Vamos avançar mais um pouco!
Sabe o que mais incomoda?
Doutor que tem preguiça de ler.
Vê se pode? Ganham pomposos salários para realizar esta atividade e avaliam os alunos com uma espécie de "leitura dinâmica" dos trabalhos propostos.
Chego a pensar que isso é uma espécie de "corrupção". Oneram o erário público, pesam na folha de pagamento da União e na hora de trabalhar PARALISAÇÃO.
1.1 CONTEXTO INICIAL DA
REALIZAÇÃO DESTE TRABALHO MONOGRÁFICO – Pormenores
Ingressei no Curso de Bacharelado em Ciências
Jurídicas e Sociais. Como não tive a oportunidade de fazê-lo na universidade
pública e gratuita, busquei um novo caminho de trabalho, através de
requerimento para ingresso de diplomado na Pontifícia Universidade Católica
(PUC/RS).
O aluno de graduação está começando uma
caminhada na formação profissional requerida. São muitas novidades, novos
contextos de trabalho, terminologia nova, denominações novas, enfim um novo
universo a descobrir. Portanto, além das leituras, busquei o auxílio de recurso
multimídia como base auxiliar no processo de ensino e aprendizagem. Foi neste
ínterim que tive o contato com o autor que viria a despertar em definitivo a
chave que faltava no contexto do processo de construção da minha identidade
étnica.
Miguel Reale é uma figura muito conhecida no
meio acadêmico-jurídico. Sobre isto ninguém há de ter alguma dúvida. O que eu
não podia supor é que, buscando conhecer mais sobre a área do direito, através
da obra de Reale, encontraria a mim mesmo. Encontraria o elo que faltava para
me ligar em definitivo com as minhas raízes afro-descentes.
Freqüentei por seis anos o curso de graduação
em ciências sociais (1992-1998). Freqüentei por quase três anos o curso de
pós-graduação em antropologia social no IFCH/ UFRGS (1999-2001). Fui orientado
por diversos profissionais especializados, mas não tive esta oportunidade de
conhecer esta denominação antropológica colorida: Mulato Cor de Rosa. Ou seja,
no final de todo este processo de formação profissional, conquistei a titulação
acadêmica de antropólogo. Contudo o processo de encontrar a mim mesmo viria a posteriori.
A peça documental que desencadeou o processo
definitivo de acionamento legítimo deste sentimento de pertença étnica foi
acessada na rede mundial de computadores. O vídeo está disponível na internet,
lista do Programa da TV Brasil chamado Roda Viva. Trata-se de uma das ultimas
aparições do Professor e renomado Jurista Miguel Reale na mídia brasileira
antes do seu falecimento. Em determinado momento da entrevista, o professor
Miguel Reale foi questionado sobre a atual situação do advogado na sociedade
brasileira. De pronto e em tom característico, ele responde para o jornalista: para
lhe dar esta resposta, tenho que voltar lá atrás. Sugiro que você leia o capítulo
11 de Sobrados e Mucambos – A Ascenção do Mulato e do Bacharel. Miguel Reale
foi contemporâneo de Gilberto Freyre. Estavam lado a lado no então Conselho
Federal de Educação e Cultura. Reale recebe diversas críticas até hoje pela sua
relação com os governos não democráticos e autoritários de Getúlio Vargas.
Nesta entrevista não foi diferente, mas como todo bom advogado, faz uma defesa
clara e bem estruturada, declarando que não tinha afinidade ideológica com
estes gestores públicos de antanho. Apenas ocupou espaços de poder que lhe
cabiam naquele momento histórico, defendo a educação e a cultura nacional.
Li e reli a obra referida por Miguel Reale.
Além disso, iniciei um trabalho de transcrição manual e literal da obra. Optei
pela transcrição manuscrita (base física papel) que agora trago para o interior
desta monografia (Documento Digital). Assim procedo, pois acredito que NÃO se
trata de um simples trabalho bibliográfico. Estou estabelecendo uma relação
íntima com o autor da obra e com o fulcro dos seus pressupostos teóricos. Gostaria
de antecipar também que considero estes autores (Reale pai e Reale filho, além
de Gilberto Freyre) de suma importância para o trabalho científico e literário
que realizo.
Um parêntese necessário é a minha relação com
a obra denominada “Mal Estar na Cultura – visões caleidoscópicas da vida
contemporânea”. Depois de realizado este movimento até aqui descrito,
freqüentando os projetos da pró-reitoria de extensão da UFRGS, através do
Departamento de Difusão Cultural (DDC-PROREXT-UFRGS), me deparo com Miguel
Reale Junior como autor de um artigo na referidda obra organizada por Enéias
Tavares, Kathrin Rosenfield e Sinara Robin. Ou seja, trata-se de uma caminhada
de investigação, estudo e análise que extrapolam as barreiras acadêmicas
tradicionais e dialogam diretamente com o campo da arte e da filosofia no
descobrimento de novas formas de construção do conhecimento científico.
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