis anos o curso de graduação em ciências sociais (1992-1998). Freqüentei por quase três anos o curso de pós-graduação em antropologia social no IFCH/ UFRGS (1999-2001). Fui orientado por diversos profissionais especializados, mas não tive esta oportunidade de conhecer esta denominação antropológica colorida: Mulato Cor de Rosa. Ou seja, no final de todo este processo de formação profissional, conquistei a titulação acadêmica de antropólogo. Contudo o processo de encontrar a mim mesmo viria a posteriori.
A peça documental que desencadeou o processo definitivo de acionamento legítimo deste sentimento de pertença étnica foi acessada na rede mundial de computadores. O vídeo está disponível na internet, lista do Programa da TV Brasil chamado Roda Viva. Trata-se de uma das ultimas aparições do Professor e renomado Jurista Miguel Reale na mídia brasileira antes do seu falecimento. Em determinado momento da entrevista, o professor Miguel Reale foi questionado sobre a atual situação do advogado na sociedade brasileira. De pronto e em tom característico, ele responde para o jornalista: para lhe dar esta resposta, tenho que voltar lá atrás. Sugiro que você leia o capítulo 11 de Sobrados e Mucambos – A Ascenção do Mulato e do Bacharel. Miguel Reale foi contemporâneo de Gilberto Freyre. Estavam lado a lado no então Conselho Federal de Educação e Cultura. Reale recebe diversas críticas até hoje pela sua relação com os governos não democráticos e autoritários de Getúlio Vargas. Nesta entrevista não foi diferente, mas como todo bom advogado, faz uma defesa clara e bem estruturada, declarando que não tinha afinidade ideológica com estes gestores públicos de antanho. Apenas ocupou espaços de poder que lhe cabiam naquele momento histórico, defendo a educação e a cultura nacional.
Li e reli a obra referida por Miguel Reale. Além disso, iniciei um trabalho de transcrição manual e literal da obra. Optei pela transcrição manuscrita (base física papel) que agora trago para o interior desta monografia (Documento Digital). Assim procedo, pois acredito que NÃO se trata de um simples trabalho bibliográfico. Estou estabelecendo uma relação íntima com o autor da obra e com o fulcro dos seus pressupostos teóricos. Gostaria de antecipar também que considero estes autores (Reale pai e Reale filho, além de Gilberto Freyre) de suma importância para o trabalho científico e literário que realizo.

Um parêntese necessário é a minha relação com a obra denominada “Mal Estar na Cultura – visões caleidoscópicas da vida contemporânea”. Depois de realizado este movimento até aqui descrito, freqüentando os projetos da pró-reitoria de extensão da UFRGS, através do Departamento de Difusão Cultural (DDC-PROREXT-UFRGS), me deparo com Miguel Reale Junior como autor de um artigo na referidda obra organizada por Enéias Tavares, Kathrin Rosenfield e Sinara Robin. Ou seja, trata-se de uma caminhada de investigação, estudo e análise que extrapolam as barreiras acadêmicas tradicionais e dialogam diretamente com o campo da arte e da filosofia no descobrimento de novas formas de construção do conhecimento científico. 

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