Bom dia!
Sejam todos bem vindos ao nosso blog.
Relembrando para os que chegaram agora.
Estou apresentando em primeira mão
(internet) um invento de minha autoria: auto-etnografia.
Leia as publicações anteriores para
entender todo o contexto grafado.
Antes de avançar para o capítulo três que
é bastante extenso, oportunizo a leitura do título e da introdução (agora em
fonte meiga e artística).
A estrutura do blog não roda bem
publicações de textos muito longos. Já experimentei fazê-lo e não fui feliz.
Portanto, apresentarei o capitulo três dividido em três momentos publicativos.
Acompanhe!
໒Mulato
Cor de Rosa?
O processo de construção da identidade Etno-Racial,
através de Estudo de caso: A trajetória de um estudante não-branco oriundo de
classe popular da Cidade de Porto Alegre/Rio Grande do Sul/Brasil.
Realizado por JACQUES XAVIER JACOMINI
*Licenciado em Ciências Sociais (IFCH - UFRGS
1992/1998)
Diploma
Registrado sob número 764, folhas 128 do livro F-105 (08/12/1998).
*Especialista em Antropologia Social (PPGAS – IFCH -
UFRGS 1999/2002)
Certificado
registrado sob o número 05, folha 152-V (08/01/2002)
IFCH / UFRGS
Av. Bento Gonçalves, 9 500
Campus do Vale. Prédio 43-312
Bairro Agronomia. CEP.: 91 509-900
Porto Alegre - RS / Brasil
Epígrafe
“Quem disser que preto é feio,
Preto é bonita cor,
É com preto que eu escrevo as cartas para o meu amor
(Refrão).
A diferença está na pele
Põe o branco e o preto nu,
Todo o sangue é vermelho,
Eu nunca vi sangue azul.
Queremos a igualdade,
Todos nós somos irmãos,
Merecemos o mesmo trato,
Porque somos todos cidadãos.
“Quem disser que preto é feio,
Preto é bonita cor,
É com preto que eu escrevo as cartas para o meu amor
(Refrão).
Quero convidar a sociedade
Para nos visitar lá em peixinho
Que serão recebidos com carinho
Eu posso provar
Antes foi um matadouro
Mas agora é nascedouro
Merece todo o valor e devemos destacar
Eu nunca fui matador
Sempre fui bom cantador
Tem repente, tem valor,
Tem um jeito de cantar e se você me deixar
Eu vou provar o meu talento,
Porque chegou o momento
Do Galo Preto voltar.
“Quem disser que preto é feio,
Preto é bonita cor,
É com preto que eu escrevo as cartas para o meu amor
(Refrão).
Fonte da transcrição da canção:
Extrato do Coco chamado “Quem disser que preto é feio”
Mestre Galo Preto em apresentação no Programa “Sopa
Diário”,
Apresentado na TV Universitária Floripa.
https://www.youtube.com/watch?t=95&v=9M8ylq6nS1Q
INTRODUÇÃO
“É impossível defrontar-se alguém com o Brasil de Dom
Pedro I, de Dom Pedro II, da Princesa Isabel, da campanha da Abolição, da
propaganda da República por doutores de pincenez, dos namoros de varanda de
primeiro andar para a esquina da rua, com a moça fazendo sinais de leque, de
flor ou de lenço para o rapaz de cartola e de sobrecasaca, sem atentar nestas
duas grandes forças, novas e triunfantes, às vezes reunidas numa só: o bacharel
e o mulato” Gilberto Freyre
A monografia presente é oriunda do resultado das
atividades vinculadas ao Plano de Ensino da Disciplina denominada Afro
descendência e Cidadania no Brasil Contemporâneo. A ministrante da disciplina
supracitada é a Professora Denise Jardim. Além do suporte teórico e estudo
bibliográfico previsto para ser desenvolvido nesta disciplina, também foi
planejada a execução de atividades práticas de investigação e pesquisa em
antropologia. Consta no quadro de objetivos da disciplina, o texto que segue:
“O Objetivo geral do curso é a leitura e discussão de
um conjunto de textos que revelam os debates contemporâneos sobre a afro
descendência e que resultaram em dispositivos jurídicos e constitucionais.
Examinaremos um campo de produção sobre a afro descendência e a valorização da
diversidade cultural no Brasil”.
A questão subjacente que surge aqui – e não posso me
privar dela – é representada pela pergunta: “O que é afro descendência (e
cidadania)01?”. Anexa a esta pergunta surge outros questionamentos que também
são importantes: Como, por exemplo, quais os movimentos acadêmicos realizado
pelo estudante do Curso de Bacharelado em Ciências Sociais, já licenciado na
área e pós- graduado em antropologia? Ou ainda que tipo de construção textual
este acadêmico pode produzir? Outro debate importante que me proponho a
construir é aquele de cunho mais filosófico que iniciei na disciplina Etnologia
Ameríndia. A pergunta é a seguinte: “O que é a ciência antropológica02?” E o
contexto da resposta acontece no interior do exercício denominado “Glossário”.
.
Obviamente que a bibliografia estudada durante o
semestre apresentou uma resposta para este questionamento. Mas, neste caso da
pesquisa de campo, é a práxis falando. Têm-se aqui uma experiência prática de
pesquisa e a busca de respostas nas atividades de campo propostas no âmbito da
disciplina: Afro descendência e Cidadania no Brasil Contemporâneo.
Cabe destacar, desde já, que a oportunidade de
participar desta atividade de pesquisa, representou um avanço no que tange a
construção de conhecimento em Ciências Sociais, através das ferramentas
conceituais e práticas oferecidas pela antropologia. Portanto, sou muito grato
pelo amparo institucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, através
do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), para a realização das
atividades correlatas à pesquisa científica.
No decorrer desta monografia, demonstrarei os
principais aspectos práticos e teóricos desta importante atividade acadêmica
realizada no período. Para proporcionar um melhor entendimento e acompanhamento
destas atividades, os dados aqui colocados estão acompanhados, sempre que
possível, de alguns anexos nos quais insiro determinados documentos que trazem
os detalhamentos técnicos, explicativos e/ou ilustrativos destas atividades.
Com o título: ໒Mulato Cor de Rosa? O processo de
construção da identidade Etno-Racial, através de Estudo de caso: A trajetória
de um estudante oriundo de classe popular da Cidade de Viamão/Rio Grande do
Sul/Brasil”, este trabalho tem como principal objetivo explanar em detalhes o
processo de definição da identidade racial acionado por um sentimento de
pertença étnica de um jovem adulto não branco, dialogando com os seus pares no
âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Ao longo do texto monográfico também estarei
demonstrando os percalços e dificuldades vividas pelo pesquisador enquanto
aluno de graduação da universidade federal na sua trajetória de formação
acadêmica, dialogando com uma elite branca detentora dos cargos de mando e
decisão política na referida instituição de ensino. O racismo está presente no
cotidiano da universidade, isto é fato e foi amplamente demonstrado por um
colega de curso que apresentou o seu trabalho final da disciplina sobre as
discriminações raciais que ocorrem dentro de curso de medicina da UFRGS.
Na condição de afro-descendente estou inserido dentro
deste cenário de discriminação e cerceamento institucional. Portanto, também
tenho por objetivo relatar o processo de exclusão sócio-educativa do qual fui
vítima, provocado por decisão político-administrativa unilateral de um membro
(branco) da comunidade científica. Estou referindo o processo administrativo
que negou a solicitação da professora Dra. Daisy Barcellos em assumir a minha
orientação acadêmica em 2001, quando a ex-orientadora decidiu abrir mão da
minha orientação.
Ao final de curso, o aluno que já é quase bacharel,
tem acumulado uma experiência anterior vivenciada em diversas atividades
acadêmicas. Portanto, diante do que possuo de experiência também fora da
universidade onde vivenciei diversas práticas pedagógicas desde 1984, quando
passei a freqüentar o curso de magistério na Escola Estadual Isabel de Espanha
(Atualmente Instituto de Educação Isabel de Espanha/Viamão/RS) pretendo também
realizar uma crítica construtiva das atividades propostas para a disciplina
Afro descendência e Cidadania no Brasil Contemporâneo, oferecendo sugestões
para o aprimoramento da mesma.
Quanto a sua estrutura é importante destacar que esta
monografia está dividida em seis partes, além da introdução e conclusão. No
primeiro capítulo apresento o contexto inicial da realização deste trabalho
monográfico, esboçando os fatos mobilizadores do mesmo. Dedico o capítulo dois
para abordar a manifestação artística convencional em seus principais aspectos.
O capítulo três, Arte e Resistência na Periferia, este subdividido em três
segmentos (Noel Rosa, Mestre Borel e JacquesJa). O Sentimento de pertença
etno-racial é a temática que compõe o capítulo quatro. O capítulo cinco é
dedicado as questões que envolvem a atividade de transcrição do capítulo onze
(A Ascensão do Bacharel e do Mulato) da obra Sobrados e Mucambos de Gilberto
Freyre. O capítulo seis apresenta uma breve análise crítica da bibliografia de
referencia utilizada nesta monografia.
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